Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 23
Don't be a bad girl.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, que saudades de vocês!! ♥
Sei que eu sumi por mais de um mês, mas peço desculpas por isso, eu estive muito ocupada esses últimos dias, enfim, só me perdoem! ♥
Agradeço a todos os leitores (a) que não me abandonaram e que ainda estão lendo a fanfic, vocês são maravilhosos ♥
Espero que gostem desse capítulo e desculpe se houver erros de ortografia.
Come on! ♥



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Clarissa Narrando.

Quando vi seus frios olhos azuis foi como se me puxassem de volta a realidade – eu estava imersa a pensamentos horríveis, revia muitas vezes a cena da minha mãe morta na maca do hospital e o acidente do Andrew, tudo passava lentamente na minha frente, como um filme sem final.

Mas seus olhos me trouxeram de volta – mesmo que fossem tão frios a ponto de parecer congelar-me por dentro – quando Andrew me chamou, recuperei minha lucidez.

O medo de perde-lo foi tanto que mal pude acreditar que ele estava na minha frente – tive que toca-lo pra saber se era real, mas ele me afastou. Só que hoje, eu não permitira ser repelida por ele, hoje não.

Abracei-o desajeitadamente – tive que ficar na ponta dos pés para alcançar seu pescoço – ele não retribuiu o abraço, na verdade, ele ficou como uma pedra. Mas eu não o largaria enquanto ele não me abraçasse de volta.

Seu coração batia acelerado, sentia contra meu peito.

Não sei quantos minutos ficamos dessa forma, mas eu sorri quando escutei ele bufa vencido – seus braços deram a volta em minha cintura e ele me levou mais pra perto do seu corpo.

— Espero que esteja satisfeita agora! – escutei ele dizer irritado.

— Não é tão ruim assim me abraçar. – falei rindo.

— Se você diz.  – falou com certa irritação.

— Andrew, não me deixe... – falei apertando-o mais contra mim.

— Infelizmente não posso abandona-la, esqueceu? – ironizou.

Batidas na porta fizeram ele me largar – olhei-o e ele desviou o olhar, mordi o lábio inferir pensativa.

— Entra. – ele respondeu.

— Andrew! – Amélia entrou no quarto com uma expressão de alívio, ela foi até o filho e o abraçou, mas ele logo se afastou. – seu irresponsável! – ela gritou com raiva.

— Calma! – ele revirou os olhos – eu estou vivo!

— Mas poderia não estar! – Amélia continuava extremamente irritada.

— Dá um tempo, Amélia! – ele disse.

— É MÃE, Andrew! Eu sou a sua MÃE!

— Tá bom! – ele falou tentando conte-la – agora eu preciso de um banho.

— Tá! Mas depois nós conversaremos sobre isso. – ela foi até a porta – e o Nick já está bem, removi a bala, sorte que não atingiu nenhum local grave. – ela saiu e fechou a porta batendo-a com força.

— Inferno! – ele resmungou indo até o banheiro.

Me joguei na cama fitando o teto e respirando aliviada por saber que ele estava vivo.

Será que aquele abraço significou algo pra ele também? Talvez eu tivesse que ser mais persistente com o Andrew – pelo menos dessa vez me sentir mais perto dele.

Fiquei por alguns longos minutos deitada pensando sobre ele, sobre um possível “nós” – nada é impossível, não é mesmo?!

Abri meus olhos quando escutei a porta do banheiro abrindo e logo depois se fechando – virei minha cabeça para olhar, vi Andrew saindo do banheiro e caminhando na direção do closet.

Notei que seus braços e pernas estavam ralados.

— Clarissa? – escutei sua voz rouca chamar meu nome, me levantei sentando-me na cama para olha-lo melhor.

—  Oi? – respondi ficando levemente corada.

Ele estava bonito – mesmo que alguns curativos estivessem agora tapando seus machucados no braço – Andrew usava uma calça de moletom cinza e estava sem blusa, seu cabelo úmido deixava algumas mechas caírem sobre seu rosto.

— Me ajuda com isso aqui... – seu tom era mandão, mas percebi o desconforto em pedir minha ajuda, sorri achando o seu jeito engraçado – do que está rindo? – perguntou irritado.

—  Nada! – tentei disfarçar, mas seu olhar analisador estava sobre mim – te ajudar com que?

—  Eu machuquei as costas, preciso que faça um curativo, pois não alcanço... – explicou-me.

—  Ah, claro! – respondi prontamente.

—  Toma – ele me entregou uma caixa de primeiro socorros.

—  Pode sentar aqui? – perguntei, ele me analisou por um momento e sem muita vontade sentou na cama.

Me aproximei mais dele, sentando atrás – assim era melhor para cuidar dos machucados – comecei a limpar, eram mais arranhões (quando se rala). Notei que ele tinha algumas pintinhas nas costas e uma cicatriz perto da nuca, quase no pescoço (nunca tinha olhado de perto, talvez por isso não vi antes). Peguei um curativo e coloquei no primeiro machucado, eram três e assim que terminei, deslizei minha mão levemente por suas costas – ele virou o rosto e olhou-me por cima do ombro.

—  Terminei. – falei corando, abaixei minha cabeça para que ele não me visse com vergonha.

—  Por quê? – ele perguntou me deixando sem entender, levantei minha cabeça para olha-lo, Andrew estava agora sentado de frente pra mim.

—  Porque, o que? – devolvi a pergunta.

—  Porque você se preocupou comigo? – ele olhava nos meus olhos, analisava minhas reações.

—  Eu... eu não sei. – menti.

— Não me diga que está apaixonada por mim, Clarissa! – não foi uma pergunta e muito menos uma constatação tão obvia, ele falou em tom grosseiro e irritado.

—  Se isso vai te fazer mais feliz Andrew, eu não estou! – menti, levantei desviando seu olhar do meu.

—  Eu já disse que você mente muito mal, não é?! – escutei ele rindo sarcástico enquanto caminhei até o closet.

Bati a porta com força e parei de frente para o espelho – prendi meu cabelo, eu fingia estar fazendo algo, já que só vim pra cá para fugir dele e de suas perguntas.

— É falta de educação dar as costas para as pessoas no meio de uma conversa! – ele entrou no closet.

Soltei uma alta e longa respiração deixando nítido que eu não queria conversar.

— Você sabe muito bem disso, já que é seu hábito favorito! – falei irritada.

— Você está muito respondona ultimamente! – falou rindo debochado.

Olhei-o pelo reflexo do espelho – um sorriso irônico e frio brincava em seus lábios.

Revirei os olhos – nitidamente ele viu pelo reflexo.

— Clarissa, não faça isso! – ele sorriu ainda mais frio.

Virei-me de frente e caminhei até ele, parei bem na sua frente e revirei os olhos mais uma vez.

— Eu avisei... – seu sorriso era um misto de malicia e frieza – você sabe o que garotas desobedientes merecem, Clarissa? – ele falou aproximando seu rosto do meu, meu coração acelerou.

— Andrew o que você vai fazer? –  perguntei mordendo o lábio inferior nervosa.

— Vou te dar o que você merece – ele deu um passo a frente e eu recuei um pra trás, mas suas mãos foram mais rápidas e alcançaram minha cintura, Andrew inverteu nossos lugares e praticamente me jogou contra a parede, colando seu corpo ao meu – não seja uma garota má, Senhora Black. – ele sorriu malicioso e apertou minha cintura contra o seu corpo.

Meu coração estava disparado, minha respiração era tão desregular quanto meus pensamentos que tentavam raciocinar como viemos parar aqui.

Olhei uma ultima vez o sorriso cafajeste que brincava em seus lábios – ele olhou para minha boca, mas não a beijou – senti seu lábio depositar um beijo molhado em meu pescoço, seguido por um forte chupão – minhas mãos foram para seus cabelos, e seu os puxei, mas Andrew pegou-as e tirou elas do local.

—  Nada disso, eu estou te castigando! – ele falou rouco em meu ouvido.

Uma de suas mãos segurou meus dois braços a cima da minha cabeça, enquanto a outra levava meu corpo ainda mais de encontro ao seu, mesmo estando praticamente “colada” nele, a distância parecia grande, eu queria estar mais perto.

Os beijos e mordidas continuaram – era quente, intenso – Andrew não era delicado, seus beijos tinham uma certa agressividade que no momento me levavam a loucura, mas que mais tarde marcariam minha pele.

O caminho de beijos que ele fazia chegou até minha boca – Andrew roçou seus lábios nos meus, entreabri minha boca esperando pelo beijo, mas ele afastou sua boca da minha, abri meus olhos e vi um sorrisinho vitorioso pairar sobre sua boca.

— Seu idi... – ele me interrompeu beijando-me intensamente, sem demorar nenhum segundo sua língua já havia invadido minha boca, ele pressionava seus lábios contra os meus em um beijo agressivamente gostoso.

O gosto de menta e cigarro era inebriante, ou até mesmo viciante.

Andrew soltou meus braços e de forma desajeitada – sem interromper o beijo – ele pegou na minha bunda e me ergueu no ar, entrelacei minhas pernas em sua cintura.

Sentia-me ainda mais pressionada entre a parede e seu corpo – Até ele desajeitadamente me levar até a cômoda e me colocar em cima da mesma.

O ar começava a nós faltar quando depois de longos minutos terminamos o beijo – ele ainda mordeu meu lábio inferior com força, me fazendo soltar um gemido baixo de dor e prazer.

Nós ficamos nos olhando com as nossas respirações descontroladas se misturando. – Seu olhar voltou para a minha boca  – mordi o lábio a fim de provoca-lo  – o que pareceu dar bem certo. Já que senti meus lábios serem tomados para ele novamente.

Dessa vez o beijo era lento, mas nenhum pouco menos intenso – extremamente quente – ele usou uma de suas mãos para alcançar a barra da minha blusa e puxa-la para cima, ajudei-o tirando a peça de vez de mim – interrompemos o beijo por alguns segundos, mas nossas bocas voltaram a se encontrar sem demora.

— Andrew! – ouvi uma voz masculina muito familiar chamar, seguida por batidas na porta.

— Acho que tem alguém chamando... – falei enquanto sentia ele beijar o colo do meu seio.

— Deixa chamar! – ele falou e logo depois senti sua mão apertando meu seio.

Gemi baixinho ao seu toque.

— Andrew! – ouvi de novo alguém chamando, seguido por batidas mais fortes.

— Inferno! – ele resmungou com raiva – vou ter que ver o que esse porra quer. – ele me ajudou a “descer” da cômoda em que eu estava “sentada”.

— Tudo bem. – falei respirando alto.

— Por mim não está tudo bem! – Andrew foi até a porta do closet e saiu fechando-a com força, peguei minha blusa que estava jogada no chão e a vesti, não resisti e fui até a porta.

Eu sei que é errado escutar a conversa alheia, mas a curiosidade falou mais alto.

— Que é caralho? – escutei Andrew falar irritado.

— Nós ainda temos que resolver algumas coisas sobre o assalto, esqueceu? – Dave falou.

— Me espera lá embaixo que eu já estou indo.

— Tá bom, cara. – falou descontraído – desculpa interromper sua foda. – ele disse e começou a rir.

— Toma conta da porra da sua vida! – escutei a porta do quarto bater.

Rapidamente me afastei da porta do closet e disfarcei o máximo o possível.

Andrew entrou e passou direto por mim indo até as roupas e pegando uma camisa e uma calça jeans.

— Vai sair? – perguntei recebendo seu olhar.

— Não que seja da sua conta, mas eu vou. – respondeu grosso e frio.

Como alguém poderia mudar de humor tão rapidamente? Meu Deus! Andrew era quase impossível de lidar, e ainda mais impossível de se entender.

Olhei irritada pra ele uma última vez antes de sair do cômodo batendo a porta.

Fui tomar um banho, eu precisava.

Quem sabe assim, eu colocaria as coisas em ordem – pelo menos um pouco – na minha cabeça.

Andrew Narrando.

Eu odiava ser interrompido, Dave sabia disso, acho que fez propositalmente.

Olhei-o mortalmente quando passei por ele na sala, notei que segurava o riso enquanto me seguia até a porta.

— Desculpa cara, eu não sabia que vocês estavam transando... – ele disse divertidamente quando entramos no meu carro.

— Cala boca. – falei irritado.

Dirigi rapidamente, o local seguro onde guardávamos o dinheiro era bem afastado da cidade – um galpão abandonado, mas com bastante segurança.

— Chegamos – falei e abri a porta descendo do veículo.

— O Harris já está ai? – Dave perguntou enquanto passávamos por dois dos meus seguranças.

— Sim – confirmei destrancando a porta do galpão e entrando.

— Os negócios estão crescendo – Dave falou sorrindo.

Tinham muitas drogas empilhadas ali, algumas pessoas trabalhavam organizando tudo para a venda.

— Você ainda não viu nada! – falei com os olhos brilhando de malicia.

Andamos pelo galpão até subir uma escada estreita que ficava escondida na parte de trás. Andamos pelo pequeno corredor até chegar em uma porta velha, girei a maçaneta e assim que a porta se abriu vimos Harris contando o dinheiro.

— E ai filho da puta! – Dave foi até ele cumprimentando-o com um toque.

Eu apenas observei-o sem muita emoção – infelizmente para o azar dele, eu costumava guardar rancor.

— Esse é todo o dinheiro? – perguntei.

— Não, tem uma parte ali no cofre.

— Caralho! – Dave disse surpreso. – precisamos fazer isso mais vezes!

— Concordo – Harris disse – e o Nick? Como ele está?

— Bem, achamos melhor que ele ficasse descansando por causa do braço – respondi.

— E descansando também para a comemoração né? – Dave falou animado.

— Que comemoração? – perguntei com o oposto da animação dele.

— Que nós vamos fazer amanhã! – Dave disse olhando pra mim.

— Não sabia que você mandava aqui agora, Dave. – falei com certo deboche.

— Para de ser chato! Isso pede uma comemoração!

— Faça como quiser inferno! – falei irritado. – eu vou embora.

— Vai voltar pra esposinha né?! – Ele começou com as piadinhas, apenas fuzilei Dave com o olhar.

— Você e a Clarissa se acertaram? – Harris perguntou.

Analisei-o bem antes de responde-lo. E desde quando isso era da conta dele? Eu não gostava nenhum pouco desse interesse na minha mulher.

— Meu casamento não é da conta de vocês, seus porras! – falei saindo batendo a porta com força.

Pensar enquanto dirigia poderia ser perigoso, mas era inevitável.

Eu e aquela pirralha? Juntos? O que estava acontecendo comigo?! Eu sou um traficante, tenho meus objetivos e um plano e Clarissa não faz parte disso!

Ela com todo aquele sentimentalismo! Eu não cederia, nunca. Mesmo com toda persistência dela, eu a faria desistir de mim.

Eu não poderia – nem se quisesse – me apaixonar por ela, não havia espaço nisso que chamo de coração.

Alguém já o havia levado, há muito tempo atrás.

Cheguei em casa e a vi sentada no sofá – um livro estava sob o colo dela, Clarissa dormia.

Fui até ela e toquei em seu braço para ver se ela acordava, mas ela apenas resmungou e virou o rosto.

Bufei.

Peguei ela no colo e subi as escadas – sofri um pouco para abrir a porta, mas consegui – coloquei-a na cama e ela abriu os olhos.

Eu estava um pouco perto do seu rosto, seus olhos fitaram os meus – eu odiava quando ela fazia isso, seu olhar tinha algo que parecia ver através de mim.

— Fica? – Clarissa pediu como uma garotinha.

— Esse é o meu quarto, é claro que vou ficar – ironizei.

Ela me olhou uma última vez antes de fechar os olhos e voltar a dormir.

— Você vai ter que desistir de mim! – falei antes de me deitar ao seu lado. – por bem ou por mal!


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim amor ♥
Estou explorando o máximo o possível essa relação dos dois, quero aprofunda-lá ainda mais com o passar dos capítulos!
E ainda teve um lado mais "humano" do Andrew com a Clary, gostaram?
E teve Andrew safadinho também, porque sei que a maioria aqui adora! haha
Obs: Boas festas! Feliz Natal gente, e feliz Ano Novo também! Só voltarei depois das festas.
Beijos ♥
@sttydiazinha



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