Hana Wa Sakura escrita por Mothra


Capítulo 1
◆ Kimi Wa Utsukushii —


Notas iniciais do capítulo

Estamos aqui, mais uma vez, pelo quarto ano seguido, trazendo uma oneshot sobre a bolinho mais linda de Kuroko no Basuke! O aniversário da Satsuki é algo que nunca consigo deixar passar em branco, não quando se trata dela e do Daiki juntos, o otp supremo sempre vai me consumir aaaaaaaaaa. Na verdade, o aniversário dela é dia 04/05, mas tô postando hoje porque meu dia vai ser agitadíssimo, não terei tempo pra nada. Sem contar que amanhã também é o May the Fourth (infelizmente não vou poder fazer maratona de Star Wars pq tô trabalhando, triste).

Enfim, espero que gostem e boa leitura. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732086/chapter/1

Com a Golden Week¹ sempre vinham as desejadas férias de primavera, uma semana inteira sem aulas onde poderiam descansar, certo? Errado. Treinos de basquete foram marcados para quase todos os dias, o que desagradava Aomine Daiki. Mesmo decidindo voltar a treinar após a derrota para Seirin no ano passado, o ás de Touou ainda preferia tirar aqueles dias para relaxar em casa com suas revistas da Horikita Mai-chan, jogar um pouco de vídeo game e então dormir. Dormir era seu principal objetivo. E faria isso, ignoraria a semana de treinos sem remorso algum, mas havia alguém que sempre o tirava de seu conforto. 

Momoi Satsuki tinha mesmo um talento peculiar para lidar com o moreno.

 Isso todos os integrantes do clube de basquete da Academia Touou perceberam com o tempo, essa foi uma das razões pela qual Harasawa Katsunori a recrutou junto dele, além da incrível habilidade como analista de dados. Os dois eram um combo extraordinário demais para ser ignorado e isso se tornava ainda mais evidente com os dias passados no colegial. Sabia que ela seria capaz de deixá-lo na linha.

 O caminho até a estação foi marcado por conversas triviais, e Satsuki estava sempre sorrindo. Ao invés de ir para dentro da estação, Daiki passou reto pela entrada, seguindo em frente. A gerente de Touou parou, segurando-o pelo pulso com confusão em seu rosto.

 — Aonde está indo? Temos que pegar o trem aqui.

 — Quero passar num lugar antes. 

Mesmo com o pulso agarrado por ela, voltou a andar. Ela o soltou, e apertou os passos para alcançá-lo, andando lado a lado para onde quer que ele pretendesse ir. Não questionou, simplesmente para não contrariá-lo e também porque estava de bom humor, podia se permitir atrasar um pouquinho para a rotina de treinos daquele dia. O seguiu em silêncio, mas seu rosto se iluminou quando viu as árvores de cerejeiras, que já estavam florescendo e embelezando ainda mais a paisagem nas ruas de Tóquio. E era bom estar em contato com a natureza — de certa forma — justo no feriado do Dia do Verde.

Daiki parou abruptamente, ela fez o mesmo. Sem dizer uma palavra, dirigiu-se para a mureta de madeira, apoiando uma das mãos sobre ela. Satsuki se aproximou, e inclinou o corpo sobre a mureta, e então admirou as pétalas de cerejeira que flutuavam pelo pequeno canal que cortava a região, como se fosse um rio de flores.

— O hanami² está chegando. — proferiu, animada. — Nossas famílias vão fazer o yozakura³ esse ano.

Ele assentiu com a cabeça. Sua mãe o tinha avisado sobre isso dias atrás, e como suas famílias eram próximas, era comum se reunirem durante o hanami ao decorrer dos anos.

— Queria fazer dangos, mas acho que os do ano passado ficaram muito ruins e vocês comeram só por educação.

— Estava gostoso. — disse, mas os lábios se curvaram em desagrado.

— Você é um péssimo mentiroso.

Ele virou o rosto. Se a morte tivesse um sabor específico, seria o gosto dos dangos dela. Mas ele tinha visto o quanto ela se empenhou naquilo, estava na casa dela quando Satsuki começou com os preparativos, cheia de entusiasmo para mostrar seus dotes culinários para todos — o resultado foi desastroso, mas todos comeram pelo menos um e disseram que estava bom. O moreno comeu o restante sem se importar com as fortes dores de barriga que teria depois. Apenas para vê-la sorrir de alegria.

— Se você continuar praticando, vão ficar bons.

Ela moveu a cabeça em concordância.

— Você tem razão.

Um vento acentuado passou por eles, derrubando mais pétalas dos galhos da árvore e Aomine voltou-se para a amiga, que tinha algumas pétalas em seu cabelo rosado, quase na mesma tonalidade da flor. Ela fechou os olhos brevemente e sorriu, aquele sorriso radiante que iluminava o rosto de traços graciosos. O ás bebeu daquela visão dela; da brisa suave esvoaçando os fios rosados, as pétalas que continuavam a cair sobre e em torno dela.

Hana wa sakura.

— As flores são de cerejeira.

Proferiu baixinho, atraindo a atenção dela para si ao tirar uma das pétalas em seu cabelo.

Kimi wa utsukushii.

— E você é linda.

As maçãs do rosto dela coraram furiosamente, e quando Daiki percebeu o que tinha dito. E também o que tava prestes a dizer.

Hana wa kaori.

“As flores são perfumadas.”

Kimi wa uruwashi.

“Você é adorável.”

Engoliu aquelas palavras, ainda não era hora de se confessar. Não enquanto os sentimentos dela continuavam confusos acerca de Kuroko Tetsuya. Sentiu-se um idiota completo e acima disso, um covarde. Deveria dizer o que sentia, porque ficar perto dela, sendo tão amigos como sempre foram, só fazia com que seus sentimentos tomassem proporções ainda maiores.

Satsuki estava sem jeito. Nunca imaginou que ouviria dos lábios de Daiki que era bonita. Muito menos linda. Mas ele havia dito. As palavras provindas dele tiveram mais efeito do que ela imaginou. Seu coração estava disparado e nem se deu conta que aquilo a afetou mais do que qualquer elogio recebido de Tetsuya. Sentiu as pernas um pouco bambas, principalmente por se lembrar da expressão serena no rosto dele ao lhe chamar de linda. Aliás, a palavra, junto com o timbre grave dele, reverberava em sua mente.

Ele limpou a garganta.

— Feliz aniversário, Satsuki. — sussurrou, com um pacote em mãos.

Estava tão distraída que não o viu tirar aquilo na mochila.

— Pra mim? - uma pergunta retórica. — Não precisava!

— Não? Então vou pegar de volta.

Quando ela fez menção de pegar o pacote, Daiki o puxou de volta.

— Me dá o meu presente! — exclamou, fazendo beicinho.

E então eram Aomine Daiki e Momoi Satsuki de novo, sem palavras embaraçosas que poderiam soar como uma confissão constrangedora na hora errada. Eram os amigos que sempre foram, com as implicâncias usuais.

Entregou o pacote para ela, que abriu sem delongas ao rasgar o embrulho. Abriu um sorriso largo quando viu o que era.

— Ouvi você e aquele maldito do Wakamatsu — rolou os olhos ao citar o atual capitão de Touou. — conversando, e você disse que precisava de uma prancheta nova porque a sua estava velha.

Satsuki suspirou, aquilo era verdade. Sua prancheta de anotações a acompanhava desde o primeiro ano ginasial em Teiko, estava velha e desgastada mas tinha um enorme carinho pela mesma, por isso não havia trocado até então.

Era incrível como ele sempre sabia o que ela queria. E como sempre se atentava aos detalhes.

Acompanhou a reação dela de perto. Era algo simplório, sabia disso, mas Satsuki não era como as outras meninas, materialista e fútil. Ela gostava de coisas pequenas, gestos simples e cheios de significados. Para qualquer outra pessoa, aquele seria um presente ridículo. Para ela era precioso demais. Assim como o sorriso dele, quando ela disse que tinha gostado muito.

— Eu amei, Dai-chan! Muito obrigada!

Ele assentiu com a cabeça, murmurando que não era nada. Ficaram ali por mais algum tempo, admirando as flores de cerejeira que refletia a cor dos olhos e dos cabelos dela. Enquanto isso Aomine Daiki se perguntava se um urso de pelúcia gigante era um presente ideal para uma garota como Momoi Satsuki, que fazia 17 anos naquele 4 de Maio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Glossário:
¹Golden Week: conjunto de feriados no Japão que vão do dia 29 de abril até o dia 05 de maio
²Hanami: é o costume tradicional de contemplar o florescer das árvores de cerejeira no Japão, como um festival
³Yozakura: é a mesma coisa que o Hanami, só que feito durante a noite

Gostaram?! Espero que sim! Se tiver algum erro, me avise. Revisei, mas uma coisa ou outra sempre passa despercebido pelos olhos de quem escreve. Escrever sobre meu otp supremo é um amor, eu amo a relação aomomo em toda sua extensão, eles são lindos demais e amo explorar esse lado deles. Se gostou, deixe um comentário! Deixaria essa Lis aqui toda saltitante! Beijos apimentados e até a próxima ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hana Wa Sakura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.