Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 25
• 2° — Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, ainda não respondi vocês. Mas eu estou lendo todos e vocês são as melhores leitoras do mundo. ♥ Amo vocês!
O que acham de matar a curiosidade? Tantas de vocês me pediram e cá estou eu com um capítulo do ponto de vista do nosso bebê, amor da vida, lindão, vampiro sexy: Jasper! Hahaha.
Aproveitem lindas!



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| Jasper Hale|

• Capítulo 4 •

Eu quero acordar onde seu amor está
Porque seu amor sempre está despertando o meu
Quero quebrar onde seu coração fica
Tão rasgado que está quase quebrando o meu. (...)




 

— Aústria.

 

 

Forcei minhas pernas contra a neve branca, correndo o mais rápido que minha maldita velocidade vampira alcançava. Meus olhos não ardiam com o frio que fazia naquele fim de mundo ao sul da Aústria e não soltavam lágrimas para exprimir a dor que existia em meu peito. Eu ainda a sentia. O tempo todo.

Todos os dias desde que parti. Quase nove meses, exatamente 249 dias. Eu estava definhando por dentro desde então. Não existia mais nada em mim que tivesse alguma vida. Até as memórias se tornaram dolorosas. No entanto, a dor de tornou um lembrante constante do meu objetivo, puxando-me da beira do abismo.

Ouvi sua respiração, seus passos pesados, seu rugido e deixei os instintos tomarem conta de mim.

Saltei do penhasco que cercava a casa de Carlisle, empurrando-me contra um urso marrom e selvagem típico daquela região, minha mente nublada pela sede. Podia sentir os olhos atentos e dourados da vampira sobre mim enquanto lutava com o bicho, descontando com pesar, minha raiva sobre ele.

Eu a olhei por cima do ombro e Alice balançou a cabeça negativamente. 

— Não tente, Jasper. — Sussurrou contra o vento e as palavras dançaram para mim mesmo sob a distância. Podia sentir sua determinação e o sentimento projetava ondas de carinho e conforto para mim.

Mas nada ajudava. Será possível um vampiro adoecer? Meu peito queimava, ardia. Agora são dez da noite nos Estados Unidos, em Forks, onde está meu motivo de vida. Onde um dia tive uma vida. Posso sentir sua dor. Toda noite, repetidamente. Posso sentir sua raiva e posso sentir seu amargor. Quero afogar tudo isso, mas não posso. Talvez seja meu castigo por tê-la deixado. Sentir tudo que causo a ela. 

Quero cravar meus dentes em algum pescoço e sugar qualquer vida, quero ser o monstro que me sinto. Mas também não posso.

Alice não deixa.

Desde que deixei Forks ela tem que me seguido. Sua visão não muda, porque minhas vontades não mudam. Eu estou tão perdido quanto Cassie, mas preciso continuar. Para qualquer direção que o leve para longe dela.

Da minha garota.

Quando a chuva começou a cair sobre nossas cabeças sinto outra onda de dor vinda de Cassie, uma dor tão profunda que somente a distância que nos separa me faz capaz de diferenciar onde começa a minha e termina a dela. Um tormento constante em minha mente, em meu corpo, minha visão e minha audição. Não tenho paz longe de Cassie, não tenho vida, não consigo existir ou pensar. Nada. Eu sou só eu. Um corpo sem alma vagante sugando a vida de animais e caçando outro animal.

Alice me olhou entristecida, caminhou sem pressa até mim e as mãos seguraram a minha. Subiram para meu rosto em um carinho suave, ondas de sua paz foram enviadas para mim e relaxei sob seu toque. Alice sempre foi um porto seguro para mim, nada apaziguava a dor, mas Alice a tornava suportável.

— Me desculpe, Alie. — Eu digo, porque sei que isso a fere também. O amor que ela sente ainda está ali, talvez nunca parta, assim como o meu para ela. Somos estranhamente duas pessoas que se amam, mas que não estão apaixonadas. Minha paixão, meu amor é por Cassie. Mas Alice tem meu afeto, meu respeito e meu carinho. Eu a amo profundamente como uma amiga querida que protegeria com minha vida.

Alice balançou a cabeça, dispensando minhas desculpas.

— Ela vai ficar bem. — Sussurrou ela. — Estamos chegando perto. Ele não vai escapar outra vez.

Eu rosnei, afastando-me e passando os dedos pelos fios molhados do meu cabelo. Maldito James. Sempre fugindo como um rato, sempre se esquivando e sempre planejando voltar para Forks para encontrá-la. 

— O maldito está sempre fugindo, Alice. 

Alie está confiante e serena.

— Calma, Jasper.

— Não consigo, Alice. 

Ela dança até mim, as mãos tocam o meu rosto e posso sentir sua felicidade.

— Posso ver vocês juntos. Posso vê-la Jasper. Nada mudou.

Balanço a cabeça, incrédulo. Alice não pode sentir o que sinto. Nas madrugadas, nas noites, nas manhãs. Os piores momentos para os humanos. — Tudo mudou. — Encaro o céu acinzentado em cima de mim, não passa do meio dia aqui e tudo que eu queria estar deitado em sua cama, conversando e rindo. A saudade me aperta e sufoca e sei que ela sente o mesmo. Sei que ela precisa de mim e me pergunto que tipo de companheiro sou, quando não posso estar lá para ela. 

Alice não diz mais nada e eu volto para casa junto dela, caminhamos juntos e em silêncio. Nos primeiros meses, tentei me manter afastado da minha família, mas eles não permitiram isso. Ficaram ao meu lado, desde então estamos caçando o maldito James.

Quando Alice apontou sua direção naquele dia, eu fiquei lívido e desesperado por arrancar sua cabeça e James soube disso. Então Carlisle obrigou a mim e Edward a usar a cabeça. Nós teríamos que nos afastar, seria o mais seguro, o mais saudável.

Ficar perto das garotas era perigoso demais neste momento. James estava descontrolado e sua companheira estava aproveitando disso. Não está sendo fácil desde então.

Rosalie está mais mau humorada que o comum, não tem sido muito dócil nem mesmo com Emmett. Carlisle tem procurado ajuda em todos os lugares em que passamos, alertando que este vampiro é um erro para a nossa espécie. Posso sentir a tristeza de todos eles, mas a de meu irmão é a maior. Edward, diferente de mim, não relutou em partir. Não precisou ser agarrado e forçado a ver a clareza.

Ele é um mártir.

Acha que é melhor estar longe de Bella do que a submeter a tantos perigos constantes que é viver em sua presença. Que grande ironia. Eu penso que sou tudo que Cassie precisa para ficar segura, Edward acha que é tudo que precisa para Bella ficar em perigo. Cassie não quer ser vampira, Bella quer. Nada pode ser perfeito, afinal de contas.

Quando eu entro na pequena casa de madeira que Carlisle fez a locação, encontro todos sentados à sala. Rosalie está mais tensa que o comum, carrega na mão o celular. 

O maldito celular.

Tenho me torturado todas as vezes com as centenas de mensagens deixadas nele. Não ouvi nenhuma. Não conseguiria. Seria doloroso demais ouvir sua voz e não poder respondê-la, não poder voltar e amá-la como ela merecia ter sido amada. 

— Jasper. — Eu notei pela primeira vez a bolsa de mão ao seu lado do sofá. — Cassie deixou uma mensagem.

Uma mensagem. Depois de tanto tempo. O que isso significava isso? A parte egoísta de mim ficou feliz por ela ainda não ter desistido. Pela raiva não ter ocupado o maior espaço em seu coração. Já fazia dois meses que ela não mandava mais mensagens. No começo pareceu certo, agora só era doloroso.

Meu maldito egoísmo.

— Você deve ouvir. Eu vou até ela. — Declarou Rosalie. — Não ligo para o que dirão, eu vou até ela.

— Não pode ir, Rosalie. — Carlisle a repreendeu pacientemente. — E essa é uma decisão de Jasper.

— Não! — Ela bateu o pé. — Ela é a minha amiga. Não vou mais participar disso. 

Ignorei a discussão ridícula. Eu peguei o celular de forma bruta de suas mãos, sentindo a apreensão de todos e os dei as costas, observando a neve pela janela bem trabalhada.

Oi — dizia a voz suave e quebrada do outro lado da linha. — eu não sei porque estou fazendo isso de novo, achei que estava tudo bem, que tinha parado com isso. Achei que ia ficar melhor se não te sentisse de novo, mas está pior. — eu ouvi um soluço e apertei a madeira em minhas mãos, vendo-a desfarelar como poeira — ah Jasper! Eu não consigo, não posso lidar com isso. Quero ser diferente, quero ser forte, mas não posso. Eu prometi para Bella, mas não tenho sido eu mesma desde que você se foi. Sinto falta dos bebês, eu sei, eu sei, eram dois, eu sonhei com eles, eu os vi, mas eles se foram e você se foi e eu estou só. Estou tão só! Eu... Acho que estou desistindo Jasper... Mas eu te...

O recado acabou e eu cedi sobre minhas pernas. 

— Ela estava grávida. — Disse Rose ajoelhando-se ao meu lado. Eu podia sentir sua tristeza, mas a minha era gritante. — E nós a deixamos. — Ela sussurrou para mim. 

Eu estava sem reação, afogando-me em um sentimento muito pior. Um sentimento que não havia volta.

Me levantei, retirando os braços de Rose de mim e caminhei para fora de casa. Alice estava lá, com Esme.

— Não vá, Jasper.

— Não faça isso, Alice. — Eu disse a ela, dando a volta por seu corpo, Alice correu, pulando em minha frente mais uma vez.

— Não vai ajudar!

— Vai sim.

— Você está sofrendo!

— Alice...

— Não! Eu vejo! — Gritou ela em desespero. — Vejo você se afogando na sua natureza cruel e Cassie se perde, nunca mais Jasper!

Eu parei, surpreso encarando-a.

— O que?

Alice me olhou aflita. — Se você tomar sangue humano, ela vai enlouquecer Jasper. 

— Não é possível, Alice.

— É. Eu vi. — Afirmou ela e Edward saiu na sacada, olhando surpreso de mim para ela. Você viu? Perguntei a ele e Edward assentiu.

— Não entendo. — Respondeu em voz alta. — Mas vocês estão ligados, Jasper. Se você perder sua mente, ela vai perder a dela também. Você não pode partir.

Eu parei, observando-os. Toda a minha família que fez tanto por mim. Meus olhos pararam em Alice que ainda me olhava aflita e cheia de esperança, como sempre foi. Fechei os olhos e quando os abri, ela me olhava entristecida.

— Eu volto. — Disse me afastando e deixando para trás quatro olhares tristes. 

Eu voltaria. Mas só depois que tivesse a cabeça de James em minhas mãos.


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