Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 3
I will marry you.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

Espero que gostem desse capítulo e que comentem o que estão achando.

Boa leitura!



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Escutei as vozes me chamando de volta, não dei importância e corri porta a fora.

Desci os degraus que ligava a casa ao quintal da frente, ainda tinha um grande espaço que me separava do portão de entrada e saída.

Continuei correndo, ou tentando, os saltos me atrapalhavam muito. Havia me esquecido que a casa estava cercada de seguranças quando cheguei ao portão.

— Senhorita? – um deles falou.

— Eu preciso sair.

— Não tenho ordens para permitir sua saída.

— Por favor, eu... eu, bem, eu preciso ir comprar algo que minha mãe pediu... – menti.

— Vou ligar pra ela confirmando, só um minuto.

Droga! — xinguei mentalmente, ela ia fazer eles me levarem de novo. Eu não tinha saída, mas não voltaria lá pra dentro.

Dei um passo pra trás depois que o segurança se virou de costas e foi até a guarita ligar para casa principal. Dei mais um passo, e logo depois comecei a correr novamente, então vi Jensen saindo pela porta de frente, e ele pareceu me ver também.

Os saltos estavam me matando, eu precisava ser rápida antes que ele me alcançasse, então corri até a garagem onde ficavam os carros  – sim, mamãe tinha quatro carros, não entendo o porquê – Forcei a maçaneta da porta, mas nada de abrir, a porta maior da garagem também estava fechada.

O que eu faço? — Pensei.

Olhei para trás e Jensen vinha em minha direção, ele caminhava calmamente como um predador que sabia que sua caça era fraca demais.

Mas eu não iria desistir, continuei forçando a porta até que ela se abriu, entrei e a fechei.

— Clarissa, sério? – escutei sua gargalhada do lado de fora – olha, eu pensei que você fosse um pouquinho mais inteligente.

Escutei a porta se abrir e passos vindo em minha direção, nesse meio tempo me escondi atrás de um dos carros.

Ele veio vindo em minha direção e eu ia “caminhando” abaixada atrás dos carros até chegar ao que estava mais próximo a porta.

— Confesso Clarissa que eu adoro um jogo de esconde e esconde, mas você está acabando com a minha paciência! – sua voz tinha um tom de irritação.

Minha respiração estava alta e desregulada, eu estava com medo, não dele, mas de me casar com ele.

— Eu posso escutar você, Clary — seus passos estavam mais próximos, então me levantei e corri, assim que sai, fechei a porta para atrasa-lo. Tentei correr mais depressa do que antes, resultando em um tropeço.

Vi o chão cada vez mais próximo, eu havia tropeçado nos meus próprios pés. Senti meu joelho ralando, doeu, eu quis chorar mas não podia, não agora. Tentei me levantar mas antes fui surpreendida por Jensen me puxando do chão pelo braço.

Ele me virou de forma indelicada de frente para si e me segurou pela cintura, uma mão de cada lado, de forma extremamente possessiva, ele me apertava contra seu corpo me deixando totalmente desconfortável.

— Não tente fugir de mim de novo! – falou, seu olhar estava sombrio e frio, ele me encarava de forma inexpressiva.

— Não vou me casar com você! – falei alto e decidida.

— Você não parece ter outra escolha – sorriu frio – eu e sua mãe já acertamos tudo, até seus documentos já me pertencem, bom pelo menos até o contrato acabar.

— O que? – foi como um balde de água fria, mamãe tinha realmente feito aquilo? – você está mentindo...

— Não estou! Essa é a verdade e se você quiser saber mais terá que entrar comigo.

O olhei, eu estava com medo, confusa e machucada, eu não queria mais correr, apesar de não querer ir a lugar nenhum com ele. Não me parecia restar outras opções.

— Tudo bem, desde que você me solte – ele mordeu o lábio inferior segurando um sorrisinho, aquilo meio que me hipnotizou, não que eu goste dele, Jensen é irritante e tem um olhar frio e vazio, que me causa arrepios.

— Tudo bem – soltou minha cintura e deu um passo para trás – mas não será sempre assim – sorriu de forma extremamente maliciosa.

Corei na hora, o que ele estava querendo insinuar? Jensen realmente estava convencido que se casaria comigo.

Coitado.

Ele foi em direção a porta da frente da casa, eu tentei o acompanhar mais o ferimento em meu joelho estava doendo muito, então tive que caminhar com cuidado, deixando uma certa distancia entre nós.

— Vamos logo, eu não tenho o dia todo – falou impaciente.

— Eu estou tentando – bufei.

Ele se virou e veio até mim, sem a menor delicadeza, Jensen me pegou no colo.

— O que está fazendo? – perguntei envergonhada.

— O que parece?! – respondeu grosso. Esse cara era um ogro, sem noção.

Eu estava triste, confusa. Tudo o que eu queria era que a minha mãe me dissesse que tudo isso não passa de uma grande brincadeira.

Encostei minha cabeça em seu peito, Jensen ficou estático por apenas alguns segundos, pensei em tirar minha cabeça dali, mas estava tão confortável. Seu coração batia acelerado, foi até bom saber que ele tem um.

— Está tudo bem com ela? – era minha mãe – não faça isso de novo, Clary! – sua preocupação era evidente.

— Tudo bem querida? – Lauren perguntou.

— Estou bem. – falei, enquanto Jensen me sentava no sofá.

— Seu joelho está sangrando, vamos cuidar disso – disse mamãe.

— Não! Eu só quero que me diga se é verdade que você já planejou tudo isso? – falei com raiva.

Mamãe suspirou.

— Sim, é verdade.

— O que? Como assim? – meus olhos ardiam, o choro que estava por vir, não era de tristeza e sim de raiva.

— Lauren, Nick, vocês podem nos dar licença aguardando na sala de TV? – mamãe falou sem tirar os olhos de mim.

Assim os dois fizeram, antes Lauren me lançou um olhar de solidariedade.

— Filha, olha... – ela se sentou ao meu lado no sofá – Você se lembra que eu te disse que isso era para sua segurança?

— Casar com um estranhando que eu nem conheço, isso é para minha segurança?

— Clarissa, me deixe falar! – pediu – Olha, está acontecendo algumas coisas na empresa, enfim, eu estou sendo constantemente ameaçada.

— Mãe, você não me disse... – a interrompi de novo – desculpe.

— Fiz negócios com um homem... e ele não é um cara muito bom.

— Que tipo de negócios? Mamãe a senhora não fez nada de errado não é?!

— Claro que não! Você me conhece.

Olhei rapidamente para Jensen e notei que ele parecia segurar o riso.

Idiota.

— Então porque ele está te ameaçando?

— Clary, isso não é o assunto que eu quero discutir agora! – falou – enfim, eu quero que você se case com Jensen porque ele pode te proteger e é de minha confiança.

— Mas mãe, porque a senhora não denuncia esse homem a policia?

— Não é tão simples assim, filha  –  ela fechou os olhos, parecia aflita  –  Clary, isso será apenas por um ano, até que eu ajeite as coisas.

Um ano? Poderia parecer pouco, mas eu ainda não queria me casar com um completo desconhecido. Um ano da minha vida jogado no lixo.

— Mãe, eu não sei se posso...

— Clarissa! Entenda, eu não estou fazendo isso porque quero deixar você! Estou fazendo pela sua segurança! Com a gente separada seria mais difícil de nos localizar.

— Preciso pensar, eu tenho uma vida, você sabe disso! — meus olhos se enxeram de lágrimas.

— A vida inteira eu sempre fiz o melhor para você, pequena Clary — mamãe sorriu triste — espero que se lembre disso quando tomar sua decisão. Saiba que em um ano estaremos juntas novamente.

— Não querendo interromper — pela primeira vez em minutos Jensen disse algo — mas essa sua decisão tem que ser tomada hoje. — falou inexpressivo. Obvio que ele estava pouco se lixando para minha resposta, tudo parecia um grande negócio para Jensen.

— Enquanto eu faço curativos no seu machucado, você pensa, tudo bem Clary? — mamãe disse, eu até havia me esquecido do ferimento no joelho.

— Sim.

— Pode deixar que eu faço – ele falou.

Olhei para minha mãe com uma expressão de “não quero” mas ela apenas me ignorou e disse a ele onde estavam os curativos, logo após ela se retirou da sala. Esperei por ele durante alguns minutos.

Jensen se ajoelhou em minha frente, eu que estava sentada ainda conseguia ser menor do que ele.

Sua mão gelada tocou meu joelho, me causou calafrios, algo nele me fazia querer apenas ficar longe.

— Isso pode doer um pouco. — seu olhar frio fitou o meu antes dele começar a “limpar” o machucado com algo que ardia muito. Mordi o lábio em uma expressão de dor, eu não queria mostrar fraqueza a ele. — Olha Clary, vou ser bem claro... — seus olhos não estavam nos meus, ele parecia concentrado. — Eu não sou um príncipe, não quero me casar com você... — disse e logo depois limpou mais o machucado me fazendo soltar um gemido de dor, Jensen me olhou e sorriu com frieza — O que eu tenho que fazer é proteger você, te manter viva, mas isso não quer dizer que gosto ou vou gostar de você.

— Eu percebi isso! — o olhei com desprezo, fazendo-o rir.

— Não se apaixone por mim, Clarissa ! — sua expressão voltar a ficar seria.

— Nem se eu estivesse louca. — seu olhar estava fixo no meu, sua mão que antes “limpava” meu ferimento subiu levemente até minha coxa, senti um arrepio percorrer meu corpo. Em questão de segundos minha sanidade mental falou alto e eu dei um tapa em sua mão. — Não toque em mim! — Jensen sorriu de maneira irritante, como se tivesse ganhado todo o “joguinho” de sedução que ele achava que estávamos jogando.

— Quero ver até quando vai me pedi isso. – sorriu malicioso, revirei os olhos.

Eu o detestava. Tanto que nem posso medir onde esse sentimento começa.

Acha mesmo que eu me apaixonaria por ele?

— Então Clarissa? —  mamãe retornou a sala acompanhada de Lauren e Nick, assim que Jensen havia acabado de colocar o curativo. Confesso que essa foi a pior vez em que me ajudaram com um ferimento.

Mordi o lábio nervosa, eu ainda não sabia o que fazer. E quando fiquei apenas alguns minutos com Jensen, entendi o que ele queria dizer, que minha vida seria um inferno ao seu lado.

Mas mal sabe ele, que eu não tenho medo de diabo.

Mas a questão não era Jensen Lewis, o grande problema era que eu tinha uma vida, eu tinha Josh, como seria tudo dali pra frente?!

Entretanto, eu não poderia ser egoísta ao ponto de colocar a segurança da minha mãe em risco, e segundo ela, a minha também.

Sabe quando você está prestes a tomar uma decisão, em que você tem certeza que o que você fizer vai te prejudicar?!

Pensei em tudo o que minha mãe já havia feito por mim, nas noites de sono perdidas, todas as vezes que me machuquei ou fiquei doente e ela cuidou de mim, os momentos em que ela brincava comigo deixando uma pilha de trabalho acumulado, em como foi difícil me criar sozinha, e no fato de perder meu pai de forma tão horrível. Eu não poderia ser tão egoísta a ponto de pensar só em mim, ela já havia feito muitos sacrifícios por mim, e estava na hora de eu me sacrificar por ela. Eu não queria me casar com Jensen, mas se minha mãe confiava nele, eu também confiava, e se era isso que ela tinha certeza que era o melhor pra mim. Então eu aceitaria.

Suspirei pesadamente, me coloquei de pé com dificuldade.

— Eu aceito, me casarei com você. — falei.

A expressão de alívio e agradecimento da minha mãe era nítida.

Lauren, gritou um “viva aos noivos”.

Nick sorriu e acompanhou Lauren batendo palmas.

Enquanto Jensen me encarava com um sorriso frio e um olhar profundamente vazio. –  Ele não expressava emoções? – O vi colocar a mão no bolso e tirar uma caixinha de veludo vermelha, se ajoelhou em minha frente e pegou minha mão com delicadeza (sim, não parece real seu nível de falsidade). Ele colocou o anel em meu dedo e beijou logo depois, corei fazendo ele rir, virei o rosto sem olha-lo.

— Obrigada, querida — mamãe sussurrou assim que me abraçou — passará logo, mas tente fazer dar certo, Clary. — não entendi bem o que ela quis dizer.

“Fazer dar certo” com Jensen? Só poderia dar totalmente errado, isto estava fora de cogitação.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não?! Comentem! Quero muito saber a opinião de vocês.
Obs: Se quiserem ler minha outra história (I Love Charlie)
tt: @sttydiazinha



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