Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 51
Cap.51 - Farsa Desmascarada




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OLIMPO

Depois que os deuses se teletransportam cada um para seus domínios e começarem sua vigilância, Zeus vai para seu templo no Olimpo. Ele queria saber da esposa, mas não tinha certeza de poderia vê-la, já que itens mágicos não funcionavam, mas tentou assim mesmo.

Olhando para além das nuvens tentou visualizar a região fria do Alasca, mas nuvens espessas impediam sua visão. Tentou afastá-las, mas não conseguiu, parecia que havia uma magia controlando as nuvens.

Sendo deus dos ares, Zeus podia comandar os ventos e as tempestades. No entanto, os ventos do Alasca não o obedeciam. Ficou intrigado. Então, chamou Bóreas.

O Vento Norte apareceu diante de seu senhor.

— Lorde Zeus – disse fazendo reverência.

— Bóreas, quero que me faça um favor – disse Zeus.

— Pois não meu senhor.

— Quero que verifique os ventos do Alasca – disse – estou tentando visualizar o local, mas não estou conseguindo. Os ventis não me obedecem.

— Deve ser porque ainda tem muitas nuvens espessas, senhor – disse o Vento Norte. – Por isso, eles não devem tê-lo ouvido.

— Mesmo assim quero que dê uma olhada – disse Zeus. – Preciso saber se minha esposa está bem.

— Sim senhor – disse Bóreas desaparecendo numa brisa gelada.

Enquanto aguardava, Zeus ficou pensando nos acontecimentos recentes. A volta do Labirinto, o aparecimento do Bosque de Dodona e de sua mãe, o Triunvirato, o ataque ao Acampamento Meio-Sangue e principalmente uma filha de Poseidon.

Nina.

Essa foi a maior surpresa até agora. Pelas características da menina, ela deve ter nascido no mesmo ano que Perseu ou então ambos são gêmeos, mas de mães diferentes ou será da mesma mãe? Se for isso, Poseidon foi muito esperto em esconder a garota. E quando resolveu revelá-la, recorreu a Ártemis para que ela ficasse em segurança. No entanto, Zeus notou algo familiar na menina. Ela tinha uma determinação parecida com a de Perseu, seu modo de agir era idêntico ao irmão, outra coisa que ele notou foi que a cadela infernal obedeceu à garota como se já a conhecesse. Somente Perseu ou o filho de Hades podiam comandar aquela criatura das trevas.

— Humm, a não ser que.... – Zeus teve uma terrível suspeita, mas para ter certeza precisava investigar.

Chamou um venti.

A criatura apareceu e Zeus deu a seguinte ordem:

— Vigie a filha de Poseidon e me traga qualquer informação importante.

O venti saiu da presença de Zeus e voou para fora do Olimpo à procura das caçadoras.

Se suas suspeitas estiverem corretas, os dias de Poseidon como deus estavam contados e da sua cria também.

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No Alasca, Despina e Hera estavam na cidade fazendo compras. As deusas resolveram sair para abastecer a casa de mantimentos. Antes disso, Hera retirou o campo mágico que tinha posto ao redor do acampamento dos cientistas. Achou melhor não deixar nenhum vestígio de sua magia no local. Ela quase não usava a pulseira, pois a reunião do Solstício já deve ter acabado e era provável que Zeus tentasse vê-la em seu novo ambiente.

Segundo Despina, ele não conseguiria penetrar as nuvens espessas dos céus do Alasca, visto que o local estava repleto de sua magia. Por isso, Zeus mandaria alguém investigar. Então, achou melhor não usar a pulseira para não comprometer o filho.

Enquanto colocava as compras no carrinho Hera não percebeu que uma senhora de idade se aproximava. Só depois que a mulher colocou um pacote de massas no carrinho foi que ela levantou os olhos. Por um instante ela não a reconheceu, mas o sorriso da mulher lhe era familiar.

— Gostou da minha nova aparência tia?

— Por um momento não a reconheci, ficou muito bom.

— É melhor ficar assim por enquanto, não quero que me reconheçam.

— Sente a presença de alguém?

— Por um instante achei ter sentido uma presença, mas foi muito rápido.

— Um venti?

— Mais do que isso, uma presença poderosa.

— Bóreas talvez.

— Provavelmente.

— Ainda sente a sua presença.

— Não.

— É melhor voltarmos pra casa.

As duas deusas pagam as compras e voltam para casa.

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Bóreas, o vento norte chegou ao local e vasculhou toda a área à procura da rainha. Ao chegar sentiu magia por perto, resolveu segui-la. Sua busca o levou para a cidade onde fervilhava de mortais, mas no meio deles alguém com poderes divinos se destacava. Passando por eles chegou até uma espécie de supermercado, pois a magia vinha de lá. Olhou pelas vidraças até que localizou uma mulher morena escolhendo alguns produtos de prateleira. Era a rainha, não restava dúvida, ela parecia bem para quem virou mortal, mas então de onde vinha a magia? Seja quem for não queria ser visto. De qualquer forma, sua missão era verificar o bem-estar da rainha. Por isso, se desmaterializou e voltou para o Olimpo.

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No acampamento, as caçadoras se despediam de Quiron e dos campistas.

— Obrigada Quiron por cuidar das minhas meninas – disse Ártemis.

— Foi um prazer tê-las aqui novamente Lady Ártemis – disse o centauro educadamente.

— Esperamos que quando voltarmos, as coisas estejam normais – disse ela e o centauro entendeu a indireta.

— Claro – disse ele.

— Vamos meninas temos muito caminho pra percorrer – disse a deusa.

As caçadoras se movimentam atrás de sua senhora. Alguns campistas as acompanham até a saída do acampamento, Annabeth estava entre eles. Antes de Ártemis chegar ambas se afastaram e se despediram.

— Vou sentir tanto a sua falta – disse Annabeth.

— Eu também Sabidinha – disse Nina -, mas não se esqueça, siga o seu sonho por nós dois. Eu vou estar sempre pensando em você.

— Oh Percy! – ela diz e se joga nos braços do seu amado.

Os dois se beijam numa despedida de tirar o fôlego.

Antes de passar pelo portão Nina se vira e encontra os olhos de Annabeth. As duas se olham por alguns instantes e sorriem, então Nina dá um adeus e se vira correndo atrás das companheiras.

Annabeth se segurava para não chorar, Piper a abraça e afasta a amiga dali antes que alguém percebesse suas lágrimas.

O venti observava o comportamento da filha de Poseidon em relação à filha de Atena, que como ele verificou, ficou emocionada a ponto de chorar. A criatura seguiu a menina junto com as caçadoras e ficou parado invisível ao lado dela, ouviu a sua conversa com a filha de Zeus.

— Você está bem?

— Estou – disse ela -, mas vou sentir muita falta dela.

— Com certeza ela também, mas vocês precisam ser fortes – disse a filha de Zeus. – Vocês voltarão a se encontrar novamente.

— Espero que sim – disse Nina -, mas até lá ficarei com muitas saudades.

— Tudo isso por culpa do meu pai – disse Thalia suspirando – que resolveu que você é perigoso para todos. Sinceramente, às vezes me dá vergonha de ser filha de Zeus.

— Não diga isso, Zeus pode ser uma pessoa difícil, mas ainda é seu pai – disse Nina. – Uma vez meu pai me disse que eu nunca deveria ter nascido isso me deixou muito magoado, mas depois eu entendi por que ele disse isso.

— E por quê?

— Porque ele não queria perder mais um filho para Zeus – disse Percy. – Depois da batalha do Olimpo, ele me disse que tinha muito orgulho de mim. Disse até que eu era melhor que Hércules.

— Você tem sorte de ter Poseidon como pai – disse Thalia. – Zeus nunca se manifestou dessa maneira nem comigo nem com Jason.

— Deve ser porque ele não quer que os outros pensem que ele seja fraco – disse Nina. – Eu tenho certeza que ele tem sim orgulho de vocês dois.

— É talvez – disse ela dando de ombros.

As duas seguem caminho tagarelando.

O venti desaparece numa brisa e volta ao Olimpo para informar ao seu senhor a sua descoberta.

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Bóreas voltava de sua missão no Alasca e contava a Zeus sobre sua esposa.

— Lady Hera está bem senhor – disse ele – ela parece adaptada à vida mortal. Quando a vi estava fazendo compras como os mortais. Estava na companhia de uma mulher idosa.

— Provavelmente, foi ajudada por essa mulher – concluiu Zeus.

— Também senti uma magia muito forte naquele lugar – disse o Vento Norte. – É por isso que o senhor não conseguiu se comunicar com os ventis porque a magia impedia isso.

— Você tem ideia de quem possa ser?

— Não, mas se quiser eu posso investigar mais – disse Bóreas.

— Acha que é hostil a ponto de prejudicar Hera?

— Não senti nenhuma hostilidade, não creio que isso prejudique a rainha.

— Então não precisa se preocupar, obrigado.

O Vento Norte se retira.

Nisso o venti enviado por Zeus aparece e lhe conta a tudo o que ouviu.

— Então as minhas suspeitas estavam corretas – disse Zeus. – Bom trabalho, pode se retirar.

O venti desaparece deixando Zeus sozinho com seus pensamentos.

— Então quer dizer que aquela menina é uma fraude – disse – Poseidon, você vai me pagar por isso.

Depois disso, Zeus bolou um plano.

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Enquanto isso, Hefesto terminava de reconstruir o trono de Hermes. Hestia aparece com Hermes no colo, o garoto estava enrolado em uma manta branca e usava uma touquinha de lã.

— Maia já chegou? – perguntou a deusa.

— Ainda não – disse Hécate –, só está faltando ela.

Nisso Zeus aparece na sala do trono.

— Tudo pronto?

— Estamos aguardando Maia, senhor – disse Hécate.

Depois de algum tempo a Ninfa aparece. Ela corre para junto de Héstia.

— Meu filho! - ela o tira dos braços de Héstia. – O que aconteceu?

— Ele foi transformado em mortal – disse a deusa.

— Por quê? – ela pergunta olhando para Zeus que ficou meio sem jeito.

— Foi um acidente – disse ele -, mas agora que você está aqui ele voltará a ser um deus.

— Hum – ela resmunga e embala o filho que dormia.

— Bem, vamos começar – disse Hécate. – Coloque o bebê no trono.

Maia faz o que a deusa da magia diz.

— Muito bem, vocês dois devem cada um pegar uma mão – disse ela para Zeus e Maia. – Agora juntos peguem o caduceu.

Ambos os deuses fazem como Hécate mandou.

— Agora é a minha vez – diz ela.

Hécate usa sua magia de restauração e o caduceu começa a brilhar irradiando uma luz forte que desce através dos braços de Zeus e Maia até as mãos do bebê. O trono começa a brilhar e o bebê é envolvido com o poder divino proveniente dos pais. À medida que o trono brilhava, o bebê absorvia a luz e crescendo tornando-se o jovem de antes.

Hécate para o encantamento e Hermes acorda. Ele pisca e olha confuso para a mulher sorridente à sua frente.

— Mãe?

— Ah meu filho! – Maia abraça o filho que ainda estava confuso. – Que bom que você voltou.

— Voltei? De onde?

— Você foi transformado em um bebê mortal – disse ela -, mas agora já voltou ao normal.

— Eu lembro de um raio vindo em minha direção e depois ficou tudo escuro – ele disse.

— Isso foi culpa minha – disse Zeus. – Seu trono foi atingido acidentalmente e você virou mortal.

— A reunião já acabou?

— Sim, preciso falar com você depois – disse Zeus se retirando. – Obrigado Hécate.

A deusa assente e se retira.

Mãe e filho ficam matando a saudade um do outro, Héstia sorri e se retira.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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