Encontros, Acasos e Amores escrita por Bell Fraser, Sany, Gabriella Oliveira, Ester, Yasmin, Paty Everllark, IsabelaThorntonDarcyMellark, RêEvansDarcy, deboradb, Ellen Freitas, Cupcake de Brigadeiro, DiandrabyDi


Capítulo 4
As Coisas Inesperadas do Amor


Notas iniciais do capítulo

Oieee galerinha! Chegou a minha vez, ‘euzinha, a Paty Everllark.

Fui desafiada pela minha querida Isabela ThorntonDarcyMellark a criar um texto, sobre
“As coisas inesperadas do amor”.

Admito que foi uma delícia escrever essa one, entretanto já vou logo avisando aos leitores que me entusiasmei e exagerei nos clichês. (Rsrsrs) Pois é, desculpa aí pessoal, mas tornou-se inevitável. “Amo um clichêzinho”. E, vamos combinar, não existe nada mais empolgante que escrever sobre essas surpresas inesperadas que a vida nos oferece como presente, e que em muitos momentos precisamos de uma forcinha do alto para notar.

Isa ‘brigadão pela generosidade ao me propor esse desafio. Você é 10, e nem tenho palavras para te agradecer. Não posso esquecer de agradecer também as minhas queridas companheiras de projeto pela confiança e o convite para participar desta coletânea. Em especial a Belrapunzel pelo banner lindo que fez para este capítulo.
Então, é isso meus amores. Espero de verdade que gostem e divirtam-se com a minha contribuição para a coletânea.

Ps: As palavras salientadas por asteriscos (*) serão explicadas nas NF.


Sinopse
Nem em um milhão de anos Peeta Mellark descobriria sozinho o óbvio. Aquele tão aguardado dia era para ter sido o do “eu vos declaro marido e mulher”, mas ao invés disso ele quase foi parar na sarjeta totalmente bêbado. Sua melhor amiga o ajudou atravessar este momento aterrador. No entanto, algo surpreendente estava prestes a acontecer e até mesmo sacudir o plano superior.
E, será que o nosso loiro estaria preparado para lidar com algo tão inesperado?




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Música: Can't Take My Eyes Off You

(JAMZ- Part. Sofia Oliveira)

 

— Peeta, por favor, precisa me ajudar a te ajudar.

— Eu quero dançar Katzinha… I love you, baby… And if it's quite alright… I need you, baby… To warm a lonely night… I love you, baby…

— Ok, Frank Sinatra, já deu. Não acha que dançamos muito por uma noite?

— Só mais um tiquinho… Trust in me when I say okay… Oh, pretty baby… Don't let me down, I pray… Oh, pretty baby, now that I found you, stay… And let me love you, baby…

— Anda Peeta, você é pesado.

— Let me love ‘youuuu… Kat. Kat. Minha doce e pequena Kat. Irás cuidar de mim esta noite? 

— Sim, loiro. É isso que nós fazemos, cuidamos um do outro. Por caridade, agora pare de cantar um pouco e fique quietinho para que eu possa tirar suas roupas.

— ‘Hummm!  A senhorita pretende mesmo me dar banho?

— Tenho outra opção? E, não me olhe com tamanha surpresa.

— Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga? A Katniss Everdeen que conheço, de modo algum tiraria a roupa de um homem desse jeito... Uau! Estou tonto e vejo duas de ti.  

— Peeta, você não é um homem qualquer, é meu melhor amigo e está completamente bêbado.  Sem dúvidas amanhã nem se lembrará de como chegou em casa, quanto mais que foi eu quem te despi e te dei banho.  Pare de tolice, vem, a banheira está cheia.

— Niss?

— O que foi?

— Será que sou um idiota sonhador, como a minha noiva disse?  Porque, foi o que a Cash alegou para justificar o fato de ter me abandonado naquele altar hoje, no dia que era para ser o dia mais feliz de nossas vidas... Que droga! O banheiro está parecendo uma montanha russa. Por que fui ingerir tanto uísque? 

—De modo algum repita isso Peeta Mellark, e jamais ouse chorar por aquela idiota outra vez.  Você é o homem mais incrível e maravilhoso que eu conheci em toda a minha vida. Olhe para mim... Eu só desejo que ela e aquele Caesar Flickerman estejam neste momento num jatinho a caminho da *Ilha das Bonecas Mortas, no México. Essa vadia oxigenada nunca te amou, sequer merece suas lágrimas.

— Katzinha, que expressão é essa? Por que ‘tá me olhando assim?

—Eu daria tudo para que um dia me olhasse da mesma forma que olhava para ela quando estavam juntos... Ah, quer saber? Dane-se!

— N-Niss... O-o que...? Você está me beijando?

— Sim Mellark. Estou. E, rogo aos céus com o propósito de que amanhã você tenha uma amnésia alcoólica e esqueça-se de tudo que acontecer aqui nesta noite.                                      

(...)

— Quem é você?

— Sou sua fada madrinha.

Talvez fosse uma alucinação, ou quem sabe às oito doses de tequila que bebi há algumas horas no *happy hour, por fim estivessem fazendo efeito em meu cérebro.  Só isso explicaria a aparição a minha frente.

— Cara, a minha noite não está sendo das melhores, tive um dia exaustivo.  Somente quero ir para casa. Tomar uma ducha. Deitar em minha cama e descansar. Portanto, se me der licença! – exclamei desviando do cidadão que me impedia de seguir o trajeto até meu carro.

— Peeta Mellark, paradinho ai!— gritou logo que passei por ele, e seu tom era bravo. Assustei-me com o berro às minhas costas, e estaquei no lugar. Era instantâneo, sempre reagia assim, quando alguém gritava comigo. O homem se aproximou e parou diante de mim novamente. – Agora que tenho sua total atenção... – Tirou uma garrafa de bebida de uma sacola de papel que trazia debaixo do braço e bebeu desta, direto no gargalo. 

— Como sabe meu nome? – questionei ao loiro que demonstrava certa irritação em sua face.

— Então... Sei bastante ao seu respeito. Vejamos... Gosta de dormir com a janela aberta, detesta chá com açúcar, e além de sempre dar um laço duplo no cadarço é *Potterhead assumido. Tá bom pra você? – respondeu aborrecido depois de limpar com a mão o resquício de bebida que escorreu pelo canto dos seus lábios.

Mantive-me calado e fitei o sujeito que tagarelava defronte procurando algo nele que indicasse se a criatura era algum tipo de maluco fugitivo de um hospício, afinal a algumas quadras localizava-se o manicômio municipal e pelas suas vestes, ele podia facilmente ter vindo de lá.

— Como estava dizendo antes de me atrapalhar, sou sua fada madrinha.  Ainda que, não esteja muito à vontade nessa atribuição – Fez uma careta descontente e olhou para o céu como se reclamasse com alguém no plano superior. – Porém isso não vem ao caso neste instante.   Onde eu estava mesmo? Ops... Lembrei-me! Continuando. Fui designado para te ajudar a encontrar a mulher de sua vida. Seu amor verdadeiro.  Sua alma gêmea. Blá, blá, blá... – proferiu tudo depressa e sem um pingo de humor. De repente parou de falar, segurou o queixo e analisou-me minuciosamente.  – Engraçado... Até que você é um garoto pintoso. Sinceramente não estou entendendo o porquê do povo lá de cima, me mandar para auxiliar no seu desencalhe...  Se bem que, fui informado por fontes seguras que és um pouco lerdinho no que diz respeito ao óbvio...  Ok! Depois tentarei compreender o motivo desses comentários maledicentes sobre ti no meu departamento...

Epa! ‘Pera aí... É...

— Haymitch! Chamo-me Haymitch. 

— Sr. Hay... Sei lá o que... Já sei! Como não percebi antes... Isso é uma pegadinha, não é? – Gargalhei, só podia ser uma piada. – Gale Cato, Finnick. ‘ legal, onde vocês se esconderam? Apareçam, perdeu a graça.  – Embora já houvéssemos passado dos trinta, eu e meus amigos adorávamos pregar peças uns nos outros e pelo jeito o Mellark era a bola da vez.

Examinei tudo a minha volta em busca dos canalhas. Quem mais, senão meus melhores amigos para colocar ás 00h01m essa figura trajando camisola hospitalar e tênis All-Star vermelho, com meias até a panturrilha, se auto intitulando minha fada madrinha no meu caminho.

— Terminou? – O comédia nem se abalou com o discurso que eu tinha acabado de fazer. – Prosseguindo. Como estava esclarecendo antes de ser interrompido pela enésima vez, pelo senhor cético aí – apontou o dedo indicador para meu peito. – Fui designado para te desencalhar e seria bem interessante se facilitasse as coisas para meu lado garoto. Quanto mais cedo concluir minha missão, mais cedo volto para o andar de cima.

Ingeriu mais uma golada generosa da bebida e em seguida sorrindo me ofereceu o líquido.  

— Camarada... Parabéns você é hilário.

 Dei-lhe as costas e direcionei-me ao carro estacionado a alguns passos do barzinho onde toda sexta-feira após o trabalho batia ponto com os rapazes. Acionei o alarme para destravar as portas e entrei no Volvo XC90. Dentro do carro suspirei cansado. Recostei a cabeça no apoio, fechando os olhos por alguns segundos antes de dar a partida.

O meu dia havia sido péssimo. Pela manhã briguei outra vez com minha melhor amiga, que depois de anos dividindo o apartamento comigo resolveu se mudar para a casa do namorado que só conhece há dois meses. Pior, Katniss iria levar o filho - meu afilhado - de apenas um ano e três meses. Não conseguia nem cogitar a hipótese de viver longe do meu pequeno Joshua. 

Desde que Cashmere me abandonou no altar há dois anos, meu afilhadinho tem sido minha única alegria.  Acompanhei toda a gravidez de minha amiga, mesmo não sabendo quem foi o canalha que a engravidou e não assumiu sua responsabilidade. Permaneci ao seu lado na sala de parto segurando em sua mão quando o bebê nasceu. Fui eu que cortei o cordão umbilical do menino. Nem sei o que seria de mim sem...

— Não, não, não – disse em voz alta e maneei  a cabeça tentando assim espantar o pensamento de que um dia poderia viver sem Katniss ou Josh.

— Tem certeza que consegue dirigir até sua casa? – Me sobressaltei ao notar o tal, Hay sei lá o que, sentado no banco do carona. – Acho que as tequilas não te fizeram muito bem meu rapaz... Tem gente que é meio fraca para bebida alcoólica. Preciso reforçar que ainda tenho uma missão a cumprir?

— Como entrou aqui? – Como ele havia entrado com as portas travadas? Mistério.

— Não posso te contar, mas na minha profissão conheço alguns truquezinhos ...— lançou-me uma piscadela.

(...)

Os balbucios insistentes ecoando pelas paredes do meu quarto e as palmadinhas suaves dadas em minha fronte alertavam-me que passara da hora de me levantar.  Detestava acordar após meu afilhado, mas a noite anterior foi deveras estranha, e pra dizer a verdade, nem mesmo sabia como tinha chegado até minha cama.

— Me desculpa te acordar, mas o Josh se encontrava inquieto demais por não ter te visto chegar ontem...  Precisei trazê-lo até aqui. – Katniss odiava me despertar, principalmente após minhas “noitadas”, em que certamente me encontraria de ressaca ao amanhecer, porém nem eu, nem ela, conseguíamos dizer não aos desejos do nosso bebê.  

— Não tem problema. – Sentei-me na cama e acolhi meu afilhado em meu colo, Josh continuou batendo em meu rosto e conversando comigo no seu dialeto próprio. O loirinho estava ficando cada dia mais lindo e em nada tinha puxado da mãe. – Já está indo para o trabalho?

— Peeta, hoje é sábado. Onde está com a cabeça? – Me repreendeu chateada. – Te disse ontem de manhã que o Marvel, nos levaria para conhecer o apartamento hoje. – Katniss mudou o tom de voz quando falou no namorado. Ela sabia que o assunto me irritava. Levantei-me emburrado, com meu afilhado no colo e me encaminhei a passos pesados para a cozinha. – Eu já dei a mamadeira dele. – Ignorei o aviso e persisti no percurso tendo-a em meu encalço

— E aí, vamos preparar a nossa super-hiper-mega vitamina, campeão? – sorriu, bateu palminhas e confirmou seu sim através de mais uma enxurrada de adoráveis balbucios infantis.

— Peeta, nós não podemos mais adiar este assunto... Mudarei daqui a três semanas.

— Sabe o que penso sobre esse assunto. Quanto tempo você conhece esse cara? Uns dois, três meses?

— Posso te garantir que é tempo suficiente, para que eu tenha certeza de que ele é o cara certo.

— Como se você entendesse de caras certos. Cadê o canalha do pai do seu filho que te engravidou e sumiu no mundo?  – Katniss encarou-me por um segundo e sabia pelo seu jeito decepcionado que havia passado dos limites. E, quem era eu para julgá-la? O homem que depois de uma decepção amorosa se tornou o maior Don Juan de Nova York, ou o carinha que não pode mais ouvir falar em relacionamento sério que fugia.

— Desculpe-me, Katniss. – pedi, entretanto era tarde.

 Sem nem pensar duas vezes, ou dizer mais alguma palavra, a Everdeen retirou o filho dos meus braços sem se importar com os protestos do menino por não querer deixar meu colo e saiu da cozinha. Desde que Katniss ficou grávida, o assunto “pai do Joshua” era tabu entre nós dois.

  Ela nunca me contou quem era o pai do baixinho, tampouco se ele sabia da existência do menino. Por diversas vezes tentei arrancar a verdade dela e como nunca conheci nenhum de seus namorados anteriores ao Marvel, era quase impossível fazer qualquer suposição.

— Agora entendi, o porquê dos meus supervisores terem me alertado, sobre a sua lerdeza quanto ao óbvio.

Puts, que susto! Cara, o que você está fazendo na minha cozinha? Ou melhor, no meu apartamento?  Melhor ainda, na minha vida?

Então não era sonho.

— É, Hay-mi-tchhhh— cantarolou. Logo se encaminhou em direção a geladeira e escaneou milimetricamente o eletrodoméstico. – Só tem cerveja dentro dessa geladeira? – sem esperar resposta para sua pergunta tirou uma garrafinha de Long Neck e como na noite anterior bebeu direto no gargalo. O loiro aparentava estar na sua própria residência de tão à vontade.

— O que você é? – indaguei receoso.

Enquanto admirava incrédulo a presença incomum tomando uma cervejinha na minha cozinha, escutei a porta da sala bater com força. Corri em direção ao cômodo, e ao abrir a porta só tive o desprazer de ver o elevador se fechando com Katniss e um Josh choroso lá dentro. 

Voltei para dentro do apartamento e mais uma vez me assustei com o fada, na minha cola.

— Se você é mesmo minha fada madrinha, onde está sua varinha mágica? Por que não vi nenhuma até este momento? E, as suas roupas? Por que, parece que acabou de fugir de um sanatório?

 – Garoto, isso aqui não é nenhum filme do Harry Potter, que todo mundo usa uma varinha mágica. Se liga! A fada madrinha aqui prefere algo, digamos...  – balançou a garrafinha. – Mais eficiente, caso não tenha percebido. E, quanto as minhas roupas. Bom... Por ora, devo apenas lhe revelar que a figurinista responsável pelo meu traje anda de ovo virado comigo.  Pois bem, vamos ao que realmente interessa. 

 Pelo visto teria mais um dia daqueles. Movi a cabeça num gesto negativo ao mirar o fada assentando-se na paltrona, tomando distância dele sentei-me no sofá a sua frente. Peguei o controle da televisão que se achava sobre a mesinha e ao ligar o aparelho comecei a zapear pelos canais, procurando por uma programação agradável.

— Qual a idade do moleque? – indagou depois de um tempo calado me observando.  Percebendo que não entendi seu questionamento, perseverou. – Do loirinho de olhos azuis que acabou de sair aos prantos no colo da mãe?

— Por quê? – Ajeitou-se no assento e bufou insatisfeito esperando por minha resposta. – Um ano e três meses... Para ser mais exato ele completara os três meses no dia vinte e três de junho... 

— No dia que você faria dois anos de casado, caso não tivesse tido  a sorte de ser abandonado no altar pela mercenária loira que te trocou pelo ricaço de cabelo azul e sorriso largo.  – Haymitch deu sequência à frase que iniciei.

Meus olhos se arregalaram. De fato aquela manifestação estava certa.  Eu era muito lesado.

— Não... Não pode ser... Será?

A noite do meu casamento ficou registrada na minha mente como um borrão.

Após Cashmere ter me dispensado em pleno altar. Depois de ter dito não, quando era para ter dito sim. Eu bebi todas, afinal o buffet estava pago. Meus amigos e parentes encontravam-se no salão de festa. Por que não aproveitar? 

(...)

— ‘Uhuul!  Adoro essa música...  You're just too good to be true… Can't take my eyes off you… You'd be like heaven to touch… I wanna hold you so much…

— Peeta, vai com calma você já bebeu demais.

— Não vai deixar um noivo, recém-abandonado dançando sozinho, vai Katniss?  ...At long last love has arrived… I thank god I'm alive… You're just too good to be true… Can't take my eyes off youuuu... Por que mesmo a gente nunca se beijou...?

— Porque somos melhores amigos desde sempre e funcionamos bem assim.   Um beijo acabaria com o que temos.

— Mas eu quero te beijar... Na verdade, quis te beijar desde a primeira vez que te vi na porta do meu apartamento com aquele jornal nas mãos, e aquele cachecol da *Grifinória enrolado no pescoço interessada em dividir o aluguel comigo. Você era a mulher mais linda que eu já havia visto na vida.

— Loiro você já está embriagado, E a tendência é só piorar, já começou até a falar bobagens.

— Não são bobagens senhorita Everdeen. 

— Ah não?

— Não mesmo! É a mais pura verdade... Quando eu era pequeno, meu pai me dizia que só tem duas coisas que um homem não consegue esconder de uma mulher mesmo que queira muito. Sabe quais coisas, Katzinha? Ops! Tropecei.

— Quais seriam essas coisas senhor Mellark?

— Que está bêbado e quer beija-la.

                                    (...)

 As lembranças daquela noite invadiram meus pensamentos como uma avalanche. Eu e Katniss dançando no salão, o táxi nos trazendo para casa.  Nós dois indo para meu quarto... Durante meses eu sonhei comigo e Katniss fazendo amor após o fiasco do meu “não casamento”. No início pensei que fosse por causa da carência, mas não, eram lembranças... Quando ela apareceu grávida, e se tornava mais bela no decorrer das semanas, tudo ficou ainda mais inexplicável. Eu passei a ter fantasias eróticas com minha melhor amiga grávida... Como não percebi antes a conexão que eu e Joshua temos? Eu sempre desejei que ele fosse meu filho. Ele é meu filho.

 – Eu me recordo de tudo... Joshua é meu Filho. Não foi ilusão... Eu fiz amor com a Katniss naquela noite Haymit... – Encontrava-me tão envolto em pensamentos que quando procurei pela aparição, ela havia desaparecido sem deixar rastro. Para dizer a verdade, nem era certo se tinha estado ali.  Talvez as tequilas ainda estivessem alojadas em minha corrente sanguínea.  — Joshua é meu filho. – Ao pronunciar a frase em voz alta, senti um aperto forte em meu coração. Examinei tudo ao meu redor e o silêncio do ambiente me angustiou. Peguei as chaves do carro na mesinha de centro e saí.

(...)

Não foi trabalhoso conseguir o endereço do Marvel com minha irmã caçula. O difícil foi contar para Delly em poucas palavras a descoberta que eu acabara de fazer e depois ouvir de sua boca: “Demorô para cair à ficha em irmãozinho. O pirralho é a sua cara”.

— Peeta, o que está fazendo aqui?

Katniss abriu a porta com meu filho no colo. Tomei Josh dos seus braços e entrei no apartamento como se conhecesse o local. Apertei o menino de forma possessiva junto ao peito. Parecia que era a primeira vez que o via.  Emocione-me ao observar seus olhos, tão azuis quanto os meus. Ergui meu filho o máximo possivel no intuito de admira-lo, e, por conseguinte fui agraciado ao receber do pequeno uma de suas lindas risadas de bebê.  

Como eu, não notei a semelhança entre nós?

— O Marvel estará de volta a qualquer momento, e eu não quero que se indisponham de novo, principalmente na frente do Joshua. Por favor, vá embora.

— Por que não me contou? – Acomodei meu filho da maneira adequada em meu colo e interroguei em voz baixa, vendo se formar em seu rosto uma expressão interrogativa.

— Contou o que?

— Que ele, é meu filho – disse apontando meu olhar ao garoto.

A Everdeen mudou de cor e sentou-se devagar no sofá. Depois de um  longo período em silêncio, ela respondeu:

— Eu não podia...

— Como assim, não podia? – Elevei a voz – Ele é meu filho. – Josh se remexeu em meus braços.

— Você não se achava em seu estado normal... E eu me aproveitei da situação...

 A morena pareceu sentir-se culpada com o que acabara de dizer. Esperei que ela se recuperasse e continuasse a explicação.

— Eu te amei desde a primeira vez que te vi... No dia do seu casamento eu tinha aceito que havia te perdido pra sempre, mas aí a Cash te deixou no altar, e você estava arrasado e chorava feito uma criança de colo, eu não resisti... Um tempo depois descobri a gravidez. Se você não entrasse no banheiro aquela manhã talvez eu tivesse abor...

As lágrimas começaram a molhar sua face e a minha também.  No dia em que ela fez o teste de farmácia e constatou que esperava um bebê, sem querer entrei no banheiro no momento exato da descoberta. Ela se encontrava desesperada.

— Se você tivesse me contado naquele dia...

— Você se casaria comigo e viveríamos felizes para sempre... Peeta Mellark! Faça-me um favor, cai na real.

— Era uma opção... Ainda pod... – Cortou minha fala.

— Nos casar, porque temos um filho... Eu quero ser amada Peeta. Não quero ficar com um homem só por que ele é o pai do meu filho. E, verdade seja dita. Um pai que me engravidou quando estava alcoolizado demais para se lembrar do que fez.

— Eu me lembro Niss. Eu me lembrei de tudo. – Katniss olhou-me desconfiada, diante da declaração.

— Durante meses depois daquela noite, sonhava com você. E sempre acordava sentindo o gosto dos seus lábios nos meus. Sentindo o calor de sua pele na minha. Cheguei a pensar que estivesse ficando louco. Por isso me envolvi com tantas mulheres, eu queria te esquecer. Todavia, descobri que eram lembranças que revivia em minha mente. Não eram sonhos. Você ficou grudada em mim, Katniss Everdeen.  Nosso filho está aqui para nos provar isso.

— Peeta...

Não a deixei falar, o que quer que fosse falar. Aproximei-me dela e juntei nossas testas.

— Eu te amo. Amei-te desde a primeira vez que a vi. Entretanto, sou meio lerdo para perceber o óbvio.  Você é a minha melhor amiga. Minha companheira desde sempre. É mãe do meu filho e, é com quem eu quero estar daqui a cem anos... Vamos pra nossa casa meu amor.

                               (...)

— Do que está rindo Katniss?

— Só pensando.

— Em que?

— É que...  Quem diria Peeta, isso tudo é tão inesperado.

— Tudo o que?

Sentada entre minhas pernas, minha namorada olhou para nosso filho e sorriu. Josh estava brincando com os bichinhos de borracha sobre a toalha que há alguns minutos servira de suporte para os alimentos que trouxemos ao nosso piquenique no Central Park.  Arqueei as sobrancelhas sem entender direito o que ela queria dizer.

— Eu, você, nosso filho depois de tudo... Estarmos juntos e felizes aqui em meio ao parque. Isso me faz recordar aqueles filmes de romances clichês que passam todo santo dia nos canais a cabo.

  – É minha morena.  Realmente parece. Mas... Clichê é bom. Ou não? 

— Sim, é! – Puxei-a com delicadeza para lhe dar um beijo, porém não pude continuar, uma vez que meu filho se pôs entre nós reivindicando nossa atenção.  Minha namorada achou graça da situação e concluiu.

— E, eu não duvido que em algum lugar do universo tenha um casalzinho super-hiper-mega apaixonado suspirando ao assistir o nosso THE END.

                                       (...)

 – Quem é o Cara? O cupido mais fodão de todo o plano superior. Hein?  Diz. Diz.  Pode dizer.

— Olhe o palavreado chulo na minha frente... Não fique todo contente, afinal o que aconteceu aqui foi apenas sorte de principiante.

— Quero ouvir você dizer Effizinha, quem é o cara?

— Ninguém merece! Ok Haymitch, você venceu...  Você é o cara.  Pare de fazer essa dancinha ridícula da vitória ás minhas costas. 

— ‘Yesss! ...Eu estou tão feliz, que poderia te dar um beijo daqueles na frente de todos esses querubins.

— Nem ouse. Seu... Seu... E não me irrite, pois sabe que eu posso me vingar de você na próxima missão. Hum... Deixa-me ver... Ao invés de te produzir com um belo camisolão e All-Star vermelhos, com meias até a panturrilha, posso te arranjar uma bela burca e salto plataforma enfeitado com paetês. Que tal?

— Você não faria isso, Effie Trinket.

— Ah, faria! Pode ter certeza que eu faria.


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Notas finais do capítulo

*Ilhas das bonecas mortas: Ilha localizada no sul da Cidade do México, região rural de Xochilmilco. Apesar de ser um famoso ponto turístico, é considerado como mal-assombrada pelo povo da região.

*Potterhead: Aquele ou aquele que é fã da série Harry Potter

*Grifinória: É uma das quatro Casas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts onde estuda Harry Potter.
O cachecol que Katniss usava, de cor vermelha e dourada (ou amarela ouro) contém um brasão na extremidade da peça com a figura de um leão – símbolo da casa– e faz parte do uniforme dos alunos.

*Happy Hour: Período do dia, no fim de tarde e após o encerramento do trabalho, em que colegas se reúnem em bares, restaurante e etc, para confraternizar.

Gente... Tenho que confessar. Eu amo de paixão a trilogia Jogos Vorazes, mas também sou uma apaixonada pela série Harry Potter. É, sou. Rsrs, por isso a pequena “referência/homenagem” a saga na minha one.

Espero que tenham gostado de ler ACIDA, tanto quanto gostei de escrevê-la. E, se sentirem vontade deixem um recadinho me contando o que acharam, tá? Eu realmente vou amar saber a opinião de vocês. Não sejam tímidos.

Ah! Semana que vem estamos de volta com nossa querida Gabi... Bjokas e até uma próxima.