Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 16
Capítulo XVI.




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Eles emergiram um por um da floresta, se aproximando doze metros de uma só vez. O primeiro homem diminuiu imediatamente, permitindo que o outro homem ficasse na sua frente, se deixando guiar pelo homem alto, de cabelos escuros que deixou bem claro quem era que liderava o bando. A terceira era uma mulher; á distância, tudo que eu conseguia ver dela era que ela tinha um cabelo numa incrível tom de vermelho.

Eles se enfileiraram antes de continuarem se aproximando cuidadosamente da família Cullen, exibindo o respeito natural de uma tropa de predadores quando encontram um grupo maior da sua própria espécie.

Enquanto eles se aproximavam, eu reparei no quanto eles eram diferentes dos Cullens. O caminhar deles parecia de gato, e constantemente isso fazia parecer que eles estavam rastejando. Eles usavam o vestiário normal de qualquer mochileiro: jeans e uma camisa de botão casual, feita de um tecido pesado e á prova de água. No entanto, as roupas estavam desgastadas, pelo uso, e eles estavam descalços. Os dois homens tinham cabelos cuidados, mas o cabelo alaranjado da mulher estava cheio de folhas e sujeira da floresta.

Seus olhos rápidos estudaram o jeito mais educado, urbano de Carlisle, que, acompanhado de Emmett, andou cuidadosamente em frente para encontrá-los. Sem que nenhuma aparente comunicação acontecesse entre eles, eles se puseram numa postura mais usual, ereta.

O homem na frente era facilmente o mais bonito, sua pele tinha um tom de oliva por baixo da palidez de costume, o seu cabelo era de um preto forte. Ele tinha uma estatura média, tinha músculos fortes, é claro, mas não era nada comparado com a força muscular de Emmett. Ele tinha um sorriso fluente, que mostrava uma linha de grande dentes brancos brilhantes, estranhamente assustadores.

A mulher tinha um aspecto mais selvagem, os olhos rápidos dela olhavam sem descanso para o homem que estava na frente dela, e para o grupo que estava ao nosso redor, seu cabelo caótico estava voando levemente com a brisa. Sua postura era distintamente felina. 

O segundo homem se movia sem parar atrás dele, mais leve que o líder, seus cabelos castanho claro e feições retangulares eram indescritíveis. Seus olhos, no entanto, completamente imóveis, de alguma forma pareciam muito vigilantes sobre mim. Eu estremeci e Jasper apertou meus dedos, concentrei-me em ficar calma ou tiraria sua concentração, mas eu estava realmente apavorada, como nunca estive na vida.

Os olhos desse vampiro eram diferentes também. Não eram do dourado ou preto que eu cheguei a esperar, mas de um vermelho profundo que era muito perturbador e sinistro.

O homem de cabelos escuros, ainda sorrindo, deu um passo em direção á Carlisle.

— Nós pensamos ter ouvido um jogo — ele disse numa voz relaxada que tinha um leve sotaque francês. — Eu sou Laurent, estes são Victoria e James. — Ele fez gestos para os outros vampiros ao seu lado.

— Eu sou Carlisle. Esta é minha família, Emmett, Cassie, Jasper, Rosalie, Esme e Alice, Edward e Bella. Ele nos apontou em grupos, deliberadamente não chamando a atenção para indivíduos.

— Vocês tem espaço para mais alguns jogadores? — Laurent perguntou num tom sociável.

Carlisle imitou o tom amigável dele. — Na verdade, nós já estávamos acabando. Mas certamente estaríamos interessados numa outra hora. Vocês pretendem ficar por muito tempo?

— Nós estávamos indo para o Norte, na verdade, mas ficamos interessados em ver a vizinhança. Nós não encontramos companheiros há um bom tempo.

— Não, essa região geralmente está vazia, com exceção dos visitantes inesperados, como vocês.

A tensa atmosfera havia lentamente se transformado numa conversa casual; Jasper estava usando seu dom para controlar a situação. Mas eu sabia o esforço que ele estava fazendo para se manter calmo. 

— Qual é extensão de área onde vocês caçam? — Laurent inquiriu casualmente.

Carlisle ignorou a intenção por trás da pergunta. — A extensão Olympica aqui, acima e abaixo da Costa, em certas ocasiões. Nós mantemos residência permanente aqui perto. Há outra residência permanente como a nossa perto de Denali.

Laurent se virou um pouco nos calcanhares.

— Permanente? Como vocês conseguem? — Havia uma honesta curiosidade na voz dele.

Porque vocês não vão á nossa casa onde podemos conversas confortavelmente? — Carlisle convidou. — É uma história longa.

James e Victoria trocaram olhares surpresos com a menção da palavra “casa”, mas Laurent controlou melhor a sua expressão.

— Isso parece muito interessante, e bem vindo — seu sorriso era genial. — Nós estivemos numa caçada em Ontário, e ainda não tivemos a oportunidade de nos limpar apropriadamente. — Ele moveu seus olhos apreciando a figura refinada de Carlisle.

— Não se ofendam, mas gostaríamos se vocês refreassem as suas caças nessa área. Nós temos que nos manter fora de suspeita, vocês entendem. — Carlisle explicou.

— É claro. — Laurent afirmou com a cabeça. — Nós certamente não vamos invadir o seu território. Nós comemos quando viemos de Seattle, mesmo. — Ele sorriu. Um arrepio percorreu a minha espinha com a menção do termo comida. 

Um sorriso assustador enfeitava os lábios do vampiro chamado James e ele ainda não havia tirado os olhos de mim e Jasper, mesmo que o corpo de Jazz estivesse cobrindo boa parte do meu.

— Nós vamos te mostrar o caminho se vocês quiserem correr conosco, Emmett e Alice, vocês vão com Edward e Bella pegar o Jipe, Cassie e Jasper podem ir com a Mercedes. — Ele disse casualmente.

Três coisas pareceram acontecer simultaneamente enquanto Carlisle estava falando. Uma rajada de vento voou, jogando o cabelo de Bella para o rosto, e entendi na hora que nossos aromas foram junto, Edward  e Jasper ficaram rígidos, e o segundo homem, James, virou sua cabeça de repente, me estudando, sua narinas infladas.

Uma rápida rigidez passou entre eles quando James começou a rastejar mais pra perto. Jasper mostrou seus dentes, numa posição de defesa, um rosnado de animal brotou da garganta dele.

Não foi nada como os sons de brincadeira que eu ouvi dele esta manhã. Foi o ruído mais ameaçador que já tinha ouvido, e arrepios percorreram todo o meu corpo, desde o meus fios de cabelo até os calcanhares.

— O que é isso? — Laurent perguntou surpreso. Nem Jasper, Edward ou James relaxaram suas posições agressivas. James se moveu levemente para o lado, e Jasper se moveu em resposta.

— Elas estão conosco. — A repulsa de Carlisle foi pra James. Laurent pareceu sentir meu cheiro com menos força que James, mas agora a consciência desceu no seu rosto.

— Vocês trouxeram um lanche? — ele perguntou com uma expressão incrédula, dando um passo involuntário á frente. Os olhos focalizando a mim e minha irmã com um desejo assustador.

Edward rosnou ainda mais ferozmente, asperamente, seus lábios se curvando sobre seus dentes brilhantes que estavam á amostra. Laurent andou pra trás de novo.

— Eu disse que elas estão conosco. — Carlisle corrigiu com uma voz dura.

— Mas são humanas! — Laurent protestou. As palavras não eram agressivas, apenas um tanto quanto surpresas.

— Sim — Emmett ficou muito mais visível do lado de Carlisle, seus olhos estavam em James. Estávamos rodeadas agora por todos os Cullens e eu estava com medo.

James lentamente abandonou sua posição, mas seus olhos não saíram de cima de mim, sua narinas ainda infladas. Jasper continuou tenso como um leão na minha frente.

Quando Laurent falou, seu tom estava suavizado, tentando afastar a hostilidade repentina. — Aparentemente temos muito a aprender uns sobre os outros.

— Realmente — a voz de Carlisle ainda estava fria.

— Mas nós gostaríamos de aceitar seu convite — seus olhos vacilavam entre Carlisle e eu.

— E é claro que não iremos causar nenhum mal as humanas. Não iremos invadir seu espaço, como eu disse.

James olhou sem acreditar e agravado para Laurent e trocou outro breve olhar com Victoria, cujos olhos ainda passavam rapidamente de rosto para rosto.

Carlisle mediu a expressão aberta de Laurent antes de falar.

— Nós iremos mostrar o caminho. Emmett, Esme? — ele chamou. Alice estava instantaneamente ao lado de Bella, enquanto Rose juntou-se a mim. Emmett ficou atrás lentamente, seus olhos se travaram quando ele passou por James.

— Vamos, Bella. — A voz de Edward era baixa e inexpressiva. Eu olhei para Jasper e pela primeira vez desde que nos conhecemos, eu não o sentia mais. Ele estava silencioso para mim, temi o que isso queria dizer e apertei seus dedos. Mas ele não me olhou de volta.

Tudo bem, Cassie. Não é o momento certo para inseguranças. Ordenei a mim mesma e continuei caminhando junto do grupo. Bella me lançava olhares nervosos a cada passo que dava e eu assentia a todos eles. Eu também estava morrendo de medo.

— Eu vou com Bella e Alice em um carro. — Edward disse. — Você vai com Cassie e Rosalie em outro. — Ele jogou as chaves para Jasper e meu namorado assentiu, silencioso.

— Para onde? — Questionei sem ter resposta. Olhei para Bella alarmada e ela parecia igualmente confusa.

 Assim que chagamos á floresta, Jasper me jogou em suas costas sem parar de andar. Eu me agarrei o mais forte que pude quando ele começou a correr, os outros bem atrás dele. Eu mantive minha cabeça abaixada, mas meus olhos, arregalados de medo, não quiseram fechar. 

Eles se moviam pela floresta negra como fantasmas. A sensação de alegria que parecia dominar durante o dia estava completamente ausente. Em seu lugar havia uma fúria que o possuía e fazia ele ir ainda mais rápido. Mesmo eu estando nas costas dele, os outros acabaram ficando pra trás. Agora eu o sentia e isso estava me deixando seriamente preocupada. De onde veio toda essa raiva?

Nós rapidamente chegamos no Mercedes de Carlisle, Jasper ainda estava sério, bastante concentrado. Eu entrei no carro, tentando não atrasá-lo ainda mais. Rosalie tomou o banco da frente e ele o motorista. Não demorou para que ele saísse cantando pneus.

Ele e Rosalie conversavam rápido, sobre murmurios e eu não podia entender nem metade. Mas quando começamos a pegar a rodovia principal, que seguia para a saída da cidade eu me enfiei entre os brancos.

— Não podemos ir.

— Temos que ir. — Ele respondeu aflito.

Eu toquei seu braço. — Não posso deixar minha irmã e meu pai. Não assim. Por favor, vamos voltar.

— Cassie... Por favor, me deixe te proteger. — Ele me olhava com tanta aflição que eu tive que puxá-lo para mim, mesmo naquela posição desconfortável.

— Por favor, não posso deixá-los assim. — Suspirei. — Por favor.

Ele me olhou por um momento antes de virar o volante. Eu cai no banco e em seguida estávamos na estrada principal outra vez. A viagem sacudida foi muito pior dessa vez e o escuro só a tornou mais assustadora. Rosalie não parava de olhar pra fora pela janela e isso era ainda mais arrepiante.

O telefone tocou a Rosalie atendeu falando rápido demais.

— Eles estão na casa dela. — Disse Rose. — Criaram um plano, vão despistar o pai e manda-las para longe. Alguém vai com elas para outra cidade e o resto de nós fica aqui para mandá-los embora.

— O que? Rose? O que disseram pra você? — Tentei entender mas ela falava rápido demais.

— Vão você e Alice. É melhor. O dom dela vai facilitar.

— Mas e o pai? — Questionei-a.

Rose me olhou com compaixão. — Vou cuidar dele, Cassie. 

Jasper apertou o volante com mais força, porém nenhum dos dois me respondeu. O velocímetro estava quase em seu limite e não levou mais de minutos para ele estacionar em frente a minha casa. 

— Desce, Cassie. Isabella vai te explicar. — Rose orientou e eu olhei para Jasper por um momento antes de pular para fora do carro. A porta estava aberta e um Charlie confuso estava ao pé da escada, vi Bella subindo para nosso quarto e batendo a porta com força.

Cassie? Mas o que...

Eu o olhei rapidamente. — Desculpa pai, me desculpa, por favor. — Deixei-o para trás e corri escadas acima. 

— Abre Bella, sou eu! — Ela abriu a primeira ordem, puxando-me para dentro.

— Separe só o essencial. — Disse rápido e apressadamente. — Vou dizer a Charlie que está na hora de voltar em casa e você diz que está indo me impedir, algo assim, temos que ir rápido, Edward disse que podem vir atrás do Charlie...

Bella? Cassie? — A voz de Charlie soou nervosa e preocupada do outro lado da porta e meus olhos se encheram de lágrimas.

Os olhos cheios de lágrimas dela me encararam e meu coração doeu por ter que ajudá-la a magoar Charlie, mas eu assenti, pegando uma bolsa e colocando algumas coisas essenciais lá dentro. Minha mente estava nublada, eu estava ansiosa, nervosa e com medo. Mal vi o que tinha dentro da bolsa.

— O que ele quer? — Eu sussurrei. —

— Você e eu. — Ela respondeu igualmente assustada. — Edward viu em sua mente que ele se encantou por você ou coisa assim, e que quer o meu sangue. Não sei o que é pior, Cassie. — Sua voz beirava o desespero. Peguei sua mão, puxando-a para um abraço. — O que vai acontecer agora? Eu estou com medo!

— Vai ficar tudo bem, eles vão cuidar disso. — Garanti a ela. 

Cassie...

Eu a empurrei em direção a porta. — Vamos, rápido! Vai ficar tudo bem. Vá na frente, vou atrás.


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