Betrayed Friendship - Jily escrita por Vitória Serafim


Capítulo 7
Capítulo VI - A Resenha


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! :D
Tudo bom com vocês? hehe
Eu estou muito realizada por estar finalmente no final do ano, perto de tantas datas comemorativas que me libertam... Voltei a ler Harry Potter (estou no último livro, inclusive) depois do ano inteiro de leituras obrigatórias FUVEST. Minhas fanfics tem sido um dos meus poucos refúgios dos estudos e saber que estou bem mais confortável depois de ter passado 4 provas me deixa muito feliz!
Enfim, sem mais delongas, eu espero que vocês gostem desse capítulo porque fiz do jeito que sempre gosto: com bombinha hehehe :)
Nos vemos lá em baixo ;)

[Capítulo betado por Aline Lindona ♥]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731930/chapter/7

Respirei fundo e soquei o envelope na mochila. Joguei alguns livros dentro do armário e bati a porta do mesmo saindo em direção ao refeitório. Avistei a fila da compra dos lanches e lá se encontravam Potter, Black, Pettigrew e Lupin, todos conversavam sobre alguma coisa muito engraçada, por sinal.

Como polos de mesmo sinal, afastei-me da fila e fui em direção contrária, para uma mesa onde Marlene e mais três meninas estavam.

Sentei à mesa com a maior cara de embuste do universo. Todas pararam de conversar.

­— Eu não acredito que ele fez isso... — murmurei, rabugenta, sem nem perceber o silêncio que se instalara.

— Isso o que? — Marlene perguntou como se estivesse comigo antes mesmo de chegar ao refeitório.

— A desgraça do Potter, querendo conversar, me chamou pra festa do Black — coloquei minha mochila no chão ao lado da cadeira e puxei de lá um envelope amassado, sacudindo-o. As meninas seguiram o pedaço de papel com os olhos como alienadas que observam um ilusionista começar seu truque.

Não tardou para a loira tomá-lo de minhas mãos.

— Mais um motivo para você ir!

— Mais um motivo para eu não ir — McKinnon bufou.

— Pra sua informação todas as meninas aqui vão e não custa nada se divertir um pouco. Pelo que eu vejo, os únicos lugares que você visita são sua casa e a escola...

Isso era verdade. Quer dizer, fora o tempo em que eu não ajudava minha mãe no Evans' eu passava a manhã inteira na escola e o resto do dia ficava em casa.

—... Acho que já é tempo de começar a se entrosar mais com o pessoal. Mesmo que você não vá pra pegar ninguém, vai pra se divertir. Tem tanta pessoa legal nessa escola... — as outras encararam Marlene com uma cara de "não-tem-não".

— Olha... Eu concordo com a Lene, você deveria esquecer um pouco os estudos ou as suas outras obrigações e relaxar um pouco. Afinal, é o nosso último ano aqui no PHH — disse Tonks enquanto brincava com um canudo mordido.

— Ah, não sei não... — murmurei e olhei mais uma vez para a fila.

James pegava um salgado. Suspirei.

— Tá, mas eu não quero saber de nenhum garoto. Se quiserem que eu me divirta vão ter que ficar por perto, porque já estou até prevendo o naipe dessa festa — deixei claro.

— Por mim beleza. Não me envolvo com garotos também, então é certeza que vou ficar perto de você a festa inteira — Alice disse com uma voz meiga e todas as meninas a encararam com uma cara de "ke".

Se bem que aquilo soaria bem estranho para quem nunca conversou com Alice. Mas ela era assim mesmo. Inocente demais. Falava as coisas e muitas vezes as outras garotas interpretavam com malícia, sendo que ela nem tinha realmente pensado na determinada intenção. Fora o que Marlene me contara.

— Obrigada, Alice — a garota sorriu simpática e assentiu com a cabeça em resposta.

— Bem, eu vou pegar um suco na máquina ali no corredor. Daqui a pouco começa as aulas de Biologia e todas sabemos como a professora Sprout não tolera atrasos — levantei-me e coloquei a mochila nas costas e sai em disparada em direção à saída da cantina.

Assim que virei o corredor, avistei a máquina de itens diversos. Havia desde chocolates e outras guloseimas até refrigerantes e garrafinhas de suco.

Inseri uma nota de cinco euros e selecionei o número 9. A molinha da máquina girou e lançou a garrafinha de suco para a base da máquina. Abri a portinha e peguei-a. Assim que dei o primeiro gole, esbarrei com a pessoa que eu menos queria ver na vida.

— Ai! Desculpa, Lily!

Só depois que fui ver que tinha derramado metade do suco nas calças.

— Nossa senhora. Como se não bastasse arruinar a minha vida amorosa ainda precisa estragar minha calça preferida... — resmunguei, irritada.

Dorcas respirou fundo.

— Só estava indo pra aula de Biologia. Estou a um passo de me atrasar... Só... Foi mal, tá? — ela terminou e saiu em disparada até a sala em que eu teria de entrar.

Maravilha.

Adentrei o banheiro pensando em todas as coisas que Dorcas já tinha me feito. Era incrível como ela tinha a capacidade de ferrar com a minha vida num intervalo tão curto de tempo.

Peguei várias folhas de papel e esfreguei-las inutilmente contra minha calça. Na mesma hora duas meninas entraram.

— Tá mijada, Evans? — Bellatrix Black caçoou enquanto sua amiga loira ria. — O trauma de a sua amiguinha beijar a sua alma gêmea foi forte demais?

A editora do jornal entrou e passou um gloss nos lábios e sorriu venenosamente sobre o reflexo da minha calça molhada.

Silêncio.

— Vamos embora, Narcissa. Essa garota é estranha — e puxou a colega pelo braço saindo do cômodo.

E naquela hora eu percebi que eu não queria mais assistir a nenhuma aula. Seria uma vergonha universal chegar à sala com a calça molhada. Todos ririam da minha cara.

Joguei a latinha aberta no lixo e olhei no espelho.

— Respira, Lily. É só ir até a calçada e pegar um táxi ou qualquer coisa do tipo. Ninguém vai te ver. Ninguém vai notar a sua ausência. Só sai.

Contei até três e saí em disparada.

Como o esperado, ninguém me viu. Cheguei em casa batendo a porta e subi as escadas para o meu quarto rapidamente.

Assim que abri a porta, vi Petúnia deitada ao celular.

— Mas é só por um tempo... Logo mais já estarei de volta. Estou com saudades... — ela sussurrou. — Eu te amo.

Franzi o cenho.

Petúnia não tardou em notar minha presença do lado de fora do quarto. Ela automaticamente diminuiu a altura do tom de voz e despediu-se da pessoa com quem conversava ao celular e se levantou da cama em um salto.

— Oi, Lily? Voltou mais cedo hoje? — ela coçou o alto de sua cabeça loira.

— É... — olhei desconfiada para o celular que ela jogara em cima da cama. — Com quem estava falando?

— Ah... Ninguém não...

— Você disse que amava a pessoa. Não pode ser qualquer um... — esclareço. Comigo não tem essa de resposta furada, eu vou além até descobrir.

Petúnia suspirou.

— Se eu te contar promete que não conta pra mamãe? — franzi o cenho.

— Não garanto nada...

— É sério.

— Tá, fala logo.

— É que eu tô conversando com um garoto...

— E?

— E a gente nunca se viu pessoalmente.

Silêncio.

— Você sabe que mamãe sempre nos ensinou a não falar com estranhos pela internet...

— Eu sei! Mas com ele é diferente. A gente se dá tão bem e... Estamos juntos.

— Já faz quanto tempo? — perguntei.

— Dois anos.

— E ninguém sabe disso?

— Só você e eu. Tenho certeza de que papai ficaria uma fera se soubesse.

Respirei fundo e saí do quarto descendo as escadas. Minha irmã me seguiu.

— Lily, você tem que me prometer que não vai dizer nada a ninguém.

Abri o microondas e vi que as sobras ainda estavam lá, tornei a fechá-lo e coloquei para esquentar, enquanto procurava algum prato.

— Lily!

— Tá bom, Petúnia. Relaxa. Eu não sou fofoqueira. Só quero comer, ok? — a loira suspirou aliviada.

— Certo. Obrigada, de verdade — notei seu olhar franco e assenti com a cabeça em resposta.

Quando ela estava prestes a dar as costas para ir embora, pronunciou:

— Você está com as calças molhadas?

Gelei.

Tinha voltado para casa com o único propósito de fugir da vergonha que era estar com a aparência de uma mijona incorrigível. Mal sabia que havia me esquecido de tamanha desgraça. Dei de ombros. Petúnia não parecia estar tão insuportável assim hoje, tinha até contado um segredo pra mim.

— É... Uma garota que costumava ser minha melhor amiga derrubou suco nela — disse tentando ignorar a situação embaraçosa.

— Foi por isso que voltou mais cedo para casa hoje? — olhei para ela com uma expressão de "o-que-você-acha?". — Tá, ok. Pergunta idiota. Mas... Como assim costumava ser sua amiga?

Respirei fundo.

Será que era seguro confiar o acontecido à Petúnia? Quer dizer, ela tinha dito seu maior segredo a mim...

— É complicado... — respondi.

A garota sentou numa das cadeiras da mesa e me encarou, mostrando que ela estava aguardando que eu prosseguisse.

— Tá... Eu gosto de um garoto na minha escola desde a época do jardim de infância e ele até hoje é da mesma sala que eu. Nesse fim de semana teve uma festa e eu acabei beijando ele, só que, como dizem por aí, minha felicidade dura muito pouco. O ponto é: eu achei que tinha zerado a vida por tê-lo beijado, quando na verdade eu flagrei minha amiga aos beijos com ele logo depois. E a propósito... Também foi ela que derramou suco em cima de mim. É isso.

Silêncio.

O microondas apitou e eu retirei a travessa com macarrão de dentro do aparelho, servindo uma porção num prato e pegando um lugar na mesa em frente à minha irmã.

— Cara... Que loucura.

— Pois é — comi uma garfada da massa. — A pior coisa é que hoje eu fui obrigada a comparecer numa festa que ele vai estar. Não queria, mas as meninas dizem que eu deveria me mostrar superior.

— E elas estão certas. Você é muito mais do que esse garoto e a sua ex-amiga juntos. Se eu fosse você eu me divertiria muito e simplesmente ignoraria a existência dos dois.

Afirmei com a cabeça.

— É isso que eu vou fazer.

A garota se levantou e pegou um prato, servindo-se e voltando a sentar à mesa.

— Você já tem alguma roupa pra ir? — perguntou a garota.

— Sim, uma amiga arranjou pra mim um vestido e uma sandália.

— Legal. Relaxa que vai dar tudo certo.

— O que eu compro para o aniversariante? Quer dizer, eu sei que é um festão, mas eu deveria levar presente, não é?

— Acho que sim.

— Não sei o que comprar.

— Uma camiseta sempre é um bom presente — a loira respondeu dando a última garfada do seu prato de macarronada.

— Verdade. Vou ver se compro — levantei da mesa e coloquei meu prato na lava louças. Petúnia fez o mesmo e deu as costas e fez menção de subir as escadas para o andar de cima. — Petúnia...

— Sim? — ela virou-se.

— Obrigada.

— Disponha, Lily — ela sorriu e subiu as escadas, desaparecendo da minha vista.

***

Já havia chegado ao lugar da festa. Era um galpão que ficava numa rua próxima ao Evans', só que eu nunca tinha tido ciência da localidade daquele lugar desde os primórdios da minha existência.

Nenhumas meninas tinham chegado naquele lugar ainda, então eu aguardava do lado de fora. Por sorte não tinha dado de cara com ninguém conhecido, era mais fácil passar vergonha na frente de pessoas que eu nunca mais viria na vida.

Pelo que eu andava vendo eu tinha sido a única a comprar um presente. Era óbvio que havia muita gente naquele lugar que nunca nem tinha visto Sirius na vida, então não havia motivo para presentear um desconhecido.

Quando estava prestes a ir embora dali — já passavam de quarenta minutos de espera — avistei Marlene virando a esquina.

— Meu Deus, finalmente! — exclamei. — Já estava indo embora.

— Ah, sabe como é, né? Se for pra sair preciso sair maravilhosa — ela balançou os cabelos curtos.

Rolei os olhos sorrindo.

— Quando as outras vão chegar? — perguntei.

— Não vai demorar. Vem, vamos entrar. A gente as espera lá dentro — minha amiga me puxou pela mão e imergimos na multidão. — O que é isso que você está segurando?

Na mesma hora uma garota esbarra em mim e quase que suja o meu vestido com a bebida que segurava nas mãos. Segundo atentado do dia.

— Olha por onde anda, garota! — ela disse.

— Desculpe... Ah, é só o presente do Sirius — disse e ela me olhou com uma cara de desaprovação.

— Lily, isso aqui é uma resenha, ninguém trás presente — corei furiosamente.

— Como assim? Mas não é uma festa de aniversário? — perguntei, confusa.

Chegamos num canto e eu pude realmente contemplar quantas pessoas tinha naquele lugar. Estava lotado.

— Ah enfim... Relaxa. Pelo menos você ficou ótima nesse vestido — ela deu uma piscadela. — Vou pegar uma bebida pra gente. Fica bem aqui que eu já volto.

— Mas eu não bebo! — gritei para que ela voltasse, mas as pessoas já tinham a engolido. — Excelente... Estou numa festa que não queria estar, prestes a beber do que não bebo... — suspirei e cruzei os braços, recostando-me na parede.

A música tocava muito alto e a pista de dança estava muito cheia. E como se dizia no convite, havia pessoas trocando beijos em todos os cantos do galpão, eles realmente levavam muito a sério o que estava escrito. Coisa que eu não faria.

— Com licença... — ouvi uma voz que nunca tinha visto soar na vida.

Ergui a cabeça. Amos Diggory. Permaneci em silêncio, evitando olhar em seu rosto.

— Que surpresa encontrar você por aqui... Da última vez que te vi não estava tão quieta assim... — disse com malícia e aproximou-se de mim.

— Talvez porque você não estivesse perto de mim — soltei.

Observei ele erguer a sobrancelha com a minha resposta e senti um frio na barriga, eu era muito cagona em relação a garotos, principalmente com os idiotas.

— É mesmo? Mas você nem me provou ainda pra saber se a minha companhia é ou não agradável... — ele deslizou o dedo indicador pelo meu braço desnudo.

— Não preciso fazer nada pra saber que você é um canalha, é nítido. Quer saber? Eu nem deveria estar aqui... — neguei com a cabeça e dei um leve impulso para desencostar da parede e tomar meu rumo até a porta de saída.

Uma mão segurou meu pulso.

— Opa... Calma aí, amor. Você não pode quebrar as regras assim... No convite constava que era proibido sair sem beijar e pelo que sei não vi essa sua boquinha na de ninguém ainda — ele disse com as feições repletas de más intenções.

— Me solta — disse com firmeza.

— Só te libero depois de um beijo bem gostoso... — disse o rapaz colocando-me contra a parede.

Eu. Não. Quero — disse com raiva e dei uma joelhada nas suas partes mais frágeis, fazendo com que ele caísse no chão, lamentando-se de dor.

Deixei a embalagem reluzente do presente em cima de uma cadeira qualquer e acelerei meu passo. Precisava achar Marlene para dar o fora dali.

Respirei fundo e tentei ficar o mais calma e atenta possível para pensar com maior clareza e evitar que eu não fosse assediada, o que era um pouco impossível, já que havia mãos bobas por todos os cantos que já tinham me tocado em partes que eu realmente não queria nem pensar.

— Marlene! — chamei pela loira, mas era inútil. O barulho era demais. Na imensidão da areia eu era apenas um grão.

Quando virei-me para a porta da saída ouvi uma gritaria e só então que pude perceber que a minha amiga que estava suposta a pegar uma bebida estava pegando mais do que isso.

O garoto com quem ela estava amarrada era Sirius Black, o dono da festa.

Esplêndido. Agora eu estava sozinha.

Enchi meu peito de ar e disparei para fora do galpão. Eu definitivamente não devia ter vindo.

Tirei meu celular de dentro das profundezas do meu vestido e abri o grupo do WhatsApp em que estavam eu e as meninas.

—______________________________________

[02/11/17 - 22:57] Lily Evans: Vocês não virão?

[02/11/17 - 22:59] Alice: Pra onde?

[02/11/17 - 23:00] Lily Evans: Como assim pra onde? Pra festa do Sirius, ué.

[02/11/17 - 23:01] Alice: Ah, é. Verdade. Tinha me esquecido. Poxa, Lily, eu acho que não vou poder ir. Meu tio folgado chegou aqui em casa hoje de última hora e eu tive que ficar para preparar o jantar para ele...

[02/11/17 - 23:05] Alice: ,-, foi mal.

—______________________________________

Ninguém mandou mais nada. Bufei e voltei a enfiar o celular dentro do vestido.

Merda.

Assim que coloquei o pé na calçada para ir embora ouvi uma risada. Aquela maldita risada.

James Potter se aproximava com quatro sacolas cheias de bebida. Tentei ficar o mais imóvel possível na esperança de que ele pudesse passar por mim sem me notar. Mas, obviamente, foi inútil.

— Lily... — ele sibilou, com o sorriso sumindo do rosto.

Os amigos pareciam entender tudo, então só pegaram as sacolas, assentiram com a cabeça em cumprimento a mim e seguiram caminho adentro do galpão.

— Não sei por que me fez vir — comentei rabugenta.

— Você está linda — ele disse como se não tivesse escutado uma palavra do que eu havia dito.

— Não começa. Eu já passei o maior mico trazendo um presente de aniversário pro seu amigo sendo que nem era pra trazer, além da minha amiga Marlene me convencer a vir quando eu não queria e ainda me abandonar pra ficar se pegando com o aniversariante da festa — bufei.

Ele começou a rir.

— O que? Por que tá rindo? Não tem graça. É só um presente idio...

— Nada não... É porque Sirius já tava de olho nela por um tempo. Cachorro...

Silêncio.

— Tá, você pode, por favor, dizer o que precisava me dizer para eu ir pra casa? — insisti enquanto segurava a saia do vestido, o vento estava com bastante vontade de levá-lo.

Seu sorriso murchou mais uma vez.

— Olha... Não quero que você interprete de forma errada a noite da festa de Halloween na escola.

Que eu fui uma iludida idiota e que não deveria ter feito o que fiz porque você é meu amigo? Tudo bem, eu já me esqueci disso.

— Não, não... Não é isso. A questão é que eu não queria ter beijado a Dorcas.

— Pois é, mas beijou mesmo assim.

— Beijei... Mas foi para cumprir uma aposta.

Ergui as sobrancelhas.

— Você sabia que eu gostava de você e ainda preferiu cumprir uma aposta a ferir meus sentimentos? — ele abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu dela. — Você é um belo de um babaca — neguei com a cabeça e cruzei os braços mais uma vez, dessa vez dando as costas para ir embora.

— Espera... — parei e ele suspirou passando a mão pelo rosto. — É mais complicado do que parece.

— Pra mim parece tudo bem nítido — respondi com frieza.

— É que não tem como eu explicar pra você... Dorcas me fez jurar não contar.

— Ah é? Agora vocês dois andam de segredinhos? Bem, costumávamos dizer tudo um ao outro quando éramos amigos.

— Mesmo? Porque você só veio dizer que gosta de mim nesse final de semana — retrucou o garoto e eu senti minha espinha gelar.

— É diferente... — disse encarando algumas formigas que marchavam na guia em fila indiana. Perguntava-me por que estariam fazendo aquilo uma hora daquelas, eu bem que podia ser uma agora, só por cinco minutos e pegar rumo ao formigueiro mais próximo, pelos menos assim estaria livre do que viria a seguir.

— Ei! Segurem aquela garota, ela vai me pagar! — era Amos Diggory saindo do galpão com ambas as mãos segurando suas partes baixas.

Revirei meus olhos. James pareceu não entender a situação, eu aposto que ele não estava entendendo nada mesmo. Nem eu entendia qual era a daquele moleque.

— Você tá muito abusadinha pro meu gosto, huh? Agora você não me escapa, ruiva... — ele andava a passos largos em minha direção.

— Posso ajudar? — perguntou James colocando-se entre mim e o rapaz.

— Acho que não, só preciso dar uns bons beijos nessa garota antes dela ir embora e acabar burlando as regras. Diz que não pode sair sem beijar e pelo que eu vi ela ainda não beijou ninguém, então decidi fazer as honras.

— Não seja por isso — foi a última coisa que ouvi antes dos lábios do garoto colarem nos meus, e eles não pertenciam a Amos Diggory.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita hahaha. Assustou? Calma, fica por aqui que a gente dá continuação no capítulo VII hehe.
Até lá, fica com Deus ♥ ^^ Beijão!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Betrayed Friendship - Jily" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.