Destinados ▸ Jasper Hale escrita por Woodsday


Capítulo 1
Capítulo I.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Estou cheia de enredos para terminar, mas... Não consigo controlar minha mente!
Ainda estou decidindo quem será a nossa Cassie, mas fiquem à vontade para imaginá-la da forma que quiserem.



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|Capítulo 1|  

— Tudo bem, mãe. Você não tem que se preocupar. — Eu disse pela milésima vez no telefone. Minha mãe tinha costumes exagerados e bastante cansativos, às vezes. Como por exemplo, me ligar a cada exata meia-hora para saber se eu ainda estou viva e se não fui pega por ladrões de órgãos.

— Não aceite carona de ninguém, Cassandra Kepner. E não divida o táxi com ninguém! – Outras duas coisas sobre mamãe é que ela não me chamava de Cassandra Swan a não ser que estivesse especialmente brava, então eu às quase me esquecia de que era metade Swan. A outra coisa sobre minha mãe é que ela assistiu Busca Implacável vezes demais com Jason – o meu padrasto.

Dessa vez ela estava impossível, por falta de palavra melhor.

Desde que eu decidi voluntariamente passar uns tempos com meu pai verdadeiro, Charlie Swan, Minha mãe Helena e meu pai adotivo Jason Kepner estavam, por falta de adjetivo melhor  (outra vez) – impossíveis. Eles ficavam me ligando o tempo inteiro e por um tempo ofereceram viagens e presentes caros que iam além do comum. Mas eu queria, na verdade, eu precisava sair da Califórnia.

Eu adorava o sol e o calor, adorava as praias e os luaus, eu amava tudo na Califórnia. Mas o fato de ter abandonado Charlie aos quatorze anos era bastante constrangedor e para ser sincera, um incomodo. Eu sentia que precisava reatar meus laços com meu verdadeiro pai.

Charlie e eu não convivemos muito, já que ele já foi casado e sua primeira filha passava bastante tempo com ele na época. Lembro-me vagamente que Bella e eu não nos dávamos muito bem, eu era encrenqueira demais para a calmaria de Bella, na época eu queria brincar de bonecas com a minha irmã, mas ela só gostaria de ler um pouco, ou eu queria jogar algum tipo de esporte no qual Bella sempre dizia ser péssima.

Éramos incompatíveis.

Então Bella deixou de ir a Forks nos verões e Charlie passou a ir até a Flórida, onde ela morava com a mãe e foram nessas épocas que eu passei a ir menos para Forks, porque Charlie sempre estava com Bella nas férias de verão e inverno. Não que eu guardasse mágoas de Charlie, mas nessa época mamãe já estava casada com Jason há mais ou menos cinco anos e então, Jason foi tanto meu pai quanto o próprio Charlie. Se não mais.

Helena era inconstante, ela era uma atriz de teatro e estava sempre viajando para os lugares mais incríveis e foi em uma dessas viagens que ela conheceu Charlie e teve esse caso de amor que durou uma única noite e gerou uma grande consequência:

Eu. Cassandra Kepner... Swan.

Espiei através das cabeças que povoavam o aeroporto, procurando pelos cabelos castanhos do chefe de policia —  Charlie tinha me falado por telefone quando foi promovido a chefe. Também me contou bastante novidades sobre a cidade. Era estranho estar de volta, eu já podia sentir os pelos dos meus braços se arrepiarem com o ar gelado de Port Angeles.

Eu certamente havia me desacostumado com o frio congelante de Forks.

Na verdade, Forks era uma cidade bonita e bastante peculiar. Eu a adorava. Adorava as nuvens constantes e a neblina, gostava até da neve suja na época do inverno. Quando eu era pequena, gostava de pensar em Forks como um mundo paralelo e alienígena, onde tudo era possível — principalmente com a minha fértil imaginação. 

Não demorou para que eu avistasse Charlie, trajado da farda de policia e com as mãos na cintura, parecendo tão perdido quanto eu estava minutos atrás. Acenei para chamar sua atenção e vi quando o seu bigode fez uma curta. Ele também estava sorrindo. Eu praticamente corri em direção a Charlie, abrindo caminho entre as pessoas para alcança-lo.

Realmente eu não sabia que havia sentido tanta saudade. 

— Charlie! — Os braços fortes rodearam meus ombros e eu abracei sua cintura, sentindo o cheiro de charutos e cerveja. Podia ser um cheiro muito ruim para outras pessoas, mas em Charlie, estranhanente parecia bastante familiar e aconchegante. — Que saudade!

— Senti sua falta também, baixinha. — Ele beijou meus cabelos com um sorriso e eu me afastei vendo-o meio sem jeito e com os olhos quase vermelhos.

— Tudo bem pai, pode chorar. — Brinquei com uma risadinha e Charlie me lançou um olhar repreensor. 

Uma coisa engraçada sobre Charlie é que ele não tem muito jeito para demonstrações e é tão quieto que eu pareço extremamente falante perto dele. Mamãe sempre dizia que naquela noite foi isso que a encantou no jovem policial bonitão. Ele parecia bastante misterioso, segundo ela.

— Como está a Helena? — Perguntou pegando minhas duas malas gigantescas e levando em direção a saída do aeroporto.

De Port Angeles até Forks seriam mais uma hora de carro, muito provavelmente, na viatura de policia, o que seria divertido se eu pudesse tirar uma foto engraçada sem parecer louca para Charlie. 

— Mamãe está bem, ela e Jason vão para Nova Iorque outra vez. — Comentei quando já estávamos no quentinho do carro. Eu puxei a gola da minha blusa, sentindo-me incomodada com o tecido pinicando meu pescoço.

Charlie me olhou meio desconfiado. — E você não quis ir?

— O Upper East Side não é novidade pra mim, pai. — Dei de ombros, um pouco envergonhada em falar sobre o poder aquisitivo financeiro da mamãe e do Jason. Eu pude aproveitar bastante disso, nada era novidade para mim. Jason era engenheiro  e ele participava de muitas obras importantíssimas. Era difícil lembrar de algum momento em que passamos necessidade financeiras — apesar de ter havido alguns no começo da carreira de ambos. — Senti falta da cidade. — Comentei quando a plaquinha de 'Bem vindo a Forks' apareceu alguns metros à frente. O verde já predominava tudo e uma leve garoa caía. 

Charlie sorriu outra vez. — Que bom que está de volta, querida.

— Também acho. 

Quando Charlie estacionou a viatura em frente a uma casinha pequena de dois andares, senti uma onda de nostalgia me atingir por completo. Suspirei, sentindo que de alguma forma, estava em casa. Como se todos os anos vivendo na Califórnia com Helena e cinco diferentes empregadas fosse só... Um passatempo. A casa ainda era branca como eu me lembrava, mas agora havia um jardim bonito na entrada. Charlie subiu os degraus na minha frente e eu reparei pela primeira vez na monstruosa caminhonete vermelha. Era desbotada e velha, eu não usaria mas tinha que admitir que ela deveria ter sido bonita quando jovem.

— É sua? — Indiquei a caminhonete e vi Charlie sorrir, sem graça.

— É da Bella.

Eu parei, registrando sua fala com choque. Meu pé direito estava em um degrau e o esquerdo em outro.

— Da Bella?

Charlie soltou o ar, como se minha reação fosse esperada.

— Querida, eu não queria que mudasse de ideia, por isso não contei.

— Charlie! E onde eu vou dormir? No chão?! No sótão, talvez?! Charlie! Você tinha que ter contado, eu não teria vindo se... — Passei os dedos pelos meus cabelos, um gesto de nervosismo muito comum. Eu estava tendo um surto só de pensar em estar perto da meia-irmã da qual não sabia nada. — Ah, Deus do céu. Isso é péssimo, Bella e eu... Nós não... Eu não...

Charlie colocou a mão no meu ombro. — Querida, vocês eram crianças. Vão se dar bem agora.

— Nós somos muito diferentes, Charlie. 

— Diferente é bom. — Ele sorriu encorajador. — Venha, ela foi muito atenciosa. Colocamos uma segunda cama para você no quarto, e ela tentou deixar tudo do seu gosto. 

Suspirei assentindo e seguindo Charlie silenciosamente. Quando entramos na pequena sala, eu me deparei com uma televisão gigantesca, vários porta retratos e ao pé da escada, uma garota.

Magrela, baixa como eu, branca demais, sem jeito e minha irmã.

— Bem vinda de volta, Cassie. 


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Notas finais do capítulo

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