Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 69
Cap.69 - Ressuscitado


Notas iniciais do capítulo

E aí galera. Pra quem ficou aflito com a morte de Poseidon/Netuno, esse capítulo vai alegrá-lo.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730803/chapter/69

OLIMPO

Quando os deuses ouviram o grito ficaram tensos e quando viram o trono de Poseidon rachar souberam que ele já não existia mais.

Hades foi o primeiro a sentir a morte do irmão.

— O trono rachou isso quer dizer... – disse Afrodite.

— Que o dono dele está morto – disse Atena sem emoção.

— Não pode ser – disse Hestia num sopro. – Coitado do Percy, deve está arrasado.

— Está vendo Zeus? – disse Deméter. – Você é o responsável pela morte de seu irmão, o Olimpo perdeu um dos Três.

Zeus estava perturbado demais para revidar a acusação da irmã, estava pensando no filho e na esposa que estavam vulneráveis.

— Hermes, proteja Apolo custe o que custar, interfira se for necessário – ordenou.

— Está bem – o deus mensageiro desaparece.

— E quanto a Hera? – pergunta Hestia.

— Vou mandar buscá-la – disse Zeus.

De repente, Hades, que estava quieto levantou-se.

— Já volto – disse ele desaparecendo.

Os deuses se entreolharam, apenas Atena ficou pensativa olhando para o trono do tio.

—--------------------------------

No Acampamento Meio-Sangue, os campistas alertados pelo tremor, saíram correndo de seus chalés, eles se reuniram do lado de fora esperando o tremor passar. Quando parou, eles se entreolharam e se perguntavam o que tinha acontecido. Quiron veio correndo da Casa Grande em direção a área dos chalés, os campistas falavam ao mesmo tempo formando uma confusão geral.

Quiron deu um basta.

— Silêncio. Fiquem calmos.

— Quiron veja! – disse uma campista de Deméter chamando a atenção do centauro. – O chalé de Poseidon – disse ela apontando.

Todos viraram ao mesmo tempo e ficaram perplexos. O chalé estava com várias rachaduras pequenas e uma maior na escadaria. O prédio estava a ponto de desabar.

— Saiam de perto, por favor – disse o centauro de cenho franzido.

— Quiron, o que significa isso, porque o chalé está rachado? – perguntou Drew Tanaka.

— Isso significa – disse um filho de Atena – que Poseidon está morto.

Todos ficaram num silêncio incrédulo.

— Isso é verdade Quiron? – ela pergunta.

— Infelizmente sim senhorita Tanaka – disse o centauro.

— Então, esse tremor....

— O mar sentiu a perda de seu rei – disse ele.

Nico olhou para o chalé e pensou no primo que deveria estar arrasado.

—-----------------------------------

A volta para o acampamento foi feita em silêncio, os campistas estavam pesarosos, pois falharam no resgate. Quem tava mais sentido com isso era Frank, que se sentia culpado por não ter sido mais insistente e evitado essa tragédia.

Percy estava com o semblante triste, havia chorado muito, não foi fácil tirá-lo de perto do corpo do pai, foi preciso Frank usar a força para isso.

Os filhos de Febo retiraram a lança com cuidado para não piorar ainda mais a situação. Retirada a lança o sangue saiu em abundancia do peito de Poseidon, rapidamente os socorristas bloquearam colocando um maço de ataduras e enrolando ao redor do peito. Depois o colocaram na maca e o embrulharam, levaram-no para uma das vans. Percy quis ir junto, mas Annabeth não deixou, ela achou melhor levá-lo para outra van.

Assim, eles finalmente chegam em território romano, os que ficaram foram recebê-los e pereberam que algo estava errado. Foi então que viram uma maca com alguém deitado nela.

— Quem está deitado ali? – perguntou uma filha de Vênus a um dos soldados.

— Netuno – disse ele se retirando de cabeça baixa.

— Oh! – exclamou a garota.

— Afastem-se, por favor – disse um dos filhos de Febo que retirava a maca juntamente com seus irmãos.

Percy desce da van e corre atrás dos filhos de Febo, dessa vez Annabeth não o impediu. Reyna se aproxima e toca no ombro da loira.

— Ele precisa de um tempo – disse a pretora.

— É – disse.

— Vou falar com minha mãe – disse Reyna se retirando.

Annabeth segue para o dormitório e se põe debaixo do chuveiro e deixa que a água caia sobre sua cabeça. A loira dá um suspiro de alívio e relaxa.

No templo de Belona, Reyna se aproxima da mãe que estava muito séria.

— Já estou sabendo o que aconteceu – disse a deusa. – O acampamento inteiro tremeu. O templo de Netuno está rachado.

— Nós falhamos mãe – disse a pretora de cabeça baixa -, eu falhei.

— Não, você não falhou – disse a deusa. – Nem tudo sai do jeito que queremos. Na guerra é assim, para haver vitória tem que haver perdas.

— Os imperadores fugiram e Netuno está morto – disse – não ganhamos nada e perdemos um dos Três que foi levado de dentro do acampamento do qual ele deveria está protegido.

— Você se culpa pelo o que aconteceu? – pergunta a deusa. – Às vezes a paz pode trazer algumas faltas, mas isso não quer dizer que você falhou. Netuno não quis voltar com o Zhang, ele queria acabar com essa guerra antes que começasse. Por isso, ficou para garantir que os imperadores não fugissem e ganhar tempo até que vocês chegassem. Ele sabia dos riscos e mesmo assim preferiu ficar.

Reyna fechou os olhos, cansada, mas sabia que sua mãe tinha razão. Se Netuno tivesse vindo com Frank, os imperadores teriam fugido e eles nunca saberiam seu paradeiro.

— Você tem razão, obrigada mãe – disse ela sorrindo. – Preciso voltar, temos um funeral pra realizar.

— Reyna – a pretora olha para a mãe -, lembre-se, por mais que ele tenha experimentado a humanidade, Netuno continua sendo um deus.

Reyna olhou para a mãe sem entender, mas assentiu e se retirou.

—-----------------------------------

No Mundo Inferior, Hades foi pessoalmente à procura do irmão, tinha que achá-lo antes que atravessasse o portão. Foi até o escritório do M.A.C., onde Caronte discutia com um garoto.

— Não me venha com essa, filho de Poseidon, você precisa pagar para entrar no reino de Hades.

— Eu não sou o filho de Poseidon, eu sou o próprio sua anta. Ligue para o seu chefe e diga que quero falar com ele.

— Olha como fala seu moleque, das outras vezes que veio aqui em vida você pagou para entrar. Agora que morreu não quer pagar, vá se ferrar.

— Caronte!

Todos se assustaram e olharam para trás. Hades estava parado de cenho franzido com as mãos na cintura. Os fantasmas, atraídos pela sua presença se aproximaram, mas ele os enxotou.

— S...senhor Hades, a que devo a honra? – perguntou o barqueiro nervoso.

— Vim buscar esse garoto – disse o deus apontando para o mesmo. – Venha Poseidon.

Antes de sair, Poseidon se vira para o barqueiro e dá um sorriso de deboche.

— Viu? Eu te avisei.

Ele segue o irmão que o leva de volta para o acampamento.

— Por que me trouxe pra cá? Achei que ia me levar para o seu reino.

— Você tem que voltar para o seu corpo, Zeus vai trazê-lo de volta.

— Sério, meio tarde pra se arrepender – disse Poseidon. – Eu não quero ver Zeus tão cedo. Não depois do que ele tentou fazer com o meu filho.

— Ele ficou muito perturbado com a sua morte. Por isso, mandou Hermes proteger Apolo e mandou buscar Hera.

— Parece que um de nós tinha que morrer pra ele tomar uma atitude, ou será que é porque ele está com medo de ser destronado?

— Seja como for, não podemos deixar que os imperadores consigam o que querem. A sua morte foi uma grande perda para o Olimpo.

— Estou comovido – disse com emoção fingida. – E o Percy, como será que ele está?

— Inconsolável – disse Hades. – Ele causou um tremor muito forte, ouvimos o seu grito do Olimpo.

— Coitado do meu filho – disse Poseidon.

— No momento seu corpo está na enfermaria sendo preparado para o funeral.

— Você já viu como eu fiquei? Meu rosto está deformado, meu corpo está quebrado com uma perfuração no peito. Meus órgãos estão dilacerados, mesmo que saísse vivo de lá eu não ia durar muito tempo.

— Não sei se o que você fez foi muita coragem ou muita burrice. Você sempre foi precipitado, age sem pensar direito.

— Ei, eu só tava ganhando tempo para a chegada dos campistas. Era uma oportunidade única para capturar esses malucos.

— No fim não adiantou nada, eles acabaram fugindo.

— Sacrifícios são necessários, não é o que nós costumamos dizer?

— Quando se trata de semideuses, sim.

— Tanto faz, eu era mortal, é a mesma coisa.

Os dois entram na enfermaria e veem os filhos de Febo limpando os ferimentos do rosto e do peito que já havia parado de sangrar. Poseidon olha para o lado, seu filho estava sentado em uma cadeira de cabeça baixa segurando Correnteza na forma de pingente. Ele não chorava, mas seu semblante triste mostrava o quanto ele sofria. Poseidon se sentiu mal com isso.

— Essa é mais uma razão para você voltar – disse Hades olhando para o garoto.

— Como espera que eu volte para um corpo todo destruído?

— Hestia vai cuidar de concertá-lo. Vou voltar para o Olimpo e trazê-la comigo.

Poseidon assente.

—------------------------------------

No Olimpo, Hades reaparece deixando todos curiosos.

— Já o encontrei – disse ele. – O levei de volta ao acampamento. Vou precisar que Hestia restaure o corpo dele e só então eu o devolerei ao corpo.

— Está bem, vá Hestia – disse Zeus.

Os dois deuses desaparecem.

—-----------------------------------

Depois que os filhos de Febo terminam os procedimentos, eles vestiram uma mortalha verde azulada com um tridente dourado bordado na frente e o colocaram em uma maca aguardando a hora do funeral.

Percy acompanhou todo o trabalho e não arredou pé dali.

— Já terminamos Percy.

— Obrigado.

Os filhos de Febo saem deixando o semideus sozinho com o corpo.

Percy se aproxima e olha para o rosto deformado do pai.

— Me desculpe por não chegar antes – disse. – Eu não consegui te salvar dessa vez, pai. Eu falhei com você – disse ele pegando a mão fria de Poseidon.

— Isso não é verdade – disse uma voz feminina atrás dele.

Percy se vira e uma mulher ruiva e um homem pálido estavam ali.

— Tia Hestia, tio Hades!

— Aqui somos Vesta e Plutão – corrigiu a deusa. – Escute Percy, nem tudo está perdido, estamos aqui para ajudar seu pai.

— Ajudar?

— Sim, Zeus vai devolver-lhe o poder – disse ela -, mas antes ele tem que voltar à vida.

— Quer dizer que o meu pai precisou morrer praquele idiota resolver devolver-lhe o poder? – disse Percy irado. – Meio tarde pra isso, não acham?

— Acalme-se, por favor, sobrinho – disse Plutão. – Você tem toda a razão, acredite você não é o único a pensar assim, mas agora precisamos trazer seu pai de volta.

Percy se acalmou ante as palavras do tio. Mais do que nunca ele queria o pai de volta.

— Desculpem – ele disse.

— Tudo bem – disse Vesta. – Vamos começar – ela disse se aproximando do corpo e usou o seu poder de cura refazendo tudo que estava danificado.

— À propósito, seu pai está aqui – disse Plutão. – Eu fui buscá-lo no M.A.C. antes que entrasse no meu reino.

— Sério? – disse Percy olhando de um lado para outro.

— Ele está invisível, por isso não pode vê-lo.

De repente um estalo, TEC. Percy olhou na direção, um osso foi posto no lugar, ele sentiu um arrepio.

Poseidon que estava invisível fez uma careta, até parecia que estava sentindo dor.

— Ainda bem que eu não estou no meu corpo — disse.

Vesta sorriu e agora ela fechava os ferimentos.

— Prontinho. Agora é a sua vez Plutão.

— Certo – diz o deus se aproximando. – Venha Netuno.

O mesmo se aproxima do seu corpo e o observa.

— Parece que eu fiquei mais jovem.

 — Impressão sua – disse Plutão. – Vamos começar.

Plutão fala um encantamento em latim e de repente um brilho envolve o corpo de Netuno e ele é praticamente sugado para dentro. Plutão para de falar e o brilho apaga. O garoto antes morto agora respirava.

Percy olhava com ansiedade para o corpo do pai. De repente, Netuno abre os olhos e pisca e dá um bocejo. Percy sorri e corre para ele.

— Pai! – ele se joga em cima do pai e o abraça forte.

Netuno retribui o abraço, pois não queria que o filho sofresse desse jeito.

— P...Percy eu...n...não con....sigo respir...arr – disse Netuno sem fôlego.

— Desculpe – disse o semideus se afastando.

Netuno puxou o ar e se sentou.

— Você tá parecendo o Tyson – disse respirando. – Você é forte e eu ainda sou mortal.

Percy sorri e ajuda o pai a se levantar.

— Acho que preciso de roupas novas – disse ele se olhando. – Que tal igual a dele? – disse apontando para o filho.

— Claro – disse Vesta estalando os dedos.

— Obrigado irmã – disse ele.

— Ainda falta uma coisa – disse Percy colocando a mão no bolso da calça e retirando uma gargantilha com um pingente de tritdente. – Aqui.

— Correnteza – disse Netuno a pegando e colocando no bolso. – Obrigado.

— E agora, é a vez de Júpiter – disse Vesta. – Vamos para o Olimpo.

— Antes quero dá uma palavrinha com os campistas – disse -, não é justo que eles fiquem pensando que fracassaram. Não foi culpa deles.

— Está bem – disse Plutão.

Os dois deuses e os dois garotos saem da enfermaria e se dirigem para o meio da praça, onde já havia muita gente reunida para o funeral.

Quando os presentes perceberam a presença dos deuses, ficaram em silêncio. Reyna e Frank, que estavam aguardando a presença de Percy ficaram surpresos com a presença deles.

Annabeth vem ao encontro do namorado, ela ainda não tinha percebido Poseidon.

— Percy, estávamos esperando você – disse.

— Hãã... obrigado, mas eu não sou o Percy.

Só então ela vê o outro Percy um pouco mais atrás. Ela arregala os olhos.

— Como pode ver, meu pai voltou dos mortos – disse Percy sorrindo.

— Eu vejo – disse ela ainda surpresa.

— Se me dão licença – ele se dirige a um tablado e vai até o microfone. Os presentes achando ser Percy ficaram em silêncio.

— Obrigado por estarem presentes – ele começa. – Eu sei que vocês estão pesarosos por uma perda. Perda essa que vocês não precisam mais lamentar, pois não há mais necessidade – os campistas se entreolharam não entendendo. – Eu sei também, que aqueles que lutaram para me resgatar acham que fracassaram, mas não, vocês fizeram tudo que podiam. Por isso, por favor, não se culpem. Muito obrigado.

Os campistas continuavam em silêncio.

— Bem, vocês devem tá achando que eu fiquei maluco – ele continua -, quando eu disse que não precisavam mais lamentar é porque eu revivi, graças a minha irmã Vesta e ao meu irmão Plutão. No entanto, assim que eu abri os olhos Percy quase me matou sufocado, e aqui estou novamente.

Quando Percy subiu no tablado os campistas ficaram ainda perplexos por alguns segundos. Então, de repente todos gritaram AVE NETUNO em coro. Percy sorria ainda abraçado ao pai.

Reyna sorria, agora compreendendo o que a mãe lhe disse. Frank sorria aliviado, ele que se sentiu culpado por não ter sido mais enérgico, havia tirado um peso da consciência.

Depois de muitos vivas, a multidão alegre se dispersa. Reyna convida Netuno e os deuses para um banquete.

— Obrigada querida, mas nós temos que voltar ao Olimpo, Júpiter nos espera – disse Vesta.

— O mesmo – disse Plutão.

— Quanto a mim, eu volto para o banquete. Não vou perder por nada – disse Netuno.

Depois que se despediu do filho Poseidon/Netuno é levado por Vesta e Plutão de volta ao Olimpo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caçadora Pelas Circunstâncias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.