Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 4
Cap. 4 - Mudança Radical


Notas iniciais do capítulo

E aí leitores, o capítulo de hoje.



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No dia seguinte, Percy acordou se sentindo estranho. Ele se levantou e sentiu seu pijama muito folgado, ele se sentia menor. Foi então que percebeu seu cabelo mais comprido, correu para frente do guarda-roupa e se olhou no espelho e arregalou os olhos. Ele agora era uma garota.

— Você não perdeu tempo hein Ártemis – disse ele para seu reflexo. Ele vai para o banheiro fazer sua higiene depois vai até seu guarda roupa e tem uma surpresa. Suas roupas masculinas foram substituídas por femininas. Ele meneou a cabeça. Ártemis estava resolvida a fazê-lo mudar. Ele escolheu um jeans azul escuro justo e uma camiseta azul clara sem mangas e um casaco jeans da mesma cor da calça. All Star pretos, pelo menos esses não foram substituídos apenas diminuiu o número. Depois de pronto ele sai do quarto e vai até a cozinha onde sua mãe e Paul tomava café.

Ele chega e cumprimenta os dois.

— Bom dia mãe, Paul.

Os dois o olham e arregalam os olhos.

— Como podem ver, agora sou outra pessoa – ele disse se sentando à mesa.

Sally pousou a xícara no pires.

— Você ficou incrível! – disse ela admirada.

— Realmente, você ficou muito bem! – disse Paul ainda surpreso.

— Obrigado – disse agradecendo. – Terei que me acostumar ao meu novo corpo.

Percy se serve e toma seu café em silêncio.

Depois de algum tempo Ártemis aparece na sala onde os três estavam conversando. Percy e Sally se ajoelham e Paul faz o mesmo, embora não consiga ver.

— Lady Ártemis – cumprimenta Percy.

— Vejo que a transformação foi bem-sucedida – disse ela o analisando. – Levantem-se – ela ordena. Os três se levantam e Sally e Paul ficam observando. – Está pronta?

— Sim. Antes eu queria saber. Tenho que fazer o juramento?

— Só se você quiser permanecer definitivamente na caçada. Aí sim terá que fazer o juramento.

— Certo – ele se vira para a mãe e o padrasto. – Mãe, Paul, eu já vou.

— Fique bem “minha filha” – disse Sally sorrindo. Paul dá um abraço na enteada. – Digo o mesmo.

— Estou pronta – ele/ela diz.

— Antes que eu esqueça, seu nome será Nina*, foi Thalia quem escolheu – disse a deusa.

— É um belo nome – disse Sally. – Significa protetora do mar.

— Ok. Podemos ir – disse ele acenando para os dois. E então desaparecem.

Ambas aparecem no meio do acampamento onde grupos de meninas tagarelavam alegremente. Ao verem a sua senhora levantam-se e ajoelham-se.

— Meninas, temos uma nova integrante – ela apresenta a garota. – Esta é Nina filha de Poseidon.

Ao ouvirem o nome do deus dos mares as garotas murmuram “Poseidon?”, até que uma delas, uma filha de Atena falou:

— Poseidon não tem filhas semideusas, é impossível – disse ela.

— Parece que não, olhe pra ela – disse uma filha de Apolo. – Ela tem as características do deus do mar.

— Que eu saiba, ele só pode gerar filhos homens – teima a garota.

— Isso não importa, parece que meu tio conseguiu uma proeza – disse Thalia encerrando o assunto. – Seja bem-vinda prima. Sou Thalia Grace, filha de Zeus.

— O... obrigada – disse a semideusa um tanto envergonhada.

— Sinta-se à vontade Nina, Thalia vai cuidar de você – disse a deusa.

— Venha, vou mostrar a sua barraca – disse ela puxando a prima. Nina segue com Thalia sob os olhares da filha de Atena que estava muito desconfiada.

Sua atenção é desviada quando Ártemis fala.

— Meninas, por favor, não incomodem Nina, ela passou por maus bocados, não queremos que ela se sinta pior, não é mesmo? – disse a deusa olhando principalmente para Mirian, que ficou corada ao olhar de advertência da deusa.

— Sim senhora – disseram todas.

— Muito bem – diz ela se retirando para sua barraca.

Thalia levava Nina para perto de sua barraca. Ela parou olhou para trás para ver se tinha alguém as seguindo e então falou:

— Percy eu soube o que aconteceu – disse ela. – Meu pai foi injusto, eu sinto muito.

— Está tudo bem Thalia, quero deixar isso pra trás, agora é seguir em frente – disse ele tranquilizando-a. – Então o que se faz por aqui?

— Ah, muita coisa. Vou logo avisando, aqui se acorda cedo, tem muito trabalho, você com o tempo vai se acostumar – disse ela sorrindo. – Enquanto isso, vamos ver sua barraca.

Thalia entra na sua e tira de lá uma pequena mochila prateada e dá a Nina.

— Aqui – ela entrega a mochila e Nina olha pra ela. – Essa é uma mochila mágica. Dentro você vai encontrar tudo que precisar itens de higiene, roupas, acessórios e é claro a sua barraca. Experimente – disse ela.

Nina abre a mochila e vê o conteúdo. Realmente, apesar de ser pequena por fora, por dentro era bem maior. Lá ela encontrou tudo que Thalia disse. Ela enfiou a mão dentro da mochila e retirou uma pequena bolsa retangular.

— Essa é a sua barraca. Abra o zíper e jogue-a onde quiser.

— Posso ficar ao seu lado?

— Claro. Antes de abrir verifique se o terreno não tem obstáculos. Se estiver tudo bem você pode prosseguir.

Nina abre o zíper e joga a bolsa ao lado da barraca de Thalia. A pequena bolsa se desdobra formando um quadrado maior para a base e depois ela começa a inflar aumentando de tamanho. Enquanto isso acontecia Nina ficava de boca aberta.

— Uau! Isso é demais! – disse ela admirada. – Ficou igual uma barraca de camping!

— Exato. Tudo aqui é muito prático. Afinal, levamos uma vida nômade, por isso não podemos carregar muita coisa. Tudo que precisamos tem dentro da mochila.

— Agora sei por que Ártemis disse que eu não precisaria trazer nada – disse ela.

— Isso mesmo. Deixe sua mochila na barraca e venha comigo – disse Thalia.

As duas se dirigiam até os limites do acampamento onde havia um lago próximo.

— Aqui é onde costumamos tirar água para cozinhar, lavar e é claro banho.

Nina se aproxima da água e estende o braço, a água começa a se mover e uma pequena parte se ergue e vem flutuando até ela, e fica pairando acima de sua mão.

Thalia observava fascinada. Percy era incrível! Ele tinha total controle sobre a água. Lembrou-se de quando esteve com ele e Nico no Mundo Inferior, mesmo com muita dor ele conseguiu levantar o rio Lete para que eles passassem. Aquilo foi impressionante, mas também ela sabia que isso exigiu um esforço descomunal dele. Quando Jápeto os atacou ele se jogou no rio com o titã, mas para espanto dos dois ele não foi afetado, pois envolveu seu corpo com uma bolha de proteção evitando assim a perda da memória. Já o titã não teve a mesma sorte. Agora ele estava ali na forma de menina porque precisava ser protegido por causa da paranoia de seu pai. Por isso Thalia se sentia na obrigação de ajudá-lo.

— Vocês também bebem essa água? – ele/ela pergunta.

— Sim, precisamos encher nossos cantis – disse Thalia. – Por que tem algum problema?

— Não, a água é boa, mas é um pouco longe do acampamento – diz ele olhando a água – Vocês têm filhas de Hefesto aqui?

— Sim, temos duas, por quê?

— Eu tive uma ideia, mas não sei se será aprovado – diz ela.

— E qual é a ideia?

— Construir uma espécie de bebedouro, assim não precisariam se deslocar para tão longe só para encher os cantis – disse ela.

— Hum. Não é má ideia se tivéssemos num acampamento permanente – argumenta ela. – Olha a vida de uma caçadora não é uma coisa fácil. As meninas adoram essa vida, as dificuldades também fazem parte do aprendizado. Se for colocado algo tão fácil e ao alcance ninguém precisaria ter tanto trabalho.

— Desculpe, eu só queria ajudar – disse Nina sem jeito.

— Tudo bem, aos poucos você vai aprender as regras da caçada – disse para animá-la. – Você vai ver que o trabalho árduo compensa. Venha, você precisa de arco e flecha.

— Eu sou péssimo com arco e flecha, eu bem que tentei, mas não consegui – disse Nina lembrando o tempo em que tentou atirar uma flecha. – Eu sou melhor com a espada.

— Você tem a bênção de Ártemis, portanto não terá problema nenhum – ela diz andando na direção da cabana de Ártemis. – Eu quando entrei não sabia nada. Com o tempo e treino eu consegui você também conseguirá.

As duas chegam até a barraca de Ártemis.

— Com licença senhora – diz Thalia entrando. – Já mostrei tudo a Nina.

— Muito bem, mande-a entrar – ordena a deusa.

Thalia chama a prima para dentro da barraca.

— Sente-se Nina – pede a deusa.

Nina se senta e olha para a deusa com expectativa.

— O que achou do acampamento?

— Bem adaptável. Acho que vou gostar daqui – disse ela.

— Que bom que gostou, Thalia deve ter lhe explicado que temos muito trabalho – ela assente. – Pois bem, vou te dá uma tarefa. Você será a responsável em manter o acampamento abastecido de água potável. Aonde quer que estejamos você será a responsável em encontrar água e manter o abastecimento. Se nossas cozinheiras precisarem de água você trará para elas, entendido?

— Sim, entendi – disse Nina assentindo.

— Muito bem, por enquanto temos bastante água, apresente-se a elas para que saibam que agora tem uma ajudante – disse a deusa sorrindo.

— Está bem – disse Nina se levantando.

— Senhora e quanto à arma? – perguntou Thalia.

— Ah sim, de agora em diante você deverá usar arco e flecha e adagas como toda caçadora – disse a deusa. – E não se preocupe você se sairá bem.

— E quanto a minha espada? – pergunta Nina.

— Deve usá-la em último caso, mantenha fora da vista dos outros – disse a deusa. – Pegue.

Ártemis entrega a Nina uma aljava com flechas de prata e um arco prateado.

— As armas são mágicas, todas as vezes que precisar delas elas aparecerão.

— Obrigada.

— Já podem ir – a deusa as dispensa.

As duas saem da barraca de Ártemis e vão até as cozinheiras.

— Meninas esta é Nina que irá ajudar vocês no abastecimento de água, o que precisarem é só pedir a ela – disse Thalia.

—Olá – disse Nina. – Nina filha de Poseidon.

— Oh, então somos primas, sou Caroline, filha de Deméter e essa é minha irmã Meg. Seja bem-vinda – disse a semideusa.

— Prazer e obrigada.

— Bem, Nina, já que essa é sua tarefa, que tal encher aqueles jarros? – apontou. - Precisaremos de água para fazer o almoço – disse Caroline.

— Claro – disse Nina saindo correndo até o lago.

— Ela não deveria levar os jarros? – perguntou Meg.

— Pois é – disse Caroline com cara de tacho.

Thalia só observava. Já imaginava o que Percy faria. Mal terminou de pensar nisso quando ele/ela surge com uma enorme bola de água flutuando acima de sua cabeça.

Thalia sorriu, as duas meninas ficaram de boca aberta, essa cena chamou a atenção das outras garotas que pararam o que estavam fazendo só para verem Nina equilibrar a bola de água.

Nina parou em frente das duas garotas que ainda estavam pasmas.

— Quantos jarros eu devo encher? – perguntou

— Ah... aqueles ali – disse Caroline saindo do transe. – Os cinco, por favor.

Nina se aproxima dos jarros e então divide a bola de água em cinco e coloca uma porção em cada jarro.

— Prontinho. Mais alguma coisa? – pergunta.

— Por enquanto não, obrigada – disse Caroline.

— Ok – diz Nina sorrindo.

— Isso foi incrível! – disse Thalia rindo.

Ártemis que observava de longe meneava a cabeça sorrindo.


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Notas finais do capítulo

*Nina – tem vários significados, como – menina, protetora da fertilidade e mares, fogo, graciosa. Escolhi esse nome, por causa do significado, protetora dos mares que tem tudo a ver com Percy.

Até o próximo.



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