Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 26
• 2° — Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS DO CÉU. Eu preciso demais responder vocês mas eu não consigo!!!
O que vocês acham de um grupinho no whats? Ou no face? É super legal pra gente trocar opiniões hein? Eu tenho tantas coisinhas que queria mostrar pra vocês, além de vocês também poderem mostrar as próprias ideias.
Me digam, por favor!



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|Paul Lahote|

• Capítulo 5 •

Há uma luz na escuridão
Ainda há um pouco de esperança (...)

 

Idiota. 

Pensei praticamente marchando pela floresta e tomando o cuidado de não deixar marca das minhas patas na trilha. Sam havia nos alertado que era melhor não atrair a atenção dos aventureiros. Eles sempre iam fofocar para os guardas sobre pegadas estranhas demais.

Você foi bem rude com a garota. A voz de Leah soou em minha cabeça e eu rosnei. 

Cuide da sua vida. 

Ia até acha-la divertida se não fosse amante de sanguessuga. Ela chutou sua bunda, isso é inédito!

Cale a boca Leah. 

Pude sentir seu divertimento e isso me irritou ainda mais. Eu estava bastante louco da vida com Cassie Swan. Ela realmente havia me chutado para fora e parecia tão brava quanto um lobisomem. Garota burra e idiota. 

O Paul tá de coração ferido. Zombou Jared em uma risada. Cara, você foi um babaca mesmo.

Jared conheceu Cassie e teve uma simpatia por ela. A conheceu ano passado e a garota que ele me mostrou, não tinha nada dessa garota marrenta e irritante que conheci. E ainda assim, aqui estava eu prantado na frente da casa do chefe Swan observando sua janela. Eu a vi chorar no carro e a culpa me corroeu, além da vontade de arrancar a cabeça do sanguessuga que fez toda a merda e foi embora. Quando eu comecei aquele dia, não esperava nada disso. Eu levei a garota problema para a casa e quando voltei encontrei suas chaves em um canto do quarto, pedi seu endereço a Bella Swan e então lá estava eu, acompanhando-a em uma consulta que eu não tinha nenhum interesse.

Ela achava que não sabíamos de nada. Mas o chefe contou a Billy que contou ao Sam que dividiu com a matilha. 

Eu fui mesmo um babaca. Soltei um resmungo que soou como um ganido desanimado. Talvez eu pudesse me redimir de alguma forma. 

Diga a ela que sente muito. Seja legal. Aconselhou Leah e eu me atentei ao seu conselho. Mamãe disse que ela vai ficar em Forks com a Bella. A outra amante de sanguessuga está bem deprimida, eu acho. 

Bufei sem entender esse raciocínio. Porque elas ficam sofrendo por causa de um morto vivo? Como elas podem amar aquele tipo de criatura? É um mistério para mim. E bem nojento pra ser sincero. Quem ama uma coisa gelada e meio morta?

Não sei também o que me chama atenção nesse garota. Talvez seja a fragilidade evidente que ela luta para esconder ou talvez seja sua beleza. Ou a língua afiada ou o fato de ser absolutamente irritante.

Tá apaixonadinho, Paul?

Cale a boca, Leah. 

Na casa do chefe, pude ver Cassie andar de um lado para o outro do quarto, ela falava ao telefone, com a mãe, eu acho. Estava explicando sobre a última sessão. Foi bem engraçado ver o doutor achando que éramos namorados ou coisa do tipo, mas isso só deixou bem claro que Cassie Swan tem problemas pra caramba por causa dos sanguessugas.

Eu me afastei da sua casa quando a ouvi apagar as luzes e se deitar. Pude ouvir, antes de me afastar completamente um soluço e balancei a cabeça.

Garota burra e idiota.

Até parece que você não liga. Disse Jared depois de algum tempo e eu forcei minhas patas contra a terra.

Até ligava, mas não fazia diferença nenhuma para mim se ela ia continuar chorando pelo sanguessuga.

Quando cheguei em casa, mamãe já estava dormindo então entrei sorrateiramente pela janela sabendo que amanhã teria que acordar cedo para estar na oficina do Joe. E mesmo deitado sob meu travesseiro confortável e cansado além da conta, eu não consegui descansar. Minha mente dava voltas e voltas sob o olhar triste e magoado de Cassie Swan.

Eu era mesmo um idiota. Pulei da cama vestindo minha bermuda e pulando da janela mais uma vez. Estava frio em Forks, mas sob os pelos do meu lobo eu não senti nada, nem mesmo poderia, genes de lobo fazia com que não sentíssemos frio. Quando me transformei, não havia mente nenhuma ligada a minha. O que foi um completo alívio, eu corri sob o silêncio ouvindo o som das minhas patas e dos animais da floresta que se encolhiam quando as ouviam.

Estava passando pela estrada que ligava Forks a La Push quando eu a vi.

Sem dúvida, garota burra e idiota. O que ela fazia ali uma hora dessas? Já era madrugada e ela corria como uma maldita esportista? Eu quis matá-la, mas acima de tudo, quis jogá-la em minhas costas e a levar para casa. Será que ela não sabia que a cidade era cheia de coisas ruins, como sanguessugas? Ou será que ela não achava possível aparecer um maldito estuprador àquela hora da noite?

Cassie Swan estava com as mãos no joelhos e eu bufei. O som atraiu sua atenção para à floresta e eu me encolhi sob a escuridão, ainda observando-a. Até eu, o desconhecido, sabia que ela não poderia estar forçando tanto as próprias pernas. Eu ouvi a recomendação do doutor, mas aparentemente ela não. Ela estava com os cabelos loiros e me perguntei que diabos ela fez nele, se mais cedo estavam pretos. Essa garota era tão maluca e estava me deixando igualmente maluco. O cabelo era meio de palha, não sei, não era como o das garotas da reserva que eram escorridos e brilhosos, era realmente diferente. Mas ainda malditamente bonito. Combinava com seu rosto e com os olhos grandes e castanhos. E com aquele sorriso enorme que ela dava.

Até parecia que ela não estava cheia de problemas na cabeça quando sorria daquele jeito. 

— Alguém ai? — Ela franziu a testa, desconfiada e eu bufei outra vez. Claro, porque qualquer ladrão ou seja lá o que, ia dizer "Olá" para ela. Cassie Swan continuou encarando-me desconfiada, mas ela não podia me ver sob seus olhos humanos. Eu dei passos silenciosos para trás, a vendo desistir, balançar a cabeça e retomar seu caminho em passos calmos.

Garota estúpida. Talvez se eu rosnasse, ela se assustasse o bastante para partir, mas abandonei a ideia da minha mente. Assustá-la não era agradável. 

— Se tem alguém ai, se importa em ser um ouvinte? Acho que estou louca de vez. — Ela disse em voz alta. — Mas se eu morrer agora, de toda forma, que diferença faz, não é?

Bem, uma grande diferença para sua família, sem dúvidas.

— Eu sei. — Ela disse como se pudesse me ouvir, balançando os ombros com uma expressão intensa. — Meus pais enlouqueceriam e Bella, então? Ela morreria, acho que literalmente. Ela ficou tão feliz por eu voltar, soube que ela saiu com a Jéssica, mas acho estranho, elas não tem uma amizade tão boa assim. Queria poder ajudá-la, mas o que eu sou? Estou tão ferrada quanto ela. Não dá pra dizer que sou mais forte ou mais decidida ou que estou lidando com isso de maneira melhor. Meu coração está tão partido quanto o dela. — Ela olhou para cima, o céu negro e sem estrelas. — Não sei o que fazer, não sei para onde ir, não sei de nada. Estou tão perdida e odeio me sentir assim por um cara. 

Louca, ela acha que está falando com quem?

— Deus, eu estou falando sozinha agora! — Cassie Swan bufou, sentando-se na beira da rodovia e eu revirei meus olhos sob o lobo. Que garota doida. O que ela acha que está fazendo? Me sentei sob minhas patas, encarando-a ali da escuridão da noite, podendo vê-la perfeitamente bem. De repente, ela olhou para cima, diretamente para mim e é como se pudesse realmente me ver. Eu fiquei tenso, esperando pelo momento que ela fosse se aproximar. Eu estava á metros dela, ela teria que entrar na floresta e nem morto que eu a deixaria dar um passo para dentro.

Mas ao contrário do que eu esperava, ela simplesmente se levantou e bateu a terra da roupa. Ela me deu às costas e voltou a caminhar lentamente em direção da sua casa, eu a acompanhei o mais silencioso que eu pude, atento a qualquer perigo que pudesse se aproximar da garota. Ela era bem esquisita, quem é que sai assim de madrugada? Quando ela entrou na casa do chefe, pude ouvir seus passos sob a escada e em seguida a cama rangendo, provavelmente ela havia deitado. 

Eu fiquei ali, indeciso entre ir ou esperar pra ver se ela ia ter outro ataque de loucura. Mas não quis lidar com as especulações dos meus irmãos, então me virei e parti em direção à minha própria casa.

Cassie Swan era um mistério e estava sofrendo. Era perturbador como isso me afetava. Se ela está perdida, bem, não imagina como eu estou agora por causa dela.

Na manhã seguinte, eu estive na oficina fazendo todo meu trabalho ainda com meus pensamentos atentos demais a Cassie Swan. Quis bater em minha própria cabeça com a chave de fenda, quem sabe entrava algum ar e os pensamentos sumiam de vez. Mas isso era impossível, então quando encerrei meu turno, eu sai correndo pela reserva em direção à qualquer atividade que me mantivesse ocupado.

Pintar a casa, arrumar alguma cadeira quebrada, consertar a TV, ou sei lá, oferecer ajuda aos pescadores.

— Ei, Paul! — Jared me chamou enquanto atravessada a rua que o levava até a casa de Kim, sua namorada e imprinting. — Onde vai com tanta pressa?

— Em casa. — Respondi enfiando as mãos nos bolsos do shorts. Eu não queria compartilhar o fato de estar virando um maricas por Cassie Swan. — Escuta, como está o Quil?

Jared deu de ombros, a expressão ficando sombria. — Achamos que será o próximo. A mãe dele tem notado coisas bem estranhas, cara.

— Isso é uma merda. — Concordei com pesar.

Nenhum de nós queria isto, mas afinal de contas, somos sujeitos pelo simples fato de estar em nosso sangue. Kim acenou da ponta da rua e Jared se despediu, correndo como um cachorrinho para a garota.

Balancei a cabeça, voltando a caminhar e quando cheguei em casa, mamãe já tinha saído. Ela tinha uma loja maneira de produtos de pesca que fazia bastante sucesso aqui na reserva. Mamãe era uma das preferidas dos pescadores e os caras gostavam pra caramba dela. Peguei a caminhonete e dirigi até a loja, estacionamento na frente da portinha de correr em vidro. De lá de fora, podia ver minha mãe encima de uma escada trocando as lâmpadas.

Sorri porque essa era exatamente como ela era. Nunca pedia ajuda à ninguém. 

— Ei mãe!

— Paul, menino! — Ela levou a mão ao coração, mas tinha um sorriso no rosto. — Quase me mata de susto. 

— O que tá rolando?

— Essa lâmpada anda me irritando. — Ela disse agitando o cabelo negro. — Tem uma luz péssima e não consigo ler!

— Isso é porque a senhora precisa de óculos. — Eu digo pegando-a no colo e ignorando seus protestos. Afasto a escada, porque mamãe mal alcança meu peito e começo a fazer o seu serviço.

— Não preciso de coisa nenhuma, menino. — Ela protesta já empurrando para mim duas grandes caixas. — Preciso que leve isso para a casa do chefe Swan.

— Ah mãe. — Eu protesto. — A senhora não pode levar?

— Se eu pudesse, levaria não acha? — Pequena mulher irritante.

Ela leva as mãos a cintura e me encara como um cão do inferno. — Agora faça o que eu mandei. E volte para a casa cedo, eu vi sua escapada a noite. Não criei filho para ficar de sem vergonhice. 

— Do que a senhora está falando? Dormi a noite toda. — Eu coloquei as caixas na parte de trás da caminhonete, ainda com ela me seguindo.

— Não pense que sou idiota, Paul. — Me beliscou e eu gemi.

— Isso dói, mãe! A senhora tem certeza que não é um lobo? Tem muita força pra um corpo tão pequeno.

Eu levei outro tapa e bufei, afastando em direção ao carro. — Vá logo.

Eu resolvi ir, antes que levasse mais tapas e beliscões. Peguei a rodovia que levava a casa do chefe Swan. Eu bem podia levar na delegacia e evitar encontra com a loira maluca da Swan, mas eu tinha que confessar que precisava me desculpar com a garota.

Quando estacionei, pude ouvir seus gritos e acho que ouviria mesmo se não fosse um lobo.

—"Você está louca, Bella?!" — A voz de Cassie se sobressaltava. — "Montar na garupa de um desconhecido? O que está pensando? E uma moto? Você enlouqueceu?"

Disse a garota que anda pela floresta de madrugada e falando sozinha.

— "Eu só.. Você não entende!" — Bella Swan respondeu com a voz miuda. —"Eu só queria..."

— "Morrer?"

— "Me sentir viva!" — Gritou tão alto que acho que todos os vizinhos ouviram. Resolvi por fim bater na porta e os passos furiosos foram ouvidos por mim. Acho que era um péssimo momento para desculpas, no entanto.

Cassie Swan estava vermelha, furiosa, com o coração disparado e agora, estava bem surpresa.

— Que diabos você está fazendo aqui, Lahote?

— Pedir desculpas? — Eu tentei sorrir de alguma forma, mas acho que não funcionou, porque Cassie me olhou incrédula e em seguida bateu a porta em minha cara.

Merda. Garota idiota. 


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