— Megan Wayne! – Wendy entrou dizendo na sala de reuniões.

— Oi? - Greg pareceu confuso.

— Megan Wayne! – a moça repetiu. – Presa por porte ilegal de armas e por agressão física à uma dançarina de dança do ventre. – jogou a pasta cor crepe na mesa e saiu.

— Se ela só ataca dançarinas, por que atacou a Sara? - Greg perguntou inocentemente.

— Porque a Sara é uma dançarina, Greg! – Nick pegou a pasta de cima da mesa e acertou a cabeça do colega fazendo-os rir.

— Não brinca! – o queixo de Greg caiu. – Mas como não vimos ela?

— Ela poderia estar em um outro palco que não o que estava na nossa frente. – Warrick deduziu.

“Ledo engano.” pensou Grissom. Sabia que seus peritos foram pouco observadores. Ele mesmo se deixou enganar, mas Sara dançou para eles em ambas as noites. Aqueles olhos castanhos não poderiam o enganar. Usar um lenço para cobrir boca e nariz dificultou um pouco, mas bastou que ele pensasse um pouco para relacionar os olhares da provocante dançarina com os de sua perita favorita.

— Mas essa mulher – Nick apontou a foto da mulher que Wendy acabara de trazer – viu, sequestrou e esfaqueou a Sara.

— Mas agora temos seu rosto, DNA, seis mortes ligadas à ela e dois sobreviventes. – Catherine sorriu para Grissom.

— Suspeito que se não houvesse chegado naquele momento... – pensou antes de falar. – Se não tivesse chegado naquele exato momento, Sara estaria na mesa do Dr. Robbins. – concluiu o supervisor.

— E eu cheguei a pensar que Sara é quem estava matando aquelas mulheres! – riu nervosa a loira.

— Como assim, Cath? - Warrick indagou.

— Eu vi um lenço verde desfiado no armário de Sara. Seu modo estranho de se vestir nas últimas semanas. Sua esquiva em ir conosco no dia do assassinato da sexta moça. Seu comportamento na cena da moça morta. Sua reação ao perceber que Archie sabia seu segredo. Dentre outros detalhes... – contou a loira. – Mas nunca imaginaria que ela estava do outro lado da história. É de se pensar e tirar uma lição.

— Nossa, eu nunca teria reparado nisso! – exclamou Greg.

— É por isso que você fica mais em laboratório que em campo! – riu Warrick.

— Bom, crianças... Estão dispensados por hoje. – Grissom comunicou.

— Oba! – Catherine comemorou.

            Grissom se levantou. Iria visitá-la.

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— Olá! Em que posso ajudar? - a recepcionista do Desert Palms indagou à mulher a sua frente.

— Oi! Meu nome é Megan...  – a mulher sorriu e olhou para os lados rapidamente. – Eu queria visitar uma amiga que está internada aqui. – ajeitou o lenço na cabeça.

— Qual o nome da paciente? - perguntou a moça digitando algo no computador.

— Sara Ann Sidle. – seus olhos iam da recepcionista para o guarda postado à porta do hospital.

— Ah, sim. Aqui está! – exclamou a jovem. – Ela está no quarto 430, no 4º andar.

— E eu posso vê-la? - certificou-se de que não seria interrompida.

— Só um minuto, vou verificar. – pegou o telefone e ligou para o posto de enfermagem do 4º andar.

        Levou pelo menos dois minutos até a recepcionista se certificar de que ela poderia subir sem contratempos. Megan agradeceu à moça e caminhou lentamente até os elevadores. Evitou olhar diretamente para a câmera e se posicionou de costas para o espelho. Dificultaria reconhecimentos faciais.

        Desceu no quarto andar. Seu pescoço pulsava feito seu coração. Ainda se lembrava da cena, parecia ter ocorrido há minutos. Ainda fresca em sua mente. Sentia o calor do sangue de Sara banhar sua mão enquanto apunhalava a perita pelas costas, não só uma, mas duas vezes.

         Era uma pena, mas Sara não podia ter escapado. Não podia haver testemunhas. Muito menos sobreviventes. Acabaria com isso essa noite. Sara podia ter fugido uma vez, mas uma segunda não aconteceria. Sorriu.

— Olá! – abordou uma enfermeira que passava pelo corredor. – Pode me informar sobre o quarto 430, onde fica?

— Siga reto pelo corredor, querida, e vire a direita no bebedouro. – informou a senhora. – Se não estou errada, o 430 fica logo após a farmácia.

— Muito obrigada! – agradeceu. Era educada, mas não era tão social assim.

         Sara estava muito mais perto da morte do que pensava.