A vila começava, lentamente, sua reconstrução. Novas casas, a melhoria do hospital que estava quase em desuso. Tudo era só o começo para a retomada da cooperação.

Mas superar a tragédia que se abatera sobre todos anos antes ainda levaria muito mais tempo para ser superada.

No alto do Monte Hokage, Naruto olhava o horizonte. Agora somente havia quatro imagens, a de Fugaku tinha sido apagada, pois, além dele ser uma farsa, ninguém queria ser lembrado sempre dos piores dias da história da Aldeia.

A convivência entre as pessoas também era um fator que preocupava. Uma semana depois da queda de Shimura e com as primeiras casas já de pé, os mais velhos se reuniram para eleger um novo Hokage. Depois de muita discussão, decidiram que Tsunade deveria assumir.

Esperavam apenas a aprovação do Senhor Feudal que basicamente se mantivera a parte desde que haviam retomado a Aldeia. No começo haviam esperado alguma retaliação, mas não havia acontecido nada. Por fim, haviam recebido, há uma semana, uma notificação oficial de que o homem faria uma visita oficial.

— Gostando da vista?

O menino se voltou, sorrindo.

— Quando eu era mais jovem, gostava de olhar a Aldeia daqui.

— É bom relembrar os velhos tempos, não é?

Os dois permaneceram olhando para o horizonte por longos momentos.

— Achei que a Baa-chan tivesse deixado você de babá – ironizou o menino, fazendo o Sensei fazer uma careta. Os gêmeos Senju, Mito e Hashirama, tinham dezoito meses de idade, e não paravam quietos.

— Ela me mandou chama-lo e deixei os gêmeos com a babá. E não foi fácil conseguir uma por aqui.

O garoto suspirou e levantou, encarando o rosto eternizado na pedra que representava seu pai.

— Conseguiram organizar a biblioteca? – perguntou, sério. Passou muito tempo estudando na biblioteca de seu Clã e desenvolvera um carinho por aqueles pergaminhos. Em agradecimento pelos anos de auxilio, haviam deixado alguns de diferentes áreas em Amegakure.

— Sim, mas teremos de manter sobre vigilância constante. Parece que já se espalhou a noticia de que “saqueamos” a lendária biblioteca.

— Saqueamos? Estão de sacanagem?

— Vamos dar um crédito para eles. Na opinião da maioria das Aldeias, somos mercenários que apenas estamos aqui porque o Senhor Feudal não tem poder de fogo para nos expulsar.

— Se não pode vencê-los, junte-se a eles…

O garoto suspirou novamente, limpando as roupas.

— É bom mantermos a Rin fora de vista durante a visita do Senhor Feudal. O que menos precisamos agora é que ela perca o controle.

Naruto a estava ajudando a dominar o poder da três caldas, Isobu, selada nela durante a Segunda Guerra ninja. Claro que a presença de Kurama ajudava, mas não era bom facilitar.

— O Senhor Feudal exigirá saber do nosso poder de fogo, não é? – perguntou Naruto, voltando-se.

— Provavelmente, mas até ele deve saber que não revelaremos tudo. Apesar das outras Aldeias saberem que temos a Kurama e desconfiarem que Isobu ainda esteja em nosso poder, todos sabem que jamais revelaremos toda a verdade – disse Jiraya, suspirando, olhando para o horizonte. – O caminho ainda é longo antes que consigamos uma tranquilidade.

Naruto acompanhou seu olhar, mas nada disse. Por fim, saiu correndo, parando apenas um momento para olhar por sobre o ombro:

— Você não vem? Se bem me lembro, a Baa-chan odeia esperar.

Jiraya piscou, mas riu e saiu em seu encalço.