Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 17
It is dangerous to discover.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores ♥
Me perdoem de todo coração pela demora, eu estive muito ocupada esses dias, esse capítulo estava quase pronto, mas eu não tive tempo de termina-lo, por isso a demora. Mas para compensar, eu prometo que postarei mais um capítulo amanhã (no caso hoje, né).
Desculpe se houver erros, estou morta de sono.
Boa leitura! ♥
Come on.



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Megan me olhava tentando assimilar tudo o que eu havia acabado de dizer a ela.

Falei sobre meu casamento desastroso, contei sobre minha mãe, sobre como Andrew me magoava e mesmo assim eu não conseguia afasta-lo, contei sobre o beijo.

— Vamos começar sobre a parte simples – falou e eu tentei imaginar qual “parte” era simples. – você disse que ele chegou em casa sujo de sangue porque matou um cara...

— Isso é simples?! – perguntei espantada.

— Nesse “mundo” que ele vive, sim! – explicou-me – quer dizer, é matar ou morrer, Clary! Andrew vive no crime, você acha que ele não suja as mãos?! – falou – eu já tinha me acostumado com isso quando estava com Dave, e vai acontecer com você também.

— Eu não sei se vou conseguir me acostumar  – falei sincera  – e ele chegou aqui muito estranho, parecia um assassino.

— Você já sabe que ele é um! – Megan falou.

— Mas não é necessário ver – bufei.

—  Se você prefere assim – deu de ombros. – Mas, continuando… Eu acho a relação de vocês muito complicada, na verdade, o Andrew é complicado e nem em um bilhão de anos ele vai deixar de ser! Mas isso não quer dizer que você não possa tentar…

—  Por favor, Megan – revirei os olhos – nosso casamento é um fracasso, pura frustração!

—  No meu ramo, frustração é falta de sexo! – ela começou a rir e eu a acompanhei – calma, vocês não transaram! – disse me deixando com vergonha, eu ainda não tinha chegado nessa parte.

—  Não – neguei.

—  Você não quis?! – perguntou.

—  Não é isso… É que… – eu não sabia como dizer – ele não quis, quero dizer, ele me disse que não faria, porque… Porque eu me apaixonaria por ele.

—  Maldito! – Megan falou. – ele é esperto demais.

—  O que?! – perguntei sem entender – vai dizer que você concorda com ele, Megan?

—  Claro que sim Clary, não seja boba! Você já caiu na dele, e óbvio que ele percebeu isso… Talvez seja um problema pra ele se você se apaixonar, apesar de que, quem pensa assim me parece meio doente!

—  Eu não caí na dele! – me defendi irritada – e muito menos me apaixonaria…

—  Então porque seu “casamento” te incomoda tanto? Não era só um arranjo?! –   argumentou.

—  Aí Megan! – revirei os olhos – por favor!

—  Se você se importa, é porque sente algo!

— Megan, eu só tenho ele desde que perdi minha mãe, é só isso.

— Não é! Pode negar pra mim, queridinha, mas pra você, nunca! – falou convencida.

—  Tá bom – respondi irônica.

—  Você se sente atraída por ele? – ela perguntou tão diretamente que eu pude sentir meu rosto corar.

—  O que? Que tipo de pergunta… – Megan me interrompeu.

—  Atração física, Clarissa! – falou impaciente – desejo, vontade de transar, fogo, tesão!

—  Megan! – repreendi ela, fazendo-a rir.

—  Responde! – falou ainda rindo.

—  Eu não sei… – menti.

Ela olhou-me fixamente, fiquei ainda mais vermelha e comecei a rir, ela me acompanhou.

—  Pode me falar a verdade! – falou.

—  Eu me sinto atraída por ele, mas isso não muda nada…

—  Quieta! – falou pensativa – e ele?

—  Ele o que?

— Se sente atraído por você? – perguntou.

— Como eu vou saber, Megan?! – falei desconfortável.

— Ele te olha com muita malícia? Já te beijou, certo?!

— Sim – respondi sem graça – ele me fala umas coisas as vezes…

— O que? Safadezas? – perguntou maliciosa. Apenas confirmei com a cabeça. –   me diz o que ele te fala.

— Eu não vou… – ela me olhou impaciente – uma vez ele disse que queria… Foder comigo. – falei as duas últimas palavras muito baixo.

— Então ele tá muito louco pra te levar pra cama! – constatou – você só precisa provocar ele um pouquinho mais…

— E quem disse que eu quero?! Eu não gosto de sentir essa atração por ele, Megan. E também ele já me deixou bem claro que não vai ter nada comigo.

— Pelo que eu conheço o Andrew, ele não leva ninguém a sério, é sempre só uma noite. – falou – mas eu acho você uma garota diferente, não sei explicar.

— Muito esclarecedor! – falei.

— Eu só acho que talvez você devesse tentar, mas se quiser recuar, eu até entendo, o Andrew não é a pessoa mais fácil de lidar.

— É verdade… – falei – mas e você?!

— O que tem “eu”?

— Você e o Dave?! – perguntei, ela revirou os olhos.

 – Não existe eu e ele, nem na mesma frase!

—  Nossa – comecei a rir – o que ele te fez?

—  Dave é um escroto! Tudo começou quando me tornei “exclusiva” dele, a gente se divertida muito, até eu me apaixonar por ele, eu sabia que não devia, ele era meu cliente e eu era apenas uma prostituta. Mas o maldito disse que também estava apaixonado por mim, e eu burra, acreditei… – ela fez uma pausa – nos ficamos firmes e eu até larguei a minha “profissão” mas ele não aguentou por muito tempo, era muito doloroso para o ego dele saber que eu já havia me deitado com outros e também muito vergonhoso pra ele apresentar uma ex prostituta pra família – o olhar dela estava distante – porque pra eles, tudo bem ser traficante, mas prostituta, não. Era inaceitável Dave estar com alguém como eu.

— Eu não imaginei… – falei tocando em sua mão gentilmente.

—  Isso ja passou, e agora o que eu sinto por ele é raiva – disse – não sinto ódio porque não guardo tanto rancor da vida.

—  Megan, posso te perguntar uma coisa?!

—  Até duas.

—  O que te fez entrar nessa “vida”? – falei meio desconfortável.

—  Meu pai abandonou minha mãe assim que eu havia acabado de nascer, então ela se casou novamente e com o passar dos anos eu e meu padrasto não nos dávamos bem, ódio recíproco - falou - ele me via como um peso, já que eles tinham tido mais dois filhos – olhei com tristeza pra ela, que mantinha o olhar distante – e com as brigas constantes ele acabada batendo nela, e eu interferia, não entendia porque ela estava com um porco alcoólico como ele… Mas um dia eu a fiz escolher, ou ele ou eu e ela escolheu ele. – olhei com espanto pra ela que sorriu triste – tive que sair de casa, passei um tempo em uma tia minha, mas eu não me sentia bem, então acabei “entrando” nesse mundo. Eu precisava de dinheiro pra me sustentar sozinha, e eu poderia ter arrumado outro emprego, mas esse era o mais fácil, o mais rápido.

—  Eu sinto muito! – falei, ela enxugou as lágrimas que desciam.

—  Águas passadas! Nada de tristeza. – ela disse se levantando da cadeira da cozinha. – vamos fazer alguma coisa de produtivo.

—  O que?!

—  Assistir um bom filme? Pedir uma pizza deliciosa? Tem algo melhor que isso?   – sorri e concordei com ela.

—  Eu vou ligar pra pizzaria, deve ter algum número por aqui – falei procurando pela cozinha – não sei muito bem onde fica essas coisas…

—  Ah normal – disse dando de ombros.

Escutamos o barulho da porta da frente se abrindo e algumas vozes familiares que falavam muito alto.

—  Esse cara me persegue! – Megan disse um pouco antes de Dave entrar na cozinha.

— Meg, meu amor – Dave falou sorrindo, ela apenas revirou os olhos.

— Não me chame por apelidinhos, Dave!

— Qual o problema? – ele perguntou indignado, Megan apenas se retirou da cozinha e ele foi atrás dela.

— Eu já avisei pra ele parar de correr atrás de putas. – Andrew disse entrando no local.

— Não fala assim dela! – repreendi ele, que apenas bufou.

— Você sabe que é verdade – disse – o que tem pra comer?!

— Eu ia pedir pizza...

— Eu pensei em comer algo diferente – ele sorriu malicioso.

— Andrew! – o advertir ficando vermelha.

— É brincadeira – ele sorriu, foi a primeira vez em meses juntos que eu vi um sorriso mais humano vindo dele, tudo era sempre cheio de frieza e ironia.

— Você pede a pizza? – perguntei, ele pareceu me analisar por um tempo até que com cara de tédio resmungou um “fazer o que”.

— O que tem pra comer? – Harris entrou na cozinha enquanto Andrew terminava de pedir as pizzas, eram quatro, todos os meninos estavam aqui e incluindo eu e Megan.

— Oi – cumprimentei ele sorrindo minimamente, eu sabia que o olhar de Andrew estava sob mim.

— E ai, Clary – ele sorriu sedutor, senti o clima pesar na hora.

— Nós estamos resolvendo algumas coisas aqui, pode sair? – Andrew disse grosso, corei de vergonha.

— Tudo bem – Harris disse a contragosto.

— Não quero você perto dele! – Andrew falou quando Harris saiu. – entendeu?!

— Sim – falei baixinho.

— Eu não ouvi! – ele disse se aproximando de mim, dei dois passos para trás até encostar no balcão de mármore, e mais uma vez eu estava sem saída, já que ele se colocou rapidamente na minha frente.

— Eu entendi! – falei irritada – não sou burra.

— Mas é ingênua. – ele aproximou-se mais deixando que seu corpo encostasse no meu, seus braços se apoiaram no balcão me deixando literalmente sem saída.

— Como pode ter tanta certeza assim que sou ingênua? – perguntei.

— Eu não costumo errar. – falou convencido me fazendo soltar um sorrisinho de deboche, céus eu estava ficando parecida com ele! – tem alguma coisa em você que me desperta muita curiosidade. – falou pegando em uma mecha do meu cabelo e enrolando-a em seu dedo.

— O que? – perguntei olhando para seus lábios, ele percebeu e sorriu cafajeste.

— Eu ainda não sei, mas acho que é perigoso descobrir. – disse mordendo o lábio inferior.

Fechei os olhos quando senti seu hálito mais perto da minha boca – e mais uma vez eu permitiria que ele me beijasse, o que estava acontecendo comigo? 

Andrew me magoava, era um mentiroso, assassino e mesmo assim eu queria isso, de duas a uma: ou eu estava ficando burra ou apaixonada.

— Desculpa interromper, casalzinho – Dave falou entrando na cozinha seguido por Megan, ambos mantinham sorrisos maliciosos em nossa direção.

Andrew se afastou de mim – eu fingi estar arrumando meu cabelo e virei meu rosto na direção oposta, olhar Megan agora seria torturante.

— O que você quer, inferno?! – Andrew perguntou irritado.

— Bebida, obviamente – Dave disse segurando o riso – eu sei que você tem cerveja por aqui em algum lugar.

— Geladeira – ele respondeu – eu ajudo você a levar.

— Que milagre em! – Dave disse.

— Cala boca, caralho!

— Não vai me dizer nada? – Megan falou depois que eles se retiraram com as cervejas.

— Não – falei olhando-a – não era nada demais...

— Com certeza! – falou sorrindo maliciosa. – vamos pra sala?!

Assim fizemos – os garotos já estavam sentados, ou melhor, jogados no sofá.  Como eles não deram espaço para nós duas nos sentar, acabamos sentando no chão.

Infelizmente tive que sentar perto do Andrew, e Megan ficando ao meu lado, perto do Nick (recebendo olhares feios de Dave).

— A pizza chegou – Dave falou quando tocaram a campanhia – eu pego.

Todos os outros levantaram e Andrew até me empurrou.

— Não vamos pegar os pratos?! – perguntei para Megan quando nós ficamos de pé também.

— Pra que? A gente come com a mão mesmo! – ela falou rindo da minha cara de nojo. – você vai gostar!

E até que era bom, era muito bom!

Depois que as pizzas acabaram e o jogo chato de beisebol que passava na TV também, me levantei para jogar as caixas fora e retirar as garrafas dali.

Peguei primeiro as caixas, notei que Andrew olhava-me e Harris também.

Fui até a cozinha e as joguei no lixo.

— Cadê o Andrew? – perguntei para Megan que estava de pé mexendo em seu celular.

— No escritório com o Nick e o insuportável do Dave – falou olhando pra mim – estou esperando o Nick pra ele me dar uma carona.

— Mas e o Dave?

— Vai ficar com cara de bunda, mas eu não me importo com ele! – disse me fazendo rir.

Fui até a mesinha e comecei a recolher as garrafas, Harris estava sentado no sofá ainda.

— Quer ajuda com isso? – perguntou gentil.

— Não, não precisa – falei lhe dando um sorriso.

— Nós somos bem bagunceiros, é o mínimo que posso fazer – ele se levantou e pegou algumas garrafas vazias da minha mão, sua mão encostou na minha, ele sorriu me deixando sem graça, eu rapidamente afastei minha mão da sua.

Levamos tudo até a cozinha, abri a porta que dava para o quintal e as deixei em cima de uma mesa.

— O Andrew sempre pede pra alguém se livrar disso depois – Harris me avisou quando entramos na cozinha.

— Obrigada – sorri em agradecimento e ele sorriu de volta.

— Foi um prazer – notei um mínimo tom de duplo sentindo, se eu não convivesse com Andrew, nunca teria percebido isso.

— Acho que você já pode ir embora, Harris – escutei a voz grave do Andrew, infelizmente eu estava de costas pra porta.

— Se precisar é só chamar, Clary – Harris disse sorrindo, me virei quando ele passou por mim.

Andrew estava encostado no batente da porta, seus braços estavam cruzados – notei que sua expressão não era boa, ele estava com raiva. – o olhar frio, o maxilar travado.

No momento em que Harris passou por ele, achei que Andrew iria agredi-lo, mas ele apenas o encarou mortalmente.

— Não quero conversar com você de novo, Harris – falou em tom de aviso depois que o outro já tinha passado pela porta.

— Eu não fiz... – tentei me explicar no momento em que seu olhar estava direcionado a mim, era frio, transmitia ódio.

— Eu estou te esperando no quarto. – falou dando as costas a mim.

Soltei a respiração pesada, eu estava mais do que ferrada. 

— Me ajude, Deus. – sussurrei baixinho antes de tomar coragem e ir para o quarto.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥
Obs: tentei focar um pouco mais nas outras relações da Clary, por exemplo com a Megan.
Obs²: o próximo capítulo vai ser bem intenso!
Prometo não demorar, beijos ♥
@sttydiazinha.



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