~Narrado por Regina~

Depois que todos os cumprimentos, condolências, todos se foram, minha mãe pediu para ficar um tempo a sós no mausoléu e nós retiramos e ficamos andando por ali conversando coisas aleatórias, algumas lembranças vieram à tona do meu pai, como ele era divertido, como ele sempre foi próximo desde quando éramos crianças e mesmo depois que nos mudamos para NY ele nunca deixou de ser presente, ele e a mamãe sempre iam nos natais para ficar conosco, meu pai fazia questão de se vestir de papai Noel para Alicia, ela sempre soube que era ele, mas essa era a parte do natal que ela mais gostava, ele ensinou ela a jogar baseball assim como fez comigo e com Zelena, ensinou Alicia a patinar no gelo, ele era o maioral sempre foi, na ultimas visita deles, ele cobrou da minha irmã e da Ella netos, era o sonho dele ter uma família grande, infelizmente ele não pode ver mais netos, mas ainda sim sei que ele foi um homem realizado em todos os sentidos da vida dele, ele e minha mãe eram um casal tão admirável, ele sempre surpreendia minha mãe, ele a levava para jantar, viajarão em muitos lugares, o que mais me lembro dos natais era que quando todos iam descansar, eles dois ficavam na sala e sempre uma música ecoava pela casa, uma música suave e se você fosse em direção ao som tinha a visão linda deles dois dançando abraçados.

Quando minha mãe se aproxima era visível que ela havia chorado novamente, vamos de encontra a ela e voltamos para casa em total silencio, quando chegamos em casa acompanhei minha mãe até o andar de cima junto com Alicia que havia acordado no meio do caminho e subiu para ficar com a vó e fazer o que o avô tinha orientado, que era não deixar a vó triste, quando deixo as duas no quarto e desço até a sala aonde minha irmã e a Ella estavam conversando.

— Ali está com a mamãe, acho que assim ela vai se distrair um pouco – Sento na poltrona de frente para as duas e elas me observam em silencio – Temos quanto tempo até a Ruby chegar?

— Um tempinho sis, logo ela está por aqui – Me ajeito na poltrona e avalio as duas por um instante.

— Estava pensando, após tudo isso acabar vou me mudar de vez para a cidade não quero deixar a mamãe sozinha...

— Re, eu e a Zel já estávamos falando isso um tempo atrás de nós mudarmos para cá, sua mãe disse que queria minha ajuda na prefeitura e a Zel quer cuidar da empresa daqui, estávamos já nos organizando para isso.

— Vocês não me falaram isso, desde quando estão pensando nisso?

— Faz uns meses já sis, não precisa parar toda sua vida, você tem suas coisas em NY o Robin tem as deles, eu e a Ella já entramos em um acordo

— Eu pedi o divórcio para o Robin.

— Você o que? Regina quando foi isso? – Zelena levanta e vem até mim e me afundo na poltrona

— Foi a alguns dias atrás, não dá mais, eu to cansada disso, vou me mudar com a Ali, e refazer minha vida aqui

— Achei que vocês estavam bem cunhada – Olho para as duas que estavam mais perto e nego com a cabeça.

— Eu to cansada de lutar por algo que já está quebrada, ta insuportável isso, o Robin não é mais nada para mim, e eu não quero mais viver de aparências, de sorrisos falsos, mesmo que o papai não tivesse morrido eu ia mudar para Storybrooke de novo.

— Sis por que você não veio conversar conosco?

— Porque eu não queria incomodar vocês, eu preciso tentar resolver minhas coisas, sem correr para vocês sempre como uma criança assustada, uma adolescente fraca, eu sou uma mulher e tenho que aprender a me cuidar.

— Re não seja boba, você pedir ajuda não é sinal de fraqueza, somos família e assim que é família, ajuda uns aos outros quando estamos passando por diversidade.

— Exatamente sis, não seja boba estamos aqui para você, mas e a Alicia sabe disso? – Nego com a cabeça e me arrumo novamente na poltrona.

— Não, eu vou conversar com ela, não acho que vou ter grandes problemas com isso, Robin nunca se importou muito com a Alicia nunca foi próximo dela.

— Você... – A fala de Ella é interrompida com a empregada anunciando que a Ruby havia chego para a leitura do testamento – Depois falamos disso...

Aceno com a cabeça e me levanto, saindo da sala para chamar minha mãe no andar de cima, quando entro no quarto ela parecia mais tranquila e lia uma história com Alicia que estava concentrada na voz da vó, bato na porta tirando a atenção das duas, aviso que a leitura do testamento ia começar, minha mãe levanta e arruma sua roupa e Alicia corre para meu colo.

— Mamãe eu posso ficar lá?

— Não filha, é coisa de adultos, que tal você ficar lá no jardim brincando?

— Mas sozinha não tem graça mãe, e eu não tenho amigos aqui – Alicia cruza os braços e faz cara de emburrada e eu acabo rindo – Meus amigos estão longe mamãe e não conheço aqui

— Eu sei filha, mas lá na sala vamos conversar assuntos de adulto e você vai achar chato, que tal você treinar umas rebatidas e depois que eu terminar vamos andar para você conhecer a cidade?

— Posso tomar sorvete? – Rio e aceno com a cabeça e o rosto da menina se ilumina – Promete mamãe?

— Prometo sim, mas você tem que se comportar – Me viro saindo com Alicia do quarto e vou com ela até o jardim, e no instante seguinte ela desce do meu colo e sai correndo pelo amplo jardim, quando vejo que ela está segura me viro e faço o caminho de volta para a sala.

Quando meu corpo atravessa a porta da sala parece que meu espirito correu para fora dali o que diabos Emma estava fazendo ali... Sei que ela tem um alto cargo na empresa, mas a leitura do testamento era coisa da família e ela não deveria estar ali, ainda mais nesse momento, estava me preparando para encontrar Emma só no dia seguinte e não agora, minha mente estava cansada e não queria isso agora, mas também não ia transparecer fraqueza, levanto a cabeça e adentro a sala.

— Desculpa a demora, Ruby como vai?

— Bem Regina, acho que podemos começar já – Me sento na poltrona que estava antes e agora estava de frente para Emma que aparentemente evitava me olhar, e meu olhar recai sobre a pequena figura ao seu lado, um menino que parecia ter a mesma idade com a Ali, estava tentando esconder o rosto um tanto envergonhado, sorrio de leve para o menino que retribuo o sorriso.

— Bom antes de começarmos, a Emma está aqui pois era um dos desejos do sr. Mills, ele pediu para que ela estivesse na leitura do testamento.

— Está tudo bem, consideramos muito a Emma, e ela é bem-vinda aqui – Minha mãe fala e volto a minha feição seria – Henry minha netinha está la fora brincando você quer ir lá com ela? – Pera o menino se chama Henry, Emma havia colocado o nome do filho dela de Henry...

FlashBack

Estávamos em férias de três semanas da escola o que era um alivio, a semana de provas havia sido intensa, fora as atividades extra curriculares, quase que não tínhamos tempo para mais nada além da escola, quando não estávamos na biblioteca estudando sendo consumidas pelos livros, estávamos divididas, eu e a Ruby com as líderes de torcida e Emma no clube de mídia, estavas tentando nos recuperar ainda da ausência da Tinker, antes que você pensa, ela não morreu calma, mas ela e a família haviam se mudado para a Florida, o pai dela havia sido transferido do serviço e com muita dor no coração e choros, falta poucos meses para terminar o ano letivo e ela teve que se mudar e ir para uma escola nova, não ia participar do baile junto conosco, além disso perdi uma das minhas melhores líderes de torcida, o que estava fazendo eu e a Ruby trabalhar muito mais pra suprir essa ausência para as competições, em resumo, quando toda essa correria acabou todos agradeceram por termos algumas semanas de folga.

Eu e a Emma fugimos das meninas e fomos passar o dia no parque, andamos um pouco por ali e agora estávamos sentadas, Emma estava encostada em uma arvore e eu estava entre as pernas dela encostada em seu peito.

— Eu quero ter três filhos – Olho para cima encontrando o olhar de Emma, havia tirado minha atenção das crianças que brincavam.

— Três? Não são muitos filhos? – Emma nega e acabo rindo, ultimamente fazíamos muitos planos para o futuro, com as respostas da faculdade perto de chegarem nossos sonhos iam crescendo pouco a pouco.

— Não, é a quantidade perfeita amor.

— Sei e como chamariam nossos filhos, eu adoro Henry e Alicia

— Alicia é um nome muito bonito, e Henry em homenagem ao seu pai eu gosto disso.

— Sim e o terceiro filho se chamaria como? – Emma pensa um pouco e sorri

— Se fosse menino chamaria de Ethan e menina eu gosto Julie

— São nomes bonitos, precisamos só entrar em consenso quando eles nascerem – Entrelaço nossas mãos e dou um selinho em Emma – Logo vamos começar nossas vidas juntas.

— Sim isso tudo depende da resposta das faculdades, vamos arrumar um ap para nós duas enquanto estudamos e depois quando começarmos a trabalhar vamos comprar uma casa grande com um jardim enorme para as crianças correr

— Amor quando você teve tempo para pensar todas essas coisas? – Emma deu os ombros e morde o lábio inferior.

— Os remédios que o psicólogo me passou aparentemente tem feito o efeito oposto, ao invés de me dar sono está tirando ele.

— Você não me contou isso, por que não me disse?

— Não queria te preocupar, ele diminuiu a ansiedade o que é a função principal dele, então tecnicamente esta funcionando – Emma me abraça mais forte e beija minha bochecha, e quando viro meu rosto nossos lábios se encontram iniciando um beijo carinhoso...

Fim do Flash

Quando volta a minha atenção ao que estava acontecendo, minha mãe estava saindo com Henry e volta minutos depois voltando e quando se acomoda no sofá novamente, Ruby sorri e aceno para todos.

— Então vamos lá, lembrando que... – Ruby começa a falar mais é interrompida por uma figura masculina aparecendo na porta da sala, minha cara se fecha.

— Me desculpe o atraso tive problemas para chegar na cidade – Robin se aproxima e beija meu rosto e cumprimenta minha família e Ruby porem olha com desprezo para Emma – Achei que era algo apenas para a família, um momento da família...

— Robin, senta por favor, você interrompeu a Ruby – Ella se pronuncia seria, ela nunca foi fã do Robin, na verdade a falta de gosto, são de ambas as partes; Robin se aproxima e senta no braço da poltrona que eu estava sentada e me abraça pelo ombro e me arrumo na poltrona um tanto incomodada confesso

— Bom como eu estava dizendo, lembrando que tudo que for lido nesse testamento tem respaldo da lei, eu fiz o testamento juntamente com o sr. Mills e quando o documento foi feito ele estava em pleno gozo de sua consciência, estava lucido e sabia o que estava fazendo, então o que for dito aqui terá que ser seguido a risca pois tentar contornar de qualquer forma estará fora da lei – Ruby finaliza e pega o envelope marrom e abre o mesmo, Ruby limpa a garganta e começa a leitura do testamento

“Bom se estas palavras estão sendo lidas é porque não estou mais aqui para cuidar da minha família, mas sei que posso não estar fisicamente mais sempre estarei em seus corações e mentes; posso dizer que meu maior orgulho é ver que minha família cresceu, que tive uma esposa amorosa, filhas incríveis e ainda tive uma neta linda que só completou toda a alegria, fui bem sucedido nos negócios mais tudo o que construí foi para a minha família, e esse legado que estou deixando, tudo o que construí estou entregando nas mãos das pessoas que mais amo e confio na minha vida.

A empresa será cuidada a partir de agora por minhas filhas Regina Mills e Zelena Mills, elas têm a missão de cuidar e propagar meu legado por muitos anos, fazendo e continuo todos os programas envolvidos na empresa, ajudando e sempre se preocupando com as ONG’s que sempre nos preocupamos em manter, sei que elas farão isso com dedicação pois elas se empenharam por anos em aprender e compreender tudo aquilo que eu criei.

Para minha nora Ella, amada que sempre se preocupou com tudo que era envolvido com o crescimento da empresa será destinado uma parte dos lucros, apesar de saber que ela ira recusar quero que pense nisso como um investimento para meus futuros netos que sei que em breve estarão ai dando alegrias para vocês, quero que construam coisas pensando neles, assim como eu e a Cora construímos tudo isso pensando em nossas filhas e sei que quando temos um pensamento tão puro e um coração tão sincero as coisas dão certo.

Os lucros serão divididos entre Cora, Zelena e Regina, de forma igualitária, sei que nenhuma das três querem isso, mas a empresa está ai e continuará dando lucros, então aproveitem os frutos.

Para minha neta Alicia um fundo minoritário foi aberto em seu nome e mensamente um valor que minha advogada de confiança sabe estará sendo depositado para que Alicia tenha um futuro brilhante assim como sua mãe e sua tia tem hoje.

Um fundo minoritário foi aberto em nome de Henry Swan para que ele possa desfrutar de tudo que a vida tem para ele, o fundo será depositado do lucro da empresa de forma mensal e deve ser retirado dos 5% que a partir de agora estará no nome de Emma Swan, a tornando uma acionista da empresa.

Todos os lucros e desejos desse testamento tem efeito e para que possa ser efetivo Regina, Zelena e Emma tem que trabalharem um ano juntos, Emma não pode ser demitida da empresa ou rebaixada de cargo, se por algum motivo esse desejo não for cumprido Zelena e Regina não terão mais direito na empresa, a empresa será fragmentada e vendida.

Desejo de todo meu coração que minha família seja feliz assim como ela merece, que tudo que acontecer daqui para a frente, seja lições e experiências para acrescentar cada dia mais na vida da minha família, e que a família permaneça unida.

Com todo o amor, Henry Mills”

— ISSO É RIDICULO – Robin se levanta enfurecido – ELA NÃO FAZ PARTE DA FAMILIA, PORQUE TERIA DIREITO A QUALQUER COISA

— Porque esse era o desejo dele, e será cumprido, Regina, Zelena e Emma terão que trabalhar um ano juntas, se não a empresa será vendida – Eu estava chocada, o que meu pai estava pensando, sei que ele sempre sabia o que estava fazendo, mas sinceramente dessa vez não sabia aonde ele queria chegar, olho todos na sala Zelena e Emma pareciam tão chocadas como eu, minha mãe estava tranquila e Ella parecia refletir o que foi dito ali.

— EU FAÇO PARTE DA FAMILIA E EM NENHUM MOMENTO MEU NOME FOI FALADO, QUER DIZER QUE EU NÃO TENHO DIREITO A NADA, É ISSO?

— Tudo o que está no testamento é o que vai acontecer, pessoas fora do testamento não tem direito a nada

— ISSO É RIDICULO – Robin avança para cima de Ruby e me coloco em frente aos dois

— JÁ CHEGA – Falo e puxo Robin para fora da sala indo em direção ao escritório com ele e tranco a porta.

— Isso é ridículo, você sabia disso, não é? Por isso veio com essa história de divórcio e voltar para a cidade, para ficar com aquela mulher

— Já chega Robin, você sabe muito bem porque eu quero o divórcio.

— Não é por isso, estamos fazendo terapia, estamos melhorando.

— Não estamos melhorando em nada, não minta para você mesmo, você sabe bem que as coisas nunca vão melhorar entre nós.

— Vão sim amor, só precisamos de uma chance – Robin se aproxima e tenta me abraçar mas desvio e me afasto novamente – Eu estou me esforçando Regina, eu juro.

— Serio Robin, meu pai acabou de morrer e você se quer teve a dignidade de estar no enterro dele, aonde você estava?

— Eu estava em Zurique não consegui um voo a tempo de estar aqui

— Robin por favor, não minta para mim, por muito menos você solicitou o jato da empresa, mas para estar nesse momento comigo você simplesmente não conseguiu, o que você estava fazendo lá?

— Cuidando dos negócios.

— Mentira Robin – Finalmente explodo e o olho com raiva – Já chega de tantas mentiras, você estava lá com a sua amante

— Não estava...

— Não se atreva a mentir para mim, Robert da filial de Zurique estava no enterro eu conversei com ele, e tudo está bem na filial, então não minta para mim, pelo menos tenha a dignidade de ser homem e se responsabilizar por seus atos uma porra de vez na sua vida.

— Eu quero fazer dar certo, por nós, pela Alicia.

— Não você não quer, você mal fica cinco minutos com a Alicia e nunca está comigo, sua única preocupação é gastar o dinheiro da empresa com mulheres e jogos, eu quero o divórcio, os papeis já estão em NY assine os papeis e siga com a sua vida.

— Para eu sair com uma mão na frente e outra atrás? – O olhar de Robin se modificou, o que era um olhar suplicante se tornou um olhar superior – Jamais, eu lutei muito para ter essa vida e não vou perder tudo, se continuar com essa história ridículo eu tiro a Alicia de você

— Você não tem esse poder – Falo e tento parecer firma, mas minha voz vacila com a possibilidade de perder minha filha –

— Me provoque, tente seguir com isso, que eu sumo com aquela fedelha e você nunca mais a verá – Por um impulso avanço em Robin e dou um tapa em seu rosto e ele ri e me olha

— Você não vai tocar na minha filha, eu te mato antes disso.

— Tente de qualquer forma Alicia ficará sozinha, se quer manter sua filha ao seu lado, feliz e bem esqueça esse divórcio, ou se não você sofrera as consequências das suas escolhas

— Fique longe de nós

— Pelo contrário Regina vou ficar bem perto, você tem dois dias para resolver.

— Eu não posso ir embora da cidade, você ouviu preciso ficar um ano aqui ou a empresa será vendida.

— Tudo bem, vou me mudar para a cidade também – Robin beija minha testa e sai do escritório com um olhar malicioso, passo a mão no cabelo frustrada por tudo aquilo, estava tudo errado e parecia que quanto mais Regina tentasse tudo ficava mais errado e confuso.