Irritado e triste. É como eu me encontro neste momento, dirigindo pra casa, sozinho, depois de deixar Felicity no aeroporto. Felicity é minha melhor amiga há muitos anos e toda vez que ela tem que ficar algum tempo longe eu fico assim. Nenhum amigo me suporta quando eu estou nesse estado e isso me deixa ainda mais frustrado. Dessa vez, ela está indo para Las Vegas visitar Donna, sua mãe, e vai ficar lá durante quinze dias. Quinze dias de tortura pra mim, eu simplesmente não funciono direito sem ela ao meu lado. Ela é minha melhor amiga, droga!

O pior é que a ausência de Felicity é mais comum do que eu gostaria, porque trabalhando na Palmer Tech, ela constantemente está fazendo viagens de trabalho, seja pra Central City, National City, até mesmo para a Rússia ela já precisou ir. E eu fico aqui, irritado e triste até o dia que ela volta e eu retorno ao estado normal. Sabe, já cogitei estar apaixonado por Felicity, e até mesmo alguns (todos) amigos dizem isso, mas eu não tenho certeza. O que eu sei é que eu nunca fui alguém de me apaixonar, de me prender a uma pessoa só.

No entanto, a forma que eu me sinto com ela é diferente, estar perto da loira me faz querer ser alguém melhor, eu me sinto bem, leve e feliz. Só ela faz isso comigo, mas como nunca me apaixonei por ninguém antes, nunca amei ninguém, eu tenho medo de estar confundindo as coisas e no final só estragar a minha amizade com ela. Eu não poderia viver se isso acontecesse, então eu decidi que iria aproveitar o que eu tenho dela como melhor amigo e só. As vezes isso parece não ser o suficiente, como agora, e aí eu simplesmente volto a esse dilema, e chego a mesma conclusão, o que faz meu humor piorar drasticamente. Com um suspiro frustrado, decido ligar o rádio do carro e uma música calma começa a tocar.

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida eu vou te amar

Em cada despedida eu vou te amar

Desesperadamente eu vou te amar