Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 75
Cap.75 - A Volta do Deus Brilhante




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OLIMPO

Depois que Poseidon saiu, os deuses ainda ficaram conversando sobre os acontecimentos.

— E quanto a Apolo, com certeza eles irão atrás dele agora – disse Deméter.

— Hermes cuidará dele – disse Zeus. – E quanto aos espiões, você achou algum, Atena?

— Sim, eu interroguei vários seres da natureza que moram conosco – disse. – Um sátiro era o espião. Não dei chance pra ele avisar que Poseidon está vivo e que Hera voltou para o Olimpo.

— Muito bem – disse ele. – Bem, vou me retirar.

— Quero falar com você, Zeus – disse Hera. – Agora!

Todos ficaram tensos na mesa, já sabiam do que se tratava.

— Está bem – disse Zeus resignado. – Vamos.

Ambos os deuses saem do refeitório e se dirigem para o escritório de Zeus.

Quando os dois saem, Afrodite comenta:

— Ui, eu daria tudo pra ouvir a conversa.

— Você contou pra ela? – perguntou Atena.

— Sim, tudinho – disse a deusa do amor. – Ela disse que ia resolver tudo hoje.

— Só espero que o Olimpo sobreviva – comentou Deméter. – Com licença – disse ela se retirando.

— Vou voltar ao trabalho – disse Hefesto se levantando.

— Com licença – disse Atena também se levantando.

— Preciso ir também – disse Ares fazendo mensão de levantar, mas Afrodite o puxa de volta.

— Ah fica mais um pouco – disse ela.

— Afrodite eu tenho mais o que fazer – disse ele.

— Mais do que ficar na minha companhia? – ela pergunta manhosa.

— Dessa vez sim – disse ele se levantando.

— Ora essa – disse ela fazendo bico.

— Vá fazer companhia a Hefesto, eu tenho certeza que ele ficará feliz em tê-la por perto – ele sugeriu. – Tchau lindinha.

Afrodite olha emburrada para Ares e se encosta com os braços cruzados.

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No escritório, Zeus ouvia calado, as palavras ásperas de Hera.

— Você tem noção do que ia fazer? – ela pergunta. – Humilhar o menino daquele jeito. O que você queria uma guerra com Poseidon?

— Eu já pedi desculpas a Poseidon e prometi a Ártemis retirar todas as acusações do garoto e deixá-lo em paz – disse ele.

— Pelo menos isso, o banimento do garoto foi injusto – disse ela. – E quanto ao Percy, você já se desculpou com ele?

— O quê? – ele pergunta incrédulo. – Por que eu pediria desculpas a um semideus?

— E por que não? – ela rebate. – Esse seria um castigo bem feito pra você.

Ele franze o cenho.

— O quê? Você achou que eu fosse gritar e choramingar como eu sempre fazia quando você me traía? Não, eu cansei de dramas, eu aprendi uma coisa com os mortais, seguir em frente de cabeça erguida. Como eles dizem, sem medo de ser feliz.

— Você mudou Hera, até parece que gostou da vida mortal – ele comenta.

— Confesso que no começo foi difícil, afinal, era só estalar os dedos e você teria seu desejo realizado – disse ela -, mas a dura realidade eu vi de perto. Os mortais trabalham duro para sobreviver, eu aprendi que o esforço compensa. Como Poseidon disse, é doloroso e cansativo e muito limitado. Você deveria experimentar quem sabe assim você aprende alguma coisa com eles. Eu aprendi que não se deve subestimar os mortais, eles vivem intensamente sua curta vida e nesse meio tempo eles realizam muitas coisas. Digamos que a experiência foi boa.

Zeus olha para a esposa que sorria ao falar dos mortais. Será mesmo que Hera aprendeu alguma coisa? Ela parecia mais jovial, mais leve como se tudo que sofreu não passou de uma terrível lembrança que ela fez questão de apagar.

— Acho que vou falar com Perseu, só não sei se ele vai me receber – disse Zeus.

— Sério? Você vai falar com ele? – ela pergunta surpresa.

— Vou, acho que eu mereço esse castigo – disse ele.

— Boa sorte, você vai precisar – disse Hera.

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Em Indiana, a batalha havia terminado, Ártemis matou o germânico com um golpe de suas adagas, cortando-lhe a garganta. O guerreiro largou as armas para segurar a garganta, mas a adaga afiada da deusa fez um corte enorme, sem chance de sobrevivência. Por fim, ele cai morto.

Ártemis corre até a arena onde uma Meg triste e chorosa era amparada por Calipso. Ao lado das meninas jazia o corpo de Nero com uma espada romana enterrada no peito, não deve ter sido fácil para a semideusa matar seu padrasto. O Karpo já tinha ido embora.

Ártemis se aproxima e Calipso se afasta.

— Meg – chama a deusa.

A menina se levanta e se ajoelha.

— Senhora me perdoe – disse ela -, eu cometi um erro, achei que ele mudaria, mas não...

— É claro que a perdoo Meg – disse a deusa abraçando a menina. – Você fez a coisa certa, sei que não deve ter sido fácil para você.

— Ele me enganou, ele ia matar Apolo, o próprio pai – disse a menina. – Ele me usou o tempo todo.

— Espero que tenha aprendido Meg, um homem como Nero nunca muda – disse – ele estava com você apenas porque lhe era conveniente.

— Agora eu sei disso – disse a garota.

— Venha, vamos voltar para casa – disse a deusa. – Caroline ficará feliz em te ver de novo e as meninas também.

— Apolo vai ficar bem? – ela pergunta.

— Hermes o levou para o Olimpo, Hestia deve está cuidando dele – disse ela. – Meu irmão vai voltar a ser o cara chato que sempre foi.

Meg sorriu.

— Vou mandar os dois para o Olimpo – disse a deusa a Calipso e Leo. – Lá vocês saberão se a missão vai continuar.

Os dois assentem e desaparecem.

— E quanto a Nero, vamos deixá-lo aqui? – Meg pergunta.

— Tânatos virá buscar a todos – disse a deusa retirando a espada do peito de Nero. – Acho que isso aqui é seu.

Meg pega a espada e limpa com um pano que estava em seu pescoço, depois o transforma no anel e o coloca no dedo.

— Estou pronta senhora – disse a garota.

— Então vamos.

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No Olimpo, Hermes chega com Apolo desacordado.

— Hestia! – ele grita chamando pela tia.

Hestia aparece na frente do deus mensageiro.

— Depressa tia, Apolo precisa de cuidados – disse ele urgente.

— Ponha-o na maca – disse ela. – Por Caos, o que aconteceu com ele?

— Foi um gladiador, Nero o capturou e o fez lutar numa arena – disse ele.

— Igual como fizeram com Poseidon – disse ela.

— Pelo menos Apolo ainda não está morto – disse o deus.

— Poseidon já voltou à vida e Zeus lhe devolveu os poderes – disse ela enquanto usava seus poderes de cura. – Hera também já está de volta.

— Isso é uma boa notícia – disse o deus. – Vou falar com Zeus.

O deus sai da enfermaria e corre até o templo de Zeus, o rei do Olimpo conversava com Hera.

— Com licença Zeus – disse o mensageiro.

— Ah Hermes, entre – disse o rei.

— Vou deixar os dois a sós – disse Hera se retirando.

— Então, como foi a missão de Apolo? – Zeus pergunta, mas nota o mensageiro um pouco tenso. – O que foi, aconteceu alguma coisa?

— Eu falhei na missão senhor – disse o deus. – Apolo e eu fomos capturados a mando de Nero. Apolo quase morreu numa luta com um gladiador, nesse momento, Hestia está cuidando dele.

— Como isso aconteceu? – perguntou zangado batendo na mesa. – Como você foi capturado?

— Uma rede de bronze celestial, foi assim que me prenderam – disse o mensageiro envergonhado. – Apolo só não morreu porque Ártemis apareceu e impediu que o matassem.

Zeus suspira e esfrega os olhos.

— Tudo bem Hermes – disse mais brando. – E quanto a Nero, o que foi feito dele?

— Eu não sei, eu trouxe Apolo assim que o filho de Hefesto me livrou da rede – disse ele. – Ártemis ficou lá, talvez ela tenha dado um jeito nele.

— Volte pra lá e procure saber – disse o rei dos deuses.

Nisso, alguém bate na porta.

— Entre! – disse Zeus.

Era a rainha.

— Só vim informar que Leo Valdez e Calipso estão aqui e trouxeram novidades. É melhor você ouvir pessoalmente.

— Ok – ele se levanta e segue Hera até a enfermaria no templo de Apolo.

Os três deuses entram na enfermaria onde Héstia terminava o tratamento de Apolo. Leo e Calipso aguardavam quietos num canto, quando viram os deuses entrarem eles se levantam e se ajoelham.

— Podem se levantar – disse Zeus. – Vocês estavam na missão com Apolo.

— Sim senhor – disse Leo.

— Hermes já me contou o que aconteceu, o que foi feito de Nero?

— A Meg o matou senhor – disse o semideus. – Ela é uma caçadora filha de Deméter, foi graças a ela que Ártemis apareceu e impediu a morte de Apolo.

— Isso é uma boa notícia rapaz – disse Zeus satisfeito. – Menos um imperador para nos preocupar.

— Mas ainda faltam dois – disse Hera.

— Nos preocuparemos com isso depois – disse ele se aproximando do leito onde estava o filho adormecido. – Como ele está?

— Ele vai ficar bem, logo acordará – disse ela.

— Obrigado Hestia – ele agradece e ela se afasta.

— Sinto muito filho – disse num sussurro.

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No acampamento das caçadoras, Meg era recebida com choro e abraços por parte de Caroline, sua irmã.

— Ah Meg, sua tola. Estava tão preocupada!

— Desculpe irmã – disse a menina retribuindo o abraço. – Eu fui realmente tola.

— O importante é que você está de volta e salva.

— Seja bem-vinda Meg – disse Thalia. – Estamos felizes que você esteja bem, e, voltado para nós.

— Obrigada Thalia – disse ela olhando de cenho franzido. – Onde está Nina?

As meninas se entreolharam e sorriram.

— A Nina foi embora com o pai dela – disse Thalia. – Ela na verdade era Percy Jackson, meu primo que estava disfarçado de menina por causa de Zeus.

— Sério? – ela pergunta incrédula. – Então, o Herói do Olimpo estava conosco todo o tempo?

— Exatamente – disse ela -, ele já voltou a ser ele mesmo e está ao lado do pai no Acampamento Júpiter.

— Acampamento Júpiter – ela sussurrou.

— O que foi Meg? – perguntou Caroline.

— O Acampamento Júpiter foi atacado e Poseidon foi capturado pelo Triunvirato – disse ela. – Nero me disse que Poseidon está morto.

As meninas ficaram num silêncio incrédulo.

— Não pode ser – disse Thalia incrédula. – Percy!

— Quando estava vindo pra cá, eu vi os campistas romanos lutando com gladiadores no esconderijo dos imperadores em San Francisco – disse Meg. – Eu ouvi um grito e depois disso a terra tremeu tanto que eu mal podia me segurar.

— Nós também sentimos esse terremoto – disse Thalia. – Só pode ter sido o Percy, ele deve ter ficado arrasado.

— Nero ia fazer a mesma coisa com Apolo – continuou -, mas graças à Lady Ártemis ele ainda está vivo, mas está muito machucado. Lorde Hermes o levou para o Olimpo.

— Foi graças a você Meg que meu irmão sobreviveu – disse a deusa. – Você me chamou e eu pude intervir a tempo.

Ela assente.

— Meninas, o imperador Nero está morto graças a Meg, que corajosamente lhe tirou a vida – disse a deusa. – Ela é uma heroína.

As meninas sorriram.

— Senhora, eu sei onde estão os outros dois – disse Meg. – Não estão muito longe daqui.

— Onde exatamente?

— Las Vegas, nas montanhas existe uma fortaleza muito bem guardada. Calígula e Cláudio estão lá.

— Muito bem, vou informar o Olimpo sobre isso – disse a deusa. – Eu já volto.

Dizendo isso, ela desaparece.

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No Olimpo, Apolo acordava, ele abre os olhos e pisca.

— Apolo querido, você está bem? – perguntou Hestia sorrindo.

— Tia Hestia? – ele pergunta surpreso e apalpa o rosto.

— Não se preocupe, eu já curei você – disse ela sorrindo.

Apolo reconhece sua enfermaria.

— Estou no Olimpo?

— Sim, Hermes o trouxe.

— Ele está bem?

— Eu estou aqui irmão – disse o deus se aproximando.

— O que aconteceu?

— Meg chamou Ártemis que impediu que você morresse – disse o deus. – E graças à Meg, Nero está morto.

— Ela o matou? – ele pergunta surpreso.

O deus assente.

— Ártemis a levou de volta para a caçada.

— Apolo! – uma voz de trovão o chama.

Zeus se aproxima, Hermes e Hestia se afastam. Apolo se senta na maca.

— Que bom que está vivo filho – disse o rei dos deuses surpreendendo a todos ao abraçar Apolo que ficou mais surpreso ainda.

— O..obrigado.

— Fiquei preocupado – disse o deus. – Não precisa mais ficar nessa forma.

Dito isso, o deus dos deuses invoca um raio amarelo e joga no filho, cujo corpo absorve a energia e o faz brilhar intensamente. A forma mortal se transforma na forma divina do deus do sol, radiante e belo.

Apolo sorri, ao se vê novamente com seus poderes.

— Obrigado Zeus, pai – disse o deus sorrindo.

— Você não precisa mais correr perigo – disse Zeus aliviado por trazer o filho de volta.

Nisso um deus do mar afoito entrou na enfermaria, acompanhado de Afrodite.

— Apolo! – chamou o deus do mar. – Eu soube o que aconteceu.

— Tio Poseidon! – gritou Apolo surpreso. – Me disseram que tinha morrido.

— E eu morri, mas o cara das sombras me trouxe de volta – disse Poseidon sorrindo – e o Cabeça de Vento me devolveu os poderes.

Zeus olhou emburrado para o irmão que nem lhe deu atenção. Os outros, presentes se seguraram para não rir da cara dele.

— Vejo que você também voltou, está mais radiante.

— Obrigado tio, como está a Nina, digo o Percy?

— Feliz por ter voltado para os amigos – disse o deus dos mares. – Vamos fazer uma festa de aniversário, surpresa para o Percy, tá a fim?

— Sério? É claro que eu tô – disse o deus do sol. – E eu já sei qual vai ser o presente que eu vou dá pra ele.

— Ótimo, eu a Frozinha estamos fazendo os preparativos – disse ele apontando para Afrodite que lhe deu adeusinho.

— Pode contar comigo – disse Apolo sorrindo.

Ártemis aparece do nada e vai logo dizendo:

— Já sabemos onde estão os outros dois imperadores.

— Ártemis!

A deusa da caça se vira e olha para o irmão que lhe sorri.

— Obrigado por me salvar irmã – disse o deus sorridente. – Voltei a ser divino.

— Nota-se, isso quer dizer que você vai me encher a paciência como sempre faz? – ela pergunta de cenho franzido.

— Oh não, eu mudei muito irmã. Prometo deixá-la em paz – disse o deus.

— Ótimo, mas agora temos coisas urgentes a tratar – ela diz se virando para Zeus. – Você ouviu o que eu falei?

— Sim, onde eles estão?

— Las Vegas, não muito longe de onde estou acampada.

— Precisa de reforço? – ele pergunta.

— Não quero semideuses, minhas meninas, é o bastante – disse ela.

— Eu vou com você – disse Poseidon. – Tenho contas a acertar com Calígula.

— Eles ainda não sabem que você está vivo – disse ela.

— Isso mesmo, eu quero fazer uma surpresa pra eles – disse o deus com um sorriso maligno.

Os deuses que sabiam dos poderes de Poseidon engoliram em seco.

— Tudo bem, você pode vir – disse ela.

Os dois deuses somem e os outros respiram aliviados.

— Eu também vou indo, minha missão ainda não acabou – disse Apolo. – Com meus poderes restaurados poderei acabar com aquela cobra maldita.

Ele some com os dois companheiros.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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