Tormenta escrita por Katherine


Capítulo 30
2 Temporada - Capítulo 11




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Carly.

Eu conseguia ouvir tudo. Podia sentir a presença das pessoas me cercando, os dedos de Bella enrolando o meu cabelo e de vez em quando um choro de um bebê. Conseguia ouvir os passos quando se aproximavam e o barulho dos pássaros cantando na floresta quando o dia raiou. Mas eu não conseguia me mover e nem abrir os olhos. Era como estar paralisada pelo dom de Alec, um pouco pior que isso. Lembrava da sensação do veneno queimando em minhas veias, era como estar imersa em uma fogueira. Lembrava dos poucos segundos que pude ver meu bebê e aquela lembrança era ainda mais dolorida. Desejava com todas as minhas forças que estivesse com ele em meus braços logo.

Mais passos se aproximaram, eu sabia que eram os de Carlisle.

— Como ela está?

Minha mãe suspirou melancolicamente, mas quem respondeu foi Renesmee.

— Na mesma – disse.

— Está demorando para acordar.

— Não, Bella – meu pai avançou mais alguns passos – Deu certo. Só precisamos ser pacientes.

Houveram alguns segundos de silencio antes que alguém pudesse se pronunciar.

— Como Anthony está? – Ness perguntou ao avô.

— Perfeito. Crescendo tão rápido quanto você quando era um bebê – o médico riu ao lembrar-se dela – Acabou dormindo agora a pouco, Alec e Jane estão com ele.

Ao ouvir suas palavras tornei-me ainda mais inquieta na tentativa desesperada de abrir os olhos finalmente, mas isso só veio a acontecer algumas horas depois. Renesmee não estava mais ali, Jane e Alec haviam tomado o seu lugar. A sensação era libertadora, como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa, mas naquele momento eu só queria uma. Alexander uniu sua mão na minha, ajudando-me a descer da maca improvisada. Seus olhos me fitavam com tanta intensidade que eu não conseguia desviar. Percebi que não estava mais com as mesmas roupas de antes, e também estava limpa, sem nenhum resquício de sangue. Jane se aproximou com um sorriso no rosto.

— Você está bem? – a Volturi perguntou.

— Sim – murmurei sorrindo para a gêmea – Onde ele está?

 O sorriso de Jane aumentou ainda mais.

— Vou busca-lo – ela disse.

— Não acho que seja uma boa ideia – Alexander quebrou o silencio – Podemos caçar antes.

— Não – respondi rapidamente – Primeiro o meu filho.

O vampiro sabia que era uma discussão perdida, então apenas sinalizou para a irmã, que saiu em busca de seu filho.

— Vocês conseguiram? – perguntei com receio na voz.

— Não com magia – falou – Nós lutamos.

— Alguém do nosso lado se machucou?

— Não – me garantiu – Não se preocupe com isso.

Me estiquei nos pés para que pudesse tocar os seus lábios com os meus. A sensação era ainda diferente, parecia mais intensa. Meu pai havia dito uma vez que a transformação modificava também nesse sentido.

— Eu amo você – sussurrei vendo o sorriso crescer em seu rosto.

— Eu também amo você, Carly – disse – Muito.

Os paços de Jane se tornaram cada vez mais próximos e pude sentir que ela estava acompanhada também de Renesmee. Ambas adentraram na sala com Anthony nos braços, fazendo-me ficar ainda mais atenta em seus passos. O pequeno dormia nos braços da tia que, com cautela, o colocou em meus braços. Estava em um sono tranquilo, mas se remexeu ao sentir a mudança de temperatura de um colo para o outro. Ele ainda era o mesmo, e os traços do pai estavam ainda mais nítidos em sua feição. Aparentava ser uma criança com cerca de um mês e ao perceber isso algo ruim se remexeu dentro de mim. O tempo tinha que parar naquele momento.

— Oi, meu amor – sussurrei quando o bebê abriu os olhinhos lentamente. Meus lábios encostaram em seus cabelos, enquanto o seu olhar estava preso em mim, fascinado. Senti uma euforia crescer dentro de mim e ao mesmo tempo um amor e felicidade muito forte. Encarei os vampiros em volta, procurando alguma explicação – O que foi isso?

Alexander passou a mão nos cabelos dele, atraindo então a atenção de Anthony.

— Ele é como Jasper – explicou.

— O que isso quer dizer? – perguntei, deixando-o grudar-se ao meu dedo indicador.

— É um dom. Anthony faz com que as pessoas sintam o que ele está sentindo – disse.

Arregalei os olhos, olhando-o fascinada.

— Meu filho tem um dom – falei para mim mesma, tentando digerir as palavras – Uau.

— Magico, não? – Jane sorriu.

— Ele estava torturando todos com a saudade de você – minha irmã disse – Ninguém sai de perto dele. Anthony definitivamente é a alegria da casa.

Meu sorriso aumentou.

— Ele é sim – beijei novamente os seus cabelos.

O pequeno fechou os olhinhos devagar, enquanto eu o embalava para que voltasse a descansar. Fomos para a sala de casa, onde todos estavam. Conversamos por alguns minutos, entre um sussurro e outro para não atrapalhar o sono do menino que finalmente havia voltado a dormir, o devolvi para Renesmee depois de um pedido da mesma para que eu pudesse me alimentar enquanto ele dormia,  resmungou sentindo a diferença de um colo para o outro, mas manteve os olhos fechados.

— Filha, você sabe que precisa escolher, não sabe? – Edward disse.

Suspirei com suas palavras, buscando o olhar de Alec.

— Eu não sei – falei – Não tive uma experiência tão agradável com sangue humano.

— Você era humana – Jane lembrou, deixando bem claro que não apoiava o fato de eu virar uma vegetariana— As coisas são diferentes agora.

— Não quero machucar ninguém, além disso, a sede é... suportável.

 - Por enquanto – Alec alertou – É como quando humana e você ficava tanto tempo sem comer. Em poucas horas vai se sentir fraca.

— Temos bolsas de sangue – Carlisle disse – Não precisará machucar ninguém.

Dei de ombros.

— Ou, você pode tentar de outro jeito – o leitor de mentes disso – E se não gostar, tentamos de outra forma.

Pensei por um segundo.

— É – concordei – Eu quero tentar.


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