Já fazia uma semana que eu mal via Andrew em casa – e estava ficando ruim estar quase sempre sozinha, com exceção de Amélia e Megan, mas ambas também estavam sem muito tempo.

Eu e ele não tocamos mais no assunto relacionado ao Harris, não que eu tivesse esquecido, mas por hora, achei melhor deixar como estava. – Discutir com ele sobre isso, só iria me trazer mais dor de cabeça. E nem tocamos mais no assunto dele ter me seduzido. – Tudo bem, eu quis por livre e espontânea vontade, mas os jogos de sedução dele as vezes iam longe demais. Por vezes pensava que Andrew sentia prazer em brincar comigo.

Eram umas dez horas da manhã quando Megan chegou aqui, eu havia pedido para que ela viesse me ver. Precisava conversar com alguém, espairecer minha mente.

— Oi Megan! – fui até ela abraçando-a.

— Cuidado com o bolo, Clary! – ela advertiu rindo. Megan estava com uma sacola mediana em suas mãos.

— Bolo? – indaguei curiosa – não sabia que você cozinhava...

— Não cozinho! – falou rindo – eu comprei na padaria! Eu não sei cozinhar e confesso que nem gosto!

— Eu já imaginava! – falei divertida.

Fomos até a cozinha, comemos e ficamos um bom tempo conversando.
Megan disse que estava um pouco ocupada, pois estava treinando uma nova coreografia na boate.

— Olha só essas manchas roxas na minha perna! É tudo culpa do pole dance! – reclamou.

— Eu não sei como você consegue dançar tão bem! Eu sou um desastre! – falei.

— Não é não! Aposto que é só questão de prática...

O tempo foi passando, e nós decidimos assistir algo na TV, como uma tarde para meninas. – Achamos uma série passando em um canal aleatório. – Nós estávamos no meu quarto.

Me deitei na cama e Megan se sentou ao meu lado.

Enquanto assistimos o celular dela não parava de vibrar e havia tocado umas quatro vezes.

— Pode atender se quiser! – falei atraindo a atenção dela.

— O problema é que eu não quero atender! – falou insatisfeita – É o Dave... – Megan parecia irritada somente em pronunciar o nome dele.

— O Dave?! – indaguei segurando o riso.

— Para de me olhar assim! – ela falou seria.

— Olhar como? – perguntei divertida.

— Com essa cara de divertimento do sofrimento alheio! – falou.

— Sofrimento Megan?! – ironizei.

— Você está ficando irônica, isso é a convivência com o Andrew! – ela riu tentando mudar de assunto.

— Não foge do assunto! – falei.

— Tá... Talvez eu tenho feito um “remember” com o Dave! – Megan falou e eu não segurei o riso.

— Vocês ficaram?

— Nós transamos! – notei um tom de arrependimento na voz dela.

— Eu sabia que isso iria acontecer! – falei ainda rindo.

— Foi só uma vez! – se defendeu. – E eu também não tenho culpa se aquele maldito é gostoso! Ele é um idiota, mas é gostoso... – lamentou nos fazendo rir. – E você não pode falar nada... Pois aposto que não resisti ao Andrew! – ela sorriu maliciosa.

— Por favor Megan! – falei sentindo meu rosto corar. – Nós nem ao menos...

— Vocês ainda não transaram, ainda! – falou dando ênfase e sorrindo com malícia.

— O Andrew só quer brincar comigo...! Com aqueles joguinhos de sedução dele. – falei me sentindo desconfortável.

Megan riu.

— E você não resisti não é?! Ah Clary... Você deveria dar o troco nele!

— Dar o troco? Como? – indaguei curiosa.

— Eu já te disse... Seduz ele... – Megan sorriu.

— Eu seduzir ele? Não sei fazer essas coisas! – falei envergonhada.

— Claro que sabe! Se você não soubesse fazer isso, o Andrew não estaria assim tão sexualmente louco por você! – Megan riu. – E eu acho que já sei como você pode seduzir ele...

— Como? – falei rindo divertida.

— Usa sua inocência... Ou pelo menos a parte que ainda restou dela, porque convivendo com ele, logo você não terá inocência nenhuma! – o telefone dela tocou novamente, ela olhou irritada para o visor. – Eu preciso atender essa merda, se não ele não vai me deixar em paz!

— Fica a vontade! – falei rindo.

— O que você quer...? – Megan atendeu se levantando e saindo do quarto.

Pensei no que ela havia me dito, sobre “dar o troco” e ele merecia isso. – Eu entraria no jogo dele.

Não demorou um minuto para que a porta se abrisse novamente.

— Eu vou ter que ir Clary... – Megan veio até a cama pegando sua bolsa.

— Mas já? – falei desanimada.

— Eu prometo que vou tirar um dia pra ser só sua! – ela riu e eu a acompanhei.

Levei Megan até a porta de saída.

— Pensa no que eu te falei! Ele merece o troco. – ela falou sorrindo antes de ir embora.

Imaginei de que forma eu poderia “dar o troco” nele. – Sorri quando um plano passou pela minha mente.

Estava determinada a mostrar pra ele que eu não era tão “inocente” assim. Que eu também sabia jogar! Andrew mal sabia que seria seduzido por mim.

Como presumir, ele chegou em casa era quase meia noite. – já estava “arrumada” para o meu plano. – Eu vestia uma camisola preta, ela era de seda com algumas partes rendadas perto do busto, além de ser muito curta, tinha um generoso decote em formato de “v”.

Eu queria provoca-lo e a escolha dessa camisola me pareceu perfeita para a ocasião.

Olhei pela janela do quarto quando vi o carro dele estacionar. – rapidamente fui para a cama e me deitei, certifiquei-me de subir um pouco a camisola, para deixar a mostra minhas coxas. – peguei o livro que estava na minha cabeceira e comecei a fingir que estava lendo.

Demorou alguns minutos até a porta do quarto ser aberta por ele.

Desviei minha atenção do livro para olha-lo.

— Andrew...?! – falei fingindo estar surpresa.

Ele não me respondeu. Seus olhos fitaram os meus por alguns instantes, antes de pairar pelo meu corpo, seu olhar queimava sobre mim.

Segui seu olhar com o meu, e logo vi o que tanto lhe chamou atenção, minhas coxas a mostra eram o alvo de seu olhar malicioso.

Andrew me olhava com malícia, sem nenhuma vergonha, ou qualquer pudor.

Sentia um leve rubor tomar conta do meu rosto. – Me perguntava o quanto ele poderia ser safado.

Abaixei a camisola privando ele da visão que tanto lhe agradou. – Ele voltou a fitar meu rosto, ainda via um brilho de malícia em seus olhos. – O azul estava tão claro hoje, como gelo, transmitindo o frio de sua alma.

Sustei o olhar dele por alguns segundos, antes de Andrew quebrar o contato visual comigo. – Ele tirou a jaqueta jogando-a na cama ao meu lado, e logo depois a blusa.

Foi inevitável não olhar para o corpo dele, bem ali na minha frente, mas é claro que ele percebeu, pois vi um sorrisinho de divertimento aparecer em seus lábios.

E a frase que ele me disse veio na minha mente – “Eu já estou brincando com você”. – Hoje seria eu que brincaria com ele.

— Sabe Clarissa... – ele falou com um sorriso malicioso – queria saber se você é realmente inocente assim, ou se faz isso de propósito. – Andrew veio até mim na cama, senti sua mão tocar minha coxa, foi inevitável sentir um arrepio percorrer meu corpo.

— Não é de propósito... – falei mordendo o lábio inferior para provoca-lo ainda mais.

— Tenho as minhas dúvidas em relação a isso. – ele me analisava com o olhar.

Andrew se deitou ao meu lado. – coloquei meu livro na cabeceira e mudei a posição em que estava deitada.

Me virando de costas para ele. – Sabia que agora ele tinha a visão completa das minhas costas e bunda. – Mexi meus quadris fingindo estar me ajeitando na cama.

— Clarissa... – Andrew falou meu nome baixo em tom de aviso e malícia.

— Boa noite, Andrew! – falei, deixei um sorriso escapar por meus lábios, sorte estar de costas, se não ele perceberia.

Senti seu corpo contra o meu. – uma mão dele segurou firme em minha cintura. – fechei os olhos quando senti seu lábio depositar um beijo em meu pescoço. – Enquanto ele beijava ardentemente o local, sua mão puxava mais meu corpo para perto do dele, sentia a sua ereção contra minha bunda.

Eu sabia que me entregar assim era loucura, ainda mais quando eu disse a mim mesma que não cederia mais... Mas mesmo com toda minha vergonha, pensei que talvez pudesse dar o troco em Andrew por brincar comigo. – Usando do próprio veneno dele, e quando a oportunidade surgiu, não consegui parar. – E nem sei se conseguiria parar!

Só tinha que me lembrar que esse jogo era meu! E que eu é quem devo estar no comando.

Andrew virou meu corpo sem nenhuma delicadeza, sem demorar ele se colocou por cima de mim.

— Eu a quero. – falou logo depois de morder meu lábio inferior com força, me arrancando um alto suspiro – Eu a quero muito, inferno! – a voz dele saiu ainda mais rouca, e a cada segundo o olhar dele ficava mais malicioso

Minha sanidade estava por um fio, pois tudo estava ficando intenso demais. – E foi aí que eu fiz o que tanto desejava.

Eu o beijei. – Assim que nossos lábios entraram em atrito, meu corpo pareceu pegar ainda mais fogo, eu estava quente. – O beijo era intenso, nenhum pouco calmo ou delicado. A cada segundo que eu sentia minha boca contra a sua, mas vontade de me entregar a ele eu sentia.

Mas sabia que não poderia, ele merecia uma lição!

As mãos dele apertavam com força minhas coxas e cintura. – Vez outra pressionando ainda mais nossos corpos um contra o outro. – Ele pegou nas minhas duas coxas com firmeza e me fez entrelaçar as pernas em sua cintura.. – Andrew aproveitou a oportunidade para agir de forma sacana comigo. Ele começou a pressionar nossos quadris um contra o outro, causando atrito entre nossos intimidades. – Separadas pelo tecido das nossas roupas.

— Rebola pra mim, Clarissa! – falou próximo ao meu ouvido, logo depois distribuindo beijos por meu pescoço.

— Andrew... – o nome dele saiu como um sussurro por meus lábios.

Ele deu um forte tapa na lateral da minha coxa – me arrancando um gemido de dor e prazer.

— Eu mandei você rebolar! – falou autoritário, pressionando mais minha cintura.

E eu obedeci. – Mesmo não sabendo o que fazer direito, comecei a rebolar, apenas segui meus instintos.

Soltei um gemido quando sentir seu membro contra minha intimidade – mesmo que o tecido estivesse atrapalhando.

— Boa garota! – disse sorrindo malicioso.

E aquilo me fez lembrar do porque eu estava ali.

Se eu me deixasse levar, ele assumiria o controle. E não era isso que eu queria.

Joguei toda força do meu corpo sobre o dele e consegui inverter nossas posições. – Sabia que só tinha conseguido por ele estar “distraído demais” comigo.

Eu estava sentada por cima dele agora. – E ele pareceu gostar muito daquilo.

— Estou vendo que você não é tão inocente assim... – ele olhava-me da forma mais safada possível.

— É o que você acha? – perguntei.

— Eu acho que estou corrompendo você! – disse maliciosamente.

— Acha que tem tal poder sobre mim? – indaguei me inclinado pra frente para poder ficar mais próxima da boca dele.

— Você já sabe a resposta... – ele sorriu com convencimento.

Selei nossos lábios mais uma vez. – Deixei com que ele conduzisse o beijo. Que era agressivo, intenso, quente... Seus lábios contra os meus me faziam gemer baixinho, e aquilo fazia com que Andrew apertasse mais minha cintura contra seu corpo.

Mordi o lábio inferior dele devagar antes de separar nossas bocas.

— Eu só estou brincando com você. – sussurrei ainda perto de sua boca, não demorando mais a sair de cima dele.

Andrew me olhou surpreso por alguns segundos, antes de sorrir safado.

Sai do quarto fechando a porta atrás de mim. – Sabia que se permanecesse ali, era eu quem perderia o jogo.

Dormir no quarto de hóspedes e tranquei bem a porta para garantir que eu não cederia a ele. – Eu havia ganhado uma “partida" começava sentir que também poderia ganhar esse joguinho de sedução.