Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 80
Cap.80 - Zeus Pede Desculpas


Notas iniciais do capítulo

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No Olimpo, os deuses ainda estavam apreciando a festa no acampamento quando Hera retorna para o salão. Ela volta a se sentar em seu trono com um sorriso nos lábios.

Afrodite a olhava com curiosidade, estava louca para saber o porquê do sorriso da rainha, Zeus olhou de lado para a esposa e levantou a sobrancelha, os outros a olhavam com espectativa.

Afrodite não se aguentando mais perguntou o que todos gostariam de perguntar.

— Hera, por que você está sorrindo?

A rainha a olha ainda sorrindo.

— Porque estou me sentindo muito bem.

— E o que a fez ficar tão bem?

— Digamos que eu tirei um peso da minha consciência e estou me sentindo aliviada.

— Ahhh. Por acaso tem haver com Apolo?

— Sim, mas não só com ele, com Ártemis também.

Zeus olha para a esposa de cenho franzido, já sabendo do que se tratava.

— Você fez isso mesmo?

— Sim, não tinha mais por que deixá-la longe dos filhos. Além disso, não adiantou muito eu tê-la exilado, não é mesmo?

Zeus abaixa a cabeça.

— Depois dela vieram outras e mais outras e eu já me cansei. Por isso a libertei – disse. – Aliás, Zeus, você tem uma coisa pra fazer, não é mesmo?

— Eu não me esqueci – disse ele incomodado.

— Eu acho bom – disse ela séria.

Ambos voltaram os olhos para a tela quando Ártemis e Apolo apareceram.

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No acampamento, a festa ainda rolava e Nico tirava sarro de Nina.

— Sabe Percy, você ficou muito bem de vestido, queria poder tirar uma foto de recordação.

— Vá se ferrar Nico – disse Nina zangada.

— Essa maquiagem deixou você mais feminina – ele insiste – e olha que eu não entendo nada de beleza feminina.

— Sabe Nico, se você não sair daqui em cinco segundos, eu vou te dá um banho de refrigerante – disse Nina mostrando os dentes.

— Ok – ele sai dali rapidamente.

Nina suspira e coloca o refrigerante de volta na mesa, Annabeth se aproxima.

— Tudo bem Nina?

— O Nico tava me enchendo o saco.

— Venha, vamos dançar. Temos que aproveitar, não é toda vez que temos uma festa como essa.

— Tudo bem – disse ela se levantando. – Cadê meu pai?

— Está ali – ela aponta para o meio da arena onde um adolescente moreno estava rodeado de meninas.

— Esse meu pai! – ela diz meneando a cabeça.

— Ele tá se divertindo, venha – Annabeth pega na mão de Nina e as duas vão para o meio da arena e se misturam com os outros.

Ártemis e Apolo reaparecem e o deus vai logo procurando pela filha de Poseidon, ao localizá-la ele sorri e se dirige até a arena.

— Com licença irmã – ele diz se dirigindo até o local.

Nina dançava com Annabeth e Thalia que não quis ficar só olhando e se meteu no meio do pessoal. Ela estava de costas quando sentiu alguém pegar em seu braço. Nina se virou e sorriu.

— Lester? – ela diz surpresa.

Apolo enquanto caminhava, se transformou em Lester, mas sem as espinhas e o corpo disforme. Estava todo produzido como só o deus mais belo do Olimpo seria.

— Você tá demais!

— Obrigado – agradece sorrindo.

Por um momento os dois sorri um para o outro, até Thalia quebrar o clima.

— Apolo, Lady Ártemis veio com você?

— Sim, ela está bem ali – disse ele apontando.

— Vou lá – disse a semideusa.

— Como vai Apolo, já terminou sua missão? – pergunta Annabeth.

— Sim, mandei aquela cobra assassina para o Tártaro.

— Isso quer dizer que Delfos está livre – Nina comenta.

— Exatamente, Delfos e todos os oráculos.

— Que bom – disse Nina. – Isso merece uma comemoração, vamos dançar.

Apolo sorri e dança junto com as meninas.

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No Olimpo, a cena entre Nina e Apolo, não passou despercebido pelos deuses, principalmente a certa deusa do amor.

— Oh! – disse a deusa de olhos arregalados. – Não acredito!

— Será que.... – não completou Hermes.

— Sim, sim – afirmou Afrodite agitada. – Apolo está apaixonado.

— Mas logo pelo Percy – comentou Deméter.

— Não pelo Percy, mas pela Nina – disse Afrodite.

— Mas Nina não existe, logo a magia de Ártemis vai acabar – disse Deméter.

— Ele deve saber disso – comentou Atena. – Agora entendo a mudança de comportamento dele.

— Verdade, Apolo está mais sério, mais disposto – comenta Hermes. – É por causa da Nina.

— Durante a batalha com a estátua pudemos ver a interação entre eles – disse Afrodite. – Apolo deve ter aprendido alguma coisa com o Percy, digo com Nina.

— Provavelmente – disse Deméter.

— Seria interessante ver esses dois juntos – disse Ares rindo. – Já pensaram, se Apolo beijasse a menina e ela se transformasse num garoto? Seria hilário.

— Não fale besteiras, Ares, o Percy é um garoto sério – disse Hefesto repreendendo o irmão. – Ele e Apolo são amigos.

— Hum – resmungou o deus da guerra.

Os deuses olhavam para a tela vendo Apolo sorridente dançando com Nina e Annabeth.

Zeus ficou calado ouvindo o debate e não tirava os olhos da tela, e ficou imaginando se Apolo soubesse o que ele tentou fazer com a menina, provavelmente o filho o odiaria. Nem queria pensar numa coisa dessas.

Hera estava pensativa. Seu pensamento foi para a Antártida onde estava o doutor Bronson. Ficou imaginando o que estaria fazendo agora. Será que pensava nela? Como gostaria de vê-lo novamente. De repente se sobressaltou, esqueceu onde estava, ela olhou discretamente para Afrodite que não tirava os olhos da tela. Respirou aliviada e apagou o doutor da mente antes que ela percebesse, voltou os olhos para a tela.

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Depois da festa, os campistas voltaram para seus chalés cansados, mas felizes. Os deuses se despediram e foram embora. Ártemis voltou para o seu acampamento com as meninas, Poseidon se despediu da filha e levou as romanas para o Acampamento Júpiter, Apolo ficou mais um pouco, pois os filhos queriam saber da sua luta contra o gladiador e da batalha contra a Píton.

— Caramba! – disse Kayla.

— E foi isso, eu quase morri, mas graças a Meg que chamou por sua tia, eu estou aqui contando a história.

Kayla abraçou o pai.

— Ainda bem que você voltou pai. Se você morresse o que aconteceria conosco?

— Nada. Vocês continuariam sendo quem são, meus filhos e representantes.

— Parabéns pela sua vitória contra a Píton – disse Austin.

— Obrigado, por falar nisso, a sua avó está viva – disse ele sorrindo.

Os filhos o olharam surpresos.

— Hera a escondeu de nós todo esse tempo. Ela estava exilada na ilha de Páscoa trabalhando como guia turística.

— Uau! Que bom que as coisas estão se endireitando.

— Sim. Preciso ir, mas vez em quando virei visitá-los.

Dizendo isso, ele desaparece.

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Nina e Annabeth estavam no chalé de Poseidon, a loura ajudava Nina a retirar a maquiagem.

— Pronto.

— Obrigada – ela disse e se espreguiçou. – Ahhh, que dia!

— Você foi a sensação da festa – disse Annabeth sorrindo.

— Você quer dizer a piada da festa – disse a morena. – Eu mereci por tê-los enganado.

— No fundo todos estavam felizes que você voltou - ela disse. – Além disso, você ficou muito linda! – ela disse se aproximando.

— Você que é muito linda e eu te amo – disse Nina puxando a loura para um beijo de tirar o fôlego.

As duas se entregam àquele momento só delas, se separam por falta de ar.

— Ahhh! Que sensação maravilhosa! – diz Annabeth. – Mesmo sendo uma menina você não perde o jeito.

— É mesmo? Que bom saber disso – diz a morena sorrindo. – Vai ficar melhor quando eu voltar a ser eu mesmo, mas vou ter que esperar até amanhã.

— É melhor eu ir, logo as harpias vão começar a caçar – disse a loura se levantando. – Até amanhã – ela diz lhe dando um selinho.

— Até – Nina a leva até a porta e acena.

Ela fecha a porta e suspira, retira o vestido e a roupa íntima, pega uma toalha e toma um banho, veste uma cueca e uma blusa que ficou folgada. Quando fecha a porta do guarda roupa duas figuras indesejáveis aparecem no reflexo do espelho. Nina se vira rapidamente e não gosta do que vê.

— O que vocês querem?

— Eu não quero nada, só vim acompanhá-lo – disse Hera levantando as mãos. – Zeus tem algo a lhe dizer, não é “querido”.

Nina franze o cenho e olha para Zeus que parecia inquieto.

— Er... Bem, é que eu.... eu quero me desculpar pelo o que eu fiz. Prometo nunca mais importuná-lo, juro pelo Estige.

Ao dizer isso, um trovão ecoa longe.

Nina fica perplexa, o rei dos deuses orgulhoso e egocêntrico se humilhando perante um semideus? Isso foi mesmo surpreendente.

— Bem, é isso – disse Zeus se segurando para não explodir.

— Isso foi mesmo uma surpresa – disse Nina. – Espero que essa sua desculpa tenha sido sincera. Você tem o costume de quebrar juramentos.

— Seu insolente....

— Pode ir Zeus – disse Hera.

Zeus olhou zangado para o sobrinho e desapareceu como um raio.

— O que foi isso afinal? – perguntou a menina.

— Isso foi o castigo dele – disse a deusa. – Eu soube o que ele fez com você Nina. Por isso, eu o obriguei a lhe pedir desculpas é o mínimo que ele podia fazer. Nenhuma mulher merece passar por essa humilhação, ele também teve que pedir desculpas ao seu pai perante todo o conselho. E não se preocupe com o juramento, se ele descumpri-lo, será abandonado por todos, inclusive por mim.

— Obrigada Lady Hera – disse a menina surpresa. – Bem-vinda de volta.

— Obrigada. Passe bem – dizendo isso, a deusa desaparece num brilho marrom.

Nina ainda surpresa vai para a cama. Ela deita a cabeça no travesseiro e dorme.

No dia seguinte, a magia de Ártemis havia desaparecido. Nina sai dando lugar a Percy.

O semideus acorda e se espreguiça, passa a mão pelos cabelos e eles estavam curtos. Percy corre para o espelho e olha para seu reflexo, sorri e entra no banheiro assobiando, faz sua higiene, veste suas roupas e sai do chalé. Ele se dirige até o chalé seis e bate na porta.

— Bom dia Percy – cumprimenta Malcolm.

— Bom dia Malcolm, Annabeth já acordou?

— Sim, ela já vem.

— Obrigado.

Percy fica do lado de fora esperando a namorada. Os campistas passam por ele dando bom dia ou fazendo piadas.

— E aí Cinderelo, voltou a ser Gato Borralheiro.

— Babacas!

Os campistas saem rindo.

Percy bufa.

Finalmente Annabeth sai do chalé.

— Percy, bom dia – ela diz lhe dando um selinho.

— Bom dia, vamos?

Ela assente e os dois se dirigem ao refeitório.

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No Olimpo, os deuses estavam sentados à mesa tomando o desjejum, Apolo também estava, ele comia distraidamente um pedaço de torta e vez em quando sorria. Os deuses o olhavam discretamente, menos Afrodite que estava louca para dá um comentário. Como ninguém se manifestou, ela falou.

— Alguém aqui está meio distraído – cantarolou.

Apolo que estava sonhando acordado olhou para a deusa e depois para os outros, sentiu o rosto queimar, pois todos olhavam para ele.

— Está tudo bem, Apolo? – perguntou Hermes.

— Sim, por que não estaria?

— Você está muito pensativo – disse Afrodite. – Em que está pensando?

— Em nada – disse ele voltando a comer.

— Nada não é resposta – disse ela. – Por acaso está pensando em certa morena de olhos verdes, cujo nome começa com Ni e termina com na?

Apolo que ia levar outro pedaço de torta à boca parou no meio do caminho e olhou para a deusa do amor de olhos arregalados, ela lhe sorriu. Apolo olhou para os outros deuses que o encaravam, depois voltou-se para a deusa do amor. Sendo a deusa dos sentimentos românticos, Afrodite podia sentir quando alguém estava apaixonado. Portanto, não adiantava esconder dela seus sentimentos.

Ele suspirou e colocou a torta de volta ao prato.

— Não dá pra esconder nada de você, não é?

— Hum, hum – ela resmunga meneando a cabeça.

— Sim, eu estou pensando nela.

— Ah, querido, você sabe que ela não existe, não é? A essa altura ela já virou o Percy – ela disse com pena.

— Eu sei, mas não é por isso que vou parar de pensar nela.

— Awm que fofo!

— Apolo, já está na hora de você partir – disse Hefesto olhando para o seu relógio.

— Se me dão licença, tenho que levar luz ao mundo – ele disse se levantando.

— Depois a gente conversa viu? – avisou a deusa do amor.

Ele assente e se retira.

Quando ele sai os deuses fazem comentários.

— Tomara que ele não se distraia e ponha fogo em tudo – disse Deméter.

— Do jeito que ele estava sonhando acordado é bem capaz que isso aconteça – disse Ares.

— Hum – Zeus resmungou.

Depois cada um foi para seus afazeres.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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