Revenge escrita por ACLFerreira


Capítulo 10
Filler: Chegada a Amegakure


Notas iniciais do capítulo

(Obs.: Eu sei que a maioria de vocês odeia fillers, mas servirá para entender os próximos eventos.)
Finalmente, nossos heróis chegaram ao destino final, mas recomeçar não será fácil.



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Quatro anos antes…

Eles seguiam pelo corredor escuro em silencio, acompanhando o guarda. O homem mais velho permanecia em silêncio, sua postura parecendo tensa, mas fazia o possível para transmitir tranquilidade para o garoto que o seguia.

Mas para Naruto tudo aquilo era novo e assustador. Até duas semanas antes, era um pária, uma criança criada ao léu, sem pai nem mãe, constantemente submetido a crueldade e a raiva daqueles ao seu redor, sem entender o motivo. Somente o Hokage demonstrava ter algum carinho ou consideração por ele…

Ao se lembrar de Sarutobi, uma mistura de emoções tomou seu intimo. Raiva, descrença… não sabia definir. De certa forma, o velho o protegera, tal como havia prometido aos seus pais no dia em que morreram, mas era difícil entender porquê nunca lhe contara a verdade. Talvez o considerasse jovem demais para compreender tudo… nunca saberia.

De súbito o guarda se deteve diante de uma porta de madeira maciça e bateu. Lá de dentro ouviram uma ordem para entrar e ele se viu em uma sala de paredes de pedra espaçosa. No meio da sala, uma mesa redonda estava disposta com vários documentos em cima dela. Um homem de cabelos ruivos estava sentado, tendo ao seu lado direito um rapaz de cabelos cor de laranja e a sua esquerda uma bela mulher de cabelos azuis.

Quando eles entraram, os três pararam de conversar e os fitaram. O homem de cabelos vermelhos tinha uma franja grande e volumosa que cobria-lhe os olhos de modo que era impossível definir qual era a cor deles, o que atiçava a curiosidade do menino.

— Esse é o jinchuuriki? – perguntou o homem ruivo, sem demonstrar emoção.

— Sim, seu nome é Naruto Uzumaki, filho do Yondaime Hokage, Minato Namikaze.

— Sim, já ouvimos falar dele – disse o rapaz de cabelos laranjas, com um sorriso simpático. – Meu nome é Yahiko, essa é a Konan e o Nagato.

O garoto continuava a olhar o rapaz ruivo até de súbito falar, surpreendendo-os:

— Por que mantém os olhos cobertos? Não é difícil enxergar assim?

Nagato pareceu surpreso por um momento e de súbito riu.

— Já estou acostumado. As pessoas se assustam assim que veem meus olhos, por isso os mantenho cobertos – disse, afastando a franja, mas o menino não se assustou, apenas continuou olhando-o com curiosidade.

— Você tem os mesmos olhos de Haguromo Otsutsuki, o Sábio dos Seis Caminhos.

— Isso porque sou descendente direto dele, assim como você pertenço ao Clã Uzumaki.

— Assim como minha mãe. Talvez sejamos até parentes.

— Quem sabe…

O menino sorriu, mas, de súbito, ficou sério e baixou os olhos.

— Sei que sou um intruso, um estranho na casa de vocês. Já estou acostumado. Por toda a minha vida, fui tratado como um intruso por todos aqueles com quem convivi, quando não era tratado como um rato indesejado. Nunca entendi porquê, simplesmente as pessoas olhavam para mim e pareciam ver algo que nunca entendi. Daí uma noite acordei acorrentado ao chão, um homem estranho, uma pessoa que eu nunca vi, me contou o porquê e que agora eu seria sacrificado para que ele tivesse tudo aquilo que sempre quis e que lhe tinha sido negado.

Os três ficaram surpresos, mas o menino não tinha acabado:

— Eu acho que desmaiei depois disso, mas então me vi dentro da minha própria mente. Uma raposa enorme estava deitada a minha frente ao lado de um homem alto e loiro que reconheci imediatamente. Ele me disse que aquele homem queria aquilo que ele tinha aprisionado dentro de mim, mas que ia usar seu chakra para impedi-los. Só que, para me salvar, ele tinha de permitir que eles extraíssem parte desse poder e ele rezaria ao Rikudou Senin que eu fosse resgatado antes que o veneno destruísse meu corpo. Ele lamentava que não pudesse fazer nada mais para salvar Konoha e rogou que um dia eu fizesse isso por ele. Meu pai me abraçou enquanto desaparecia e disse que a Kurama agora iria me proteger.

Os três jovens ao redor da mesa se entreolharam por segundos antes de se voltarem para a criança a sua frente.

— Enquanto estive inconsciente no rio, Kurama me contou a história de como tinha chegado a Konoha e como acabou conhecendo os meus pais. Foi quando eu perguntei porque ele era tão gentil comigo se odiava todos os humanos e ele respondeu: “Porque somos irmãos”.

— Irmãos? – perguntou Nagato, surpreso.

— Várias vidas atrás, meu nome era Ashura Otsutsuki.

— O filho do Rikudou Senin? – perguntou Konan, pela primeira vez se intrometendo na conversa.

— Sim, aquele que criou as nove bestas ao dividir o poder da Juubi. Kurama disse que, tal como meu antepassado, agora era meu destino lutar pela paz no mundo.

O menino suspirou e encarou os três jovens, tentando parecer mais velho do que realmente era.

— Sei que não está no meu alcance pedir nem por mim nem pelos meus, sei que agora devemos ter a humildade de saber que precisamos de toda a ajuda possível para pelo menos nos sentir seguros novamente. Em nome dos meus, só peço um teto sobre as nossas cabeças.

Konan e Yahiko olharam para Nagato que parecia paralisado observando o garoto. De repente, ele abriu um meio sorriso.

— Quando eu tinha a sua idade, garoto, vi meus pais serem mortos na minha frente durante a Terceira Guerra Ninja. Ninguém me ofereceu abrigo ou comida, somente Konan e Yahiko me estenderam a mão quando quase estava morrendo de fome. Tivemos de aprender a sobreviver sozinhos em um mundo cruel e desumano que só se importava consigo mesmo e mais ninguém. Jiraya-sensei nos encontrou e nos fez acreditar novamente nos seres humanos. Que ainda havia esperança para esse mundo. E me recuso a negar abrigo aqueles que estão na mesma situação que eu já estive. Porque eu sei o quanto é duro manter a fé quando tudo parece nos ter sido roubado.

O menino se curvou em respeito e Nagato viu nele o líder que estava destinado a ser.

— Devo acrescentar, meu rapaz, que devem jurar lealdade a Aldeia da Chuva para que possam continuar em nossas cercanias. Procedimento padrão, compreende, não é?

— Sim, senhor! É o mínimo que podemos fazer.

Nagato assentiu e se voltou para o guarda que aguardava na entrada.

— Leve-o para junto dos outros e providencie acomodações temporárias. Parece que ficarão conosco por um bom tempo ainda – disse, mas, antes de Jiraya sair, o chamou, em tom neutro: – Pode ficar mais um pouco? Tem algo que precisa saber.

Naruto olhou para o sensei, mas este assentiu e ele se foi.

— Acabamos de receber uma convocação enviada a todos os Kages, tanto das Vilas principais quanto das secundárias. Não foram específicos sobre o assunto, mas, como foi feito pelo atual Hokage, imagino que seja com relação aos eventos de duas semanas atrás.

— Será que Fugaku pensa que pode intimidar todo mundo?

Nagato ficou pensativo por vários segundos antes de responder:

— Nossos espiões nos informaram que todos estão inclinados a não responder a convocação. Sabe que tanto Sarutobi quanto Namikaze eram tidos em grande respeito por todas as Nações e Aldeias Ninjas. Não que gostassem deles, mas os respeitavam o bastante para deixá-los em paz. Será difícil Fugaku conquistar o mesmo respeito ou se impor frente aos outros quatro Kages principais quanto mais os secundários.

— Mas ele tem Kurama… pelo menos metade do poder dele e isso já é o suficiente para devastar meio mundo.

— O que provavelmente ele não sabe ou prefere ignorar é que sete das outras Bestas também estão em poder de outras Vilas. Só a Aldeia da Nuvem, que por si só já é uma dor de cabeça para qualquer um, possui duas. Seria burrice e suicídio provocar agora que os ânimos estão exaltados.

— Mas já temos um Aliado – disse, estalando os dedos e, de súbito, um homem com uma estranha mascara apareceu. – Como nossos amigos da Névoa receberam os últimos acontecimentos?

— Mei Terume mandou avisar que oferece abrigo aos refugiados em sua Aldeia em retribuição ao seu inestimável auxilio na deposição do último Mizukage.

— Agradeça a Mei, mas infelizmente teremos de recusar. Na Névoa ficaríamos muito expostos além da Aldeia ainda estar em reconstrução depois da Guerra Civil. Não queremos trazer mais problemas.

O homem assentiu, encarando os três jovens.

— Esse é Obito, ele foi aluno de Minato quando mais jovem. Devido a alguns eventos na Terceira Guerra metade de seu corpo ficou desfigurado. Eu e Tsunade o encontramos quase morto e cuidamos dele; desde então, é um dos meus espiões e grande amigo da atual Mizukage.

Os três assentiram, encararam o jovem ninja que logo desapareceu. Então, Jiraya sentou-se em uma das cadeiras e respirou fundo:

— Agora podemos começar…


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