Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 30
You're not a her.


Notas iniciais do capítulo

Queria dizer que estou muito feliz que vocês ainda estão acompanhado minha fanfic. Muito obrigada a todos que deixaram um comentário no capítulo anterior. Vocês são os melhores! ❤

Aproveitem o capítulo, desculpe se houver erros de ortografia.



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Andrew Narrando

A imagem dela sentindo prazer não saía da minha mente quando eu fechava os meus olhos.

Clarissa me deixava ainda mais louco pra tê-la quando ela jogava comigo. – A garota não era tão inocente quanto eu pensava. Já que me atiçou e logo depois me deixou sozinho no quarto, duro como um garoto de quinze anos que assisti pornô.

— Andrew? Não vai dizer que está pensando na esposinha? – Dave ralhou comigo.

— Vai se foder, Dave. – falei abrindo meus olhos.

— Você ao menos estava prestando atenção no que nós estávamos falando, Drew? – Nick indagou segurando o riso.

— Vocês tiraram o dia pra me encher porra?!

— Desculpa... – Nick falou ainda com um sorrisinho no rosto. – Retomando o assunto sobre o último carregamento de drogas...

— Com licença, Senhor Andrew? – Emily bateu na porta.

— Emily você sabe o quanto eu adoro ser interrompido... – ironizei.

— Desculpa, mas tem um homem na linha, pode transferir a ligação?

— Quem é?

— Ele não quis se identificar.

Nick, Dave e eu nos entreolhamos.

— Transfere a ligação, Emily.

— Sua secretária é gostosa, Drew. – Dave falou malicioso.

— Geralmente é mais incompetente, não sei como se lembrou de bater na porta.

Peguei o telefone e atendi. – Silêncio do outro lado da linha.

— Quem é? – indaguei.

— Senhor Andrew Black? – um homem falava baixo, quase como um sussurro inaudível.

— Sim, sou eu. Quem é?

— Ele está atrás do senhor... ele... – o homem falava cada vez mais baixo, o medo era facilmente visto em sua voz.

— Ele quem inferno? – indaguei sentindo meu sangue ferver.

— Ele... – o homem sussurrou apavorado – Ele está vindo...

Sentia-me irritado, se isso era um trote, seria de muito mal gosto...

— Seu filho da puta, eu acho bom isso não ser um trote...

Nick e Dave me olhavam a espera de respostas. – Nick começou a mexer no notebook, vi que ele agora tentava rastrear a ligação.

— Ele está vindo atrás do senhor... – falou mais uma vez do outro lado da linha.

— Ele quem, porra?! – gritei irritado.

— Marcelus Marin. – pude escute um tiro do outro lado da linha, e depois silêncio.

Quando suas últimas palavras começavam a fazer sentindo na minha cabeça, tudo pareceu escurecer.

Apertei o telefone com tanta força que escutei ele rachar entre meus dedos.
— Andrew? – Nick indagou – O que ele disse?

O ódio dominava-me enquanto lembranças de um passado atormentado invadia minha mente. – Vozes ecoavam dentro de mim, gritos, pedidos de socorro. Até mesmo o tiro eu escutei. – Sentia-me vazio, todas aquelas lembranças estavam se passando dolosamente pela minha cabeça.

— Andrew? – Dave me chamou. – Andrew o que ele te falou? – indagou preocupado.

Joguei o telefone com força contra parede.

— Marcelus Marin. – repeti o nome sentindo todo meu corpo se contrair de ódio.

— Ele...? – Dave fez uma cara de surpresa e Nick pareceu perder a voz.

Me levantei da cadeira, peguei meu revolver em cima da mesa e coloquei na cintura.

— Andrew, o que você vai fazer? – Nick indagou olhando-me preocupado.

— Vou fazer o que eu deveria ter feito da última vez, vou mata-lo.

Sai do escritório quase sem rumo. – Meus pensamentos estavam desconexos, não conseguia colocar nada em ordem. E só uma coisa predominava, a minha vontade de matar.

Se qualquer pessoa entrasse hoje no meu caminho, eu a mataria.

Clarissa Narrando

Depois de todo joguinho de sedução que eu fiz com o Andrew, não o vi o dia inteiro. – Mas lá pela tarde comecei a sentir uma sensação ruim.

Acabei pegando no sono, tive alguns sonhos ruins que não conseguia me recordar direito.

Era por volta de uma e trinta da madrugada, quando escutei um barulho. – Me levantei da cama e fui ver o que era, ou no caso, quem era.

Coloquei meu robe por cima da camisola que usava e fui até a cozinha.

Desci as escadas com cuidado, sem fazer barulho – literalmente na ponta dos pés.

Olhei na sala primeiro e não vi ninguém. – Estava tudo escuro, apertei mais meu robe contra o corpo quando senti um calafrio estranho – Continuei andando pela casa, fui até a cozinha e também não vi ninguém. – Pensei ter imaginado coisas, decidir que voltaria para o quarto.

Mas um outro barulho me chamou atenção. – Dessa vez um barulho mais alto, de algo se quebrando.

Mordi o lábio nervosa. – Se era o Andrew, o que ele estava fazendo?

Caminhei devagar até o escritório dele – o atrito dos meus pés descalços com o chão frio me incomodava. – E eu continuava com uma péssima sensação, ou pressentimento ruim.

Constatei que era realmente ele, pois quando me aproximei do escritório pude escutar sua voz, não consegui entender o que ele falava.

A porta estava entreaberta, me permitindo ver parte do cômodo. – Meus olhos quase não acreditaram no que estavam vendo.

O local estava quase que totalmente destruído, a maioria das coisas estavam jogadas no chão, haviam muitos objetos quebrados e duas garrafas de whisky estavam no chão – quase vazias.

Tomei coragem e estendi minha mão empurrando a porta, terminando de abri-la de vez.

— Meu Deus Andrew! – exclamei baixo, mas audível.

Eu estava assustada. – meu coração batia acelerado contra meu peito.

Andrew estava transtornado. – Eu quase não o reconhecia. – Seus olhos estavam escuros e frios, o maxilar travado deixava explicito seu ódio.

Porque quando o olhei, foi o que eu vi. Ele transpirava ódio.

Quase tudo estava destruído ali. – E quanto mais eu olhava aquilo, mais assustada eu ficava, mais eu desejava recuar.

Os olhos dele fitaram os meus pela primeira vez. – Senti um calafrio percorrer minha espinha. Eu não via nada além de um grande vazio, e muito ódio.

Me recordei da noite em que ele havia chegado em casa sujo de sangue, era o mesmo olhar assassino, frio.
Engoli em seco, pois ele parecia estar fora de si.

— Andrew? – chamei-o, mas sem obter respostas.

Ele começou a se aproximar de mim. – quanto mais próximo ele estava, mais eu recuava para trás.

Senti a parede sobre minhas costas. – Ele me analisava minuciosamente com o olhar.

— Andrew? O que está acontecendo? – indaguei baixo, minha voz falhava por eu estar assustada com tudo aquilo.

Agora ele estava tão próximo que seu corpo quase encostava sobre o meu. Pude sentir o forte cheiro de bebida alcoólica vindo dele. – Eu queria muito que ele se afastasse, pois seu olhar me assustava, sua expressão me vazia temer.

Escutei um nome sair da boca dele, mas não consegui assimilar pois suas palavras eram desconexas.

Seu olhar ainda me analisava, desde meu rosto, até meu corpo.

Andrew começou a balançar a cabeça agitadamente e repetia diversas vezes a palavra “não”.

E de repente seus olhos fitaram os meus novamente. – eu sentia o ar pesado sair entre meus lábios.

— Angel? Você não é ela! – ele sussurrou mais para si mesmo, do que para mim.

Suas palavras me atordoaram. – Sentia meus olhos arderem, e um nó se formar na minha garganta.

Ele se afastou de mim e pegou a garra quase vazia de whisky no chão – Andrew jogou-a com força contra a parede oposta.

Levei minha mão até minha boca, suprimindo um grito de horror.

— Saía daqui! – escutei sua voz dizer impassível. – Saí! – ele gritou me assustando ainda mais.

Sentia a primeira lágrima escorrer pela minha bochecha, queria reprimir aquele maldito choro.

Andrew pegou a outra garrafa em sua mão. – E mesmo que eu soubesse que era melhor eu sair dali, eu não o fiz. Eu permaneci. – E mais uma vez o barulho do vidro se chocando contra a parede inundou aquele lugar.

Andrew me olhou e começou a rir friamente. – Algumas lágrimas ainda desciam pelo meu rosto.

— Porque ainda está aqui? – indagou. – Acha que pode me salvar? Você não me conhece… – ele se virou e foi até os destroços de sua mesa e pegou um revolver, guardando-o na cintura.

— Andrew… – seu nome saiu tão baixo pelos meus lábios que quase nem mesmo eu ouvi.

Ele veio até mim. – Eu ainda estava encostada na parede. – Andrew se aproximou tanto que o corpo dele estava colado ao meu.

— Você não pode salvar quem não tem salvação! – Andrew falou olhando em meus olhos.

Quando ele atravessou a porta do escritório pude ouvir seus passos se distanciarem até a porta de saída da casa.

Deixei meu corpo escorregar pela parede até eu me sentar no chão. – Soltei a respiração de maneira pesada enquanto lágrimas escorriam pelos meus olhos.

Pensei onde eu havia me metido. A onde minha mãe me jogou... Como ele próprio disse “Eu não o conhecia”. Não sabia nada sobre o Andrew... O que era injusto, já que ele sabia tudo sobre mim, até mesmo as mentiras que minha mãe me escondeu por anos.

Quando olhei nos olhos dele só via um grande vazio. Ele escondia algo, constatei isso com toda certeza.

Angel... – Quem ela deveria ser? Alguém muito importante, presumi.

Alguém do passado dele.

Olhei o escritório revirado mais uma vez, Andrew havia perdido todo o controle. Mas porque? Por qual motivo? Por ela?

Decidi que iria descobrir, que iria desvendar esse segredo, esse passado.

Eu iria descobrir quem era Angel.

 


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Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz, deixe seu comentário ❤

Ps: vou começar a fazer revelações sobre o passado do Andrew... aguardem os próximos capítulos pois a partir daqui, algumas coisas vão ser reveladas.

Beijos ❤



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