O conto das duas cidades escrita por Leh Linhares


Capítulo 14
Capítulo 12 —O fim de um ciclo


Notas iniciais do capítulo

É galera o fim se aproxima, depois desse temos apenas mais um capítulo espero que estejam curtindo ler o tanto que eu to curtindo escrever!



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Pov. Percy Jackson

Passo o resto da noite com a minha mão nas suas, Clarisse não faz nada para fugir e eu sorrio internamente, isso tem que dizer algo, certo?

Tento prestar atenção no filme, mas não consigo minha mente vaga nos meus sentimentos e últimos acontecimentos. Tenho certeza agora que quero ficar com ela, por incrível que pareça a La Rue me faz feliz, muito feliz. Penso em dizer tudo isso pra loira, mas acabo desistindo não é justo que eu jogue meus sentimentos sobre ela, logo agora que ela está certa de se unir as Caçadoras. Tudo bem que eu também não deveria ter atado minhas mãos nas dela, foi um tanto egoísta da minha parte isso, tenho que admitir.

Novamente olho bem para ela e tento definir suas expressões. A loira não tira os olhos da tela, mas duvido muito que ela esteja realmente prestando atenção. Se eu que não tenho nada a perder me sinto confuso com tudo isso imagina como ela deve estar se sentindo. Ficar comigo representa desistir de tudo o que Clarisse planejou no último ano, toda sua vida na verdade. Não deve ser fácil tomar uma decisão com esse tipo de pressão em cima de você.

Nessa mesma posição adormeço, só acordo no dia seguinte atordoado e sem ninguém do meu lado.  Não tem bilhete, nem nada do tipo, Piper também não a viu, e eu me preocupo será que ela se arrependeu?

Apesar dessa preocupação sigo com a nossa rotina levo os campistas para o Café da manhã e espero que ela volte. Uma hora Clarisse vai ter que aparecer, não é a primeira vez que ela some, mas a primeira que eu tenho essa sensação esquisita.

O café da manhã termina, Piper e eu voltamos para o nosso apartamento, a programação de hoje não exige a nossa presença, os campistas terão Oficinas e Workshops, poderíamos participar se quiséssemos, mas honestamente nenhum de nós dois estava no clima para isso. Então, decidimos ficar em casa um pouco, Piper ainda não está muito bem, seus olhos estão inchados, marejados e vermelhos. Ela alega que está bem, que pode ficar sozinha, mas não quero deixá-la assim. Já estive na mesma situação, no fim das contas ficar sozinho só torna tudo pior.  

­— Como você fez para superar tão rápido? — Piper pergunta de supetão me pegando de surpresa.

— Quem disse que eu superei?

— Você não chora mais pelos cantos e bem... está apaixonado pela Clarisse.

— Como você sabe?

— Não tem como não saber, Percy. Vocês só... se completam. O que é bizarro, porque é da Clarisse que a gente está falando. — Piper sorri ligeiramente e eu correspondo. Somos tão óbvios assim?

— Você acha que ela gosta de mim também? — Questiono ciente de que não tem mais razão para mentir ou fingir. Estou completamente apaixonado por Clarisse basta saber se é realmente recíproco.

— Você tá de brincadeira, né? Ela tá louca por você e aposto que se não fosse toda essa história das Caçadoras, ela já estava nos seus braços há muito tempo.

— É confuso, sabe? Ás vezes parece que ela quer, outras não...

— Ficar com você vai determinar toda a vida dela, seria estranho se ela não ficasse confusa. Tudo vai dar certo, mais cedo ou mais tarde ela vai se dar conta. Escuta, a filha de Afrodite aqui, ela sabe do que está falando. Pelo menos quando é o relacionamento dos outros. — Ela deu um sorriso triste e eu me lembrei do início da conversa.

— Tudo tem seu tempo, Piper. Uma hora toda essa dor vai passar, sei que parece que não vai parar nunca, mas uma hora para. Uma hora os momentos bons falam mais alto. — Ela segura a minha mão firme e sorri.

— Assim espero, Percy. Espero realmente que tudo termine assim, não to conseguindo lidar com tanto choro, não sabia que eu tinha tanta lágrima para derramar. — Juntos rimos e nos assustamos com a entrada de uma Clarisse muito irritada. Ela não se preocupou nem em falar com a gente, passou correndo aparentemente irritada e peraí... chorando... É isso mesmo, produção? Clarisse La Rue chorando... Nunca pensei que ficaria vivo pra ver algo assim...

Clarisse se tranca no quarto e eu vou atrás dela. Começo a bater insistentemente na porta, precisamos conversar, principalmente se esse choro tiver algo a ver com o que eu acho que tem.

— SERÁ QUE VOCÊ PODE, POR FAVOR, ABRIR ESSA PORTA? NÃO VOU ESPERAR PRA SEMPRE, CLARISSE! O QUE ACONTECEU? — Gritei irritado enquanto de novo batia a porta. Não aguento mais todas essas indecisões, preciso dar um fim ou início a isso.

— VOCÊ SABE, PERCY. — Ela respondeu irritada enquanto abria a porta. Entrei ciente de que ela podia mudar de ideia a qualquer momento.

— Será que agora você pode falar que merda está acontecendo? — Disse preocupado e tão nervoso quanto ela.

— Nada. Absolutamente nada, está tudo perfeito. — O sarcasmo na voz dela era forte, um traço dela. Clarisse tem essa mania de achar que todos sabem de tudo, se ela não se comunicar nunca vou entender o que ela está passando ou que está realmente acontecendo.

— Se você não falar, eu nunca vou saber. Por que entrou chorando? Você é durona demais pra esse tipo de coisa, o que te fez chorar? — Falei enquanto me aproximava tentando me acalmar. O que é difícil quando sou obrigado a vê-la tão irritada.

— Você.

— Eu? O que eu fiz? — Me odeio por fazê-la chorar, sofrer e até inclusive por destruir seus “sonhos”. Não queria ter feito nada disso, a única coisa que queria e quero é tê-la do meu lado. É tão impossível esse pedido?

— EXISTE. NÃO AGUENTO MAIS, JACKSON. VOCÊ ESTRAGOU TUDO, EU TINHA TUDO PLANEJADO, TODA MINHA VIDA. EU ORGULHARIA MEU PAI, SERIA IMORTAL E PASSARIA O RESTO DA MINHA VIDA LUTANDO E AGORA O QUE ME RESTA, PERCY? UM CONJUNTO DE SENTIMENTOS QUE EU NUNCA PEDI E QUE PROVAVELMENTE NÃO VÃO ME LEVAR A NADA... — E é nesse momento que eu me dou conta de tudo que a Piper disse, ela gosta de mim tanto quando eu gosto dela, o que falta é coragem de admitir, de desistir de tudo o que ela planejou por mim. E é com tudo isso na cabeça que eu a interrompo com um beijo.

Clarisse é pega de surpresa, mas corresponde, e quando ela faz isso me sinto quase levitando. O beijo é intenso e incrível, nossa sintonia é quase bizarra, adivinhamos cada movimente um do outro, como se tivéssemos nascido para fazer isso. Continuamos assim por alguns minutos, um beijo atrás do outro, tocá-la é ainda mais maravilhoso do que eu imaginava, do que me lembrava.

— Clarisse...

— O que, Percy? — Falamos entre os beijos.

— Não quero que isso acabe. Você não pode entrar para as Caçadoras.

— Não, não posso.


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Notas finais do capítulo

Até logo!!! Preparados para o epílogo?



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