Tormenta escrita por Katherine


Capítulo 27
2 Temporada - Capítulo 8




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Carly Cullen.

 

— Temos quanto tempo? – Alexander perguntou.

Era noite, mas da mesma forma Carlisle estava fazendo exames em mim. Era perceptível que nos últimos dias os avanços ocorreram em menos tempo. O sangue ingerido já parecia não fazer tanto efeito, eu estava coberta por manchas roxas.

— Não muito – respondeu, me lançando um sorriso reconfortante – Por hoje é só.

Me acomodei melhor na cama, agarrando o cobertor.

— Onde está todo mundo? – perguntei.

Estavam estranhos, ninguém além de Jane e Carlisle – e Alec, é claro – havia aparecido por ali ainda.

Alec e meu avô trocaram olhares por um momento, soube que havia algo errado naquele momento.

— Estão resolvendo algumas questões.

— Que questões, Carlisle? – ele me encarou, não gostava que eu chamasse daquela forma – Hum?

— Nada, Carly – O Volturi se levantou andando em minha direção – Vá descansar.

— Como? Sei que estão escondendo algo – acusei.

— Não vou discutir com você.

— Nem eu com você – ele fechou os olhos e suspirou – É só me falar.

Carlisle percebeu que não era a melhor hora para estar ali e resolveu se despedir.

— Descanse, Carly. A hora está se aproximando! – falou, antes de sair.

Alexander me olhou com um sorriso no rosto.

— Ouviu?

— Não interessa. Só vou fechar os olhos depois que me disser o que estão escondendo! – falei ficando de pé.

Os olhos dele caíram sob o meu ventre antes de retornarem ao meu rosto.

— Nada, eu já disse.

— Você é um péssimo mentiroso, Alec.

Renesmee entrou pela porta da casa com Jane. Franzi o cenho, encarando-as.

— Acho que não chegamos em boa hora – minha irmã disse, desfazendo o sorriso.

O vampiro se jogou no sofá, acompanhado da gêmea.

A hibrida me abraçou com cautela.

— Como você está? – perguntou.

— Bem – me sentei sendo acompanhada por ela que tocou a minha barriga com a ponta dos dedos – Carlisle disse que não demorará muito.

— É, você está quase quebrando mesmo – Jane analisou – Não chega a uma semana.

Mostrei a língua para ela.

— Onde está Jake? – perguntei.

Nessie deu de ombros.

— Em algum lugar com os outros – falou – Todos estavam estranhos demais hoje.

— Então... você também não sabe?

— Vai dormir, Carly – Alec falou, mais uma vez. Desta com a voz mais grave.

— Não sei do que? – quis saber.

— Estão todos nos escondendo algo, não faço ideia do que seja.

— Eu também não.

Encarei Jane.

— Você sabe de algo?

Ela franziu o cenho.

— Não.

— Não faça eu usar o meu dom – implorou Alec.

Finalmente me daria por vencida, subindo para o quarto. Mas antes mesmo que pudesse proferir qualquer palavra alguém bateu na porta, através do semblante dos Volturi podia perceber ser Jacob. O mesmo entrou com uma expressão nada agradável. Renesmee correu para os seus braços, mas o mesmo parecia não tão confortável com o contato no momento.

— Jake – ela chamou, deixando o sorriso morrer – Tudo bem?

Ele abriu a boca para falar, mas desistiu em seguida.

Procurei o olhar de Alexander, pedindo alguma explicação, mesmo que ele não lesse mentes.

— O Charlie, Ness.

— O que? O que houve com o Charlie?

O quileute a encarou antes de virar-se para mim.

— Eu sinto muito.

 

 

***

 

 

 

Durante toda a minha existência não havia convivido muito com o meu avô Charlie pelo fato do crescimento extremamente exagerado de Renesmee, mas sempre que nos víamos era muito especial, principalmente quando criança. Bella sempre nos contava que o nome de Nessie era uma homenagem a Esme e René, já o meu foi escolhido para homenageá-lo.

Minha mãe estava em um choro silencioso nos braços de meu pai, era desesperador vê-la daquela forma. Parecia tão... sem vida – mesmo que já não tivesse uma a anos.  

— Carly – ouvi a voz embargada da minha irmã chamando.

A encarei.

Renesmee estava numa situação parecida. Seus olhos inchados e tão vermelhos, sempre com Jacob ao seu lado.

Sem que dissesse nada se jogou em meus braços.

—  Sinto muito – sussurrei.

— Você não precisa ser forte o tempo todo – disse, baixo – Sei que dói.

Eu não conseguia chorar, por mais que quisesse. As pessoas têm formas diferentes de lidar com a própria dor, a minha era fria. Preferia não conversar sobre ou ver ninguém. Mas devia esse momento à minha mãe e a Charlie.

Não tinha costume de ir em velórios, principalmente por viver em um mundo onde pessoas não costumam morrer, de fato, não podia imaginar o quão triste era um.

— Carly – Alec chamou, unindo nossas mãos – Temos que ir.

— Pra onde? – perguntei.

— Edward pediu pra levar você pra casa – falou – Bella vai ficar bem, precisa ficar mais um pouco.

— Então, eu fico.

— Não. – teimou – Renesmee também está indo.

Ao fim me dei por vencida, despedindo-me das pessoas que estavam ali presentes e de meu avô. Entramos em um dos carros, mas Alec não o ligou. Seu olhar fixo na chuva caindo lá fora.

— Você... quer conversar? – perguntou.

Neguei.

— Carly...

— Alec, está tudo bem! – garanti – Eu não consigo falar, não ainda.

— Tudo bem. Estarei aqui quando estiver pronta.

— Eu sei – falei, depositando um beijo em seu rosto.

Me encostei no banco, fechando os olhos, sem conseguir dormir. O carro parou e no mesmo momento abri os olhos, Alexander saiu do veículo em velocidade sobrenatural, sem se afastar.

— Alec? – chamei – Alec? O que foi?

Ele me encarou com o semblante rígido.

— Alguém esteve aqui.


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