Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 15
I would never hurt you.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, sei que demorei um pouquinho, mas eu já tinha avisado que isso aconteceria.
Enfim, aproveitem esse capítulo, e desculpe se houver erros ortograficos.
Come on.



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O ódio e o instinto assassino estavam me dominando, e aquilo me fazia sentir vivo. Eu sentia a raiva me corroer de dentro pra fora, já fazia algum tempo que eu não tinha uma chance tão boa de descontar meu ódio em alguém.

E uma presa tão fácil tinha vindo até mim.

Eu analisava o homem a minha frente, ele parecia nervoso, ao contrario de mim, que não esboçava expressão nenhuma.

— Se você não matou meu pai, quem foi? – perguntou nervoso.

— Harris. – falei inexpressível  – ele matou seu pai, como eu disse: eu não tive esse prazer. – sorri debochado pra ele, que puxou a arma e a apontou pra mim.

— EU VOU MATAR VOCÊ! – gritou, notei que sua mão tremia levemente, sorri vendo isso.

— Então atira – provoquei – você tem dois segundos...

— CALA BOCA!

— Acabou seu tempo! – sorri perverso e em questão de segundos, pulei por cima da mesa, jogando meu peso sobre o homem a minha frente, fazendo-o cair.

Sua arma foi parar longe, como planejado – ele me olhava com medo. – rapidamente puxei a faca que eu guardava na cintura.

— O-o que vai fazer? – ele me olhava com pânico – por favor, me desculpe, eu eu...

— Hoje você vai conhecer o inferno. – falei sorrindo frio.

— Não me mata! Por favor! – pediu desesperado, levantei a faca e friamente atingi o primeiro golpe.

O golpeei tantas vezes que o sangue espirrava em meu rosto – o ódio me dominou, matar aquele desgraçado me fazia descarregar a raiva reprimida.  – No começo ele gritava pedindo que eu parasse, mas depois os seus gritos cessaram e foi ai que percebi que ele já estava inconsciente.

Não ouvi e nem vi quando Nick entrou pela porta, eu estava submerso, aquilo me fazia descontar sentimentos de um passado que eu havia massacrado em mim.

Senti Nick me puxar com força de cima do homem, eu não sabia se ele estava morto, mas provavelmente estaria.

— Já chega, Andrew! – ele falou.

Olhei Nick mortalmente, eu odiava ser interrompido, ou receber ordens, mas ele permaneceu me segurando.

— Me solta! – gritei com ele.

— Não!

— Me solta, eu já estou bem! – mandei.

Nick demorou alguns segundos, mas me soltou, antes que ele percebesse saquei minha arma e atirei diretamente na cabeça do homem que estava no chão – só para me certificar de que ele estava morto.

Olhei para a porta, Dave estava parado mais a frente com os braços cruzados, e os capangas do cadáver olhavam-me amedrontados.

— Quem manda nesse inferno, sou eu! – falei olhando-os perigosamente – mas alguém vai querer me enfrentar?

— Não. – ambos responderam em uníssono.

— Ótimo! – sorri friamente.

Fui em direção a porta fazendo os dois abaixarem a cabeça.

— Emilly – olhei para ela quando saí da minha sala, a mesma me olhava com medo e desespero.

— Si-im? – respondeu.

— Limpa a bagunça e manda alguém tirar o lixo da minha sala!

— Sim senhor.

Optei por sair pelos fundos da boate, não queria ser incomodado com perguntas sobre o sangue sujo que estava sobre mim.

Dirigi tão rápido até em casa que por vezes quase provoquei alguns acidentes, não que eu me importasse.

Entrei em casa sendo perseguido por pensamentos tortuosos – era sempre assim, quando eu matava isso aliviada minha mente por um instante, mas depois uma onda de lembranças do passado me atingia, lembranças que eu queria apagar, mas que nunca saiam da minha mente.

“Andrew, socorro, eles vão me matar – a voz dela não saía da minha cabeça, a frase ecoava pela minha mente repetidas vezes”. Lembranças do pior dia da minha vida.

— Caralho – gritei socando com força uma pequena mesa de vidro que ficava na sala.

O barulho do vidro quebrando se espalhou por toda sala, mas estranhei quando ele pareceu se prolongar.

Olhei mais a frente e vi Clarissa deixando um copo d'água cair no chão, ela me olhava com medo e um pouco assustada.

— Andrew – sua voz saiu como um sussurro.

Só faltava aquilo para piorar as coisas, essa pirralha intrometida – fechei os olhos e respirei fundo.

Clarissa Narrando.

Você nunca espera encontrar seu marido chegando em casa as duas horas da madruga, e nunca espera que ele chegue coberto de sangue.

A cena a minha frente me assustou tanto que o copo que eu segurava escapou da minha mão. Eu não sabia o que havia acontecido, mas um milhão de coisas se passaram pela minha mente.

— O que aconteceu? – perguntei preocupada, mesmo estando com muito medo.

— Nada que seja da sua conta – Andrew olhou-me frio, eu engoli em seco.

— Você está machucado? – falei aproximando-me.

— NÃO! – ele gritou me fazendo parar. – não chega perto de mim.

— Eu só... – o frio em seus olhos me dava medo, me fazia querer distância, mas infelizmente eu estava preocupada com ele.

— Você não tem medo? Eu poderia te matar. – seus olhos fitavam-me atentamente. Seu rosto estava com algumas gotas de sangue, os cabelos totalmente desgrenhados e suas roupas muito sujas, sua aparecia era de um assassino.

— Você não me machucaria – falei tentando passar o máximo de firmeza, apesar de eu mesma tentar acreditar naquelas palavras.

— Garota burra! – ele gritou e depois sorriu frio. – o que te faz achar isso?

— Eu não sei – falei baixo.

Ele continuava e me encarar, eu desviei meu olhar do seu, era horrível vê-lo coberto de sangue, era horrível constatar que meu marido era um assassino.

— De quem é o sangue? – perguntei quebrando o silêncio, Andrew olhava-me frio, ele estreitou os olhos me analisando antes de responder.

— De um homem que eu matei. – falou naturalmente.

— Como pode dizer isso assim? – perguntei mesmo com um nó se formando em minha garganta, que ele era capaz disso, eu já sabia, pois o vi matando aquele homem no dia em que ele me salvou, mas hoje era diferente, Andrew estava com um olhar assassino.

— Não me olhe assim, você não pode me julgar – falou indo em direção ao seu escritório – não é como se sua mãe nunca tivesse feito algo assim, ou pior. – ele abriu a porta, entrou no local e depois a fechou, me deixando ali, sozinha.

Suas palavras me atingiram como um tapa, minha mãe era uma assassina como ele?! Eu já havia imaginado isso, mas na minha mente, era impossível.

Lágrimas rolavam livremente por minha bochecha, quando me obriguei a subir de volta para o quarto.

Chorei até pegar no sono.

(...)

— Ah meu Deus! Clary você está bem? – escutei alguém gritar me despertando do sono.

Era Amélia.

— O que faz aqui? – perguntei sonolenta.

— Eu tinha que resolver algumas coisas na cidade e passei por aqui – falou apressadamente – mas você está bem?

— Sim, porque não estaria?

— Tem sangue na sala, e vidro quebrado, achei que o Andrew tivesse feito algo...

— Ele fez, mas não comigo – falei sentando-me na cama.

— Ele matou alguém? – Amélia perguntou olhando-me nos olhos, era possível ver a sua dor.

— Sim – falei, ela ficou ainda mais triste.

— Ele nunca vai parar! – Amélia falou passando as mãos pelos cabelos nervosamente – pelo menos ele não fez nada com você, querida – disse forçando um sorriso.

— Ele não me machucaria. – falei tentando acalma-la.

— Preciso limpar aquele sangue, as moças que trabalham aqui ainda não chegaram.

— Eu posso ajudar você! – falei mas Amélia negou.

— Eu sei limpar a bagunça dele.

— Não é a primeira vez que isso acontece né?! – perguntei receosa, ela apenas confirmou com a cabeça.

— Andrew as vezes explode e desconta todo ódio que ele guarda – falou – sei que isso não justifica, mas ele já passou por muita coisa, quem sabe um dia eu te conte. – falou levantando – só sei que eu ainda não posso.

Suas palavras me deixaram curiosa, o que havia acontecido com ele? Porque ele era assim?

Eu sempre achei que era por vontade própria.

Depois que ela saiu, eu levantei e tomei um banho rápido, logo saindo do quarto, eu queria ajuda-la.

— Aquele filho da puta mereceu! Ele era um bandido, não era nenhum pouco inocente. – escutei Andrew falando com Amélia quando desci as escadas, ambos estavam na porta do escritório.

Ele já estava limpo, e nem mesmo parecia a mesma pessoa de ontem.

— Você sabe que agora tem a Clarissa, não pode chegar em casa assim! – Amélia advertiu-o.

— Com licença. – falei interrompendo-os, eu não queria que achassem que eu estava escutando a conversa. – eu vou ver o que tem para o café. – falei indo diretamente para cozinha, a visão do Andrew de ontem não saía da minha cabeça quando eu o olhava.

Preparei o café na cafeteira e servi um pouco em uma xícara pra mim – eu estava de pé encostada no balcão de mármore, de costas pra porta. – fechei os olhos respirando fundo.

Senti um corpo forte encostando-se no meu – era ele – Andrew estendeu a mão para pegar a cafeteira, e se serviu.

Me virei olhando-o, ele estava com olheiras profundas, seu rosto transmitia cansaço.

— O que foi, merda? – perguntou grosseiro.

— Nada! – falei irritada, eu não havia feito absolutamente nada a ele para que me tratasse assim.

— O que eu fiz pra merecer vocês duas?! – ele bufou e depois deu um gole em seu café deixando a xícara em cima do balcão.

Andrew se retirou da cozinha e sua mãe entrou em seguida, Amélia perguntou se eu tinha problemas em ficar sozinha com ele, porque ela teria que sair.

— Ele não vai fazer nada comigo – falei tentando transmitir segurança a ela. – pode ir tranquila.

As horas se passaram e Andrew ficou o dia todo trancado no escritório, nem para o almoço ele saiu – mas eu já estava acostumada a ficar sozinha, então não tinha tanta diferença, se eu não começasse a achar que ele estava me evitando.

Acabei adormecendo no sofá.

E foi a pior coisa que eu poderia ter feito.

Um homem me perseguia por uma floresta escura, eu corria, mas já estava cansada – ele estava totalmente sujo de sangue, usava uma mascara horrível – eu nunca havia sentido tanto medo. Olhei para trás e o homem estava cada vez mais próximo, continuei correndo, sentia lágrimas molhando meu rosto, e então virei para olhar mais uma vez, o homem havia sumido, suspirei aliviada e voltei a olhar pra frente, dando de cara com o mesmo – eu gritei por socorro – e ele puxou sua mascara, revelando ser o Andrew, ele sorriu perverso pra mim.

— Andrew? – gritei chorando quando ele me empurrou contra o chão, fechei os olhos sentindo meu corpo cair, quando os abri, eu estava em uma cama, era meu quarto. Olhei e vi o por cima de mim, ele voltará a colocar a mascara – Andrew? – falei chorando.

— Não é ele, sou eu – quando o homem puxou a mascara, não era mais o Andrew, e sim o cara com a cicatriz que havia me sequestrado. – eu vou matar você! – ele puxou uma faca e a enfiou com força em meu peito.

— NÃO! – gritei chorando – Andrew, ANDREW!

— Clarissa! – ele gritou – acorda! – senti meus ombros sendo sacudidos com força.

Abri os olhos encontrando Andrew olhando-me preocupado, por impulso levantei meu corpo rapidamente e acabei abraçando-o.

Ele ficou estático me vendo chorar, as lágrimas molhavam sua blusa.

Senti seus músculos relaxarem depois de longos minutos e seus braços darem a volta pelo meu corpo em um abraço sem jeito.

— Você só estava sonhando – ele falou tentando me acalmar.

— Eu sei – sussurrei baixinho fechando os olhos, encostei minha cabeça em seu peito, seu coração estava acelerado.

— Clarissa, olha pra mim – escutei ele dizer sério.

Levantei minha cabeça a contragosto, olhei-o nos olhos – era a primeira vez que o azul estava tão claro, era sempre tão nublado e escuro, frio.

— Eu nunca te machucaria. – disse olhando-me nos olhos, percebi que ele estava desconfortável em dizer aquilo, apesar de eu ter gostado muito de ouvir.

— Sim, eu sei – tentei força um sorriso.

— Mas... – ele se levantou rapidamente – isso não quer dizer nada! Eu não gosto de você... – eu o interrompi.

— Você já deixou isso bem claro, Andrew! – falei magoada – não ache que eu gosto de você, porque eu não gosto! Eu nunca me apaixonaria por você! – falei passando por ele, Andrew segurou meu braço, ele virou de frente pra mim levando suas mãos até minha cintura.

— É isso que você realmente sente? – perguntou encarando-me de perto.

— Isso não faz diferença! – falei, ele aproximou seu rosto do meu encostando sua testa na minha.

— Responde minha pergunta – Andrew sussurrou contra meus lábios.

Naquele momento, nem mesmo eu sabia o que sentir.

Andrew me fazia sentir muitas coisas, raiva, tristeza, mágoa, medo, atração, talvez eu até gostasse dele, mas o que adiantaria? Isso não mudaria nada.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é muito importante pra mim ♥
Obs: Espero ter conseguido trazer esse lado mais "ruim" do Andrew. E fiz algumas revelações sobre o passado dele, o que será que esse "passado" esconde? Ou quem será esse "passado"?!
Obs²: pra quem está ansioso por um "kiss", recomendo o próximo capítulo, sem mais revelações, rs.
Nos vemos logo, prometo não demorar ;)
Grande beijo ♥
@sttydiazinha.



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