Grissom jogara água no rosto. Precisava se acalmar. Sara o estava enlouquecendo. Isso não era se de seu feitio, mas dados os fatos ocorridos, isso era totalmente aceitável. Ela mexia tanto com ele que o deixava sem reação, era absurdo o modo como ela conseguia isso. As vezes bastava um olhar e Grissom já ficava aéreo. Secou sua face, olhou-se mais uma vez no espelho. Como ela poderia querer algo como este velho cientista ali refletido? E saiu do banheiro.

— Grissom? - uma doce voz chamou-o às suas costas fazendo estacar onde estava. Era Sara.

           A morena avançou para ele.

— Sabe Griss... – colou seu corpo no do chefe e encostou-o na parede. – Ainda não recebi minha mensagem!

          Grissom estava duro. Suava frio. Não estava esperando por uma abordagem tão direta da morena.

— Eu... Eu... – gaguejou, mas as palavras não fluíam de seus lábios.

— Você...? - a perita apertou-o ainda mais contra a parede e mordiscou seu pescoço fazendo-o arrepiar.

— Eu vou lhe mandar! – respondeu arquejando.

— Ah, obrigada! – sussurrou no ouvido dele enquanto suas mãos alisavam seu peitoral. – Não vejo a hora. – voltou seu rosto defronte ao dele. – Até mais, Griss! – roçou seus lábios levemente nos dele, mas sem beijar, então virou-se e voltou para a mesa.

          Grissom continuou ali, parado, duro e ainda sem reação. Há muito não tinha esse contato com alguém. Sara fez-lhe sentir um frio na barriga que nunca havia sentido antes.

— Gente, acho que vou embora! – a morena informou assim que retornou a mesa. – Preciso descansar!

— Tudo bem, Sara! – Catherine respondeu. – Descanse.

           Sara levantou-se e despediu-se dos colegas. Grissom ainda estava se recompondo, com certeza.

— Digam ao Grissom que lhe mandei meus cumprimentos. – disse ao sair. – Tchau, gente!

           A morena foi para a casa, estava exausta e seus ferimentos, embora quase cicatrizados ainda lhe doíam um pouco. Precisava tomar um longo banho em sua banheira e descansar um pouco. E foi o que fez. Chegou em casa, deixou suas chaves e celular em cima da mesinha da sala e foi direto para o banheiro. Deixou a banheira enchendo, os vapores d’água enchendo o banheiro com uma neblina úmida e quente. Foi até seu quarto e preparou sua cama para recebe-la após seu banho. A água quente lhe envolvia como um abraço apertado, suas dores cessavam sob ela.

          Assim que a água esfriou a morena se secou e, sem se dar ao trabalho de vestir-se, deitou sob suas cobertas e caiu em sono profundo tamanho era seu cansaço.

          Grissom, há alguns bairros de distância, chegava em casa com um único pensamento em mente: Sara Sidle! A imagem da perita lhe provocando ardilosamente não lhe saía da cabeça.  Tomou o celular em mãos e abriu a mensagem arquivada mais cedo. Releu. Pensou um pouco e então posicionou seu polegar sobre a tecla de enviar, fechou os olhos com força e, antes que pudesse voltar atrás, pressionou a tecla. Expirou aliviado. Era um grande passo para ele.

          Na casa de Sara, seu celular vibrou em cima da mesinha na sala, mas não o suficiente para despertar a moça adormecida no cômodo ao lado.

          Sara acordou a tarde, sentia-se revigorada. Sua respiração ainda doía um pouco e as cicatrizes em suas costas ainda estavam em processo de cicatrização, mas sentia-se bem como não se sentia há muito tempo. Levantou-se, já anoitecia lá fora e a penumbra começava a se instalar em Vegas.  Esse era um dos motivos pelos quais o turno da noite era tão desagradável para a maioria. Sair quando os demais estão chegando, dormir enquanto os outros trabalham. Mas Sara gostava do turno. Tomou um banho rápido, vestiu-se à sua típica maneira, fez um lanche rápido e sentou-se no sofá para degusta-lo. Esquecera-se completamente de Grissom e sua resposta até olhar para seu celular em cima da mesinha. Largou na hora o seu sanduíche e voou até seu celular! Precisava saber se ele havia respondido.

          Abriu a tela principal, digitou sua senha e lá estava ela. A tão esperada resposta do seu supervisor cabeça-dura.