Encadeados escrita por Nipuni


Capítulo 15
Após a Calmaria, Vem Outra Tempestade


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PRA QUEM AINDA LÊ ESSA HISTÓRIA!!!
Se você não quer saber o porque da demora, pode pular as notas e ir direto para o capítulo, eu te amo do mesmo jeito! ♥
Pra quem fica, digo isso: Me desculpa. Sério, eu poderia dizer um milhão de coisas sobre o porque eu não continuei antes, mas a verdade é que nem eu sei porque demorei tanto. Acho que eu estava atualizando demais (era dia sim, dia não) e aquilo acabou me esgotando o suficiente pra eu criar outra história e me descansar dessa, mas eu não desisti de Encadeados, nunca desisti.
Quero que saibam que todos vocês que comentam me ajudam demais a querer continuar e que eu sinto muito que tenha demorado tanto dessa vez, mas foi necessário. Eu precisei dessa folga.
Então, obrigada por esperarem, e lá vai outro capítulo gigante de mais de 3000 palavras. Espero que não esteja cansativo, mas se estiver, falem, e eu não vou fazer mais isso seifdmsdk
Agora, depois dessa declaração, espero que gostem do capítulo e boa leitura! (e quem quiser dar uma olhada na outra história né, fica ai o convite sodijfsm)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731337/chapter/15

A melhor palavra pra descrever o estado de Sasuke era uma que eu nunca achei que fosse usar: irritado.  Sua preocupação foi a primeira coisa que ele mostrou ao entrar no apartamento e ouvir toda a história por Karin, mas depois ele ficou irritado, majestosamente irritado.

— Porque você não me contou o que aconteceu? – ele esbravejou alto o bastante pra fazer Karin recuar um passo.

— Não tive tempo. – a mentira era tão grande que achei por um instante que meu nariz pudesse realmente crescer. – E eu não queria te preocupar com nada.

— Isso não é nada, Sakura, é muita coisa! Quem colou a foto no seu espelho sabe onde você vive – Sasuke parou por um segundo, olhando para o colar quebrado sobre a mesa de café –, e isso quer dizer que ele também sabe.

— Olha, quem quer que tenha feito isso só estava querendo me assustar, e essa não é a primeira coisa na lista de merdas que aconteceram hoje! – dessa vez Karin recuou por minha causa – A parte que minha amiga está apagada no quarto ao lado por causa de um colar não merece comentários?

Sasuke fechou os olhos momentaneamente, massageando as têmporas. Uma veia saliente estava saltando em seu pescoço, e eu nunca achei que o veria tão próximo de perder o controle. Uma fração minha queria concordar com ele e dizer que eu também estava desconfortável – morta de medo, na verdade – que alguém havia entrado em minha casa, quebrado tudo e escrito algo destinado pra mim e pra quem soubesse sobre o Izanagi no meu espelho.

Já outra fração estava mais ocupada em apagar suas preocupações e agir como se tudo estivesse bem, mesmo que nada estivesse bem. Ter seus ânimos aquecidos agora poderia causar desespero, e desespero leva a decisões mal pensadas. E eu já tive o bastante de decisões ruins por uma vida inteira.

— Temari vai ficar bem. – Karin comentou, encolhida paralela a nós. – Eu quebrei o colar, ela só está dormindo pelo cansaço. Não se preocupe com ela.

— E o que impede a pessoa que deu o colar a ela de fazer algo pior? – Sasuke abriu a boca e eu tive a certeza de que ele diria algo pra me descreditar – Não diga que é impossível.

— Ela não tem nada a ver com o que está acontecendo. O colar foi dano colateral, só isso.

— Um dano colateral que quase matou ela!

Karin pigarreou.

— Eu vou ver se Temari não precisa de mais nada. – ela se virou, indo em direção ao corredor, e eu sei que era só pra nos deixar sozinhos. Ou seja, pra terminarmos de discutir sem uma audiência.

— Sakura, eu sei que você está preocupada com Temari, mas no momento, não tem absolutamente nada que você possa fazer a respeito. Alguém forjou o vazamento de gás, entrou aqui porque sabia que você não estava e pegou algo que estava com você. Eu nem consigo começar a dizer o quão sério isso é.

Respirei fundo, analisando o apartamento. Se Sasuke em toda sua ira e preocupação podia abaixar o tom pra evitar mais brigas, eu também podia.

— Eu sei, ok? Eu sei que isso é sério. – encostei na mesa da sala, os braços cruzados pra construir uma fortaleza ao meu redor. – E me desculpa não ter te ligado pra dizer, eu só achei que podia resolver isso sozinha.

Sasuke suspirou, se aproximando devagar, e lá estava – a calmaria depois da tempestade. Ele desfez a minha barreira, puxando minhas mãos e as colocando ao seu redor, pedindo um abraço. Sei que seu coração já estava batendo mais devagar enquanto encosto meu rosto em seu peito, apertando seu corpo e sendo apertada de volta. Sasuke beijou o topo da minha cabeça, e depois se encostou em meu ombro.

— Vocês não podem mais ficar aqui. Vou dar um jeito pra te esconder de novo, mas pra funcionar, você não pode botar os pés nesse lugar de novo.

“Te esconder”. Eu sei a intenção e o que ele quis dizer com aquilo, mas parte de mim não consegue evitar e se incomodar com o jeito que as palavras saíram. Sasuke afrouxou o abraço e se afastou, desenhando o polegar sobre minha maçã do rosto. A pergunta implícita em seus olhos quase fez com que eu risse.

— Eu entendi. Mas se eu não posso ficar aqui, Temari também não pode. – um meio-sorriso faz com que eu relaxe um pouco, mesmo com toda a tensão. – Não quero que nada aconteça com ela por minha causa.

Se eu soubesse que ser amiga minha podia trazer tantos problemas, teria deixado Temari longe desde o início. Vê-la no chão, coberta de suor e praticamente queimando ao toque tinha sido o suficiente pra me acordar pra o que eu estava lidando – se um mísero colar de madeira era capaz algo daquele nível, não queria nem imaginar o que algo afiado faria.

Sasuke deu de ombros, mas com isso eu vi o relaxamento em seus músculos. Estava começando a ficar mais tranquilo de novo.

— Vou procurar algum lugar pra ela, também.

Não é o tipo de coisa que eu conseguiria dizer pra ele, mas assistir tudo o que Sasuke estava disposto a fazer por mim estava começando a me deixar culpada. Ele não queria nem saber o que precisava, quem mais ele teria que ajudar, ou o que teria que fazer, ele simplesmente concordava. E enquanto isso, eu me metia em confusão e causava problemas. Muito bem, Sakura, que ótimo.

— Eu quero ajudar. – era um começo. – Você não precisa fazer tudo sozinho.

Ele estreitou os olhos.

— Não faço tudo sozinho.

— Você entendeu, Sasuke. Eu não sou seu problema pra resolver, eu quero te ajudar. – penso rápido o bastante pra adicionar. – Deixa eu te ajudar.

E ele deu esse sorriso suave e quente o bastante pra me fazer esquecer por um segundo que alguém invadiu meu apartamento e que minha colega de quarto estava apagada a uma porta de distância. Sasuke estava mais uma vez completamente no controle de suas emoções, e agora, estava perigosamente no controle das minhas também. Sua calma transcendia o que aconteceu ali, e o que poderia acontecer em seguida, de um jeito tão estável que chega a me acalmar.

Seu polegar desliza da minha bochecha até o queixo, erguendo meu rosto só o bastante pra que ele se incline e encoste sua boca na minha.

O beijo que ele me deu antes não se comparava com este em âmbito algum. Não era nem sobre o controle ou a calmaria, esse beijo tinha algo a mais, um ingrediente extra que eu não tinha notado que estava faltando na primeira vez. Era gentil como se estivesse flutuando, e tinha um passo tão delicioso que, enquanto ele durou, não existia Izanagi, ou maldições e marcas, ou colares assassinos e fotografias de cem anos atrás. Só existíamos nós dois em uma sala comum, em uma casa comum, numa vida excepcionalmente comum.

Sasuke se afastou e eu quase imediatamente o puxei de volta. Precisava daquela sensação de serenidade que ele estava transmitindo como se estivesse sofrendo de alguma abstinência severa. Ele me beijou de novo, depois o rosto, o maxilar, o pescoço, parando na clavícula. Eu estava agarrada aos seus ombros, completamente dependente daquilo, e derreti ainda mais em seus braços quando ele volta a falar.

— Gosto quando você me ajuda assim.

[...]

Saímos do apartamento pouco depois. Karin havia confirmado como ajudaria – quando Temari acordasse, levaria ela para a casa de Sasuke e contaria partes da verdade, o suficiente pra ela entender o porque de não podermos voltar pra lá, ou pras proximidades no geral. E eu já estava até a cabeça pensando todas as reações que ela poderia ter quando soubesse.

No elevador, Sasuke continuava com esse ar de quem sobreviveu a uma tormenta, calmo como eu nunca tinha visto antes. Ele mantinha o braço sobre meu ombro, e nenhuma palavra que eu conhecia poderia descrever como aquilo me deixava tranquila. Com ele, eu me sentia intocável.

Mas não devia.

— Não fale com ninguém que você conheceu depois de mim. – ele instruiu quando a porta de ferro se abriu no saguão, e eu entendi. Dificilmente alguém de antes era algum infiltrado do tal sacerdote, mas quando Sasuke apareceu, eu virei um tipo de alvo.

E essa era sua teoria: alguém que eu conhecia havia feito aquela bagunça, incluindo a parte do cordão. Pra mim, a teoria parecia só querer culpar alguém, partindo do ponto que eu não conseguia imaginar uma pessoa sequer que pudesse ter feito aquilo. Aquele mundo de imortalidade e Izanagi era recente demais, e portanto, muito pequeno.

— Duvido que algum amigo meu tenha feito aquilo. – estávamos no carro quando eu sugeri, mas o olhar que Sasuke me deu disse tudo: eu estava sendo ingênua.

— Sakura, isso é importante. Preciso que me prometa.

Suspirei.

— Certo, não vou falar com ninguém assim. – ele não tinha acreditado. – É sério! Prometo.

Antes de girar a chave na ignição, Sasuke pausou. Estava claramente dividido com alguma coisa, e é isso que sua expressão está me dizendo quando ele se inclina sobre mim, esticando o braço até o porta-luvas. O compartimento se abre e ele puxa algo de dentro.

Um revólver, pra ser mais específica.

— Meu deus! – não consegui evitar o susto quando vi a arma. Ele olha pra mim de novo e abre o pente. Estava cheio. – Sasuke?

Quase me pressiono contra a porta quando ele estende a arma em minha direção.

— Pegue.

— Eu não quero isso. – meu horror é quase palpável. – Nunca nem toquei numa arma antes.

— Não tem segredo, você abaixa a trava de segurança e puxa o gatilho. – ele demonstrou antes de colocar o revólver nas minhas mãos. – Mirar é sempre bom, também.

— Engraçado. – reviro os olhos. – Pra referências de presente futuras, eu gosto de música e filmes estrangeiros.

Sasuke riu quando a arma continuou nas minhas mãos. Estava segurando como se fosse algo de outro planeta.

— Não vai guardar?

— Onde? – minha dúvida era genuína.

O Mustangue para em uma sinaleira e Sasuke pega a arma das minhas mãos, me puxando sobre o banco e colocando o instrumento na cintura da calça. O metal gelado fez com que eu acabe me contorcendo. Não tem jeito certo de se sentar depois daquilo.

— Eu nunca vou usar isso, fique sabendo.

— Sakura, eu não estou sempre com você, e algum dia você vai precisar e eu não vou estar perto. Isso é só pra sua proteção.

— Spray de pimenta existe pra proteger e eu usaria muito mais que uma arma.

— Spray de pimenta não vai parar quem está atrás de você. – um músculo em uma mandíbula se contrai – Uma arma também não, mas se for pra apostar...

Não disse mais nada. Saber que quem criou toda aquela confusão era como Sasuke não me dava nada além do medo da minha própria sombra e insegurança constante, mas eu não podia fazer nada a respeito. Já tinha começado e só iria parar se eu morresse ou descobrisse uma saída antes.

Sasuke estacionou do outro lado da rua de sua casa. Eu o segui enquanto subíamos as escadas até o final do longo corredor de portas, onde pelo menos parte de mim começava a se sentir mais confortável. A chave girou na fechadura duas vezes e Sasuke abriu a porta, mas não saiu do lugar.

— O que foi? – perguntei tentando olhar pra dentro, porém seu corpo na entrada não me permite uma visão clara.

Ele deu um passo pra dentro e eu entrei rente ao seu corpo, olhando sobre o seu ombro pra entender o porque da hesitação. A uns dois metros a frente, parado em frente à janela, uma figura de terno esperava. O homem de cabelos escuros estava de costas, mesmo sabendo que tinha companhia.

— Itachi. – Sasuke fala e meus olhos se arregalam automaticamente.

Aquele era seu irmão mais velho, o que também tinha quebrado o pacto com o sacerdote. Então ele estava mesmo vivo.

Itachi se virou, as mãos no bolso da calça, e eu vi a semelhança entre os dois – ele era mais velho e mais sério, com o cabelo longo preso num rabo de cavalo atrás da cabeça. E eu só consegui pensar em como a genética daquela família era boa, pois assim como Sasuke, Itachi era um homem extremamente atraente.

Era como se eu estivesse num embate entre dois animais mortalmente sofisticados. A tensão era suficiente pra engrossar o ar no recinto, o silêncio era forte de um jeito que parecíamos ser os únicos no mundo. Itachi não diz nada, parado ereto praticamente exalando poder, e então ele olhou através de Sasuke até mim. Seu olhar veio como um choque térmico junto à vontade extraordinária de querer me esconder.

— Vá pro quarto. – ouvi Sasuke dizendo, ainda atento a Itachi. – Tranque a porta.

Eu teria que ser muito idiota pra não obedecer. Nunca ouvi Sasuke usando aquele tom de voz, e nunca tinha o visto tão na defensiva como ele estava. Passei pelo descampado da sala, olhando pra Itachi e sendo olhada por ele, até o quarto. Antes de fechar a porta, consigo ouvir uma voz rouca falando:

— Eu só vim conversar.

Girei a chave e esperei. Esperei por alguma discussão alta, ou barulho de briga, qualquer coisa que me desse motivos pra não confiar na figura que tinha visto. Pra contrariar todas as minhas expectativas, todo o imóvel continua silencioso e eu sei que é exatamente isso que eles estavam fazendo: conversando. Sasuke não me deu muita informação sobre Itachi, mas nunca parecia feliz em falar sobre ele. Talvez depois de hoje, eu descobrisse o porque.

Dois minutos de silêncio passaram e foi aí que eu percebi que não iria conseguir ouvir nada através da porta. Me afastei da parede até o outro lado do quarto, procurando qualquer coisa pra fazer enquanto eles se resolviam lá fora. Tirei o revólver da cintura para colocá-lo sobre a cômoda, me sentindo aliviada de ter aquele peso longe de mim.

Não tem nada pra passar o tempo, sei disso agora. Sentei sobre a cama de Sasuke e me ocupei em abrir seu criado-mudo atrás de uma folha de papel e caneta, e é quando a porta do banheiro se abriu. Havia uma sombra lá dentro, não muito alta nem muito larga.

Estava em pé antes que a sombra se movesse. Olhei pra ela e para o revólver, que estava praticamente ao seu lado, e me xingo muito por ter tirado aquela coisa infeliz.

— Não grite. – a sombra disse, eu reconheci aquela voz. É o tipo de voz que não se esquece nem da primeira vez, mas dessa vez estava diferente de antes. Assustadora. A sombra se move ao sair do banheiro e eu vejo o brilho afiado de uma faca de cozinha.

Ergui as mãos num sinal de submissão.

— Não vou. – queria ver o rosto, ter a certeza.

A sombra desliza pra fora do banheiro e seu rosto é imediatamente iluminado pela luz do dia que domina o quarto.

Kabuto estava completamente diferente. Ele não estava mais comportado, arrumado, com o cabelo longo meticulosamente amarrado atrás da cabeça. Seus óculos redondos refletiam a minha própria imagem assustada, e um sorriso amarelo estava esticado no meio do seu rosto. Sei que disse que não iria gritar, mas naquele momento, senti que se eu não gritasse, morreria.

Mesmo assim, foi preciso manter a postura. Se me desesperasse, as chances serão mais dele do que minhas.

— Foi você, não foi? Que roubou a foto e escreveu aquelas coisas.

— Pare de falar. – ele se aproximou mais, e o pequeno espaço do quarto de Sasuke não me dá brecha pra fugir.

— Você conhece o sacerdote, não é? É por isso que está aqui. Pra me matar.

— Ele não é mais um sacerdote. – Kabuto ergueu a faca, a um metro de distância. – Mas ele não quer que eu leve sua cabeça ainda. Acho que uma orelha deve servir.

Porra. Nem pensar, hoje não. Depois de tudo que eu descobri, de tudo que eu ainda tenho pra descobrir, não vou cair sem uma luta. Kabuto avança com a faca alta, descendo a lâmina na altura do meu ombro. Com algum reflexo que eu não sei de onde saiu, minha mão encontra a sua num golpe forte o bastante pra fazer com que a faca caia e escorregue pra baixo da cama.

Estava gritando como uma sirene ao pular sobre o colchão pra alcançar a porta, mas Kabuto segurou meu calcanhar e me puxou de volta.

— Eles não vão ouvir. – ele me pressionou contra o chão usando o peso do próprio corpo, puxando algo pra fora da calça. – Eu estava só brincando antes. Se lembra disso?

O colar que estava na sua mão era igual ao que Temari tinha, o mesmo pingente de madeira, o mesmo cordão desgastado, o mesmo desenho horrível. Não sei onde ele queria chegar com aquilo, mas eu não ia ficar parada pra descobrir. Me virei e tentei me arrastar pra fora de seu alcance, quando algo agarrou meu pescoço e fez minha garganta pular.

A corda estava tão apertada que nem uma partícula de ar conseguiria entrar em meus pulmões. Estava sufocando como em uma forca mal feita, tentando segurar a corda pra me dar espaço. Tudo estava começando a ficar escuro quando um estrondo distante fez com que eu tremesse, e o peso de Kabuto some. Sem ar e sem energia, vejo alguém o suspendendo do chão e pegando o revólver da cômoda.

Achei que fosse Sasuke, furioso, pronto pra fazer algo terrível como aquilo bem na minha frente. Mas Sasuke não estava usando terno.

Itachi puxa o gatilho duas vezes, causando dois estouros, me fazendo gritar e chorar como se fosse uma criança. Minhas mãos estavam tremendo, minhas pernas não tinham força pra me levantar, e eu estava quase entrando debaixo da cama quando Itachi solta o corpo imóvel de Kabuto no chão.

Ele se aproximou um pouco, mas para antes de chegar perto o bastante. Meu pavor cria uma bolha de realidade onde eu não consigo me focar em mais nada que estava acontecendo. Sasuke aparece do nada – sim, ele parecia furioso – e me levanta, gritando alguma coisa com Itachi, mas sua voz estava distante demais pra que eu consiga entender. Ele olhou pra mim e me perguntou alguma coisa, porém eu estou presa no corpo de Kabuto e nada mais.

Itachi vem para o seu lado, calmo e falando alguma coisa numa voz suave, e eu travei. Kabuto piscou e nenhum deles viu. Minhas unhas penetram no braço de Sasuke enquanto eu tento desesperadamente falar que ele está vivo, mas Kabuto foi mais rápido que minha reação. Ele segurou o colar e voa do chão como uma serpente dando o bote, mas não era em mim que ele estava mirando.

— Cuidado! – me ouço gritar e tudo voltou ao normal. Puxei Sasuke pra que ele saia da mira daquela criatura horrível que Kabuto havia virado, mas não o fiz rápido o bastante.

 Kabuto pressiona o colar sobre o ombro de Sasuke – sobre a marca – e desvia de todas as tentativas de contenção de Itachi. Vi os olhos de Sasuke se arregalando como se ele estivesse em chamas, e Kabuto saltando pra fora da janela como um macaco demônio.

Sasuke estava com os lábios entreabertos e não olhava pra mim. Sua respiração era veloz como a de um corredor, e mesmo sem que ele dissesse nada, consegui ver toda a dor física que ele estava sentindo. Ele fechou os olhos e me segura com força.

Depois disso, ele apagou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encadeados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.