Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 20
He would ruin me.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, tudo bem? ♥
Me perdoem de todo coração pela demora, eu tive alguns problemas pessoais e esses dias estavam sendo corridos pra mim, mas prometo não demorar mais assim.
Quero dedicar esse capítulo para uma leitora muito especial, que já mora no meu coração e que fez uma linda recomendação, Duda Balzak, muito obrigada! ♥
Aproveitem e desculpe se houver erros de ortografia.
Come on!



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Clarissa Narrando.

Já era vergonhoso demais eu simplesmente ceder facilmente aos joguinhos do Andrew, e era ainda pior se a mãe dele presenciasse isso.

Foi exatamente o que aconteceu.

Eu estava com tanta vergonha, quando saí do banho nem pude imaginar que ele chegaria em casa a essa hora. Andrew quase nunca almoçava aqui.

— Clary, o almoço… Meu Deus! – Amélia entrou de surpresa, ela nem ao menos bateu na porta. Me afastei sem pensar duas vezes dele, segurei firmemente a toalha que cobria meu corpo, enquanto sentia meu rosto corar violentamente.

— Caralho, mãe! – ele exclamou sua irritação, logo em seguindo Andrew fechou rapidamente sua calça.

— Me desculpem... – Amélia segurou o riso – eu não imaginei que vocês estariam em um momento tão intimo.

— Atrapalhando a foda alheia, é bem a sua cara mesmo, mãe. – Andrew falou.

— Andrew! – repreendi ele totalmente envergonhada – Amélia, me des... – ela interrompeu meu pedido de desculpas e começou a rir.

— Não se desculpe, querida – ela ainda ria – eu espero vocês lá embaixo.

— Bate da próxima vez! – ele ainda gritou depois que ela saiu.

— Droga! – falei passando a mão pelo meu rosto.

— Não se preocupe – ele disse atraindo meu olhar, Andrew tirou a camisa e jogou em cima da cama – Não é a primeira vez que isso acontece – um sorrisinho sacana apareceu em seus lábios. Era obvio o seu tom de provocação, mas se ele estava achando que eu ia ser magoada com isso, a como ele estava enganado.

— Você é um idiota! – revirei os olhos transbordando minha irritação.

Ele olhava-me curioso, um sorriso divertido pairava em seus lábios.

— Você é bem interessante, Clarissa – ele passou seu polegar por minha bochecha.

— E você é um babaca – sorri falsa pra ele.

— Não sabia que você tinha esse outro lado, achei que fosse apenas uma garotinha mimada. – provocou.

— Há muitas coisas sobre mim que você não sabe – olhei mais uma vez em seus olhos antes de ir para o closet.

Fechei a porta do mesmo e encostei deixando um suspiro alto sair – se eu não me cuidasse, um dia Andrew me levaria á loucura.

Coloquei uma roupa um pouco diferente do habitual – lembrei sobre o que Megan me disse, que eu tinha que seduzi-lo e pra isso, eu precisava deixar esse lado sexy um pouco a mostra.

Coloquei um short jeans preto, ele era meio rasgado, uma blusa preta transparente que deixava a mostra meu sutiã da mesma cor. Deixei meu cabelo solto – ele estava quase seco – e passei um batom vermelho, era um pouco forte, mas achei que combinou comigo. Permaneci descalça, eu não ia sair mesmo.

Abri a porta do closet e para minha surpresa, Andrew ainda estava no quarto. Ele estava sentando na cama, olhava fixamente para a tela do celular.

— Ainda está aqui? – perguntei.

— Sim, estava esperando você pra gente descer de mãos dadas. – disse sarcástico. Ele permanecia concentrado demais em seu celular, sem olhar-me.

— Eu já esperava isso, afinal somos um casal tão bonito. – ironizei.

Fui até a porta e abri dei alguns passos para sair do quarto para o corredor.

— Clarissa – ele me chamou.

— O que? – perguntei virando-me de frente.

Seu olhar estava sobre mim, Andrew analisava-me dos pés a cabeça – o olhar era malicioso, frio, mas muito safado.  – A onde você vai assim? – ele ainda me analisava.

— Vou almoçar... –  eu tentava não olhar diretamente pra ele, pois sentia uma leve vergonha, era estranho tentar ser sensual, mas, era satisfatório saber que eu mexia com ele.

— E precisa de tudo isso? – o vi deixar o celular em cima da cama e caminhar até mim.

— Tudo o que? – fingi não entender.

Andrew apoiou um braço no batente da porta, bem próximo a onde eu estava e abaixou um pouco a cabeça para que pudesse me olhar nos olhos.

— Precisa ficar tão gostosa assim? – ele sorriu malicioso.

Mordi o lábio inferior tentando conter um pouco da vergonha – aquilo pareceu servir de distração, já que o olhar dele foi para minha boca.

— Eu não sabia que você me achava gostosa – sorri o mais provocante o possível – achei que suas prostitutas eram melhores. – provoquei, Andrew sorriu sacana.

— Porque não me prova o contrário?! – ele aproximou mais seu rosto do meu – acredito que você tem potencial pra isso.

— Eu não sei... – aproximei tanto minha boca da sua que elas se encostaram levemente – eu não sei se você merece! – me afastei e comecei a caminhar pelo corredor em direção as escadas.

— Esse jogo está ficando interessante, não concorda Clarissa? – escutei ele dizer provocador.

Encontrei com Amélia na cozinha, ela pareceu ler meus pensamentos e não tocou no assunto constrangedor de mais cedo.

— Você se importa de comer aqui mesmo na cozinha? – perguntou terminando de arrumar as louças no balcão.

— Não, eu acho aquela mesa muita grande mesmo. – dei de ombros.

— O Andrew é um exagerado! – Amélia disse rindo.

— Eu já esperava ouvir vocês falando mal de mim pelas costas. – ele entrou pela porta da cozinha.

— Só estou constatando uma realidade, filho.

— Concordo! – falei atraindo a atenção dele.

— Você é puxa saco dela, cala boca. – ele falou pra mim.

— Talvez seja porque ela me trata bem, o oposto de outras pessoas. – provoquei-o e ele revirou os olhos.

— Você achou que eu estava te tratando muito bem mais cedo – ele sorriu malicioso, acabei corando levemente.

— Vamos comer, crianças! – Amélia parecia extremamente feliz, foi a primeira vez que a vi tão radiante assim.

Comemos sem trocar muitas palavras, Andrew vez ou outra mexia no celular – recebendo um olhar de reprovação da mãe.

Em um certo momento senti algo tocar minha coxa – olhei para Andrew que estava sentado ao meu lado, e ele sorriu malicioso, mas de forma discreta.

Sem que Amélia percebesse, olhei para baixo e pude ver a mão dele deslizar por minhas coxas.

Tentei continuar comendo normalmente, mas ele provocava-me mais. Sua mão apertou minha coxa me fazendo soltar um suspiro alto.

— Querida, está tudo bem? – Amélia olhou preocupada.

— Uhum – confirmei e bebi um pouco d’água.

— Ela está ótima, mãe. – Andrew subiu mais sua mão e apertou a parte interna da minha coxa.

Um gemido quis escapar, mas eu fingir engasgar.

— Eu fiz pudim, vou pegar na geladeira. – Amélia levantou.

— Para – sussurrei pra ele que apenas sorriu com deboche e me deu mais um aperto, forte.

— Eu disse que o jogo estava ficando interessante – falou ainda sorrindo.

— Eu estou falando sério! – tentei tirar a mão dele, mas sem sucesso.

— Vou servir vocês dois primeiro – Amélia veio para mesa com o pudim em mãos.

— Com licença, Amélia, eu vou ao banheiro. – sorri o mais simpática o possível pra ela e me levantei.

Olhei me no espelho do banheiro – a onde eu vim parar, o que estava acontecendo comigo? Provavelmente apaixonada por um bandido assassino, me entregando tão facilmente.

— Maldito, Andrew! – falei antes de sair do banheiro.

Voltei para cozinha encontrando somente Amélia, ela sorria enquanto lavava a louça.

— Cadê ele? – perguntei me aproximando dela.

— Foi atender um telefonema no escritório... Andrew e seus mistérios.

— Muitos mistérios! – falei e ela riu.

— Clary, eu tenho que te agradecer.

— Porque? – olhei-a sem entender.

— Você está ajudando ele, eu posso acreditar que meu filho ainda tem solução, graças a você. – Amélia sorriu doce.

— Eu não fiz nada...

— Você não desistiu dele, isso já é muito! – fiquei sem palavras ao ouvi-la – ele até estava com um humor melhor hoje.

— Isso é “melhor”? – perguntei incrédula.

— É sim, você sabe, ele é meio complicado.

— Complicado demais!

Passei o resto da tarde sozinha e entediada, Amélia foi embora e Andrew se manteve trancado naquele escritório.

Fiquei na sala assistindo um filme – Amizade Colorida – era uma comédia romântica, eu gostava desse gênero, poderia parecer bobo, mas eu gostava.

— É bem a sua cara mesmo assistir esses filmes – Andrew praticamente se jogou ao meu lado no sofá, seu braço encostando no meu.

— Alguma coisa contra? – perguntei irritada, eu já estava bem insatisfeita de ter ficado mais um dia sozinha e não estava a fim de ouvir suas críticas.

— Esse filme é um caralho de chato! – ele revirou os olhos – cadê o controle? – ele esticou o braço até a mesinha e pegou o controle mudando de canal.

— Porque fez isso? – perguntei indignada.

— Porque eu não quero assistir aquela porcaria.

— Acontece que eu estava assistindo!

— Estava, não está mais. – sorriu cínico.

— Me dá o controle aqui! – falei mandona, ele começou a rir, muito alto.

Um riso humano, nada frio, era até contagiante – se eu não estivesse irritada com ele. –  Nem seu riso bonito me faria ficar menos brava.

— Você é um idiota! – me levantei e fui para o quarto.

— Pede desculpas! – ele entrou no quarto um pouco depois de mim.

— Não peço! – falei cruzando os braços.

— Não se comporte como uma criança mimada, Clarissa!

— Eu que sou a criança mimada aqui?! – ironizei.

— Sim! – ele falou impassível.

— Qual o seu problema? – perguntei inconformada com seu jeito de agir.

— Eu já disse, que por hora, meu problema é você!

— Porque eu sou seu problema? – me irritei.

— Porque além de você ser uma garotinha mimada e irritante eu não posso fazer o que eu desejo com você, e isso me frustra! – ele olhava-me intensamente.

— Então porque você não deixa de ser covarde e faz logo de uma vez o que quer! – ele caminhou rapidamente até mim, poucos centímetros nos separavam.

Ele me puxou sem delicadeza pela cintura – meu corpo de encontro ao seu – sua mão foi até minha nuca, se enroscando em meus cabelos. – seu olhar desceu para os meus lábios, que ansiavam pelos seus. – Sem demora ele me beijou, sem calma, era com pressa, sem delicadeza, era com força, era intenso. Sua língua invadiu minha boca, o beijo era quente, ele pressionava seus lábios contra os meus com força, senti ele chupando meu lábio inferior algumas vezes durante o beijo. 

Era uma pena o ar estar nos faltando.

Nós respirávamos ofegantes, seus olhos me observavam atentos, e ai me dei conta de que o frio ainda estava ali.

— Você não entende, Clarissa – ele me soltou, mas permaneceu olhando-me nos olhos – você vai se apaixonar se eu fizer o que eu quero, e eu já deixei bem claro que isso está fora dos meus planos.

— Eu não entendo mesmo! – constatei passando a mão nervosamente por meu cabelo.

— Você não pode se apaixonar por mim, você não deve! – seus olhos frios me faziam querer recuar pra longe dele.

— Porque? – sussurrei sentindo meus olhos arderem.

— Isso vai muito além de nós dois! E eu também nunca vou retribuir qualquer sentimento por você. – suas palavras me magoaram, porque eu realmente estava tentando, e eu queria muito que valesse a pena, aquilo era um balde de água fria.

Me virei de costas pra ele e literalmente engoli o choro, quando voltei a olha-lo ele ainda me analisava.

— Tudo bem. – forcei um sorriso.

Andrew estreitou os olhos me analisando uma última vez, e depois de alguns segundos ele foi até o banheiro.

Deixei a respiração pesada sair, juntamente com algumas lágrimas que tratei logo de enxugar.

Eu sabia que haveria consequências em me arriscar assim, que muito provavelmente eu me machucaria mais do que eu esperava.

Porque esse era o jeito dele, Andrew se aproximava e depois recuava me magoando.

Ele me afastava, parecia estar sempre na defensiva, sempre armado contra mim, contra meus sentimentos, ele os negava sem pensar duas vezes.

Mas talvez eu pudesse tirar essa armadura dele, se eu gostasse do Andrew de verdade eu teria que tentar.

Mesmo que esse amor me levasse a ruína. Eu já sabia, eu estava arruinada, ele me arruinaria.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥
Eu já havia planejado alguns capítulos mostrando mais a convivência e a aproximação dos dois, não vai ser NADA fácil pra Clarissa.
Grande beijo ♥
tt: @sttydiazinha.



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