Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 37
It's not magic.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

Me perdoem a demora, estou trabalhando e estudando agora, então tudo está corrido pra mim. Mas não vou deixar de escrever e prometo arrumar minha rotina para postar mais regulamente, amo vocês ♡

Boa leitura, desculpe se houver erros.



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Agora eu me sentia ainda mais vulnerável a Andrew, depois da noite passada. Ele me viu de uma maneira que ninguém mais havia visto, ele me tocou de um jeito que eu não poderia imaginar outra pessoa fazendo isso.

O rubor de vergonha logo toma conta do meu rosto quanto o vejo entrar pela porta. Nossos olhares se encontram e eu procuro olhar para qualquer outra direção que não fosse a dele.

Girls... – Dave nos cumprimenta sorrindo. Megan revira os olhos com desdém.

— Ridículo. – Ela fala baixo, mas audível enquanto termina de descer os degraus da escada.

— E aí, Clary. – Nick diz simpático quando me vê descer as escadas também.

— Oi Nick. – sorrio pra ele.

— Não sabia que você estaria aqui também Megan, que maravilha. – Dave insiste e ela o ignora indo em direção a cozinha. – Que cheiro bom da comida da Tia Amélia! – diz seguindo-a.

— Esses dois não tem jeito. – Nick fala rindo e eu concordo.

— Você tem razão! – Falo. Andrew para ao lado de Nick e continua me olhando fixamente.

Me sinto desconfortável com o olhar dele sobre mim. – Nick parece perceber e diz um “te vejo depois" pra mim antes de ir até a cozinha.

O silêncio não podia ser mais constrangedor entre nós dois. – Mordo o lábio inferior me sentindo nervosa e ele acompanha o movimento com o olhar. – Seus olhos descem pelo meu pescoço onde algumas marcas avermelhadas ainda são visíveis. – Sei pra onde ele está olhando, e sei do que ele está se lembrando, porque eu também me lembro de cada cena. E de cada palavra. “É a minha primeira vez com uma virgem também... então jamais vou esquecer.” Recordo dele me dizendo isso, e me questiono se é verdade.

— Sua amiga intrometida está aqui... – Ele enfim fala. Demoro um pouco para assimilar suas palavras, mas logo me lembro que foi Megan quem me contou sobre Angel... como ele descobriu?!

Fico apreensiva com o que ele pode dizer a Megan, conheço Andrew suficientemente bem pra saber que ele não mede suas palavras quando quer magoar alguém.

— A culpa não foi dela... – começo a dizer, mas ele me interrompe.

— Não gosto de fofocas, Clarissa. Ainda mais quando são sobre mim! – diz impassível.

Era inacreditável que isso era tudo o que ele tinha a dizer. Depois do que havia acontecido entre nós dois ontem.

Meu olhar de irritação parece confundi-lo por meio segundo, até sua expressão se suavizar.

— Você disse que a culpa não é dela... – Ele faz uma pausa enquanto se aproxima perigosamente de mim. – Então essa culpa seria sua? – indaga. Sua boca está muito perto da minha. Não me atrevo a descer meu olhar para seus lábios, sei que não resistiria.

Não digo nada. Estou concentrada demais em olhar nos olhos azuis penetrantes dele. – Minha respiração se desregula e meu coração bate forte contra meu peito. – Andrew me analisa com um olhar brilhando de malícia e não demora em me puxar pela cintura quebrando qualquer distância que havia entre nós.

Um suspiro baixo escapa pela minha boca. A proximidade em que estamos me faz lembrar dos nossos momentos juntos.

— Andrew... – seu nome sai em um sussurro baixo de censura, mas na verdade estou quase suplicando para que ele não me largue, e que me beije com pressa.

— Não consigo parar de pensar em você Clarissa... – suas mãos me apertam com mais força contra seu corpo. – O que você está fazendo comigo, em? – indaga. Seu olhar está sobre o meu, nossas bocas quase se encostam e o hálito quente dele me faz pensar no gosto do seu beijo.

Fecho os olhos quando o vejo encostar os lábios nos meus. Mas os abro quando escuto uma risada abafada e constrangida logo atrás de nós.

— O almoço está pronto... – Amélia diz segurando o riso. Me afasto bruscamente de Andrew, sinto meu rosto esquentar de vergonha, diferente dele que a olha com insatisfação.

— Você adora interromper mãe... – Ele fala enquanto passa por ela.

Amélia me lança um olhar significativo e não a entendo. Caminhamos até a cozinha logo depois de Andrew.

— Ele me chamou de mãe. – Amélia diz baixo para que só eu ouça. – Ele está de bom humor, isso é um milagre!

— Bom humor?! – indago e ela sorri afirmando.

O almoço foi animado, bem diferente do que costuma ser. – Andrew e Dave não paravam de falar besteiras, e por mais que Amélia tenha dito que ele estava de “bom humor" seu sarcasmo e ironia estavam muito presentes em quase todas as suas frases. Vez ou outra ele ainda mandava indiretas para Megan sobre ela ter me contado sobre seu passado, ele não deixava isso totalmente claro, mas eu e ela sabíamos que Andrew estava falando disso.

Amélia não escondia sua felicidade e lançava olhares carinhosos de mim para Andrew, ele pareceu perceber assim como eu, mas não disse nada.

Quando o almoço terminou, todos se levantaram da mesa com a desculpa de assistir ao jogo de basquete na TV. – Permaneci para ajudar Amélia com a louça e Nick acabou se juntando a nós duas para nos ajudar.

Amélia estava lavando a louça enquanto eu secava. – Nick terminava de limpar a mesa na sala de jantar.

— Fico tão feliz que você e o Andrew estão se entendendo... – Ela diz. Mordo o lábio envergonhada, mas acabo sorrindo.

— Não diria que estamos nos entendendo. – digo, Amélia me olha achando graça.

— Não?! Clary eu sei que vocês estão... – Ela começa a dizer, mas não concluiu a frase pois me ver ficar tão vermelha quanto um tomate.

— Como você sabe? – pergunto sem coragem de olha-la.

— Lençóis sujos... Bem, eu acho que até demorou demais! – Ela ri e eu escondo o rosto com as mãos.

— O Andrew é muito complicado. – digo mudando de assunto.

— Você nem imagina! – Amélia concorda.

Nick se junta a nós na cozinha e começa a guardar as louças que eu sequei. – Alguns minutos se passam e quando Amélia termina de lavar tudo seu celular toca, ela saí do cômodo deixando somente eu e Nick no local.

Nick é um cara legal. Sei que ele é realmente um amigo para o Andrew e que se preocupa com ele.

— Viu como o Andrew está de bom humor hoje? – Ele diz rindo e eu o acompanho.

— Combinou com a Amélia de dizer isso?! – brinco.

— Claro que não... Faz um bom tempo que não o vejo assim. – Nick diz e me lembro do passado de Andrew, da Angel.

Começo a me perguntar mentalmente como ele era antes de perde-la.

— Nick... – digo atraindo a atenção dele que guarda a última louça. Me encosto no balcão de mármore e Nick fica na minha frente de costas pra porta. – Como ele era?

— Quem? O Andrew? – Nick me olha constrangido. Ele ainda não sabe que eu sei sobre a Angel. Talvez tenha medo de deixar escapar algo sobre ela.

— Eu sei sobre a Angel. – digo e ele arregala os olhos – A Megan me contou... Mas não quero saber sobre ela, quero que me conte sobre o Andrew, como ele era antes...?

Nick me olha em dúvida por um tempo, parece pensar se deve ou não falar.

— Ele era como é hoje, do jeito que ele está hoje, sabe? Irônico, sarcástico... Mas não era frio, não como ele se tornou depois de perde-la. – Nick diz nostálgico.

— Você sente falta de como ele era antes? – pergunto e pela primeira vez vejo um olhar triste no rosto de Nick.

— Sim, claro. Sinto que nós o perdemos um pouco também...

— Eu sei bem que não é fácil perder alguém. – digo me lembrando da minha mãe, e quando olho para a direção da porta vejo Andrew com um olhar frio.

Nick segue meu olhar e se vira pra porta também. – Andrew nos olha analítico e não diz nada. – Sinto meu coração bater forte e me pergunto o que ele escutou. Ou o que está pensando.

— O que vocês estão falando? – indaga vindo até nós. Sua voz está exasperada.

— Nada demais, Andrew. – respondo atraindo seu olhar.

Ele se aproxima ainda mais de mim, Andrew coloca suas duas mãos nas laterais do balcão me deixando sem saída. – olho de relance para Nick que deixa claro seu desconforto.

— Não vou repetir a pergunta, Clarissa! – Ele diz alto e deixa claro sua irritação.

Olho dentro de seus olhos e também começo a ficar irritada com esse comportamento dele. Não vou mais admitir que ele me pressione dessa forma, ainda mais na frente dos outros.

— Drew... – Nick diz com calma, mas ele o interrompe.

— Nick não estou falando com você! – Andrew responde sem tirar seus olhos de mim. – Você acha que eu sou burro, Clarissa? – indaga – Escutei você dizendo que não é fácil perder alguém. Então o que porra você estava querendo saber?

Não demoro para perceber onde ele quer chegar. – Andrew acha que estávamos falando sobre a Angel, ele não acha, ele tem certeza.

Nick se aproxima e para ao lado de Andrew, antes que ele diga qualquer coisa me precipito e empurro Andrew pelo peito o afastando de mim.

Estou tão irritada que seria capaz de dar um tapa na cara dele. – Depois da noite que tivemos ele ainda tem a coragem de insinuar que estou “procurando saber sobre o passado dele”. Eu decidi não fazer mais isso, pois vi o mal que a mera menção ao nome dela o fez. Dentro de mim eu já havia decidido que só falaria da Angel, quando o próprio Andrew resolvesse me contar sua versão da história.

Vou até a porta da cozinha, mas sinto meu braço ser puxado e sou virada de frente para o Andrew. – o aperto de sua mão está controlado e sei que ele não quer me machucar.

— Me responde, Clarissa! – Ele diz baixo.

— Andrew nós só estávamos conversando. – Nick nos interrompe mais uma vez.

— Me solta! – falo alto deixando que toda minha irritação saía. – Eu mandei você me soltar, caralho! – digo e Andrew me olha com deboche.

— Eu vou soltar, quando você me dizer o que estava perguntando pro Nick! – diz irritado.

— Eu não estava perguntando da Angel, se é o que quer saber! – digo tão irritada quando ele.

O olhar dele fica ainda mais frio. – Sinto seus dedos soltarem meu braço e vejo sua mandíbula travar.

Só aí percebo o que fiz. Só aí me lembro de como ele ficou quando eu disse esse mesmo nome.

— Andrew... – ele se afasta de mim quando tento tocar seu rosto.

— Vai se foder, Clarissa. – diz passando por mim e saindo da cozinha.

Nick vai atrás dele e quando escuto a porta de saída bater com força fecho os olhos.

Que merda! Por que eu fui falar o nome dela? – Penso que Angel sempre será um fantasma entre mim e Andrew, mesmo que ela não esteja mais aqui.

Megan e Amélia entram na cozinha e me olham com preocupação.

— O que houve? – Amélia pergunta.

Conto tudo a elas e por cinco minutos Amélia ficou dando um sermão na Megan por ter me contado sobre a Angel, mas no final acaba concordando que eu merecia saber da verdade.

— Esse ainda é um assunto muito delicado pra ele. Andrew não sabe lidar com a perda. – Amélia diz me abraçando pelo ombro.

— Ele a amava muito. – digo sentindo um aperto no estômago.

— Amava. – Amélia fala olhando nos meus olhos. – Mas isso não importa mais, porque agora ele tem você.

— O Andrew não me ama. – digo baixo, sentindo as palavras me ferirem.

— Não acredito que isso seja verdade. – Amélia me lança um sorriso compreensivo. – Conheço o meu filho, sei quando ele está apaixonado.

Não digo mais nada. – Megan que até então só nós observava me diz que Nick e Dave foram atrás de Andrew.

— A única coisa ruim é que ele saiu daqui feito um louco. – Ela diz e me sinto culpada. Amélia olha com repreensão para Megan. – Ele é imprevisível.

As horas se passam e nada dele chegar, Megan acaba indo embora e Amélia fica comigo. – Não consigo parar de pensar nele e em como seu olhar estava vazio e frio. Em como Angel ainda o atinge tão profundamente.

Por volta das onze da noite digo para Amélia ir, pois já está tarde, ela reluta em ficar, mas acaba cedendo e pede para que um dos seguranças a leve de carro.

— Qualquer coisa você me liga, tudo bem?

— Ligo sim, Amélia. – forço um sorriso antes de abraça-la.

Quando adentro o quarto uma onda de lembranças me invade. A noite passada parece mais distante. Mas me recordo de cada momento, de cada toque, de absolutamente tudo. – Fecho os olhos e me sinto triste, não era assim que eu imaginava que as coisas iam ficar depois de tudo o que houve entre nós.

Mas afinal, o que eu esperava do Andrew? O que eu espero de alguém como ele?

Tomo um banho demorado antes de me deitar na cama. As horas passam e não consigo dormir, olho para o celular tentada em ligar pra ele, mas sei que Andrew não vai atender.

...

Não faço ideia de que horas fui dormir, mas pelo cansaço do meu corpo acredito ter sido muito tarde, depois de me remexer várias vezes na cama. – Que parecia grande demais pra mim.

Vejo a hora no visor do celular e ainda são seis da manhã, penso em voltar a dormir mas escuto um barulho vindo do andar de baixo da casa.

O chão frio causa um atrito incômodo nos meus pés, abraço meu corpo com as mãos enquanto desço as escadas – O tecido fino da camisola não me protege do frio da manhã.

Assim que adentro a cozinha vejo Andrew abaixado em um canto recolhendo o que parece ser cacos de vidro do que seria uma xícara.

Quando ele vira de frente pra mim não parece surpreso em me ver, na verdade ele não esboça reação nenhuma, como se eu nem ao menos estivesse ali. – Sua aparência está péssima, olheiras abaixo dos olhos, percebo que sua camisa está suja do que parece ser sangue, e sentindo uma onda de preocupação analiso ele com o olhar para ver se está machucado, mas tudo o que vejo são cortes nos punhos, como se ele tivesse socado algo ou alguém muitas vezes.

— Andrew... – começo, mas ele me interrompe.

— Não quero falar com você, Clarissa.

Suspiro cansada dessa situação. – Ele caminha até a porta mas eu paro em sua frente.

Levanto a cabeça para olhar em seus olhos, Andrew me encara.

— Onde você estava? – pergunto, ele solta uma risada de deboche antes de me responder.

— Não sabia que eu devia satisfações a você.

— Como você consegue, Andrew? Me tratar assim depois de tudo o que aconteceu...? – indago tão baixo que é quase inaudível.

— Tudo o que, Clarissa? Sexo não é mágica. – Ele diz olhando em meus olhos.

É claro que não é. Eu que sou burra de achar que alguma coisa mudaria entre nós.

Fito seus olhos uma última vez antes de sair dali.


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Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz e motivada, comente ♡

Ps: parece que eles não se entenderam, afinal. Haha

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Beijos, até



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