Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 31
Until the end.


Notas iniciais do capítulo

Olá... ♡

Boa leitura, desculpa se houver algum erro de ortografia.



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Alguns dias se passaram desde o surto repentino do Andrew. Preferi não tocar no assunto, sabia que se confrontasse ele sobre isso, não obteria nenhuma resposta.

Mas não havia me esquecido nenhum pouco do nome Angel.

Pensei em como poderia descobrir sobre o passado dele. Congitei em perguntar a Amélia, mas sabia que a mãe dele nunca me diria nada. Mesmo gostando de mim, tinha consciência de que Amélia nunca iria revelar um segredo profundo do filho pra mim.

E Andrew também parecia estar me evitando desde aquela madrugada. Ele voltou a ficar mais ausente, mal trocávamos duas palavras.

Quando ele estava em casa, ou era no escritório, ou já dormindo ao meu lado.

Mas uma pessoa veio a minha mente. Alguém que já estava aqui antes de mim...

Megan. – Ela deveria saber de alguma coisa.

Pode vim aqui em casa? Hoje?” – digitei a mensagem e enviei.

Claro que sim, posso dar uma passadinha aí Clary, beijinhos”— A resposta não demorou a vim.

Ela apareceu já no fim da tarde – fiquei ansiosa quase o dia inteiro esperando por ela.

— Eu tenho andando um pouco ocupada... sabe? – Megan falou sorrindo.

— Megan, eu preciso conversar com você...

— É sobre a sua “vingança” deu certo né? – indagou sorrindo maliciosa. Balancei a cabeça negativamente e ela viu minha expressão de seriedade. – O que houve Clary? – perguntou preocupada.

— É outro assunto. – falei – Mas é melhor conversamos no quarto, caso o Andrew chegue...

— Pode falar! O que houve? O que o Andrew fez?

— Ele surtou...

— Ele te machucou Clary? – Megan indagou me olhando preocupada.

— Claro que não! – afirmei com certeza – esse não é ponto... Olha, o Andrew surtou, e eu sei que ele tem algum motivo pra ficar assim...

— Claro que tem, bom o trabalho dele é bem perigoso, né... – Megan desconversou e desviou o olhar pra qualquer canto do quarto.

— Ele disse um nome quando estava fora de si... – falei obtendo a atenção dela novamente.

— Um nome? Como assim? – ela sorriu nervosa. – Ele deve ter bebido demais...

— Angel. Esse foi o nome. – vi Megan engolir literalmente em seco. O rosto dela pareceu perder a cor, enquanto sua boca abriu ligeiramente.

— Não conheço ninguém com esse nome, Clary. – afirmou sem olhar nos meus olhos.

Ela estava mentindo.

— Megan eu preciso da sua ajuda! Por favor! – toquei na mão dela. Megan me olhou nos olhos.

— Não posso ajudá-la nisso...

— Você conhece ele a mais tempo, está aqui a mais tempo! Megan, eu sou casada com o Andrew, mas não sei nada sobre ele! Sobre o passado dele!

— Eu sinto muito, não sei como poderia ajudá-la. – Megan abaixou a cabeça.

— Megan, eu estou pedindo sua ajuda porque não tem mais ninguém agora com quem eu possa contar! – ela voltou a fitar meus olhos.

— Clary eu vou te dar um conselho... Não mexe no passado do Andrew!

— Dispenso seu conselho. Quero sua ajuda.

— Deixa isso pra lá, Clarissa! – Megan pediu.

— Então você sabe não é? Sabe quem é ela? Angel...

— Clary, não!

— Você sabe, não quer me contar...

— Eu preciso ir. – Ela se levantou da cama.

— Vou descobrir Megan. Com ou sem a sua ajuda!

— Clary por favor, siga meu conselho...

— Você não tem que ir? – indaguei olhando-a.

Megan suspirou cansada antes de abrir a porta do meu quarto e sair.

Se ela não ia me ajudar, então eu iria descobrir tudo sozinha.

Agora obtive certeza de que algo havia acontecido com o Andrew. – Algo relacionado a essa Angel.

Quem será você? Angel...

Como eu havia afirmado pra Megan, eu iria descobrir sim tudo o que fosse sozinha.

Desci as escadas e me certifiquei de que estava sozinha. – Os seguranças do lado de fora nunca entravam aqui, então estava segura para começar a vasculhar as coisas.

Pensei no único lugar que eu não entrava com frequência, e que então seria perfeito para o Andrew guardar seus segredos de mim. – Só podia ser o escritório dele.

Fui até o local e para minha surpresa a porta estava apenas encostada. – Ele nem se dava ao trabalho de trancar, pois não suspeitava que eu poderia vim mexer em suas coisas.

Minha mão trêmula girou a maçaneta e eu adentrei o cômodo. – O local que a alguns dias estava totalmente bagunçado e parcialmente destruído, agora era o oposto disso. Estava organizado, arrumado, e nem ao menos parecia que o Andrew havia quebrado algumas coisas.

Fechei a porta atrás de mim e adentrei mais o lugar.

Pensei em por onde começar a procurar qualquer evidência do passado dele.

Fui até a mesa dele, me sentei na cadeira que havia ali – que ele costumava se sentar. – Abri a primeira gaveta dele, havia muitos papéis ali, recibos pelo o que eu entendi. Algumas pastas com contratos, mas nada que fosse muito revelador. Então abri a segunda gaveta, mais papéis, e uma caixa preta. Peguei a caixa mediana com cuidado e coloquei em cima da mesa, abri e tive uma surpresa, havia munições e um lugar onde deveria estar uma arma. Logo fechei a caixa e enfiei de volta na gaveta.

Fui pra terceira e última gaveta da mesa mas essa para minha surpresa estava trancada. – Forcei a gaveta mas ela não abriu. – Suspirei decepcionada.

Então sai da mesa, analisei o escritório. Ainda havia um armário e uma estante de livros. Fui até o armário e abri as duas portas. Havia umas quatro prateleiras cheias de documentos contratuais, pastas com nome de pessoas que eu nunca sonhei na vida. – Vasculhei as prateleiras não encontrando nada.

Seria difícil encontrar algo, e por mais que eu já estivesse cansada de ler papeladas eu continuei.

Havia mais duas pequenas gavetas na parte de baixo do armário. – Abri a primeira, havia pelo menos cinco passaportes com a foto do Andrew, mas com nomes diferentes, entre esses nomes Jensen Lewis, todas as documentações como se ele realmente fosse aquelas pessoas.

Meu Deus! – Isso é falsidade ideológica.

Senti meu coração bater na garganta quando escutei a porta do escritório bater.

Congelei onde estava, com aquele passaporte na mão.

Pedi mentalmente para que fosse qualquer pessoa menos ele. – Sabia que Andrew ficaria mais do que irritado comigo se me pegasse vasculhando as coisas dele.

— O que você está fazendo aqui, Clarissa? – Amélia indagou.

Consegui soltar a respiração que eu havia prendido, meus músculos tensos começaram a relaxar.

Joguei o passaporte na gaveta e a fechei, assim como fiz com as portas do armário. – Me virei para Amélia sentindo que ainda sim eu estava metida numa encrenca.

Ela me olhava procurando explicações, parecia estar mais chateada do que irritada.

— Clarissa? – ela repetiu a indagação.

— Eu só... – pensei em inventar uma desculpa, mas eu não era boa com mentiras.

— Você faz ideia do que aconteceria se o Andrew te pega aqui? – ela perguntou levemente irritada.

— Amélia... – tentei elaborar algo pra dizer, mas minha voz morreu.

Começava a me sentir envergonhada. – Amélia me olhava atrás de explicações.

— Vamos sair daqui! – ela foi até a porta e eu apenas a segui em silêncio.

Amélia fechou a porta do escritório e eu esperei com que ela começasse a falar.

— Podemos conversar no seu quarto?

Assenti que sim. – Subimos a escadas em silêncio.

Enquanto subimos comecei a pensar que talvez fosse um pouco estranho Amélia chegar bem na hora em que eu estava procurando coisas do passado do Andrew. – Amélia estava ocupada nesses últimos dias, quase não passava mais aqui. – Então comecei a entender que talvez Megan havia dito a ela sobre o que eu pretendia fazer.

Talvez não, quando cheguei no quarto tive certeza de que Megan havia falado tudo para Amélia.

Assim que entramos no quarto fechei a porta.

— O que deu em você Clary? Não pensa nas consequências dos seus atos? – ela cruzou os braços enquanto falava.

— Foi a Megan, não foi? – indaguei olhando-a nos olhos.

— O que? – Amélia me olhou surpresa. Parecia duvidar que eu descobrisse que Megan havia dado com a língua nos dentes.

— Foi a Megan que contou pra você, não é? – continuei olhando pra ela.

— A Megan só estava preocupada...

— E isso da o direito dela fazer fofoca pra você? – perguntei irritada

— Clary, já chega! Você já foi longe demais indo mexer nas coisas do Andrew! Sorte sua que foi eu quem te vi lá.

— Longe demais? – ironizei – Eu fui longe demais por querer descobrir mais sobre a vida do meu marido? – sentia-me mais irritada, Amélia me substimava e estava me tratando como uma criança inocente.

— Seja sensata, Clarissa! Não vá atrás de um passado que não é seu!

— Eu vou atrás sim, Amélia! A Megan não quis me contar o que houve, e eu sei que você sabe muito mais dessa história do que ela... Mas é óbvio que você não vai me contar! Então sim, eu vou atrás. – falei decidida.

— Estou tentando te proteger! – Amélia pareceu ter perdido a paciência quando o tom de voz dela se elevou.

Me lembrei de quando ela e o Andrew discutiam. – Amélia parecia estar agindo como se fosse minha mãe, e isso em outra ocasião teria caído perfeitamente, mas não agora.

— Me proteger? Com mentiras? Como da outra vez? – indaguei.

Ela me olhou perplexa.

— Eu só escondi as coisas de você porque o Andrew me pediu!

— Você foi conivente com isso! O Andrew me enganou por meses, Amélia! E você sabia! – falei com irritação e mágoa.

— Não estou dizendo que sou inocente! Eu não sou! Mas isso não quer dizer que eu vá te falar algo. E eu sugiro Clarissa que pro seu próprio bem você não entre mais naquele escritório para procurar seja lá o que for! – Amélia parecia ter perdido toda paciência que restava.

— Vou descobrir sobre a Angel! – assim que o nome saiu pelos meus lábios vi a cor do rosto da Amélia se esvair. Se Megan ficou em choque, não era nada perto da expressão que Amélia fez.

— Se você tentar Clarissa, eu vou contar pro Andrew que você estava no escritório dele! – Amélia me ameaçou. – É pro seu bem.

— Sai daqui, Amélia! – falei irritada. – Agora! – ela me olhou uma última vez antes de sair do quarto.

Bati a porta com força.

Se ela estava achando que ia me impedir de descobrir sobre o passado do Andrew, ela estava muito enganada.

Comecei e agora eu iria até o fim! –Vou descobrir, custe o que custar.

Andrew Narrando

Tinha alguns flashs de memória da noite em que surtei. Não me lembrava com exatidão de tudo o que havia acontecido, mas sabia que Clarissa havia me visto no meu pior momento.

Não dei explicações a ela, até porque não devo satisfações a Clarissa. Mas estranhei o fato dela não me perguntar sobre aquela noite. – Afinal ela é extremamente curiosa e intrometida.

Mas o motivo do meu odio vir a tona tinha nome. Marcelus Marin, um antigo inimigo que acabou com a minha vida. O maldito havia escapado entre meus dedos da última vez, mas eu o mataria sem pensar duas vezes se ele cruzasse meu caminho.

Marcelus era um verme repugnante, ele merecia morrer lenta e dolorosamente.

Mesmo ele ainda sendo uma ameaça em potencial, eu já estava me preparando para qualquer ataque da parte dele. E principalmente cuidando da segurança da Clarissa. Se ele pensasse em tocar nela, eu o mataria sem pensar duas vezes. Marcelus não merecia minha misericórdia, não depois do que ele fez.

Aumentei a segurança na casa. – Mais homens da minha confiança, armados e mais câmeras do lado de fora.

— Você conseguiu descobrir de onde era a ligação que eu recebi, Nick? – indaguei enquanto Nick mexia concentrado no notebook.

— Não Drew... Mas nosso informante sumiu, presumo que o homem que tentou te alertar sobre o Marcelus era ele.

— O desgraçado do Marcelus matou meu informante?! – falei sentindo meus músculos tencionarem de raiva.

— Pode ser que não seja o Marcelus... – Nick falou obtendo meu olhar.

— Nick antes do cara morrer com um tiro ele falou o nome daquele filho da puta! Acha que não é ele? – indaguei irritado.

— Calma, Andrew... – Dave se pronunciou. – Nós temos que trabalhar com todas as hipóteses. Inclusive com o fato de que você tem muitos inimigos... E também tem toda a história da Clarissa...

— Isso não tem nada haver com ela! – falei ríspido. – Esse desgraçado quer a mim!

— Nós sabemos! – Nick disse – Mas não se esqueça que há outras pessoas que querem a cabeça dela, e agora muito provavelmente a sua.

— Vamos deixar esse assunto pra depois, já estou ficando com ódio! – falei encerrando a conversa.

Resolvemos mais algumas coisas, entre piadas irritantes do Dave, e comentários irônicos meus, terminamos todo o trabalho daquele dia.

Quando estava saindo do escritório Dave começou com mais gracinhas.

— Drew já está virando um costume você ir pra casa ao invés de ficar na noitada! Tá pegando gosto de ficar com a esposinha em... – Dave sorriu largo e Nick deixou escapar um risinho.

Olhei para os dois com irritação. – Me segurei pra não enfiar o cano da minha arma na boca do Dave. Quem sabe assim ele pararia de falar merda.

— Dave, porque você não vai tomar conta da vida daquela prostituta que você come? – indaguei com olhando-o com raiva.

— Relaxa Andrew! Eu tô cuidando muito bem da Megan! – Dave sorriu malicioso.

Bati a porta depois de sair dali. – Dave adorava gastar minha paciência.

Mas pensei no que o idiota disse durante o trajeto pra casa. – Já fazia uns meses que eu não caia na noitada, ou que eu ao menos transasse com outras mulheres. Depois que comecei a conviver constantemente com a Clarissa isso ficou de lado. – Agora o que me restava era fazer como garotos de quinze anos, me masturbar escondido, porque a Clarissa me provocava, mas nós não íamos até o fim. – Começava a ser uma tortura pra mim não transar com ela. Tentei ao máximo evitar isso, pois a última coisa que eu queria era que ela se apaixonasse por mim. Mas comecei a repensar minhas prioridades.

Cheguei em casa e escutei vozes assim que entrei, não demorou muito e vi minha mãe descendo as escadas com uma expressão nada boa, logo depois de escutar uma porta bater no segundo andar.

— O que houve Amélia? – perguntei analisando-a.

— A convivência com você está deixando sua esposa cada dia mais teimosa! Por Deus! – ela falou irritada. – Já vou indo... E da pra você me chamar de mãe, garoto? Mereço viu!

Então quer dizer que a Clarissa discutiu com a minha mãe? Isso era um pouco estranho, já que as duas praticamente se adoram.

Quando entrei no quarto Clarissa folheada um livro com mais força do que necessitava. – Olhei pra ela sentada na cama, o rosto um pouco vermelho, ela parecia estar irritada. O cabelo solto caindo por um lado do ombro, deixando seu pescoço a vista. Imaginei-me beijando a pele dela, marcando-a.

— Você... Já chegou?!

— Eu moro aqui. – respondi fazendo-a lançar um olhar de deboche na minha direção.

Ela parecia ficar ainda mais tentadora quando ficava irritada.

Clarissa não me respondeu, voltou a atenção ao livro.

— Você brigou com a minha mãe? – indaguei sorrindo sarcástico.

— O que parece?! – ela levantou uma sobrancelha.

Clarissa fitou meus olhos. Não desviei meu olhar do dela nem por um segundo.

— Não me importo se vocês duas ficam brigando, Clarissa. Só não venha descontar em mim.

— Um pouco hipócrita da sua parte, não acha? – ela se colocou de pé a minha frente. – Já que quando você tem seus problemas chega aqui e desconta em mim.

— Você está merecendo umas palmas na bunda, sabia? – mordi o lábio enquanto olhava ela com malícia.

— Me respeita, Andrew! – Vi o rubor tomar conta do rosto dela. Sorri ainda mais.

— Não é como se eu nunca tivesse tocado você... – Me aproximei mais, o suficiente pra sentir o cheiro doce dela me inebriar.

Ela olhou nos meus olhos. – Seus lábios estavam entreabertos e por dois segundos seu olhar pairou sobre minha boca.

— Dá licença, Andrew. – Clarissa passou por mim saindo do quarto.

Fui atrás dela, hoje eu estava a fim de brincar um pouquinho com ela. – Ela havia se vingado de mim, mas não sabia que os joguinhos só estavam me deixando com mais vontade de ir até o fim com ela.


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Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz, comente! ♡

Ps: estou escrevendo uma nova Fanfic, o nome dela é Girl – Rose May. Caso queiram ler garanto que não vao se arrepender

Link:

https://fanfiction.com.br/historia/776047/Girl_Rose_May/



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