Music and Poetry - Two Sides escrita por annaf5
"E dentro do bonde num banco vazio
Repousa uma caixa
Que é toda mistério, mas há uma etiqueta
Em letra de forma escrito: amor!"
5 a Seco - Geografia Sentimental
O local era ainda mais lindo por dentro, com sua decoração clássica e monumentos enormes.
Havia obras expostas por todos os lados, geralmente, de artistas do próprio país. Algumas esculturas ganhavam sua própria sessão, sempre bastante visitadas e observadas, pela beleza e esplendor que exalavam.
Taehyung e Joohyun caminhavam lado a lado. O garoto estava fascinado; tanto tempo morando na cidade, nunca havia retirado um tempo da corrida rotina para visitar um dos lugares que mais exalava história.
Irene, ao contrário, ansiava pelo dia que visitaria o museu. Havia passado pela fachada na viagem do dia da independência que fizera com os pais, quando ainda era criança, e já naquela época, ficara anestesiada com a elegância que o local exprimia.
Havia uma exposição especial naquele dia da visitação, de uma artista coreana, renomada por suas obras dentro e fora do território. Kang Jeung tinha seu próprio "santuário" dentro do museu.
As telas da série Hanbok ganhava visibilidade entre os visitantes, por suas cores e formas magníficas.
Os dois analisavam as obras. Taehyung só percebeu que estava próximo demais da garota quando sentiu seus ombros se tocarem, se retraindo e praguejando-se mentalmente, enquanto a garota ria.
—- O que está achando? - Joohyun perguntou, olhando em sua direção.
—- É lindo. Quero dizer, as telas. - Taehyung respondeu, visando a arte, com as bochechas pouco coradas.
—- Consegue perceber sonoridade nas telas? - Irene indagou.
—- O quê? Não! É apenas uma pintura ... Quero dizer, não só uma pintura! Você entendeu, é uma arte visual, não possui som.
—- Quem afirmou isso a ti?
—- Eu passei em Artes Visuais, Irene. Mas preferi não fazer porque queria cursar Literatura. Sei do que estou falando.
Ela afirmou com a cabeça, sorrindo de lado, ainda não convencida.
Se é que fosse possível, a garota se aproximou ainda mais de Taehyung e segurou seu ombro esquerdo, o virando para determinada obra.
—- Visa aquela imagem. Está vendo? - Irene questionou.
—- Sim, estou.
—- Ótimo! Agora você irá acompanhar o ritmo da tela, okay? Você sabe disso melhor do que eu ... sequência da pintura, veracidade da expressão, leve tudo em conta.
O garoto visou o quadro, observando minuciosamente os detalhes, mesmo que não entendesse o propósito de tudo.
Até que ele acompanhou a expressão da obra. A composição era espiral, de forma que o centro era a parte mais importante da tela, e todo o resto iria se derivando daquele início.
Acompanhou a sequência de personagens e cores combinadas, analisando a composição e técnicas.
Era quase como se pudesse escutar o quadro.
—- O que você fez comigo, garota? - Taehyung perguntou, virando assustado para a menina.
~M&P~
Duas horas depois, Irene e Taehyung se encaminharam para uma lanchonete de bairro que havia perto de um bairro conhecido pelo garoto.
Era um local harmonioso, com suas luzes brancas e tímidas espalhadas pelo cômodo. As mesas, dispostas pelo centro do salão, formavam um grande espiral; além de tudo, os quadros e grafites expostos nas paredes entregavam o local como um subúrbio do próprio Brooklyn dentro da cidade coreana.
Irene sentou de frente para o garoto, e observava seu cabelo desgrenhado, arruinado pela pequena caminhada que fizeram até o local. Mas valia o sacrifício, era um belo lugar e a comida exalava um ótimo cheiro.
—- Como achou esse lugar? - Irene perguntou, ainda olhando o cardápio deixado na mesa, mesmo que já tivesse escolhido.
—- Jungkook e Minhyuk gostavam muito de vir aqui quando saíram do ensino médio, então eu sempre os acompanhava.
—- Você é daqui mesmo?
—- Não, eu sou de Ilsan, mas vim para cá bem pequeno.
—- Por causa de seus pais?
—- Por causa da minha avó. Ela veio receber a casa da herança do meu bisavô, e já ficamos por aqui mesmo. A família toda já estava morando em Seul, só faltava ela.
—- Sente saudades?
—- Na verdade, não. Minhas memórias de infância não possuem muitos amigos ou primos. Na casa, era só eu, minha avó e um passarinho que ficava lá em casa, embora a gente nunca tivesse prendido ele.
—- O que aconteceu com ele?
—- Nunca mais o vi. Ele ficou por lá mesmo; deve ter achado outro vizinho para sustentá-lo.
Os dois riram, no momento que os lanches pedidos foram servidos.
Eles comiam enquanto riam de algumas coisas idiotas que Taehyung dizia, ou da própria risada contida e cômica de Joohyun.
A noite virava com piadas e risos tímidos por vergonha do público.
Quando terminavam seus lanches, Joohyun não conseguiu se reprimir; deixou que sua mão fosse na direção dos cabelos do garoto, arrumando eles e aproveitando a sensação do toque em uma superfície tão macia.
Taehyung paralisou no momento, perdido no tempo e com o coração disparado.
Quando ela voltou para o próprio lugar e sorriu, Taehyung soube que estava ferrado.
E, daquela vez, seria bem pior.
"Sei que chorar ajuda, mas não consigo. Estou inquieta. Ando de um cômodo para o outro, respiro pela fresta da janela, sinto o coração bater como se dissesse: realize seus desejos." O Diário de Anne Frank - Anne Frank (publicado em 1947)
~M&P~
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi! Perdão pela demora, tentei ao máximo escrever algo bom, mas não acho que consegui êxito (haha!).
Obrigada por lerem!