Music and Poetry - Two Sides escrita por annaf5


Capítulo 10
Capítulo IX




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"Deixe o seu coração mais despreocupado

Por favor, apenas aceite esse destino"

EXO - Baby Don't Cry

[Mídia: Jung Hoseok]

Julho de 1992

Seul, Coreia do Sul
14:57 AM

A garota corria, desesperada, enquanto ouvia os passos largos afastando-se gradativamente. As temerosas passadas (longas e barulhentas), diminuíam o ritmo frenético, o que a acalmava (um pouco).

Mas ainda havia muita coisa em jogo.

—- Meu pequeno! - a garota (agora, parecendo ter envelhecido, pelo menos, 10 anos) choramingava com um pequeno embrulho nos braços finos. Ninguém poderia afirmar que aqueles trapos eram o porto seguro de uma criança, que dormia serenamente.

Não havia mais escolhas. Era aquilo ou deixar a criança em um orfanato, e ela não teria coragem de abandonar o próprio filho nas mãos de pessoas desconhecidas.

Deu pequenas batidas na porta de madeira maciça em sua frente. Entretanto, não esperou qualquer pessoa atender. Apenas deixou a criança na porta da casa, não olhando para trás. Sabia que, se o fizesse, não conseguiria deixar o pequeno naquela situação.

Ela sumiu como uma sombra nas trevas.

Quando a senhora, já de cabelos grisalhos, atendeu e enxergou a pequena criança em alguns trapos, seu coração se apertou.

—- Você fez a escolha certa ... minha filha.

Dias atuais
Seul, Coreia do Sul
18:00 PM

Joohyun saiu às pressas da aula. Sua cabeça doía bastante. Talvez algo que ela tivesse comido no almoço estivesse fazendo efeito agora. Ela não sabia. Mas precisava urgentemente de um analgésico.

"Onde o professor disse que era a enfermaria?"

A garota andava, em todas as direções, procurando o local. Quando o encontrou (finalmente), andou mais que depressa até ele.

No meio do caminho, ela esbarrou em alguém. Estava tão dispersa que não se atentou por onde estava caminhando.

—- Aish! Veja o que você fez com a minha camiseta, novata! - reclamou o garoto, ainda sem identidade.Sua voz, porém, era recordável.

—- Miane, Taehyung-ssi. Mas você também não estava olhando para onde andava!

Ele a olhou assustado, como se ela tivesse dito algo grave.

—- Eu não estava olhando? Você que estava tão dispersa que não me enxergou no caminho! Aliás, você ...

—- Ok, Taehyung. Eu peço desculpas. Agora eu realmente preciso ir.

Quando ela estava a uma distância considerável do rapaz, ouviu a voz do mesmo de longe:

—- Para onde você está indo?

—- Enfermaria.

—- Por que? Está doente? - ele perguntou, um pouco assustado.

—- Não, é apenas uma enxaqueca. Logo passa, mas preciso tomar algum remédio.

Ele bufou e pegou, delicado, porém firmemente, a mão da garota. Joohyun ficou com as bochechas coradas. "Mas o que esse idiota está pensando?"

—- Hey! O que você está fazendo?

—- Te levando ao meu prédio. A enfermaria não tem remédios para enxaqueca ou outras coisas do gênero. Esses ficam dentro dos próprios campus.

—- Então não é mais fácil eu ir para o meu prédio? Como você disse, lá tem os remédios.

—- Você acha mesmo que eu irei entrar no campus de música?!

Ela abaixou a cabeça. Ainda não entendia o motivo primordial para tamanha desconsideração e rancor de algo tão belo e natural como música.

Afinal, escutar os sons melódicos de uma paisagem era tão normal quanto respirar!

~M&P~

—- Você soube do que aconteceu, Seulgi?

Jimin e a garota estavam na sala de dança improvisada no campus de literatura. A sala no campus de dança estava em reforma e era impossível treinar com tantos homens furando as paredes e batendo no concreto.

—- Sobre o que, Jimin?

—- Joohyun está nesse prédio.

—- Ok, mas o que isso tem haver?

—- Ela veio com Taehyung.

A garota parou de se alongar, encarando fixamente o amigo de dança.

—- Como é?

—- Claramente minha reação! - disse ele, apontando para a amiga, enquanto ria de seu espanto - E mais! Ele que a trouxe.

—- O que deram para o Kim? Ele não deve esta em suas condições mentais normais.

—- Eu não sei, apenas escutei os murmúrios no corredor. Mas será que aconteceu alguma coisa?

—- Acho que não. Vamos nos concentrar na nossa coreografia, depois vamos falar sobre Joohyun.

—- Ok

Nos corredores do campus, os alunos cochichavam entre si quando Taehyung e "a menina desconhecida" passavam. Todos eles estavam pasmos.

Irene carregava nas mãos uma pequena pasta, onde estavam suas partituras e letras. A cada passo que dava, apertava a pasta com mais força.

Eles finalmente chegaram em um quarto, com uma porta vernizada. Havia um número 8 gravado na porta.

Taehyung tirou um molho de chaves do bolso e abriu a porta, dando passagem para a garota. Ele entrou logo atrás.

—- Ok, por que me trouxe aqui? - ela perguntou. Ele ainda era um completo estranho.

O garoto ignorou a pergunta e foi direto para o banheiro, voltando com um pequeno frasco. Pegou uma garrafa de água na pequena geladeira próxima a cama e a entregou:

—- Tem certeza que não é fome essa sua "dor"?

Ela afirmou e agradeceu pelos cuidados, ainda receosa.

—- Por que me trouxe aqui? - ela insistiu

—- Não sei.

Ele se jogou em sua cama, rindo de alguma coisa. Irene não sabia o que fazer.

—- Pegue um livro.

—- Perdão?

—- Leia algo. Tem muitos ai na estante.

Ela olhou em volta e visualizou uma estante velha, com uma madeira desgastada. Encima dela, havia uma variedade de livros, que se estendiam de uma ponta até a outra. Alguns possuíam as capas grotescas e páginas amareladas, outros possuíam as capas mais alvas que Joohyun já havia visto, e eram os menores.

—- Esses são os mais difíceis ...

A garota se assustou com a presença repentina do rapaz ao seu lado, perigosamente perto demais.

Ele pegou um dos livros da estante. Sua capa era branca, com alguns desenhos, destacando o amarelo. Tae o entregou a garota e voltou ao seu lugar.

O Pequeno Príncipe

—- É um bom livro. Dê uma oportunidade!

Ela o olhou por alguns segundos. Ele encarou:

—- Não estou brincando. É um clássico.

—- Miane, eu não o conheço - ela respondeu, um pouco sem jeito. Não que ela não conhecesse algumas obras literárias ou não fizesse nenhuma leitura, mas Joohyun não poderia afirmar que era uma leitora frenquente.

Taehyung a encarou como se ela dissesse algo em outra língua. Era como se, naquele meio tempo, houvesse nascido duas cabeças na garota:

—- Não pode está falando sério, certo?

Ela balançou a cabeça, negando. Ele andou um pouco pelo quarto, até parar de frente a garota, ainda com o livro em mãos:

—- Podemos fazer um acordo?

"É uma coisa bastante uniforme a espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e o pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca todos os meios possíveis para livrar-se dele. Oh, destino dos homens! " Os Sofrimentos do Jovem Werther  - Johann Wolfgang von Goethe (publicado em 1774)

~M&P~  


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