Revenge escrita por ACLFerreira


Capítulo 15
Descendentes


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Para os fãs de "Revenge", lamento informar que estamos no fim da linha. Decidi encerrar por aqui, pois, alguns devem concordar comigo, uma dos poucos pecados do anime "Naruto" foi se alongar demais nos temas. Assim, depois desse capítulo, só restará mais dois antes do fim da primeira temporada.



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O homem saiu de sua posição quase congelada e sorriu maldosamente.

— Parece que vou ter de lutar a sério com você, moleque!

Ele retirou o braço direito de dentro das vestes, erguendo a manga e revelando uma série de cadeados dourados. Logo que eles caíram, ele começou a desenrolar as ataduras de seu braço, revelando algo que surpreendeu a todos.

Implantados em seu braço, uma serie de olhos Sharingan giravam em sincronia. O braço todo enrugado, semelhante ao que se via quando Obito retirava sua mascara, tinha uma aparência bem mais esbranquiçada do que o resto do corpo.

— Isso explica como ele era capaz de usar o Amaterasu – disse Itachi, rangendo os dentes. – Ele roubou os olhos do meu pai quando o matou.

— E implantou em si mesmo – supôs Naruto, intranquilo. Aquilo estava se tornando cada vez mais problemático. – Mas de onde ele conseguiu todos aqueles?

Itachi baixou o olhar.

— Ao longo dos anos, depois da morte do Yondaime Hokage, vários Uchihas desapareceram sem explicação. O Conselho preferiu acreditar que eles haviam escolhido desertar da Vila ou se unir a Raiz, mas as famílias asseguraram que isso era impossível.

— Vamos acabar logo com isso – disse o inimigo, inalando ar e disparando uma enorme bola de ar em direção a Naruto.

Mas o garoto desviou do golpe tão rapidamente que surpreendeu até mesmo seus companheiros. Apareceu de súbito em frente a Shimura já armando o Rasengan, acertando-o em cheio.

O homem foi jogado longe, mas, de repente, uma sombra surgiu, por trás de Naruto com uma lâmina revestida de chakra em mãos. O garoto conseguiu desviar por segundos, mas acabou com um arranhão no rosto.

— Diabos, eu tinha certeza que o tinha acertado.

— Izanagi… – esclareceu Itachi, lutando contra os comandados de Danzou.

Naruto resmungou.

— Você faz jus a seus antepassados – comentou o velho, sorrindo. – Devo dizer que você é um dos mais fortes que eu já enfrentei. Com o chakra quase infinito dos Uzumaki e a super-velocidade herdada de seu trisavô, vou precisar de todas as minhas armas para derrubá-lo.

— Você me fazendo um elogio? É meu dia de sorte…

— Só estou constatando a realidade, não se engane.

De repente, ele esticou a mão direita. Foram somente segundos, mas foi o suficiente para derrubar o menino. Seu corpo parecia pesar e sua mente um mar de sofrimento e dor. Naruto ajoelhou-se no chão, sacudindo a cabeça freneticamente.

— Garoto tolo… Achou mesmo que você seria capaz de me vencer? – disse, rindo freneticamente. – As pessoas sempre me subestimaram, seu avô foi um deles. Vou fazê-lo lamentar por ter me desprezado, eliminando seu último descendente.

O garoto levantou a cabeça, mal conseguindo olhá-lo em meio a dor.

— É a segunda vez que você o menciona… Mas meu pai não é originário da Vila da Folha, não há como você ter conhecido meus avós.

— Seu pai não, mas seu bisavô sim. Na verdade ele foi sequestrado e levado para longe da Aldeia no mesmo dia em que nasceu. Seu trisavô passou muitos anos tentando encontrar seu único filho, sem sucesso. Quando soube que ele morreu aos vinte e dois anos, perdeu todo o seu amor pela vida e foi se deixando morrer. Somente depois de sua morte recebi a confirmação de que o rapaz tinha deixado um único filho: seu avô, pai de Minato Namikaze. Passei a seguir seus passos e qual não foi minha surpresa quando o rapaz apareceu pedindo abrigo em Konoha trazendo nos braços um bebê.

Naruto se ergueu com dificuldade.

— Sabe o quão louco isso soa? Quer se vingar de alguém que está morto há tantos anos?

— Sério? Pois vou lhe mostrar.

Danzou se concentrou e Naruto se viu preso.

 

O homem alto, de cabelos brancos, andava de um lado para o outro. Ao fundo, gritos eram audíveis, fazendo-o ficar ainda mais tenso.

— Fica calmo, homem! – disse um outro, moreno e um pouco mais baixo. – Se as coisas tivessem dado errado, já saberíamos.

— Fala assim porque não é a sua mulher lá dentro.

O outro riu, batendo o dedo indicador no queixo.

— Onde eu já ouvi isso? Ah, lembrei… Quando minha mulher estava em trabalho de parto e você disse que eu estava agindo que nem um idiota.

Seu companheiro se deteve e o fuzilou com o olhar.

— Está bem, eu mereço – disse, cruzando os braços.

De súbito os gritos se detiveram e um choro estridente pode ser ouvido. O homem moreno cumprimentava o companheiro, felicitando-o, quando uma mulher surgiu no corredor limpando as mãos.

— Parabéns, Tobirama-sama, é um menino.

O homem nem esperou a mulher acabar de falar e sumiu no corredor. No quarto, a mulher estava deitada confortavelmente nas almofadas. Em seus braços, envolto por um lindo manto ricamente bordado, o bebê dormitava tranquilamente.

Tobirama sentou-se ao lado da esposa e observou o bebê que abriu os olhos. Tinha os cabelos castanhos da mãe e seus olhos avermelhados. Para ele era o bebê mais lindo do mundo.

— Já escolheram um nome? – perguntou Hashirama, chamando sua atenção.

— Itama – respondeu a mulher, sorrindo.

O Hokage ficou sem fala por um momento. Uma homenagem sincera e perfeita a uma alma livre que não viveu para alcançar o auge de sua juventude. Ele não conseguiu evitar de limpar uma lágrima que caiu de seus olhos.

 

De repente a visão se alterou.

 

O estrondo acordou todos na casa. Os guardas correram em direção a origem, mas chegaram muito atrasados.

Na entrada do quarto, estendido em frente a porta, quase morto, o homem de cabelos brancos estava; a sua frente, a esposa, deitada em cima de uma poça de sangue, parecia estender a mão em sua direção, mas em seu corpo nitidamente já não parecia ter vida. O berço, debaixo da janela, jazia vazio.

 

— O quê? Você tem certeza dessa informação? – perguntou o jovem ninja ao seu serviçal.

— Sim, está confirmado. O menino está vivo, foi acolhido pelos tios.

— E só me diz isso agora?

O ninja estremeceu.

— Desculpe, meu senhor, mas as informações estavam muito desencontradas. O que se dizia é que o filho de Itama havia perecido no ataque… É procedimento padrão na Vila da Nuvem eliminar todos os ninjas mais habilidosos, bem como seus descendentes para enfraquecer seus inimigos. Acontece que a mãe o escondeu bem antes de ser assassinada e os tios o esconderam por temer por sua vida.

Com muito custo, o chefe se controlou.

— Devemos informar ao Hokage e a família? Quer dizer, o menino estaria mais protegido aqui na segurança da Aldeia, não é?

— E revelar ao mundo que o último descendente de Tobirama Senju está vivo? Quer que sua cabeça esteja a prêmio novamente?

O ninja baixou a cabeça.

— Continue vigiando-o e me informe se sua situação mudar.

O ninja se foi em um piscar de olhos.

 

— SENHOR…

O grito foi imediatamente silenciado quando o homem voltou-se em sua direção. Os anos o haviam mudado tanto na aparência quanto nas atitudes. O mesmo ninja de antes, nitidamente bem mais velho, estremeceu por segundos e se pôs de joelhos.

— O que quer? – perguntou a voz fria e cortante.

— Yoshi… o homem que mandou que eu vigiasse todos esses anos… ele está nos portões da Vila.

— Como é? O que aconteceu?

— Depois da destruição de sua Vila, seus tios o levaram para outro lugar, um lugar onde não havia ninjas, e eles viviam como civis comuns. Como eu te informei… Só que, há algumas semanas, a guerra bateu a suas portas e só ele sobreviveu. Ele vem vagando, cuidando sozinho do filho, e achei por bem, já que o conhecia a tanto tempo, instrui-lo a procurar abrigo aqui. Disse que seria seguro.

O homem mais velho fechou os olhos, suspirando. Depois de tantos anos, os descendentes de Itama Senju encontravam o caminho de volta para casa.

Em um piscar de olhos, ele apareceu diante do ninja e o apunhalou antes que pudesse piscar.

— Ninguém deve saber sobre o destino de Itama Senju. Para todos, a descendência de Tobirama sumiu nas areias de tempo e deve continuar assim.

O homem deslizou para o chão, morrendo antes de bater no chão.

— Prometi que protegeria os descendentes de meu Sensei e vou cumprir. Custe o que custar.

 

Naruto se concentrou e conseguiu sair do genjutsu.

— O que te fez mudar de ideia? Por que se voltou contra nós se esconder a verdadeira origem do meu pai era para justamente protegê-lo?

— A resposta é simples, garoto! Depois que Tobirama-sama nomeou Sarutobi como seu sucessor, acreditando não ter mais descendentes diretos fortes o suficiente para manter seu legado, deixou claro que me considerava fraco e covarde demais para conduzir a Aldeia. A grande ironia é que foi seu bisneto que acabou sucedendo Hiruzen, como uma jogada do destino. Quando ele morreu e fui novamente excluído, cansei de ser preterido.

— E decidiu tomar o que considerava seu – esclareceu Naruto, rindo. – Meu avô tinha razão: você não passa de um covarde, um fraco que só viveu para usar todo mundo que o cercava.

Danzou rosnou.

— Se enxerga, garoto! Aqueles ninjas fizeram um favor para todos nós. Vocês eram fracos e agora vou lhe mostrar o que faz um verdadeiro Kage.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da minha versão da origem de Minato? Bom, muitos acharam que ele era um Senju, especulando que fosse filho de Tsunade e Jiraya, mas, cá entre nós, as idades não batiam. Na época que li a hipótese, gostei da ideia, mas era virtualmente impossível. Daí pensei: Cadê os descendentes de Tobirama, por que nunca são mencionados?
Pensem o que quiserem, gostei da hipótese.



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