Revenge escrita por ACLFerreira


Capítulo 5
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Quatro anos já se passaram...
Sasuke aprendeu, a duras penas, a esconder melhor suas emoções e, treinando ao lado do irmão, desenvolveu melhor suas habilidades, mas também a dar valor e a proteger aqueles que dependem deles.
Embora ainda alimente seu desejo de vingança, ele sabe esperar.



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O silêncio imperava junto ao grupo de assalto. Todos esperavam o sinal do capitão do esquadrão, mas ele apenas observava a movimentação embaixo da árvore onde se escondiam.

O homem não demonstrava, mas estava nervoso. Algo estava terrivelmente errado, tudo silencioso demais. Discretamente, ele ativou seu Sharingan, mas não havia qualquer indicio das pessoas que estavam procurando. Ainda ontem, havia uma grande movimentação naquele lugar, mas agora parecia que estava totalmente abandonado.

Ele fez um sinal e todos seguiram o mais silenciosamente possível e se espalharem a fim de descobrir o que estava acontecendo.

Havia evidentes sinais de luta por toda parte e manchas de sangue. Alguém havia chegado antes deles, pensou o capitão, agachado junto a uma das cabanas onde uma enorme mancha de sangue enfeitava a soleira da porta. Quem quer que fosse, não tinha como ter sobrevivido ao sangramento. Mas onde estava o corpo?

De repente, algo chamou a atenção deles. Alguém os observava, então o capitão puxou discretamente sua adaga e a arremessou, mas o guerreiro fez uma substituição e um tronco caiu com a adaga cravada.

— Em posição – ordenou, mas foi tarde. Ele caiu antes mesmo de ter noção do que o atingiu. Com a mesma rapidez, dois dos outros três também foram nocauteados, deixando apenas o mais jovem, completamente cercado por figuras mascaradas.

Ele segurava firmemente sua adaga, analisando ao redor, mas sabia que havia pouca possibilidade de escapatória. Mas não cairia sem lutar.

O ninja com uma mascara que lembrava uma raposa tomou a frente e se posicionou para a luta. Mas algo em seus olhos pareceu estranhamente familiar para o garoto. No entanto, antes que pudesse analisar o quê, outro com uma máscara felina tomou a frente e acertou-o com força brutal, jogando-o para o outro lado da clareira.

Ele lutava contra a letargia e, como em um sonho, viu o jovem com a máscara felina se ajoelhar junto a si e pegar sua arma da mão dormente. Ele usava um agasalho com capuz, mas de perto dava para perceber fios estranhamente rosados que escapavam acendendo sua memoria. Ao se deparar com os olhos cor de esmeralda, murmurou, fracamente:

— Sakura?

Ela ergueu o olhar, parecendo surpresa, mas, ao invés de responder, pousou a mão protegida por luvas negras sobre sua testa, e murmurou, em seu ouvido:

— Durma…

Ele não teve noção de mais nada e só foi acordar quando o segundo grupo de apoio chegou e encontrou o massacre, mas seus adversários já iam longe.

— Por que o poupou? – perguntou o rapaz com a mascara da raposa, enquanto que o grupo se distanciava.

Ela nada respondeu.

— Ele não é mais o menino que conhecemos, Sakura, sabe disso não é? Ele é nosso inimigo agora.

Ela se deteve de súbito e o encarou.

— Ele era nosso companheiro, seria o décimo-segundo se as coisas tivessem acontecido de outra forma. Não me culpe por não conseguir vê-lo como um inimigo.

A raposa suspirou.

— Ele também era meu amigo… por mais que parecêssemos mais adversários. Mas as coisas não são mais como costumavam ser. Por mais que doa, aqueles dias fazem parte de um passado muito distante que nunca vai voltar.

Foi a vez de Sakura suspirar.

 

Sentado arrogantemente atrás da mesa, o homem imponente ouvia o relato da missão que deveria ser simples, mas que se tornou um grande fiasco.

Enquanto que o Jounin passava o relatório, o jovem guerreiro evitava olhar para o homem sentado na mesa, analisando o ambiente. Estava tão diferente da primeira vez que estivera ali vários anos antes com o pai. Ao se lembrar do porquê, algo próximo a raiva o fez estreitar o olhar, mas ele logo mascarou. Lamentar o que já havia acontecido não levaria a lugar nenhum, era o que o irmão sempre lhe dizia.

— Sasuke, você não reconheceu nenhum dos guerreiros que os atacaram?

O rapaz voltou-se imediatamente, surpreso, mas balançou a cabeça em negativa.

— Não, todos usavam mascaras e capuzes e não disseram nada.

O líder da Vila bateu a mão na mesa, fazendo com que todos pulassem, menos Sasuke que se manteve altivo.

— Esses bandidos de novo. Aparecem do nada e desaparecem da mesma forma. E ninguém tem a mínima noção do que está acontecendo ou quem são.

Olha quem fala, pensou o rapaz, mas não disse nada.

— Descansem… Dentro de alguns dias será o Exame Chunin e quero que a segurança seja redobrada. O que menos precisamos agora é de outro ataque. Sasuke, vá ao hospital para alguns exames, dessa vez você vai prestar o exame.

— Mas não tenho equipe – protestou o garoto, espantado.

— Eu resolvo isso.

Todos assentiram e se retiraram. Na porta do Prédio Hokage, o grupo se separou, mas o garoto não tinha a mínima intenção de ir ao hospital.

Caminhando a esmo pela Vila, mal reparando nas pessoas pelas quais passava, pensava no estranho encontro. Odiava quando algo o perturbava, mas ver aquela garota depois de tanto tempo julgando-a morta o perturbara.

Se deteve no playground junto ao rio, pensativo. O sol se punha no horizonte enquanto ele subia as escadas para o lugar vazio. Sentou-se junto ao balanço e ficou olhando para o vazio, perdido em suas lembranças. Ainda podia ouvir o riso das crianças, fantasmas de um passado que deveria querer esquecer, mas não conseguia. Era a única coisa que ainda o mantinha vivo.

Será que os outros também estão?

— Sabia que o encontraria aqui…

O menino voltou-se vendo um rapaz parado atrás de si. Era muito parecido com seu pai, mas a personalidade era completamente diferente.

— Posso?

— Prefiro ficar sozinho…

Itachi suspirou, sentando-se no balanço ao lado.

— O que o perturba?

— Não quero falar sobre isso.

— Sabe que pode confiar em mim, não é? – perguntou, fazendo-o olhá-lo pelo canto do olho. – O que realmente aconteceu lá?

Sasuke ficou em silencio por longos momentos antes de dizer:

— Eu vi um dos “Doze”.

Itachi o encarou pelo canto do olho.

— Doze?

— Antes da Guerra Civil, havia um grupo de crianças conhecida como os “Doze”, literalmente os principais representantes de todos os Clãs de Konoha da nossa geração. Eles se reuniam nesse playground – disse o mais jovem, apertando os lábios. – Eu achava que todos haviam morrido naquela noite…

— Mas não…

Sasuke balançou a cabeça.

— Ela era a única do grupo que não fazia parte de nenhum dos Clãs principais, mas era muito amiga de alguns deles… por isso foi aceita. Só a reconheci quando se aproximou o suficiente para que eu tivesse um vislumbre de seus olhos. Era a Sakura, Itachi, tenho certeza.

Seu irmão baixou o olhar, lembrando-se rapidamente da menina de estranhos cabelos cor-de-rosa que fazia parte da mesma turma de seu irmão na Academia. Isso até a Guerra Civil quando quase setenta por cento da população da Aldeia foi massacrada por se manter leal a antiga administração.

Um fio de esperança nasceu em seu íntimo.

— Será possível que eles sobreviveram? Digo todos ele?

— Quero acreditar que sim. Que meus amigos ainda estão lá fora… em algum lugar.


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Notas finais do capítulo

Os dois irmãos permaneceram em silêncio por um longo tempo, cada um preso em seus próprios pensamentos. Depois de um tempo, os dois se despediram, mas, no meio de caminho, longe do irmão, Itachi se deteve e olhou para o céu.



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