Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 21
Capítulo XXI — Epílogo


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM.
TEM 2° TEMPORADA!



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Ouçam essa música.

 

Eu abri meus olhos, fechando-os rapidamente diante da claridade do quarto. O sol brilhava lá fora, o que queria dizer que eu ainda estava na Califórnia. Mexi meus dedos e senti uma leve fisgada em meu braço. Gemi, tentando me movimentar e isso chamou a atenção de quem quer que estava ao meu lado.

Ouvi um ofegar e então minha mãe surgiu no meu campo de visão.

— Cassie! Você acordou. Oh meu Deus! — Ela chorou debruçando-se sobre mim delicadamente. 

Tentei abrir meus lábios para falar com ela, consola-la, mas o sono voltou a me envolver e eu apaguei mais uma vez. Eu estava na neve agora, era engraçado, porque poucas vezes na vida estive na neve. Eu estava ainda de vestido, mas estranhamente não sentia frio. Sonhei com várias coisas diferentes, com Jasper, com memórias da minha infância, com a mamãe, com o teatro, sonhei com Spike, meu ratinho de quando tinha sete anos, o acampamento de verão onde dei meu primeiro beijo e a primeira aventura que Ellie e eu tivemos juntas. 

Quando voltei a despertar, uma enfermeira estava trocando meus curativos. 

— Olá, querida! — Ela sorriu gentil. — Quer água?

Eu assenti em silêncio e ela me trouxe um copo com canudo. Eu bebi a água lentamente, sentindo minha garganta se aliviar da aspereza.

— Vou chamar o doutor para falar com você. 

— Jasper... — Eu sussurrei para ela e ela sorriu, assentindo e saindo do quarto. Dois minutos depois um médico entrou. Era jovem demais para ser médico, eu acho, mas tinha um sorriso simples e bonito. Parecia realmente gentil. Me explicou que eu quebrei três costelas e quebrei a perna, que o acidente foi realmente feio e que foi um milagre eu estar viva após perder tanto sangue. Me explicou pacientemente que o trauma na cabeça foi realmente grande, e que eu ficaria com alguns roxos provavelmente por algumas semanas e teria que usar o gesso na perna por um longo período.

— Você foi muito forte. — Ele disse após me contar sobre as três cirurgias que precisei passar e sobre um coma induzido de noventa dias para a recuperação das costelas do coágulo no cérebro. — Se saiu muito bem, Cassandra. 

— Me chame de Cassie. — Eu sussurrei. — Eu estava grávida? — Questionei a ele de repente.

O vi franzir o cenho e ficar sério. Sua expressão mudou para o pesar e eu soltei o ar, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Ele morreu?

O médico se aproximou, tomando a liberdade de se sentar ao meu lado. O toque suave de sua mão na minha pareceu tão errado e confortador também.

— Sim, ele não aguentou a pressão. Você estava de dois meses, provavelmente.

Franzi o cenho. Dois meses? Mas eu só tinha uma semana, talvez cinco dias... Eu fiquei em silêncio ouvindo-o, mesmo sob a confusão. Um bebê de um vampiro, será possível isso? 

— Precisamos fazer uma limpeza, o seu útero foi gravemente danificado e o bebê era jovem demais para resistir a batida.

— Batida?

— O acidente de carro. — Ele esclareceu suavemente, como se fosse normal eu não me lembrar. — Você já estava tendo um abordo espontâneo, mas a batida foi demais para seu bebê, Cassie.

— Onde... Onde está o meu namorado? — Questionei a ele, olhando para os olhos pesarosos do médico. — Chame-o, por favor.

Ele se levantou, sem graça. — Hum, vou chamar sua família que se encontra aqui. 

— O que? — Eu estava realmente confusa.

— Você dormiu por um longo tempo, Cassie. — Sorriu reconfortador. — Mas nunca esteve sozinha. É bom vê-la desperta.

Ele saiu pela porta e minutos depois o quarto foi invadido. Mamãe e Jason entraram pela porta, ambos chorando e desesperados. Eu chorei também, sentindo seus braços rodearem-me como quando era criança. Eu me apertei a ela e chorei como um bebê. Todas as lágrimas presas saíram de uma vez só e eu senti os braços de Jason sobre nós. Os dois me seguravam tão forte que eu estava ficando sem ar. Meus soluços altos me faziam ficar envergonhada, mas eu só queria abraçar mamãe e me lamentar pela morte dos bebês. 

— Me desculpe, mamãe. — Eu disse a ela. Ela se afastou, limpando as lágrimas do meu rosto delicadamente.

— Não se desculpe, amor. — Beijou minha testa, segurando meu rosto entre as mãos. — Eu achei que ia perdê-la, eu achei... Deus, eu realmente pensei... — Mamãe começou a chorar novamente.

— Tudo bem. Estamos bem agora. — Papai tocou em seus ombros e me abraçou. — Você acordou, está bem. Levamos um susto.

— Me desculpe, papai. 

Ele sorriu para mim. — Tudo bem, querida. Tudo bem, você está conosco agora.

— Eu estou.

— Sentimos muito pelo bebê. — Minha mãe segurou minhas mãos e meus olhos voltaram a se encher de lágrimas. — Realmente sentimos, querida.

— Eu sei. — Sussurrei. — Jasper... Ele está ai?

Minha mãe ficou tensa. Seu rosto se fechou e os olhos arderam em fúria contida. — Ele não está no momento, amor. — Ela respondeu. — Mas Charlie e Isabella estão. O que acha de vê-los?

— Claro. — Eu sorri e mamãe se levantou junto de Jason, saindo do quarto. Não demorou para Bella surgir na porta, terrivelmente abatida. Ela estava com olheiras profundas e muito mais magra do que eu lembrava. Parecia que eu a tinha visto ontem, não há três meses. — Bella! O que houve com você?! — Eu ofeguei surpresa e ela sorriu, sem vontade.

— Nada demais, Cassie. — Se abaixou sobre mim, abraçando-me com delicadeza. Ela estava chorando e eu também, outra vez. — Fico tão aliviada de te ver acordada... Ah Cassie! Me perdoe! Se eu soubesse!

Eu afaguei suas costas em um carinho suave.

— Shhhh. Tudo bem, querida. — Eu disse carinhosamente. — Estou bem, vê?

— Sim, vejo. — Ela sorriu. — Fico feliz de finalmente te ver. Assustou todos nós. — Ela disse com um sorriso breve.

— Minha especialidade é surpreender as pessoas. — Abri um sorriso e dei de ombros. — Vaso ruim demora para quebrar.

— Queria ter feito as coisas diferentes. — Ela murmurou. — É tudo minha culpa.

Eu peguei sua mão, horrorizada. — Não é sua culpa, Bella. O que houve? O que aconteceu com você.

Ela tentou sorrir, soltando-me. — Charlie quer vê-la também. Vou sair, mas volto certo?

Assenti em silêncio, vendo-a partir. — Ei Bella!

— Sim?

— Jasper está ai fora? — Questionei a ela, confusa com o fato dele ainda não ter vindo para me ver. Bella abriu a boca para responder, mas a fechou outra vez, seu semblante caiu e pude ver uma tristeza em seus olhos. 

— Eu... Com licença, Cassie. — Ela saiu pela porta, deixando-me realmente confusa para trás. Não tive tempo o suficiente para pensar, porque papai surgiu na porta. Um sorriso contido em seu rosto, os olhos vermelhos. Ele se aproximou de mim, estava sem a farda, mas parecia realmente cansado.

— Oi garota. — Ele disse e foi como ouvir um canto. 

— Oi pai. — Meus olhos se encheram de lágrimas. — Que saudade. — Eu disse a ele. 

Charlie sorriu para mim e se aproximou, abraçando-me forte. — Nem me fale, garota. — Murmurou em meu cabelo.

— Me desculpe, papai. — Eu disse com o rosto enfiado em sua camisa. — Me desculpe tudo que eu disse. Não era verdade. Não era mesmo.

— Eu sei, querida. — Ele afagou meu cabelo. — Vai ficar tudo bem. Hein, não pode se estressar. Fique calma. 

No momento em que ele disse isso, uma enfermeira entrou nos repreendendo pelas emoções fortes demais para um recém acordada do coma. Ela era gentil e me deu os remédios corretores, colocando-me para dormir rapidamente. Quis brigar com minha família, dizendo que ainda queria ver Jasper antes de dormir, mas nenhum deles me ouviram. Eles realmente me colocaram para dormir.

Quando acordei, no dia seguinte, estava rodeada pelo abraço forte de Ellie. Seus cachos entravam em minha boca e eu sorri, abraçando-a. Tive tanto medo de morrer, de perder todas essas pessoas que eu amo e que me amam de volta. Tive tanto medo de perdê-los que não sei o que faria sem eles.

Ela despertou e também chorou, a novidade é que os choros acabaram depois do almoço e eles me atualizaram dos últimos meses e me fizeram rir, comer e conversar. Meu quarto estava cheio de balões e recebi visitas do meu antigo time, além do treinador e de alguns amigos do antigo colégio. Havia flores e ursinhos para todos os lados. Meu quarto ficou cheio com minha família lá, mas ainda faltava mais gente. A pessoa mais importante aind não havia aparecido e isso me feriu de verdade; Quando perguntei de Jasper, todos saíram silenciosamente e somente Bella ficou.

Ela se sentou ao meu lado, segurando minha mão carinhosamente. Eu estremeci em pavor com a expressão em seu rosto.

— Eles se foram, Cassie.

— Quem?

Meu coração parou quando ela começou a chorar. — Todos. Edward, Jasper, os Cullens. Eu acordei e eles não estavam mais aqui.

— Jasper não faria isso. — Me indignei com ela. — Ele não iria me abandonar assim, Bella. Isso é loucura. — Eu ri do absurdo de sua frase. Até parece. Jasper nunca me deixaria assim. Não, ele me ama.

Ela deu de ombros. — Eles foram. — Disse com uma vozinha. — É minha culpa, mas foram.

— Ele sabia do bebê? 

— Não sei. — Ela disse baixinho. — Eu não sei... Eu simplesmente acordei e estava sozinha, Cassie. 

— Não se despediram de você? — Eu estava verdadeiramente chocada.

— Não... Após salvarem você, James, ele fugiu Cassie... E ai eles se ocuparam em cuidar de você e trouxeram a nós duas para o hospital, eu fui sedada porque estava nervosa, mas eu estava bem, mas dormi por dois dias, não sei e quando eu acordei, eu estava sozinha. Ninguém soube dizer o que houve. — Ela balançou a cabeça e sorriu tristemente. — Não entendo.. Nãose  despediram. A casa estava fechada e vazia... Eles não foram mais à escola e tinha um boato que Carlisle conseguiu uma vaga no Alasca.

— Alasca? — Franzi o cenho. — Como... Como assim? Como ele...?

Bella ficou em silêncio e não houve mais o que ser dito. Ela se deitou ao meu lado e eu me permiti chorar em seus braços. Eu simplesmente não entendia. Ele em ama, eu sei que ama, eu sentia isso todos os dias. Então porque ele partiu?

Os dias seguintes passaram rápidos e mesmo que eu tentasse colocar em minha mente que uma hora ele surgiria pela porta, isso não aconteceu. 

Jasper não apareceu. 

Eu fui até Forks pegar minhas coisas e como uma intrusa fui até a casa dos Cullens, mas de fato, não havia nada além de poeira e lençóis brancos. Não havia uma carta, mensagens ou um simples e-mail. Não havia nada. Nenhum adeus. Nenhuma explicação.

Ele havia me deixado. Sozinha com essa dor e essa perda. Com essa confusão e a pergunta de como eu pude ser mãe tão brevemente. 

Eu estava sozinha. E nada poderia doer mais.


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