Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 17
Capítulo XVII.




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Bella destrancou a porta e empurrou Charlie com força, lutando com a bolsa pesada enquanto descia as escadas correndo. Eu segui atrás dela com minha própria bolsa.

— O que aconteceu? Cassie! Onde você vai?!

— Desculpa pai, a Bella está certa. Não acredito que não vi isso antes! Nós não estamos dando certo!

Ele estava bem atrás de mim. — Eu pensei que você gostasse daqui filha! O que houve com vocês? — Ele segurou a mim e Bella pelas mãos, ambas de olhos molhados e expressões mentirosas. Papai não estava entendendo nada e isso o estava magoando profundamente, eu podia ver.

— Não posso ficar aqui pai. Bella e eu brigamos, é isso. Não damos certo uma com a outra. Eu estou cansada, preciso de um tempo.

— Mas Cassie...

— Ela tem razão. — Bella entrou em meu jogo. — Somos diferentes demais, foi um erro achar que daria certo. 

— Vocês estavam bem. — Ele nos olha com verdadeira confusão

Suspirei, afastando-me para a porta. — Nada está bem nessa cidade infernal, pai. É melhor eu ir embora, não sirvo pra esse lugar.

Eu olhei para o meu pai, lágrimas frescas nos olhos pelo que eu estava prestes a fazer.

— E você Bella? Porque tudo isso? O seu namorado... Achei que gostasse dele. — papai agora parecia querer só um motivo para que ficássemos. 

— Eu gosto dele, esse é o problema. Eu não posso mais fazer isso! Eu não posso mais fincar raízes aqui! Eu não quero acabar presa nessa cidade estúpida, chata, como a mamãe! Eu não vou cometer o mesmo erro idiota que ela cometeu. Eu odeio isso, não posso ficar aqui nem mais um minuto.

As mãos dele largaram seu braço como se ela tivesse o eletrocutado. Eu dei as costas ao seu rosto chocado, ferido, e comecei a andar para a porta.

— Garotas, vocês não podem ir agora. É noite. — Ele murmurou atrás de nós. — Meninas...

Eu não me virei. — Eu pago um hotel, se precisar. 

— Espere só mais uma semana — ele implorou, com o rosto ainda chocado. — Vocês podem tentar outra vez... Renné volta, quem sabe férias ajudem.

Isso pegou Bella de surpresa, porque ela parou rapidamente. — O que?

Charlie continuou ansioso, quase tagarelando de alívio quando ela hesitou. — Ela ligou enquanto você esteve fora. As coisas não estão indo tão bem na Flórida, e se Phil não assinar um contrato até o fim da semana, eles vão voltar para o Arizona. O treinador assistente dos Sidewinders disse que eles podem não ter mais vaga para outro reserva.

— Cassie... — Ele olha para mim agora. — Fique. Você vai ficar só lá.

— Não posso, não quero. Não tenho suportado essa cidade ou essa casa. 

— Mas querida...

— Me desculpe, Charlie. Eu só preciso de um tempo. — Corro até ele, abraçando-o rapidamente. — Me perdoe, eu te amo pai. Me perdoe, por favor.

Bella abriu a porta, encarando algo na escuridão na fora. Eu passei por ela, jogando as coisas no Chevy.

— Não deu certo, tá bem? Eu realmente, realmente odeio Forks! — Ela disse entrando na caminhonete e dando partida. Eu olhei mais uma vez para Charlie, parado na porta e completamente desolado. 

— Me perdoe, pai. — Eu disse entrando no carro e saindo para a estrada. Peguei a direção da rodovia dos Cullens mas não demorou até um corpo estar no meio da estrada, freei assustada e quase morri do coração até que vi que era somente Rosalie. Ela deu a volta no carro, abrindo a minha porta.

— Quer me matar, merda?

— Se eu quisesse, te deixava pra morrer. — Foi sua resposta seca. Ela me fez sair do banco do motorista e eu me sentei sobre o carona, deixando finalmente as lágrimas saírem livres. — Seu pai vai te perdoar. — Ela disse suavemente.

— Foi uma péssima ideia. — Eu digo secando os olhos com as costas das mãos. — Eu deveria ter dito algo melhor.

— Não tínhamos tempo, Cassie. — Ela praticamente sibilou as palavras.

— Não torna mais fácil. — Olhei para minhas mãos. — E Jasper?

— Está organizando todas as coisas. — Respondeu suavemente. — Vamos dar um jeito nisso, está bem? — Sorriu para mim. — Você vai ficar bem.

Eu suspiro, encarando a loira escultural ao meu lado. — E Bella?

Rosalie torce os lábios em descaso. — É, ela também vai. Edward já tomou a direção do carro dela, estamos indo para a mansão, de lá iremos mandar vocês para um lugar seguro.

— O vampiro?

— Está perseguindo o outro carro, mas a ruiva está atrás de nós. Ela ficou bem furiosa porque o companheiro se interessou por você.

— É, eu também. — Resmungo com os olhos atentos na escuridão do lado de fora. — E ela quer me matar por isso?

— Sim.

— Psicótica. — Resmungo para mim mesma.

Rosalie solta uma risada. — Se uma mulher humana pode ser bem louca. Imagine uma vampira.

Eu me arrepio só de imaginar.

— Porque ele se interessou justamente por mim? Meu Deus, eu sou só humana.

Ela deu de ombros.

— Não sei, você não é tão atraente assim. 

— Obrigada, Rose. — Digo ironicamente e ela sorri. Reviro os olhos. — Eu tô falando sério.

— Eu também, humana. — Odeio como ela me chama de humana. Vai entender o humor louco de Rosalie. — Acho que é a forma como você e Jasper se sentem. — Ela começa. — Todos que estão ao redor dele, sentem essa atração absurda e insuportável por você. É quase como se não pudéssemos resistir, foi bem difícil para nós no começo, de entender sabe? Ele aprendeu a controlar, mas acho que estava nervoso demais lá na clareira. — O rosto dela se contorce em lamento. — Não conseguiu controlar. Percebeu como todos estavam agindo ao seu redor? — Eu assinto em silêncio. — Nós protegemos a família, mas a forma como estávamos lá, não foi somente pela proteção.

— Então a atração dele por mim influenciou a atração desse vampiro?

— Assim como a sua por ele nos influência. Mas a não ser que ele seja um vampiro gay, ele não ia sentir isso.

Eu me recostei no banco. — Droga. Ele deve estar se sentindo culpado.

— Ele está. — Rose concordou.

Nós dirigimos até a casa. As luzes de dentro estavam brilhando, mas elas faziam muito pouco para aliviar a escuridão da floresta. Rose estacionou rapidamente e abriu minha porta, praticamente me carregando para o lado de dentro.

Nós entramos na grande sala, Edward e Alice dos nossos lados. Todos eles já estavam lá; eles já estavam de pé com o som da nossa aproximação. Laurent ficou entre eles. Eu podia ouvir leves rugidos saindo da garganta de Rose quando ela flagrou o olhar curioso do vampiro negro. Jasper correu para o lado, puxando-me para próximo dele.

— Ele está nos seguindo — Edward anunciou, olhando diretamente pra Laurent.

O rosto de Laurent estava descontente. — Era isso que eu temia.

Alice dançou até o lado de Jasper e cochichou no seu ouvido; seus lábios tremiam com a velocidade do seu discurso silencioso. Jasper me olhou seriamente, dando-me um beijo rápido então se afastou. Eles voaram pelas escadas juntos. Rosalie observou os dois, e então se moveu para o lado de Emmett. Seus lindos olhos eram intensos quando se fixaram em mim, preocupados e em seguida em Bella, furiosos. Eu sabia, ela culpava Bella. O começo de tudo foi pelo cheiro da minha irmã.

— O que ele vai fazer? — Carlisle perguntou á Laurent com um tom arrepiante.

— Eu lamento — ele respondeu. — Eu temia que quando os seus garotos as defenderam, que isso iria irritá-lo.

— Você pode pará-lo?

Laurent balançou a cabeça. — Nada pode parar James depois que ele começa.

— Nós vamos pará-lo — Emmett prometeu. Não havia duvida que ele estava falando sério.

— Você não pode pará-lo. Eu nunca vi nada como ele em meus trezentos anos. Ele é

absolutamente letal. Foi por isso que eu me juntei ao bando dele.

O bando dele, eu pensei, é claro. O show de liderança não passava disso, um show.

Laurent estava balançando a cabeça. Ele olhou pra mim e Bella e depois de volta pra Carlisle.

— Vocês têm certeza de que vale a pena?

O rugido irado de Edward encheu a sala. Laurent deu um passo pra trás.

Carlisle olhou gravemente para Laurent. — Eu temo que você terá que fazer uma escolha.

Laurent compreendeu. Ele pensou por um momento. Seus olhos passaram por todos os rostos, e finalmente varreram a sala clara.

— Eu estou intrigado pelo estilo de vida que vocês criaram aqui. Mas eu não vou me meter nisso. Eu não sou inimigo de nenhum de vocês, mas não vou me colocar contra James. Eu acho que vou para o Norte — visitar aquele clã em Denali. — Ele hesitou. — Não subestimem James. Ele tem uma mente brilhante e sensos fora do comum. Ele está tão confortável no mundo dos humanos quanto vocês parecem estar, e ele não vai permitir que vocês se intrometam... Eu lamento pelo que isso causou aqui. Lamento mesmo. — Ele fez uma reverência com a cabeça, mas

eu vi quando ele lançou outro olhar confuso na minha direção.

— Vá em paz. — Foi a resposta formal de Carlisle, cortando seu olhar para mim.

Laurent deu outra olhada á sua volta, e então correu para a porta.

O silêncio durou menos de um segundo.

— Quão perto? — Carlisle perguntou á Edward.

Esme já estava se mexendo; a mão dela tocou um teclado complementar acima de qualquer suspeita, e com um gemido, grandes venezianas de metal começaram a selar as paredes de vidro.

Eu fiquei pasma.

— Á cerca de três milhas antes do rio; ele está circulando pra se encontrar com a fêmea.

— Qual é o plano?

— Nós vamos despistá-lo, e então Alice e Jasper levam elas para o sul.

— E então?

O tom de Edward era mortal. — Assim que Bella e Cassie estiverem longe, nós vamos caçá-lo.

— Eu acho que não há outra escolha — Carlisle concordou, seu rosto severo.

Edward se virou para Rosalie.

— Leve elas lá pra cima e troquem de roupas. — Edward comandou. Ela olhou pra ele com um olhar lívido de descrença. — Coloque a sua em Bella.

— Porque eu deveria? — ela falou. — O que ela é pra mim, além de uma ameaça que você escolheu pra soltar entre nós.

Bella deu um passo para trás e eu lancei um olhar chateado para Rose.

— Rose... — Emmett murmurou, colocando uma mão no ombro dela. Ela afastou ele.

— Pode me emprestar as suas, Rose?

A loira me olhou por um momento, por algum motivo, ela ficava muito mais suave ao meu lado. Seu olhar se derreteu como ouro e ela assentiu silenciosa. 

Edward desviou o olhar de Rosalie como se ela nem tivesse falado, como se ela nem existisse. 

— Esme? — ele pediu calmamente.

— É claro — Esme murmurou.

Esme colocou Bella nos braços, levando-a para cima e Rose gentilmente me estendeu a mão, colocando-me em suas costas. Segundos e nós estávamos em um quarto bonito e sofisticado. A cara da barbie raivosa. 

— Rápido, Cassie. Tire a roupa.

— Nem uma bebida antes, loira? — Eu brinco para aliviar o clima e ganho um sorriso rápido dela. Retiro minhas peças e coloco as de Rose. Tínhamos pouca diferença de corpo, então as coisas não ficaram tão largas para mim. Passei os dedos sobre meu estômago, sentindo-o duro de nervoso. Por favor, que eu não tenha um treco bem aqui com cinco vampiros nesta casa!

— Isso ajuda? — Questionei colocando suas meias e seu tênis. Era o mesmo que vestir uma roupa nova, eles não produzem suor, afinal.

— Vai ajudar a confundir o pouco o seu cheiro. Por alguns minutos ele vai ficar confuso.

Quando terminamos, Rose novamente me poes em seus braços, ao pé das escadas, onde Alice estava esperando, uma pequena maleta de couro estava na mão dela. Cada uma delas agarrou um dos meus cotovelos e me carregaram enquanto voavam escadas abaixo.

Parecia que tudo já havia sido resolvido lá embaixo durante a nossa ausência. Edward e Emmett estavam prontos pra partir, Emmett carregava uma mala que parecia ser pesada sobre seu ombro. Carlisle estava passando algo pequeno para Esme. Ele se virou e passou a mesma coisa para Alice, era um pequeno celular prateado.

— Esme e Rosalie vão pegar seu carro, Cassie — ele disse enquanto passava por nós. 

— Alice, Jasper, levem a Mercedes. Vocês vão precisar dos vidros escuros no Sul.

Eles também balançaram a cabeça.

— Nós vamos com o Jipe.

Eu estava surpresa de ver que Carlisle pretendia ir com Edward. Eu me dei conta, com tristeza que Bella ficaria longe de Edward e isso a deixaria além de nervosa.

— Alice — Carlisle perguntou. — Eles vão morder a isca?

Todo mundo olhou pra Alice quando ela fechou os olhos e ficou incrivelmente rígida.

Finalmente ela abriu os olhos. — Ele vai seguir vocês. A mulher vai seguir a caminhonete. Nós seremos capazes de partir depois disso. — A voz dela era resoluta.

— Vamos lá — Carlisle começou a andar em direção á cozinha.

Edward puxou Bella para um canto, onde eles estavam tendo um momento. Eu torci meus dedos aflita, esperando o momento de partir. Quando estava saindo, Esme puxou-me para um abraço apertado.

— Vai dar tudo certo. — Ela disse suavemente. — Confie em nós.

Sorri para ela, mesmo sob a camada de nervosismo. — Eu confio.

— Agora! — Rosalie surgiu pela porta, seu olhar demorou-se um pouco em mim. 

— Cuide-se, por favor. — Eu digo e ela revira os olhos.

— Cuide-se você, humana. — É sua resposta atravessada. Mas seu olhar preocupado a entrega. Eu sorrio, fazendo um coração com a mão e piscando e finalmente ela sorri também. — Fique segura. — Ela diz dando-me às costas. 

Bella se aproxima, segurando minha mão. Ela aperta os meus dedos mas não diz nada.

Jazz e Alice estão esperando. Ele não tira os olhos de mim em momento algum, e agora já posso sentir seu medo, seu desespero e sua culpa. Quero dizer a ele para não fazer isso, mas quando vou abrir a boca o telefone de Alice toca e já parecia estar em sua ouvido antes mesmo de vibrar.

— Edward disse que a mulher está na cola de Esme. Eu vou pegar o carro. — Ela sumiu por dentro das sombras por onde Edward havia saído. Jasper se aproximou de mim, puxando-me para seus braços e eu rodeei sua cintura como uma criança. Sinto um beijo em minha testa.

— Você está errado. — Eu digo a ele, baixo demais para que Bella escute.

— No que, amor?

Ele sabe, claro que ele sabe.

— Amo você demais. Daria minha vida por você. — Respondo. — Não é sua culpa, por favor, não se sinta assim.

Ele suspirou, apertando-me contra ele.

— Não vou me perdoar se algo acontecer com você.

— Não vai acontecer. — Sussurro erguendo os meus olhos e tocando sua bochecha com minha mão. — Não vai. — Garanto, mesmo sem certeza nenhuma.

— Eu te amo. — Ele diz colocando sua mão sobre a minha. Então seus olhos lampejaram para Bella e ele inclinou a cabeça, condescende. 

— Você está errada, sabe. — Ele disse baixinho.

— O que? — Ela o olho nervosamente e eu fiquei curiosa também. 

— Eu posso sentir como você se sente no momento, e você vale a pena.

— Não valho não — Bella deixou os ombros caírem, e eu me aproximei dela, abraçando-a também. — Se algo acontecer á eles, terá sido por nada.

— Você está errada — ele repetiu, sorrindo carinhosamente pra mim e em seguida para ela. — Você é da família.

Eu não ouvi nada, mas do nada Alice entrou na sala pela porta da frente com os braços abertos pra mim.

— Posso? — ela perguntou para Bella.

— Você é a primeira a pedir permissão — minha irmã até sorriu e eu ri um pouquinho. Depois que Alice saiu com Bella, Jazz se aproximou, passando os braços por meu corpo, carregando-me como uma noiva. Eu o abracei apertando, projetando para ele todo o amor que eu sentia.

Ele mais uma vez me respondeu e eu sabia que faria qualquer coisa por esse homem. Até ser uma vampira. 


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