Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 15
Capítulo XV.


Notas iniciais do capítulo

Que acham de mais uma capítulo hein gatas? askasokas
Tem trechos no livro nesse cap, por isso ele ficou maiorzinho. ♥



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Nós estávamos no meio do caminho quando Bella ligou.

— Bells?

— Cassie? Você pode vir para casa? 

— O que houve Bella?

Ela deu uma respiração profunda antes de falar. — Billy Black veio dizer algo ao Charlie. — Eu suspirei. Billy Black, pai de Jacob Black. É claro que ele tinha que se meter. Ele vinha tendo encontros aparentemente casuais com Bella e Edward há algum tempo. 

— Certo, eu estou indo. — Encerro a ligação e olho para Emmett, mas ele já está fazendo a volta. Não demora a me deixar em frente de casa.

O Ford preto está estacionado em frente a nossa garagem.

— Cachorros irritantes. — Resmunga Rosalie irritadiça. 

Bella estava na porta, conversando com os dois e eu podia ver a tensão irradiante de seu corpo. Suspirei outra vez.

— Obrigada por me trazerem até aqui. — Eu disse atenta aos olhos dos dois Quileutes sobre nós. — Você vem mais tarde, Jazz?

— Talvez eu deva ficar com você. — Ele diz encarando-os pela janela. Jasper está sério, assim como Emmett, o que é surpreendente.

— Não precisa. — Digo com pressa, porque nunca o vi tão tenso assim. — Vou ficar bem.

— Não sei. — Ele diz ainda compenetrado sob o olhar raivoso de Billy Black. Pego seu rosto, afastando-o da visão de Billy e quando os olhos em encontram, vejo a suavidade tomar conta da iris dourada. — Certo, tenha cuidado sim?

— Claro, eles são só fofoqueiros. Nada demais.

— Claro, claro. — Concorda rapidamente. — Ainda assim, cuidado.

Sorrio assentindo para tranquiliza-lo. — Certo. Você vem mais tarde? 

—  É claro, amor. — Ele beijou-me com carinho. — Estarei aqui ao entardecer. Se agasalhe bem.

— Claro, pode deixar. — Eu pulo para fora do jipe e aceno para eles, que arrancam com o carro rapidamente. Mais a frente vejo o Volto prata virar a esquina. Bella me encara ansiosa e eu caminho até ela, parando ao seu lado da porta.

— Olá. — Digo aos dois.

Jacob Black me encara curioso e Billy Black parece desconfiado. Com certeza porque eu sou a Swan que renegou às próprias raízes.

— Você deve ser Cassie Swan.

— Sou eu. — Digo assentindo com a expressão séria. — Vocês são...?

— Sou Billy Black e esse é Jacob, meu filho. — Mesmo na cadeira de rodas, Billy Black pode ser estranhamente assustador. — Eu estava entregando para Bella esse peixe, quando chegou, Cassie.

— Hum. — Eu digo observando o pacote com falso interesse. — Acho que Charlie vai gostar. Vocês gostariam de entrar?

— É claro. Seria ótimo, hein pai? — Bella abre a porta e Jacob se apressa empurrando a cadeira para dentro. Bella e eu trocamos um olhar e seguimos aos dois para o interior da casa. 

— Você vai querer colocar isso na geladeira — Billy disse enquanto entregava o pacote para Bella.  — É um dos peixes fritos do Criadouro do Harry, é o favorito de Charlie. A geladeira mantém ele mais seco. — Ele levantou os ombros.

— Obrigada — Eu disse bastante séria. — Nós já estávamos ficando sem variedades não é Bella?

— Sim, ainda mais o que irá trazer hoje. — Ela deu de ombros.

— Pescando de novo? — um brilho súbito apareceu nos olhos de Billy. — No lugar de sempre? Talvez eu vá até lá pra ver ele.

— Não. — Eu interrompo. — Ele foi em um lugar diferente hoje, mas eu não tenho ideia de onde é.

Ele notou a mudança na minha expressão, isso deixou ele pensativo.

— Jake — ele disse ainda me analisando. — Porque você não vai pegar a foto nova de Rebecca no carro? Eu vou deixar aqui pra Charlie também. As meninas podem se lembrar...

— Onde está? — Jacob perguntou, sua voz sombria. Eu olhei pra ele, mas ele estava olhando para o chão, suas sobrancelhas estavam juntas. Parecia ter só uns dezesseis anos e ficou claro como Bella conseguiu flertar com o garoto. Ele parecia especialmente interessado em orbitar ao redor dela. 

— Eu acho que vi na mala — Billy disse. — Talvez você tenha que procurar um pouco.

Jacob saiu na chuva.

Billy e eu encaramos um ao outro em silêncio, ele olhava de mim para Bella talvez sem saber quem era o alvo mais fraco. Depois de alguns segundos, o silêncio começou a ficar incômodo, então eu me virei e fui para a cozinha. Eu podia ouvir o barulho que suas rodas faziam no chão enquanto ele me seguia, assim como os passos da minha irmã.

Eu coloquei o pacote que Bella me estendeu na prateleira lotada da geladeira, e me virei pra confrontá-lo. Seu rosto cheio de linhas profundas estava ilegível.

— Charlie vai demorar muito pra voltar, senhor Black. — Minha voz era quase rude.

Ele afirmou de novo com a cabeça, mas não disse nada.

— Obrigada de novo pelo peixe frito — eu repeti.

Ele continuou balançando a cabeça. Eu dei um suspiro e cruzei meus braços no peito. Ele pareceu pressentir que eu havia dado um fim á pequena conversa e se virou para minha irmã. – Bella — ele começou, mas então hesitou.

Eu esperei pronta para entrar em defesa da minha irmã.

— Bella — ele disse de novo. — Charlie é um dos meus melhores amigos.

— Sim. — Concordou ela nem pouco gentil.

Ele falou cada palavra cuidadosamente com sua voz estrondosa. — Eu reparei que você tem passado algum tempo com um dos Cullen. Na verdade, vocês duas, vejo agora. — Me olhou rapidamente.

— Sim — eu concordei curtamente.

Seus olhos se estreitaram. — Talvez não seja da minha conta, mas eu não acho que essa seja uma ideia muito boa.

— Você tem razão — eu concordei. — Não é da sua conta, senhor Black.

— Pode me chamar de Billy, criança. — Fechei a cara para o adjetivo, a forma como ele disse criança é como se eu fosse burra demais para estar andando com vampiros. Ele ergueu uma das sobrancelhas cinzentas com o meu tom. — Provavelmente vocês não sabes disso, mas os Cullen têm uma má reputação lá na aldeia.

— Na verdade, nós sabemos disso. — Bella responde com uma voz dura. Isso surpreendeu ele.

— Mas a reputação não pode ser merecida, não é? Porque os Cullen nunca puseram o pé na sua aldeia, puseram? — Ele foi pego de surpresa por Bella saber sobre o acordo entre os Cullens e os Quileutes. 

— Isso é verdade — ele disse, seus olhos cuidadosos. — Vocês parecem... bem informadas sobre os Cullen. Mais informadas do que eu esperava.

Eu encarei ele. — Talvez até mais bem informadas do que você, senhor Black.

Ele torceu seus lábios finos enquanto considerava isso. — Pode ser — ele concordou, mas seus olhos eram astutos. — Será que Charlie está assim tão bem informado?

Trinquei os dentes, irritada com o rumo dessa conversa.

— Charlie gosta muito dos Cullens — Eu declarei. — O que ele não gosta é de fofocas.

Sua expressão estava insatisfeita, mas não estava surpresa.

— Não é da minha conta — ele disse. — Mas pode ser da de Charlie. 

— De novo, isso não é da sua conta, Billy. Saber se é da conta de Charlie ou não, não é?

Ele pensou nisso por um momento, enquanto a chuva que batia no telhado era o único barulho que quebrava o silêncio.

— Sim — ele finalmente disse. — Eu acho que sim.

Eu suspirei irritada. — Ótimo, Billy. Bella e eu temos nossos namorados, aprovados por Charlie, claramente. Talvez você devesse cuidar do seu garoto que está em casa. Um adolescente já é bastante difícil para você vir cuidar dos filhos dos outros.

— Cassie... — Bella tocou meu braço. 

— Só pense no que você está fazendo, Bella — ele olhou para minha irmã, franzindo os olhos.

— Tudo bem — ela concordou fracamente.

Ele fez uma carranca. — O que eu quis dizer foi, não faça o que você está fazendo.

Ele realmente parecia preocupado. E sinceramente, eu também estaria se estivesse vendo Bella se entregar tão de corpo e alma para um vampiro que ela conhece há tão pouco tempo. Mas quem era eu para julgar? E quem era Billy Black?

— Não tem foto nenhuma no carro. — O tom de reclamação de Jacob nos alcançou antes dele aparecer no campo de visão. Os ombros da camisa dele estava molhado, seu cabelo estava pingando quando ele entrou na cozinha.

— Hmm — Billy grunhiu, ficando imparcial de repente, virando a sua cadeira de rodas para olhar para o filho. — Eu acho que deixei em casa.

Jacob rolou os olhos dramaticamente. — Ótimo.

— Bem, Bella, diga a Charlie — ele parou antes de continuar — que nós viemos, quer dizer.

— Eu digo — ela murmurou baixinho.

Jacob pareceu surpreso. — Nós já vamos?

— Charlie vai ficar fora até tarde — ele explicou enquanto passava na frente do filho.

— Oh — Jacob pareceu desapontado. — Então, eu acho que a gente se vê depois, Bella. Tchau Cassie, prazer te conhecer. — Ele acenou chateado. 

— Tchau Jacob. — Assenti com a cabeça, acompanhando-os até a porta. Billy me olhou por um momento. 

— Se cuide, Cassandra. — Billy me avisou em um tom mórbido. Eu não respondí, limitando-me a fechar a porta logo após ele passar por ela.

Me recostei sobre a madeira da porta, soltando o ar. Bella me olhou preocupada. — Acha que ele vai falar para Charlie?

— O que? Que temos namorados vampiros? — Balancei a cabeça. — Quem seria o maluco que acreditaria nisso?

Bella sorri divertida. — Nós?

Dou de ombros, soltando o ar. — É, somos malucas mesmo. 

Antes que Bella e eu pudessemos falar mais, o telefone tocou e Bella correu para atender. Eu me sentei sobre o sofá, ligando a tv e zapeando pelos canais pagos. Parei em um canal de esportes e fiquei ali assistindo aquele programa completamente desinteressante e sem utilidade para mim. Podia ouvir Bella conversando com Jessica no telefone e ainda não entendia porque ela tinha amizade com essa garota. 

Eu peguei o celular, mandando uma mensagem para Ellie, contando para ela sobre a nossa noite. Foi um texto enorme, mas não levou um minuto e recebi de volta uns vinte corações apaixonados e um animado "Conta mais!" da minha amiga. Fiquei conversando por mensagem com Ellie por algum tempo, até ver a ponta da frente se abrir e Charlie passar por ela.

Ele deixou a arma pendurada na saída da porta e retirou a farda parecendo cansado.

— Oi pai. — Eu sorri e ele se aproximou.

— Não me olhe assim, mocinha. — Ele se abaixou, beijando a minha testa. — Onde passou a noite? Não gostei nada daquele bilhete.

— Com a Ellie, pai.

— Cassandra. Sua mãe me contou que Eleonor mora na Califórnia. Você foi pra Califórnia?

Ponderei se isso seria pior que passar a noite com Jasper.

— Certo, eu passei com Rosalie Hale.

Bem melhor que Alice Cullen, a ex.

— Dos Cullens?

— Sim.

— Irmã do seu namorado?

Joguei os braços. — Viu, por isso eu não contei. Você ia achar que estive com Jasper.

— E não esteve? 

Neguei com veemência, parecendo ofendida. — Claro que não, pai. 

— Deixe-me falar com Rosalie então.

Eu engasguei com a minha própria saliva, vendo o olhar vitorioso de Charlie. Merda, é agora que eu fico de castigo. Estava pronta para confessar quando meu celular tocou. O número desconhecido brilhando na tela.

— Alô? — Eu levei o aparelho ao ouvido, sob o olhar atendo do Charlie.

— Sorte a sua que eu fui com a sua cara, humana. E que Alice tem visões. Agora converse como se fôssemos amigas. Tudo bem, Cassie?

Merda. Essa família é incrível!

— Rose! Não morre tão cedo. — Eu cantarolei no telefone como a atriz que nunca aprendi a ser. — Charlie estava agora mesmo pensando em te ligar.

— Certo, agora aja como se eu perguntasse o motivo. — Sua voz soou entediada do outro lado da linha.

— Bem, é porque meu pai não confia o suficiente em mim, entende? Ele acha que eu estava com o seu irmão. 

— Certo, passe para ele.

— É claro. — Eu estendi o telefone para Charlie e ele me olhou desconfiado. — Ela quer falar com você. 

Charlie pigarreou, sem graça. — Olá, Rosalie. Hum, sim, é claro. Eu entendo. Imagine, não. — Charlie corou. — O que é isso. Não, eu entendo. Sim, sim, é claro. — Um sorriso surgiu em seu rosto. — Quando quiser, querida. É claro, imagine. — Ele me estendeu o telefone.

— Você me deve uma, humana.

— É claro, divindade suprema. — Respondo para ela. — Eu te amo por isso.

Ouço ela bufar do outro lado. — Agradeça a Jasper. Eu devia deixar seu pai tentar castrá-lo.

— Oh não. — Eu rio. — Tchau, Rose. 

Ela desliga o telefone em minha cara. 

— Menina mau educada. — Digo emburrada encarando ao aparelho. Charlie pelo menos, não me olha mais desconfiado. — Viu, pai?

— Uhum. — Ele responde. — Vou subir tomar um banho. E a Bella?

— Cozinha, eu acho.

Charlie foi para lá e quando eu o segui, encontrei ele e Bella sobre a mesa. O cheiro do peixe estava ótimo, então me preparei para sentar ao lado deles. Bella estava contando sobre o novo amorzinho dela. Isso seria bem engraçado. 

— Na casa do Dr. Cullen? — ele perguntou espantado.

Bella agiu exatamente como uma borboleta, como se nem notasse que papai estava quase tendo um treco ali. 

— O que você estava fazendo lá? — Ele não pegou mais o seu garfo.

— Bem, eu meio que tenho um encontro com Edward Cullen essa noite, então ele queria me apresentar aos seus pais... Pai?

Parecia que Charlie estava tendo um aneurisma.

— Você está saindo com Edward Cullen? — sua voz parecia um trovão.

Uh- oh. — Eu pensei que você gostasse dos Cullen. Cassia namora um Cullen.

— Me deixa fora dessa. — Resmunguei enfiando um pedaço do peixe na boca. Minha irmã me fuzilou com os olhos.

— Ele é velho demais pra você — ele se alterou.

— Nós temos a mesma idade — ela corrigiu, apesar dele estar mais certo do que imaginava. — E Jasper é mais velho que Cassie.

— E eu sou mais velha que você. — Pontuei e recebi outro olhar raivoso. Eu era dois anos mais velha que Bella e Jasper era só uns duzentos mais velho que eu.

— Espere... — ele pausou. — Qual deles é Edwin?

— Edward é o mais novo, o que tem o cabelo castanho avermelhado. — Tive vontade de dizer ao papai para relaxar, porque como esses dois são, talvez permaneçam virgens por uma década. Mas fiquei em silêncio, é claro.

— Oh, bem, isso é — ele pelejou — melhor, eu acho. Eu não gosto do jeito daquele grandão. Eu tenho certeza de que ele é um bom rapaz, e tudo mais, mas ele parece... maduro demais pra você. Esse Edwin é seu namorado?

— É Edward, pai.

— Ele é?

— Mais ou menos, eu acho.

— Noite passada você disse que não estava interessada em nenhum dos garotos da cidade. 

Mas ele pegou o garfo, então eu sabia que o pior havia passado.

— Bem, Edward não mora na cidade, pai. — Me intrometi outra vez.

Eles me deram uma olhada assassina enquanto mastigava.

— E, de qualquer forma — Bella retomou. — É uma espécie de fase inicial, sabe. Não me envergonhe com aquele papo de namorado, está bem?

— Quando ele vai vir?

— Ele estará aqui em alguns minutos.

— Pra onde ele vai te levar?

— Cassie vai também. — Ela disse.

— Para onde? — Charlie virou para mim. 

Eu gemi alto. — Eu espero que você já esteja tirando a Inquisição Espanhola da sua cabeça agora. Nós vamos jogar baseball com a família dele.

O rosto dele se contraiu, e então ele finalmente deu uma gargalhada, observando Bella com descrença. — Você vai jogar baseball?

— Bom, provavelmente eu vou ficar assistindo na maioria do tempo. — Ele observou cheio de suspeitas a resposta dela.

Eu ouvi o barulho de um motor encostando na frente de casa. Bella também ouviu, porque pulou da cadeira e comecei a limpar os pratos. Até o meu.

— Ei Bella!

— Você já comeu muito! — Ela disse eufórica.

 

 

 

 

— Deixe os pratos, eu lavo eles hoje. Vocês me mimam muito. — Papai fez um gesto suave.

A campainha tocou, Charlie se levantou e foi atender. Bella rapidamente os seguiu e eu suspirei, arrastando-me para o sofá.

— E ai, Edward. — Acenei jogando-me no sofá.

— Entre, Edward.

Eu respirei de alívio quando Charlie acertou o nome dele. Mas seria legal vê-lo chamando Edwin para lá e pra cá.

— Obrigado, Chefe Swan — ele disse com uma voz respeitosa. Todo bonitinho esse meu cunhado.

— Vá em frente me chame de Charlie. Aqui, eu seguro seu casaco.

— Obrigado, senhor.

— Sente-se aqui, Edward.

Eu fiz uma careta.

Edward se sentou fluidamente no sofá oposto, ao lado de Bella que parecia que ia ter um ataque, me forçando a sentar com o Chefe Swan no sofá. 

— Então, eu ouvi dizer que você vai levar minha garotinha pra jogar baseball. — Só em Washington o fato de praticar esportes ao ar livre num dia chuvoso era algo normal. Até na Califórnia onde quase todo mundo é esportista, os dias chuvosos são exclusivos para o sofá.

Vampiros loucos.

— Sim, senhor, esse é o plano. — Ele não parecia surpreso pelo fato de Bella ter dito a verdade para o meu pai. No entanto, ele pode ter estado escutando. Será que ouviu quando disse que eles iam ser virgens por uma década? Edward me lançou um rápido olhar irritado e eu sorri. Ouviu mesmo. Mexeriqueiro. 

— Bem, mais poder pra você, eu acho.

Charlie sorriu, e Edward se juntou a ele.

— Tudo bem — Bella disse ficando em pé. — Chega de piadas ás minhas custas. Vamos lá. — Ela saiu pegando o casaco de todos, inclusive o meu. — Vamos, Cassandra.

— Calma, Bella. O papai não atira, né pai?

— Vamos, Cassie! Jasper está ai fora! — Ela disse, puxando-me.

Eu abri um sorriso. — Uh, agora me convenceu. — Eu sai para fora e observei meu lindo namorado apoiado sobre o carro. Ele se aproximou, beijando-me rapidamente e se aproximou de Charlie.

— Olá Charlie.

— Oi rapaz. — Charlie abraçou Jasper em um daqueles abraços de homem. — Cuide das minhas meninas. — Ele disse como se Edward nem estivesse lá.

— Claro, chefe. — Jasper brincou e nós nos afastamos.

— Não volte tarde, Bells. E nem você, Cassandra. Estou de olho. — Apontou para mim.

— Tudo eu, tudo eu. — Digo dramaticamente.

— Não se preocupe, Charlie, eu vou trazê-la cedo — Edward prometeu.

— Tome conta da minha garota, está bem?

— Ela estará segura, senhor, eu prometo.

Charlie não conseguiu duvidar das palavras de Edward, elas estavam em cada palavra.

Jazz novamente me ajudou a subir no jipe e Bella e Edward foram no banco de trás juntos, enquanto meu namorado dirigia.

— Rose e Emm estão lá? — Perguntei a Jazz e ele concordou com a cabeça. — O que ela disse ao Charlie? — especulei.

Jasper riu, mas não quis me contar de forma nenhuma. Balancei a cabeça.

— Isso tiraria meu crédito com você, amor. Já estou sendo bastante zoado por Emmett. 

— Certo. — Concordei desconfiada. Nós dirigimos até certa altura e então chegamos ao final da estrada. Quando descemos, Jasper me estendeu a mão. — Quer que eu monte em você?

— Sim. — Ele sorriu malicioso com ar de riso.

Revirei meus olhos. — Querido, sabe que essa não é minha posição favorita.

Jasper gargalhou. 

— Vocês são nojentos. — Edward passou por nós e Bella me encarava vermelha como um tomate.

— Menos, Cassie.

— Tapem os ouvidos. — Cantarolei com uma risada. Jasper se abaixou e eu me agarrei a ele como um bicho preguiça. 

Ele me guiou pela avencas altas e molhadas, e pelos musgos pingando, ao redor de uma árvore gigantesca de cicuta, e lá estávamos nós, na beira de uma enorme campo aberto ás margens dos penhascos do

Olímpico. Era duas vezes maior do que qualquer campo de baseball.

Eu podia ver todos os outros lá; Esme, Emmett, e Rosalie, sentados numa espécie de banco de pedra eram os mais próximos de nós, á cerca de cem metros de distância. Muito mais distante eu podia ver Alice que estava a pelo menos duzentos e cinquenta metros de nós, aparentemente jogando alguma coisa pra trás e pra frente, mas eu nunca vi nenhuma bola.

Parecia que Carlisle estava marcando as bases, mas será que elas poderiam ser assim tão afastadas?

Quando nós aparecemos, os três que estavam na rocha se levantaram.

Esme começou a vir na nossa direção. Emmett seguiu ela depois de uma longa olhada para as costas de Rosalie; Rosalie havia se levantado graciosamente e foi andando para o campo depois de me olhar com uma piscadela. 

— Foi você que nós ouvimos, Edward? — Esme perguntou enquanto se aproximava.

— Parecia um urso gargalhando — Emmett esclareceu.

Bella sorriu sem graça e hesitantemente pra Esme. — Foi ele.

— Eu não ouvi nada. — Sussurrei para Jasper, mesmo sabendo que todos ouviriam.

— Eles estavam a frente demais para seus ouvidos humanos. — Jasper disse com carinho.

Odiava ficar de fora das piadas. Recebi um olhar vitorioso de Edward em resposta ao meu pensamento. 

— Bella foi não intencionalmente engraçada — Edward explicou, rapidamente arrumando o placar.

Alice havia deixado a posição dela e vinha correndo, ou dançando, na nossa direção. Ela parou fluidamente perto de nós. — Chegou a hora — ela anunciou.

Assim que ela terminou de falar, um trovão profundo se fez ouvir fazendo a floresta tremer, e então ele foi na direção da cidade.

— Melancólico, não é? — Emmett disse com uma familiaridade fácil, piscando pra mim.

— Vamos lá — Alice agarrou a mão de Emmett e eles seguiram em direção ao campo gigante; ela corria como uma gazela. Ele era quase tão gracioso e tão rápido, apesar de Emmett não poder ser comparado com uma gazela.

— Vocês estão prontas pra ver um jogo? — Edward perguntou, seus olhos ansiosos, brilhando.

— Vai time! — Bella deu um soquinho no ar e nós rimos.

A corrida dele foi mais agressiva, mais um leopardo do que uma gazela, e ele rapidamente alcançou os outros dois. A graça e o poder tiraram meu fôlego.

— Fique atenta. — Jasper disse dando-me um beijo rápido e correndo ao encontro dos outros. Claramente um predador, sensual e bonito. Recebi ondas do sentimento recíproco e ri. 

— Vamos descer? — Esme me perguntou com sua voz suave, melódica, e eu me dei conta de que estava olhando pra ele como uma tarada. Bella deu uma risadinha e eu a empurrei. Eu rapidamente refiz minha expressão e balancei a cabeça. Esme manteve alguns pés de distância entre nós, eu me perguntei se ela estava tomando cuidado pra não nos assustar. Esme combinou seus passos com os meus sem parecer se incomodar com a velocidade.

— Você não joga com eles? — eu perguntei timidamente.

— Não, eu prefiro ser a juíza, eu gosto de mantê-los honestos — ela explicou.

— Então eles gostam de roubar? — perguntou Bella.

— Oh sim, vocês deviam ouvir os argumentos que eles inventam! Na verdade, eu preferia que vocês não ouvissem, eu não quero que você pense que eles foram criados por um bando de lobos.

— Você fala como a minha mãe — eu ri, surpresa.

Ela sorriu também. — Bom, eu penso neles como meus filhos, de certas formas. Eu nunca superei meus instintos maternos, os meninos te contaram que eu perdi um filho?

— Não — eu e Bella respondemos juntas, igualmente sentidas pelos sentimentos nos olhos de Esme.

— Sim. Meu primeiro e único filho. Ele morreu apenas alguns dias depois do seu nascimento, o pobrezinho — ela suspirou, — Isso partiu meu coração — foi por isso que eu pulei com abismo, sabe. — Ela disse como se estivesse atestando um fato.

— Edward disse que você c-caiu — Bella gaguejou. 

— Sempre um cavalheiro. — Ela sorriu. — Edward foi o primeiro dos meus novos filhos. Eu sempre pensei nele dessa forma, mesmo apesar dele ser mais velho que eu, de certa forma pelo menos. — Ela sorriu calorosamente para nós. — É por isso que eu estou tão feliz que ele tenha encontrado você, querida. — A palavra saiu muito natural nos lábios dela. — Ele foi o homem estranho por muito tempo; e me machuca vê-lo sozinho.

Bella sorriu agradecida e ela me encarou.

— Você também, Cassie.

— Então você não se incomoda? — eu perguntei, um pouco surpresa. — Que eu seja... a pessoa errada pra ele? Que eu tenha feito Alice...

— Não — ela estava pensativa. — É você que ele quer. Vai dar certo, de alguma maneira — ela disse, mas a testa dela se enrugou de preocupação. Outro estrondo do trovão começou a ser ouvido. — E Alice sempre soube, todos nós sempre soubemos que Jasper nunca esteve completo sem você.

— Às vezes é difícil entender. — Eu digo observando-os ao longe.

Esme toca minha mão com carinho.

— Eu sei. Mas confie no amor que ele tem por você. 

Sorrio para ela com toda a certeza. — Eu confio.

Esme parou então; aparentemente nós havíamos alcançado a borda do campo. Parecia que eles tinham formado times. Edward estava no campo esquerdo, Carlisle ficou entre a primeira e a segunda bases, e Alice segurava a bola, posicionada no lugar que aparentava ser o campo do arremessador.

Emmett estava balançando um bastão de alumínio, ele assobiava quase sem rastro no ar. Eu esperei que ele se aproximasse da área do batedor, mas eu percebi, quando ele começou a entrar em posição, que ele já estava lá. Tão longe da área de arremesso que eu nem julgava possível. Jasper estava atrás dele, pegando a bola para o time adversário. É claro que nenhum deles estava usando luva.

— Tudo bem — Esme chamou numa voz clara, que eu sabia que mesmo Edward ouviria, mesmo estando tão longe. — Podem começar.

Alice ficou rígida, enganosamente imóvel. O estilo dela parecia ser mais secreto que intimidante. Ela segurou a bola com as duas mãos na altura da cintura, e então, como o bote de uma cobra, a mão dela lançou a bola que foi parar na mão de Jasper.

— Isso foi um strike? — eu sussurrei pra Esme.

— Se eles não conseguem rebater, é um strike — ela me disse.

Meu namorado atirou a bola de volta para a mão de Alice que já estava esperando. Ela se permitiu um breve sorriso. E então a mão dela deu um bote de novo.

Dessa vez, de alguma forma, o bastão se virou rápido o suficiente para bater na bolainvisível. O impacto da bola foi perturbador, como um trovão; o som ecoou nas montanhas, imediatamente eu percebi porque eles precisavam da tempestade de trovões.

A bola saiu voando como um meteoro pelo campo, entrando nas profundezas da floresta.

— Home run — eu murmurei.

— Espere — Esme avisou, ouvindo atentamente, uma mão levantada. Emmett corria como o vento pelas bases com Carlisle na cola dele. Eu me dei conta de que Edward tinha desaparecido.

— Fora! — Esme disse com uma voz clara. Eu olhei sem acreditar quando Edward emergiu de dentro das árvores, a bola erguida na mão, seu sorriso largo era visível até pra mim.

— Emmett bate mais forte — Esme explicou. — Mas Edward corre mais rápido.

O show continuou na frente dos meus olhos incrédulos. Era impossível acompanhar a velocidade com que a bola se movia, o compasso com que seus corpos corriam no campo. Eu descobri o outro motivo pelo qual eles precisavam da tempestade de trovões quando Jasper, tentando evitar o jogo infalível de Edward, jogou uma bola baixa na direção de Carlisle. 

Carlisle correu para pegar a bola, e Jasper correu para a primeira base. Quando eles colidiram, o som foi como duas montanhas de pedra se chocando. Eu pulei preocupada, mas de alguma forma, eles não estavam nem arranhados.

— Salvo — Esme disse numa voz calma.

O time de Emmett estava ganhando por um ponto — Rose conseguiu voar pelas bases depois de despistar uma das corridas de Edward — mas então Edward pegou a terceira bola fora. Ele veio para o lado de Bella, animado.

— O que você acha? — ele perguntou.

— De uma coisa eu tenho certeza, eu nunca mais vou conseguir assistir outro jogo bobo da liga de Baseball de novo.

— Até parece que você faz muito isso — ele sorriu.

Ele jogou inteligentemente, jogando bolas baixas, fora do alcance das mãos sempre prontas de Rose, correndo duas bases como um raio antes que Emmett pudesse colocar a bola de volta no jogo. Carlisle conseguiu arremessar uma bola pra fora do campo que foi tão longe — com um estrondo tão alto que doeu nos meus ouvidos, que ele e Edward tiveram que ir atrás.

Alice trocou cumprimentos com os dois.

O placar mudou constantemente com o andar do jogo, e eles encrencavam uns aos outros como jogadores de rua quando um dos times estava na liderança. Ocasionalmente Esme pedia ordem. Os trovões continuaram, mas nós permanecemos secos, como Alice havia previsto. Carlisle ia rebater, Edward ia pegar, quando Alice ficou ofegante. Meus olhos estavam em Edward, como sempre, e eu vi quando a cabeça dele levantou num estalo pra olhar pra ela.  Seus olhos se encontraram e alguma coisa passou entre eles num instante. Os olhos de Edward voltaram para Jasper e então meu namora irradiou preocupação e desesperado. Ele estava ao nosso lado antes que os outros pudessem perguntar o que havia de errado.

— Alice? — a voz de Esme estava tensa.

— Eu não vi, eu não sabia — ela sussurrou olhando de mim para Bells com preocupação.

A essa hora os outros já estavam todos juntos.

— O que foi, Alice? — Carlisle perguntou com uma voz calma de autoridade.

— Eles estavam viajando muito mais rápido do que eu imaginava. Agora eu sei que estava errada antes — ela murmurou.

Jasper se inclinou sobre ela, sua postura era protetora, algo se remexeu dentro de mim em ciúmes e seus olhos lampejaram para mim cheios de culpa e preocupação. — O que mudou? — ele perguntou a ela.

— Eles nos ouviram jogar e resolveram mudar de caminho — ela disse, penitente, como se estivesse se julgando culpada por o que quer que estivesse assustando ela.

Sete pares de olhos olharam para nós e desviaram. 

— Quanto tempo? — Carlisle perguntou, olhando na direção de Edward.

Seu rosto ficou com uma expressão de profunda concentração.

— Menos de cinco minutos. Eles estão correndo, eles querem jogar. — Ele fez uma cara zangada.

— Você consegue? — Carlisle perguntou, seus olhos vindo para nós de novo. Bella se aproximou, sua mão unindo-se a minha e eu suspirei, apertando os seus dedos. Jasper correu para mim, tocando meu rosto;

— Vou proteger você. — Ele disse e eu nunca vi tanta determinação em seus olhos. — Ouviu, Cassie?

— Jasper, o que foi?

— Não, não carregando — Jasper foi quem respondeu para Carlisle, ignorando minha pergunta; — Além do mais, a última coisa que precisamos é que eles sintam o cheiro e comecem a caçar.

— Quantos? — Emmett perguntou á Alice.

— Três — ela respondeu resumidamente.

— Três! — ele zombou. — Deixe eles virem. — As faixas de músculo se flexionaram nos braços enormes dele.

Por uma fração de segundo que pareceu muito maior do que era, Carlisle pensou. Só Emmett pareceu despreocupado; o rosto olhava para o rosto de Carlisle com olhos ansiosos.

— Vamos continuar o jogo — Carlisle finalmente decidiu. Sua voz estava calma e nivelada. — Alice disse que eles estão apenas curiosos.

Tudo isso foi dito tão rápido que as palavras duraram menos de segundos. Eu escutei atenciosamente e entendi a maior parte, contudo eu não consegui perguntar o que Esme perguntou á Edward com uma rápida vibração de lábios. Eu só vi ele balançar a cabeça levemente e o olhar de alívio dela.

— Você pega, Esme — Jazz disse. — Agora eu vou ser o juiz. — Ele se plantou na minha frente.

Os outros voltaram para o campo, cautelosamente observando a floresta com seus olhos rápidos. Alice e Esme pareciam se orientar pelo lugar onde eu estava.

— Solte o seu cabelo — Jasper aconselhou para Bella com a voz baixa e uniforme.

Ela obedientemente deixou o cabelo cair ao redor do rosto. Jasper já havia dito que o cheiro de Bella era muito mais forte que o meu e apesar do meu cheiro ser atraente, o de Bella era quase enlouquecedor para os vampiros. Suas mãos seguravam a minha com firmeza, os braços ao redor do meu corpo protetoramente.

— Tem outros? — Perguntei sentindo medo pela primeira vez.

Ele apertou-me ainda mais contra ele. — Sim, tudo bem. Vou proteger você. — Edward lançou um olhar nervoso a Bella e em seguida correu, até estar ao nosso lado. Eu e ela ficamos entre os dois vampiros. 

— Isso não vai ajudar — Alice disse suavemente indicando a Bella. — Eu senti o cheiro dela do outro lado do campo.

— Eu sei — um tom de frustração de Edward apareceu na voz dele.

Carlisle foi para a área de arremesso, e os outros se juntaram ao jogo sem vontade.

Os segundos se passaram; o jogo agora estava apático. Ninguém ousava dar uma rebatida mais forte, e Emmett e Rose, se arrastavam pelo campo.

De vez em quando, á despeito do medo que nublavam nossos pensamentos, eu pude perceber os olhos preocupados de Rose em mim. Mas quando eles olhavam para Bella, se tornavam sem expressão, mas alguma coisa no formato da boca dela me fez perceber que ela estava com raiva. Quis dizer a ela que Bella não tinha culpa de ter o cheiro que tinha, assim como eu não tinha de parecer tão desinteressante aos olfatos sobrenaturais. Quem controla isso?

— Me desculpe, Bella — Edward murmurou impetuosamente tão alto que eu pude ouvir. Senti muito por ele, esse senso de proteção com minha irmã o fazia sofrer além do normal. — Foi estúpido, irresponsável, ter te exposto dessa maneira. Me desculpe.

Jasper e Edward se colocaram a frente, empurrando a mim e Bella para trás dos seus corpos, eu colei-me a Jasper, realmente amedrontada. Queria ser como Bella, que parecia especialmente corajosa para os perigos sobrenaturais, mas mamãe sempre disse que se deve temer aquilo que não podemos controlar.  Carlisle, Emmett e os outros se viraram na mesma direção, ouvindo sons de passos que eram baixos demais para os meus ouvidos.


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