O conto das duas cidades escrita por Leh Linhares


Capítulo 3
Capítulo 2 — Ressaca


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dividido em duas partes. A primeira inspirada na música High Hopes - Kodaline, a segunda na música Cake By the Ocean, DNCE.
Espero que vocês gostem! A história dá uma animada nesse capítulo...



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Parte I

High Hopes - Kodaline

Já estou no Acampamento há uma semana, é nítido para qualquer um que já não sou mais o mesmo. As olheiras nos meus olhos e o meu usual cansaço são fatos óbvios para todos os meus amigos. O que eles não sabem é como eu acordo todas as noites durante a madrugada aflito. Como ás vezes choro pensando no que eu poderia ter feito de diferente. Sei que todos não aguentam mais me ouvir falando dela, mas não consigo pensar em outra coisa.

Pela terceira vez nessa noite desperto e saio do quarto decidido a encontrar uma maneira de falar com Annabeth. Nem que eu tenha que abandonar o Acampamento para fazê-lo. Já passou da hora de nós dois admitirmos um para o outro, que não importa o quão não saudável seja nosso relacionamento, ele não pode terminar, simplesmente não pode, nenhum de nós conseguirá seguir a vida sem ele, eu simplesmente sei disso.

Estou caminhando pela o Acampamento decidido, distraído demais para notar a grande festa rolando no Chalé de Afrodite bem a minha frente.

— Ei, Percy, veio se juntar a nós? — disse Piper me puxando pelo braço para dentro do chalé.

— Eu tenho que ir. — falei sem pensar muito. Preciso falar com a Annabeth.

— Posso saber pra aonde? Já passou há muito tempo do horário de recolher, se uma das harpias te encontrar sabe se lá o que pode te acontecer. Além do mais, não é como se você tivesse algo melhor pra fazer hoje... — falou Clarisse nitidamente mais alegre que o normal sorrindo sem parar para mim.

— Por que você está sendo tão simpática comigo, La Rue? É alguma pegadinha por acaso?

— Porque eu estou bêbada, Jackson, dããã... Qualquer idiota percebe isso, não é a toa que não deu certo entre você e a sabitudo... — não respondi nada, não me ofendi com o comentário, provavelmente deve ser verdade.

— CLARISSE! — grita Piper envergonhada.

— O que, Pipes, falei alguma mentira? De qualquer maneira, eu sempre achei a Annabeth uma chata e você Jackson muito mais divertido. Por que não se diverte um pouco comigo hoje? — Clarisse disse me olhando de uma maneira estranha.

— Que tipo de diversão? — questionei tentando entender o que exatamente ela quis dizer com aquilo e quando vejo Piper já sumiu do nosso lado.

— Depende de qual você gosta mais.

— La Rue, você está dando em cima de mim? — perguntei assustado quando enfim me dei conta do que estava acontecendo.

— Claro que não, idiota. Tô bêbada, não louca. Estava te chamando para beber comigo, Jackson: vinho, vodka, qualquer um que você gostar mais. Você é um pervertido mesmo... — a loira se afastou de mim e eu fui atrás dela.

— Não foi minha intenção. Se o convite ainda estiver de pé, eu aceitaria com prazer, estou tendo uma daquelas noites... — disse enquanto segurava seu braço.

— Tudo bem desde que você me prometa uma coisa... — falou ela arrastado.

— O que?

— Nada de falar sobre a Annabeth, ok? Ninguém aqui aguenta mais, você fala dela...

 — Acho que posso fazer isso. — respondi sem jeito, sei que tenho falado muito dela, mas não tinha percebido que estava sendo tão insuportável assim.

— Mais uma coisa. — acrescentou a loira sorrindo.

— Você vai participar do próximo Capture a Bandeira, não tem graça disputar com os outros.

— Isso também posso cumprir.

— Hora da magia começar então. Vinho ou vodka, eis a questão?

— Vodka.

— Ótima escolha...

 

Parte II

Algumas doses depois...

Cake By The Ocean — DNCE

Não sei dizer quanto exatamente eu bebi, mas o suficiente para estar dançando em cima da mesa de centro do Chalé de Afrodite. Clarisse está bem a minha frente ainda mais embriagada que eu.

— Como eu amo essa música... — gritei.

— I-I-I-I-I-I keep on hoping. We'll eat cake by the ocean... — cantamos os dois juntos enquanto alguns dos nossos amigos riem da cena sentados no sofá.

Não sei exatamente como acontece, num momento estavámos dançando e no outro Clarisse tropeça, e eu heroí que sou vou resgatá-la. Talvez se eu já não tivesse bebido tantas doses o resultado tivesse sido melhor. Ao invés de segurá-la acabo derrubando nós dois no chão.

Bem em cima dela aguardo pelos xingamentos, mas a única coisa que Clarisse faz é gargalhar e eu a acampanho: Que noite louca.

— Nunca pensei que fosse dizer isso, La Rue, mas até que você é divertida.

— Você também, Jackson.

— Será que vocês dois podem parar de se agarrar! — disse Pipes.

— Você não pensou que nós dois... ? Nós não... —respondi arrastado enquanto tentava me levantar sem ficar completamente tonto. Uma missão que eu descobri ser impossível. Antes de perceber eu já estava apoiado em Clarisse de novo para não cair e ela fazia o mesmo.

— Digam o que quiserem, agora sentem-se e entrem na brincadeira.

— Que brincadeira? — Clarisse perguntou.

— Sete minutos no céu.

— Por que não? — dizemos eu e Clarisse juntos. A brincadeira começa com umas quinze pessoas participando, as únicas que restaram na festa a essa hora: eu, Clarisse, Piper, Connor Stoll, Mark, irmão da Clarisse, e mais uma porção de gente que eu nem lembro o nome. Pipes explica como funciona o jogo, como se alguém aqui já não soubesse disso, e com uma garrafa de vodka vazia o jogo começa.

Connor e uma das filhas de Afrodite entram no armário, e eu vou até a cozinha pegar mais uma garrafa de vodka. Sem chance de ficar sóbrio nesse meio tempo. Enquanto os dois curtem seus sete minutos, eu e os outros engatamos um outro jogo. Toda vez que alguém olha o relógio, pergunta hora, diz algo idiota ou sei lá respira nós mandamos ela beber.

Só para variar um pouco tomo três shots só nesse meio tempo. Clarisse também está bebendo, mas bem menos que eu, ela ainda está encostada em mim apesar de já estarmos sentados, mas não fiz nada para tirá-la. A verdade é que não está me incomodando é bom ter alguém deitada sobre o meu ombro para variar. Nos pegando de surpresa, a garrafa vira na direção de Connor de novo, sendo Clarisse dessa vez a escolhida para passar sete minutos com ele. Não sei exatamente porque, porém isso me incomoda. Passo o restante do tempo olhando para a porta do armário tentando escutar o que está acontecendo lá dentro sem ter muito sucesso. Será que eles estão ficando?

Já estou quase abrindo a porta quando os dois saem com sorrisinhos sugestivos no rosto. Estou prestes a desistir do jogo quando a garrafa aponta na minha direção. Espero ansioso para a garrafa ser girada de novo quem será a sortuda ou sortudo a ter que me aguentar nos próximos sete minutos.

Quando o resultado saí não estou exatamente surpreso: Clarisse. Existe alguma dúvida que essa garrafa está alterada? Primeiro Connor, depois Clarisse...  É certo que isso não é coincidência, mas não digo nada e ela também não.

A porta se fecha e o breu se instaura, consigo ouvi-la se aproximar de mim e antes que ela tenha chance de dizer ou fazer algo eu pergunto.

— O que aconteceu entre você e o Connor?

— Por que quer saber, Jackson?

— Só estou curioso.

— Só conversamos.

— O que vocês dois teriam para conversar? — perguntei curioso.

— Sobre a festa e bla bla bla... Nada importante. Você vai me beijar ou não? Não é como se tivessemos todo o tempo do mundo.

Antes que eu tenha chance de tomar uma atitude ou pensar no que acabou de   acontecer Clarisse me agarra. Correspondo o beijo sem pensar duas vezes, passei a noite inteira pensando como seria fazer isso. Um beijo emenda no outro e eu perco completamente a noção do tempo, minha mão que de início estava nas suas costas já passea por quase todos os lugares possíveis: sua bunda, costas e agora seus seios.

Quero despi-la ali mesmo, mas não faço, por mais distraído que esteja uma parte minha sabe que a porta uma hora se abrirá e será muito constrangedor se um de nós estiver nu. A escuto a gemer de prazer e começo a beijar seu pescoço. A loira puxa meu cabelo em resposta e eu estremeço. Me pergunto como vou disfarçar o meu membro quando sair do armário...

A porta se abre e nos separamos instantaneamente, vulgo eu me escondendo atrás de Clarisse. Por que isso tem que acontecer logo comigo? Por sorte algumas das pessoas já foram embora e outras duas já entram no armário sem prestar atenção em nós. Apenas Connor e Piper realmente olham para nós rindo.

— Eu acho que é hora de voltar para o meu Chalé... — disse desajeitado.

— Eu também...  — Clarisse concorda na hora e vamos em direção da porta.

— Cuidado para nenhum de vocês se perderem e acabarem no chalé errado.— falou Connor rindo e entregando algo na minha mão: uma camisinha.

— Tem como você ficar mais vermelho, Jackson? —perguntou Clarisse quando já estávamos do lado de fora.

— Como se você não estivesse. Quer que eu te leve até seu chalé? — questionei mesmo já imaginando a resposta. Uma coisa é dentro do armário e outra completamente diferente na vida real.

— Não. — a loira respondeu sem pestanejar, me deixando um pouco sem graça.

— Tudo bem, eu...

— Não, você não entendeu. Eu quero que você me leve até o seu Chalé.

— O que?

— Eu sempre quis ver como era seu Chalé por dentro, você pode me levar para casa depois disso se quiser...

 


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Notas finais do capítulo

Reviews??? Não se esqueçam deles, hein
Beijoos