O segredo de Sara escrita por Carol S G


Capítulo 28
Capítulo 28 - Final


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas! Esse é o último capítulo.
Peço desculpas pela minha falta de assiduidade nas postagens. Mas sabem como é, não é. Universitária, trabalhadora, dona de casa. Fica muuuuito corrido.
Quero agradecer a todas que comentaram durante toda a fic, cada palavra, por mais breve que seja, incentiva a continuar! Quero agradecer em especial à Bruh GSR Sidle, Ana Camila GSR, Dama das Estrelas e Tinkerhell. Vocês fizeram essa fic maravilhosa! Obrigada!
E vamos ao que interessa! Esse capítulo é grandinho, mas resolvi não dividir ele.
Espero que gostem.



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      O dia se arrastou quarta-feira adentro. Sara preparou o jantar, deu uma rápida ajeitada na casa, organizou as coisas em seus lugares e, às 17h30min começou a se arrumar. Primeiro um banho, quente, lento e perfumado. Lavou os cabelos, depilou-se sem segundas intenções, apenas pelo sentimento de feminilidade que o ato lhe proporcionava. Secou os cabelos com o secador, hidratou a pele com um creme perfumado e vestiu-se com um vestido negro básico e simples. Preferiu manter-se sem maquiagem, ao natural. O cheiro do forno na cozinha já lhe invadia os sentidos. Queria fazer valer a pena todo aquele esforço e fazer Grissom perceber que ela não queria nada além de reciprocidade.

     Olhou-se mais uma vez no espelho. Estava linda! Sentia-se linda! Sorriu. Aquela Sara lhe parecia mais feliz, mais radiante. Não queria tornar a ver a Sara deprimida e carente refletida naquele espelho.

     Correu para a cozinha e retirou seu preparo do forno, o cheiro lhe era ótimo. Deixou sobre o fogão e cobriu para não perder calor! Voltou-se para a mesa. Os pratos já estavam arrumados, os talheres organizados ao lado dos mesmos, taças. E um singelo vaso com pequenas flores brancas e amarelas. Sentiu a excitação e ansiedade tomarem conta de si. Olhou para o relógio na parede da sala... 18h46! Percebeu que sorria. Voltara a sua adolescência por breves segundos ante aquela excitação pelo novo, aquela sede de conquista, aquele doce jogo de sedução.

      Correu para a sala e ligou seu rádio. Músicas com essência invadiram o recinto. Calmas, lentas e com toque suave. 18h50! Sentou-se, os pés balançando de nervosismo.

~~~~♥~~~~

      Grissom estacionou o carro em frente à casa de Sara. Estava nervoso e quase desistira duas ou três vezes, mas era o que mais desejava em sua vida, não podia dar-se ao luxo de perder tal oportunidade. Saiu do carro lentamente, pegou algumas coisas na porta de trás e trancou o carro. Era agora ou nunca. Ajeitou suas roupas e caminhou lentamente até a portaria.

— Olá! – cumprimentou o porteiro. – Boa noite! Eu gostaria de ir ao 438... Sara Sidle me espera. – informou ao homem.

— Boa noite! – o homem o cumprimentou. – Só um minuto. – pegou o interfone e ligou para o tal apartamento. – Boa noite, senhorita Sidle? Aqui é Mário, da portaria... – identificou-se. – O senhor...

— Gilbert Grissom! – respondeu ao olhar do homem.

— Gilbert Grissom está aqui em baixo e deseja subir. – informou e esperou a resposta. – Sim, claro. Uma boa noite para a senhorita também. Tchau! – e desligou. – O senhor pode subir, senhor Grissom. Só apertar para parar no 4º andar.

— Obrigado! – sorriu. – Boa noite! – despediu-se.

        Apertou o número no 4 no elevador e sentiu seu corpo ser puxado para cima pela engenharia da máquina. Estava cada mais perto e cada vez mais nervoso. O som de chegada ao andar inundou o elevador e as portas se abriram em seguida. Expirou com força e desceu devagar.

~~~~♥~~~~

     Grissom estava subindo! Novamente revisou a mesa, a música e o seu preparo. Estava tudo em ordem. Sua roupa estava impecavelmente linda.

     A campainha toca. De um lado da porta um homem, nervoso e ansioso. Do outro, uma mulher, feliz e igualmente ansiosa. Sara abriu a porta com um sorriso de orelha a orelha e foi recebida com outro sorriso, porém tímido, de Grissom.

— Que bom que você veio! – sorriu ainda mais. – Entre! – abriu espaço para que ele entrasse.

    Mas Grissom não entrou. Estava estático, sem jeito. Tirou sua mão de trás das costas e ofereceu à moça um harmonioso arranjo composto por rosas brancas e amarelas, fazendo, se é que possível, a moça sorrir ainda mais.

— Obrigada, Griss! – agradeceu ainda esperando que ele entrasse. Fechou os olhos e inspirou levemente o perfume das rosas em suas mãos. – Elas são lindas!

— Como você! – ele disse sem acreditar que o tinha feito. Sara corou.

— Por favor, entre... – disse baixinho, ainda envergonhada, sem conseguir manter contato visual. Grissom o fez.

      A sala de Sara era organizada, com uma pequena mesinha no centro, uma estante repleta de livros de diversos assuntos que iam de científicos à ficcionais. Uma televisão e um sofá posto em frente. A casa tinha o cheiro de Sara, porém mais concentrado, inebriante. A música que tocava lhe enchia o coração de calma e serenidade.

— Gil! – Sara chamou-o da cozinha.

     Grissom caminhou até Sara. A cozinha era como a sala, simples e organizada. Uma geladeira, fogão, mesa, pia e poucos armários. Mas o que que chamou atenção na cozinha fora a mesa. Bem organizada, agora com suas rosas sobre ela dentro de um vaso transparente, os pratos organizados e um maravilhoso aroma que não conseguiu distinguir o que era.

— Hm! – comentou de olhos fechados. – O cheiro está ótimo!

— Obrigada! – sorriu vestindo uma luva térmica para poder manusear seu preparo. – Fiz uma lasanha vegetariana... – depositou-a sobre a mesa.

      O jantar passou silencioso com breves trocas de olhar e comentários sobre a comida. Mas não era um silêncio constrangedor, era um silêncio inocente e reconfortante.

      Terminado o jantar, Sara retirou a mesa e voltou com um sorriso tímido no rosto.

— Eu ouvi dizer que haveria uma surpresa por aqui hoje... – Grissom começou.

— Ah, é? - um sorriso sapeca lhe tomou os lábios. – E quem te disse isso? - insinuou a morena.

— Ah, uma certa subordinada minha. Muito linda, por sinal. – corou levemente ao atrever-se dizer e viu Sara envergonhar-se.

— Pois então me acompanhe. Acho que sei algo sobre essa surpresa. – seguiu para a sala com o homem em seu encalço. Grissom sentia-se, deveras, curioso. O que poderia ser tão interessante que a fizesse recusar um jantar em um restaurante? Logo saberia. – Sente-se! – ela ordenou docemente e ele assim o fez, estático, duro. – A sua surpresa virá em instantes. – e saiu da sala, enigmática, seguindo pelo corredor rumo aos quartos deixando ali com uma expressão de ansiedade estampada na cara.

      Grissom teve tempo de pensar que aquilo tudo era maravilhoso demais para ser verdade, milésimos de segundos depois que suas retinas registarem a volta de Sara de seu quarto. Uma música invadiu a sala, diferente da que tocava quando chegou, não tão alta, na medida certa, mas o que lhe chamou atenção não foi a melodia, ela apenas lhe servia de detalhes da cena que presenciava. Nunca esqueceria isso enquanto sua mente fosse sã. Sara vinha de seu quarto, flutuando sobre o chão, trajada de verde, com detalhes em dourado. Conhecia muito bem aquela roupa, aquela música, aqueles movimentos. Mas dessa vez era diferente. Era exclusivamente para ele.

       Sara se postou diante de Grissom, os quadris movendo-se conforme a música, os pingentes dando todo um efeito em cada movimento. Ela não tinha lenço sobre o rosto e um sorriso tímido e sedutor lhe preenchia a face. O véu ia e vinha, ondulava e esticava, revelando e escondendo a moça. A alvura de sua pele sob o verde vivo da roupa causando um contraste mágico. Sara aproximou-se de Grissom e passou seu véu por detrás do pescoço dele e puxou levemente, obrigando-o a levantar-se de onde estava sentado tão desconfortavelmente para ficar em pé no meio da sala, sentindo-se ainda mais desconfortável. A moça rodava em volta dele sem pronunciar uma só palavra, mas seus olhos não despregavam dos dele. Uma sintonia divina. Sara aproximou-se dele, olhar cruzado, enlaçou novamente o pescoço do homem com seu véu e puxou-o para si vagarosamente. O olhar de Sara caiu sobre os lábios do chefe e então ele soube o que ela estava pensando. Olhos são espelhos da alma, certo?

       Seus lábios se encontraram vagarosamente, fazendo-os sentir como se parassem no tempo. A música silenciou e o barulho de carros lá fora findou. Eram só ele, ela e o doce toque de seus lábios. A volúpia era grande, mas o beijo não se aprofundou. Ambos sabiam que não deveriam ir com pressa. Sara sorriu assim que seus lábios desencostaram.

— Uau! – Grissom sussurrou ainda de olhos fechados. – Que surpresa! – fez Sara sorrir.

— Que bom que gostou. Foi só para ti! – corou levemente.

       O silêncio voltou ao lugar, olhos nos olhos e as bocas sem palavras.

— Gil, hã... – quebrou o silêncio. – O que acha de um filme? - sorriu.

— Eu acho ótimo. – aceitou o convite. – Tem algum em mente?

— Ah, não, mas podemos escolher juntos. - desligou a música.

      O filme era algo sobre uma aventura de amigos que viajavam ao centro da terra e descobriam um novo mundo com uma flora e fauna totalmente diferentes das conhecidas.

      Sara estava sentada ao lado de Grissom, mas sem invadir seu espaço pessoal. Sabia que ele se sentia pouco à vontade com invasões desse tipo e resolveu não deixa-lo desconfortável. Sabia que ele iria soltar-se aos poucos e ela esperaria o tempo que fosse preciso. E com esses pensamentos adormeceu ao lado de Grissom sem conseguir terminar de ver o fim do filme.

      Já Grissom, concentrado no filme, sentindo-se confortável ao lado da subordinada, só percebeu que a moça adormecera quando o filme findou. Sorriu observando-a dormir. Sentia uma paz tão grande que não queria mais parar de sentir.

— Sara! – sussurrou levemente tocando-lhe o ombro. – Acorde! O filme acabou.

— Hã... – a moça acordou lentamente. – Oh, acho que caí no sono. – riu, ainda se recompondo.

— Sim! – sorriu. – Acho melhor eu ir. – apontou para a porta.

— Ah, Gil! Ainda é cedo! – tentou persuadi-lo.

— Mas está cansada e precisa descansar. – foi sensato. Era um digno cavalheiro no quesito educação e respeito.

— Posso lhe pedir uma coisa? - sorriu timidamente se levantando e ajeitando o vestido. Não conseguia despregar os olhos do mar azul dele.

— Claro, Sara! – pôs-se ao mesmo nível dela.

— Dorme aqui essa noite? - olhou para o chão. Silêncio. – Eu prometo que me comporto. – riu ainda tensa.

— Sara, não quero apressar nada...

— Eu também não. – interrompeu o homem. – Só estou pedindo sua companhia... Essa foi a melhor noite da minha vida e não quero que ela termine nunca! – confessou.

— Tudo bem, então. – sorriu. – Mas não trouxe roupa.

— Sem problema! – sorriu. Essa era, de longe e realmente, a melhor noite da sua vida!

      Grissom tomou banho e deitou-se ao lado de Sara. O quarto era simples como o resto da casa e perfume que suas roupas de cama exalavam lhe era comparável ao divino. A perita, deitada ali, ao seu lado e em silêncio, era o seu sonho realizado.

      Sara virou-se para ele. Passou a mão levemente sobre seu rosto fazendo-o fechar os olhos relaxado. Aquela sensação era, para ele, o melhor de sua vida amorosa.  O mais perto que chegou de sentir-se amado. Sara aproximou-se lentamente, não queria fazer nada que ele não quisesse, mas não houve objeções por parte do supervisor. Então, lentamente juntou seus lábios aos dele. Um beijo doce e calmo. O ápice do amor era a reciprocidade. Sara deitou-se sobre o peito do homem, não conseguia parar de sorrir.

— Sonhei com essa noite quase todos os dias desde que te conheci. – falou baixinho. – Te amo, Gil! – e adormeceu recebendo cafuné e ouvindo as batidas do coração do homem que sempre desejara ter ali.

~~~~♥~~~~

       Grissom acordou com o primeiro raiar do sol. Nunca dormira tão bem em sua vida. Tivera o melhor sonho de sua vida, mas abriu os olhos e constatara que não havia sonhado. A morena dormindo levemente ao seu lado provara isso. Sentiu-se leve! Queria pular, correr, gastar toda a energia que sentia que fora renovada dentro de si, mas se conteve a admirar a sua subordinada adormecida ao seu lado. Passou a mão levemente pelos cabelos dela.

— Obrigado, Sara... – disse baixinho. – Por me fazer o homem mais feliz do mundo.

— Agradeço pelo mesmo motivo! – abriu os olhos lentamente. A voz rouca e um sorriso preenchendo o rosto. – Tão bom acordar ouvindo sua voz...

— Como faremos agora, Sara?

— Faremos como você quiser... – sentou-se vagarosamente recostando-se na cabeceira, os olhos perdidos no quarto a sua frente. – Discrição e não falamos disso no trabalho.

— Não sei onde eu estava com a cabeça quando lhe neguei isso. – apontou para ambos. – Não sei onde eu estava com a cabeça quando me neguei isso. – deu ênfase no ‘me’.

— No mundo da lua, provavelmente. – riu.

     Grissom provou do melhor que a vida pode oferecer e demorou para se doar a isso. Mas quando o fez pôde perceber que a vida sem amor é mero desperdício. E que aquela sensação nova que sentia lhe tomar o corpo todo e até seus pensamentos eram, de fato, o tempero da vida e que sem esse tempero a vida era amarga e sem sal.

FIM


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Notas finais do capítulo

Grande beijo no coração de todas. Até a próxima! ♥



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