ALASCA

Na cabana de Despina, Hera soltava fogo pelas ventas. Hefesto havia ido até lá contar para a mãe o que Zeus aprontou.

— Aquele maldito pervertido, como ele se atreveu a fazer isso com o Percy? – ela disse exaltada andando de um lado para o outro.

— Acalme-se tia, ele não conseguiu o que queria – disse Despina. – Pelo menos ele teve o que mereceu.

— É. Mas Zeus não vai deixar isso pra lá. Ele vai querer vingança – disse ela.

— Não se preocupe mãe, Ártemis já deu um jeito – disse Hefesto sorrindo. – Ela foi exigir reparação.

— E qual foi a reparação?

— Tirar todas as acusações e revogar o banimento de Percy e deixá-lo em paz para viver sua vida.

— Ele aceitou? – pergunta Despina.

— A princípio não, mas Ártemis ameaçou sair do conselho caso ele não aceitasse. Por isso ele acabou cedendo.

— Será? Zeus costuma quebrar acordos e promessas – disse Hera. – Aquilo é uma raposa mentirosa.

— Por isso, Ártemis deixou bem claro que se ele voltasse atrás com a promessa, ela nunca mais pisaria no Olimpo. Jurou até pelo Estige.

— Caramba! – exclamou Despina. – Ela faria isso mesmo?

— Ártemis não costuma fazer ameaças vazias – disse Hera. – Ela sempre cumpre o que diz. Zeus sabe que se Ártemis for embora automaticamente Apolo vai junto. Por isso, ele não teve saída a não ser aceitar.

— Não foi só Ártemis que ameaçou sair do conselho, Atena também.

— Percy é namorado da filha dela, é provável que ela não tenha gostado do que Zeus pretendia fazer com o garoto – disse Hera.

— Ninguém gostou – disse Hefesto. – Quando Poseidon contou tudo o que aconteceu, o choque foi muito grande. Quem ficou mais indignada foi Hestia.

— É claro, o Percy é o semideus favorito dela – disse Hera. – Hestia pode ser pacífica, mas quando está furiosa ninguém fica perto.

— Na reunião sentimos a fúria dela – disse Hefesto.

— Espero que dessa vez Zeus tenha aprendido a lição de não mexer com quem não se deve – disse Hera.

— Eu tenho certeza que ele aprendeu tia – disse Despina. – A fúria do mar não pode ser contida e pela primeira vez ele sentiu essa fúria.

— Pois é, bem feito pra ele – disse Hera.

— Preciso voltar – disse Hefesto. – A propósito, você encontrou alguma coisa fora do normal por aqui?

— Fiz uma varredura nos lugares prováveis, mas não encontrei nada – disse Despina. – Vou continuar atenta.

— OK. Até outra vez – disse ele desaparecendo.

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Depois de muitas andanças e paradas, Ártemis, que tomou a sua forma romana e as caçadoras finalmente chegaram ao Acampamento Júpiter. Elas foram recebidas pelos pretores e um considerável número de campistas.

— Sejam bem-vindas – disse Reyna.

— Milady – cumprimentou Frank.

— Obrigada – disse Diana. – Eu trago dois convidados – ela disse e os dois garotos se aproximaram.

Quando os campistas puseram os olhos nos dois, ficaram boquiabertos.

— Olá Frank, Reyna, Hazel, pessoal – disse Percy cumprimentando os romanos perplexos. – Como é bom rever a todos.

Como ninguém reagiu Poseidon resolveu falar.

— Olá pessoal, antes que vocês perguntem, eu não sou o irmão gêmeo do Percy, eu sou o pai dele, Netuno.

Ouviu-se um ohhhh!, coletivo. Então, Reyna tomou a dianteira.

— Apolo, Juno e Mercúrio e agora Netuno, mas o que está acontecendo no Olimpo?

— Quanto a Mercúrio, ele já voltou a ser um deus – disse Netuno. – No meu caso, Júpiter me puniu porque eu ajudei Diana a enganá-lo. Agora, eu sou um mortal.

— Eu teria o mesmo destino se não fosse a intervenção de Plutão – disse Diana.

— Meu pai? – perguntou Hazel surpresa.

— Sim, seu pai impediu que Júpiter me transformasse em mortal.

Hazel sorriu.

— Não vamos ficar muito tempo – disse Diana -, gostaria de levar minhas meninas para o meu templo.

— Claro, siga-me, por favor – disse Reyna.

— Vocês vêm conosco? – ela pergunta aos dois garotos.

— Acho que devemos nos separar – disse Percy. – Obrigado por tudo milady, meninas, prima, obrigado por me receberem.

— Obrigada a você Percy pela sua companhia – disse Thalia – e a você também tio por ter se comportado.

As meninas riram.

— De nada – disse o ex deus.

— Vamos meninas – disse a deusa seguindo Reyna.

Frank, Hazel e os demais cercaram Percy e Poseidon e faziam muitas perguntas ao mesmo tempo.

— Calma gente um de cada vez – disse Percy.

— Que tal todo mundo se sentar e a gente vai contar uma história – disse Poseidon.

Quando todos se acomodaram Poseidon começou a falar. Contou a história desde o começo quando Percy foi condenado a viver a própria sorte até quando Zeus descobriu a farsa de Nina.

— E por causa disso, Diana trouxe Percy de volta, já que não era mais necessário ele continuar como Nina.

— Como você se sentiu sendo uma garota? – perguntou Hazel que tinha conhecido Nina.

— Eu tive que me adaptar a nova vida – disse Percy. – Graças a Thalia que me ajudou, eu consegui, mas eu tinha que ter cuidado pra ninguém perceber, fora isso, correu tudo bem.

— E o senhor Lorde Netuno, como se sente sendo mortal? – perguntou Frank.

— Vulnerável – disse ele – Percy está me ajudando. Por isso, estou me adaptando.

— Como podem perceber, essa é a forma adolescente do meu pai – disse Percy. – Minha mãe sempre me dizia que eu sou parecido com ele. Agora eu acredito.

— Quando eu conheci sua mãe, eu não era adolescente – disse Poseidon. – Digamos que eu era você adulto.

— De qualquer forma vamos ser sempre parecidos – disse Percy sorrindo.

Depois dessa “reunião”, Frank e Hazel levam os dois garotos para um dormitório.

— Vocês podem ficar aqui – disse Frank. – Logo teremos o jantar.

— Obrigado Frank – disse Percy. – Eu gostaria de mandar uma mensagem para o Acampamento Meio-Sangue e outro para minha mãe.

— Claro, podemos mandar uma águia mensageira – disse ele.

— Obrigado.

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Logo pela manhã, Percy enviou a mensagem pelas águias. Uma pousou no parapeito da sala de Sally que achou estranho uma ave de rapina pousada bem ali. A ave olhava para ela e Sally notou um pequeno rolo amarrado à uma das patas da ave. Ela se aproximou com cautela e retirou o rolo, ela se afasta e a ave sai voando de volta para casa.

Sally abre o rolo e lê a mensagem.

Oi mãe.

Eu estou no Acampamento Júpiter, por isso estou enviando uma águia mensageira. Eu não estou mais na caçada, Zeus descobriu a minha farsa. Por isso, Ártemis me trouxe de volta, não sou mais a Nina. Eu estou bem, ele não me fez nada, mas puniu ao meu pai, ele agora é mortal e eu estou tomando conta dele. Aconteceram muitas coisas, é provável que haja outro conflito, dessa vez contra imperadores romanos. Nero atacou o Acampamento Meio-Sangue e tentou matar Apolo que também é mortal, mas graças aos deuses ele não conseguiu. Apolo está em missão nesse momento. As comunicações via Íris foram bloqueadas, graças a esses imperadores, que estão manipulando os meios de comunicação. Por isso, não estranhe se não conseguir se comunicar por via telefone. Tudo indica que Nero tem mais dois comparsas, eles se intitulam Triunvirato, já ouviu falar? Infelizmente ainda não sabemos quem são os outros dois. Por isso mãe, não podemos nos comunicar como antes, até o Olimpo está isolado. Portanto, não se preocupe comigo, agora que Zeus foi obrigado a revogar a minha sentença, eu posso voltar aos acampamentos. Dê um abraço no Paul por mim.

Beijos do Percy.

P.S. Você tinha razão quando disse que meu pai e eu somos parecidos.

 Sally sorriu e agradeceu a Deus por seu filho está em segurança.

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No Acampamento Meio-Sangue uma Annabeth feliz e aliviada lia a mensagem de Percy.

Oi Sabidinha. Saudades.

Quero te dá uma boa notícia, Zeus revogou a minha sentença, agora posso voltar ao acampamento. Não sou mais a Nina, voltei a ser eu mesmo. Estou no Acampamento Júpiter a sua espera, não demora tá? Estou com muitas saudades, manda um abraço pra todo mundo aí e diga a eles que me perdoem por tê-los enganado. Quando voltar aí, pedirei desculpas pessoalmente.

Do seu, Cabeça de Algas.

Te amo.

Annabeth chorava de alegria porque finalmente seu Cabeça de Algas voltou. Mal podia esperar para vê-lo.