Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 30
Cap.30 - Um Antigo Inimigo




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Quando o buraco se abriu Nina e Annabeth também caíram perto de uma maçã. O brilho intenso da fruta chamou a atenção das meninas.

— Veja, é uma maçã! – disse Nina alegre. – Vamos.

— Espera! – disse Annabeth se agachando e pegando uma pedra. Ela joga perto da maçã e de repente do chão emerge pontas de ferro que pareciam agulhas.

Nina ficou chocada.

— Pelo Tridente de Poseidon! – disse ela incrédula. – Agora eu entendi o que Harley quis dizer em sair vivos daqui.

— Esse garoto tem um senso de humor sádico – disse Annabeth.

— Caramba! – disse Nina. – E pensar que eu o salvei das dracnae. O que vamos fazer? A maçã está do outro lado.

Annabeth analisa a armadilha e olha ao redor e para cima.

— Acho que essa é a única armadilha – disse ela. – Vamos ter que passar por ela.

— Como?

— Me dá sua mão – ela pega a mão de Nina. – Pise aonde eu pisar.

— Ok.

Ambas as garotas passam por entre as pontas de ferro até chegarem perto da maçã. Nina alcança a fruta e coloca na bolsa que trazia. Depois elas fazem o mesmo percurso e partem para outra direção.

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Apolo e Meg caem em um depósito de lixo. Ambos estavam cobertos de gosma fedorenta.

— Você está bem? – ele pergunta tirando uma casca de banana de cima da cabeça.

— Estou na medida do possível – disse ela limpando os óculos e colocando de volta. – Onde estamos?

— Não deu pra perceber? – ele pergunta sarcástico.

— Eu quis dizer em que lugar? – ela pergunta olhando torto pra ele.

— Pode ser em qualquer lugar – disse ele. – O Labirinto faz várias intercessões por locais subterrâneos em todo o mundo.

— Como Delfos – disse ela olhando com raiva pra ele.

— Foi pura coincidência – disse ele se justificando.

— O que é Dodona? – ela pergunta.

— O lugar não é apropriado para discutir esse assunto – disse ele. – Precisamos primeiro sair daqui.

Meg olhava atrás dele algo lhe chamava atenção.

— Não foi um desperdício total – ela enfia a mão no lixo e retira de lá a segunda maçã dourada. – Agora só falta uma.

— Perfeito! – disse ele irônico. – Vamos ver o que nos aguarda atrás daquela porta.

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Enquanto eles ainda estavam no Labirinto, outras equipes conseguiram completar sua tarefa. No entanto, a maioria sofreu ferimentos graves, como por exemplo, Paulo Montes que teve uma de suas pernas serradas. Connor, seu companheiro, gritava por ajuda.

 - AQUI! AJUDEM! SOCORRO!

Sátiros correram até os dois e colocaram Paulo em uma maca e o levaram até Quiron. Este imediatamente prestou os primeiros socorros.

— Quando Will Solace sair traga-o para cá – ordenou.

Outras equipes saíram ilesas. Foi o caso de Nina e Annabeth que saíram sem nenhum arranhão, apenas suadas e cansadas.

— Conseguimos! – disse Nina alegre e abraçando Annabeth. – Graças a você Sabidinha – sussurrou.

As duas sorriem uma para a outra.

— Vamos ajudar Quiron até Apolo e seus filhos voltarem – disse Annabeth.

Nina assente e as duas correm até a enfermaria improvisada.

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Depois de atravessarem vários corredores iluminados por tochas, Meg e Apolo saíram em uma confeitaria lotada. O fedor que eles emanavam espantou os clientes que debandaram para a saída mais próxima. Eles passaram por baixo do balcão até a cozinha e de lá saíram em um anfiteatro antigo com vários instrumentos estranhos. Os dois olharam um pra cara do outro e resolveram sair dali o mais rápido possível. Finalmente, dobraram uma esquina.

— Ali! – gritou Meg apontando para o meio do corredor onde brilhava uma maçã dourada.

Meg pegou a maçã e uma rampa surgiu do teto. Os dois subiram e saíram numa floresta. Apolo sentiu um calafrio, pois reconheceu o lugar.

— Vamos sair daqui, agora! – ele disse com urgência.

Meg não protestou e saiu correndo uma vez que a liga que os prendia se soltara. Apolo corria logo atrás seguindo a garota. As árvores pareciam sair do caminho assim que Meg passava.

À frente pontos de luz se transformavam em tochas. Finalmente eles saíram da floresta. Quiron galopou até eles.

— Graças aos deuses! – disse ele.

— De nada – disse Apolo. – Quiron... nós temos que conversar.

— Temos sim, meu amigo – disse o centauro sério. – Seus filhos Kayla e Austin...

— Eu sei – disse Apolo com os olhos úmidos. – Ele os pegou Quiron. Aquele maldito pegou meus filhos.

Antes que pudessem conversar Quiron o obrigou a tomar banho, seu cheiro estava insuportável. Meg já havia se afastado e se juntado às colegas que também a mandaram tomar banho.

Quando ele voltou do banho seus filhos ainda não haviam voltado. Quiron lhe disse que mandou um grupo de buscas formado por dríades, já que elas estavam em seu ambiente natural. As palavras de Besta não saíam de sua cabeça: Apolo vai ser obrigado a abrir o portão ou ele nunca mais verá os filhinhos dele. Ele mirou em seus filhos para obrigá-lo a procurá-los e a abrir o portão. Ele teria corrido para a floresta se não fosse o grito de Will.

— Apolo, preciso de você!

Ele corre até Will e se depara com uma cena de terror. Paulo Montes berrava de dor nos braços de Nico. Uma de suas pernas fora serrada.

— Eu consegui prendê-la – disse ele exausto -, preciso que alguém o mantenha estável.

— Mas...

— Eu sei – disse ele exasperado. – Acha que eu não quero ir lá procurá-los? Mas no momento existem outras prioridades. Temos poucos curandeiros. Naquela maleta tem néctar e unguento. Vá!

Apolo obedeceu. Will tinha razão, era preciso ajudar os campistas feridos, seus filhos ainda estavam vivos, senão Besta já os teriam eliminado. Pegou a maleta e foi cuidar de Paulo que havia desmaiado.

Enquanto Apolo fazia isso, Nina aparece e diz:

— Já terminei com os outros feridos, Will. Posso ajudar em mais alguma coisa?

— Não, obrigado Nina. Você já ajudou bastante.

Nina assente e se aproxima de Apolo.

— Sinto muito, o que aconteceu aos seus filhos, Apolo – disse ela tocando em seu ombro.

— Ele pegou meus filhos só pra me atingir – disse ele passando unguento na perna de Paulo.

— Quem?

— Besta – disse ele. – Ele os pegou para me obrigar a abrir o maldito portão.

— Quem é esse Besta?

— É o cara vestido de roxo dos meus sonhos – disse -, é ele que quer queimar o oráculo de Dodona. Eu ouvi a conversa dele com a Píton.

— Píton? – pergunta Nina surpresa. – A mesma Píton que você...

— Sim – disse ele. – Eu e Meg fomos parar em Delfos dentro do Labirinto e foi assim que eu fiquei sabendo dos planos deles. E esse maldito Besta pegou os meus filhos pra me obrigar a trabalhar pra eles – disse ele triste. – Eu preciso ir Nina, não tenho escolha, se não...

— Você não irá sozinho – disse ela com determinação. – Eu vou com você.

Apolo quase abraçou a garota, mas se controlou.

— Obrigado Nina – disse ele sorrindo. – Isso está sendo muito difícil pra mim.

— Eu sei – disse ela. – Eu sei o que é ter a família sob ameaça.

Apolo se lembrou do que lhe contaram sobre o irmão de Nina. Apolo achou injusto o que Zeus fez com o garoto.

— Temos que falar com Quiron sobre isso – disse Nina.

Apolo termina com Paulo e manda dois sátiros levarem o garoto para o chalé de sua mãe.

Nesse instante, um garoto robusto com os olhos inchados de tanto chorar aproximou-se de Apolo, era Harley, filho de Hefesto.

— A culpa é minha – disse ele fungando. – Eu fiz com que se perdessem. Me desculpe.

Nina e Apolo, se entreolharam.

— Tudo bem – disse ele se abaixando para falar com o garoto.

— A pista de corrida foi parar na floresta – disse o garoto. – Eu não devia ter feito isso, eu....

— Você não tinha como saber – disse Apolo. – O Labirinto se move sozinho. Posso ver seu sinalizador?

O garoto olhou desconfiado, mas entregou o objeto. Apolo o analisou e disse:

— Não sou um inventor e nem tenho as habilidades do seu pai, mas entendo de música. Tente colocar a frequência mi a 329,6 hertz. Ressoa melhor com bronze celestial, se você o ajustar....

— Talvez Festus ouça – disse o garoto com os olhos brilhantes. – Obrigado – disse ele lhe dando um abraço de urso.

— Esse garoto tem muita força – disse Apolo massageando os braços.

— Todos os filhos de Hefesto são fortes – disse Nina sorrindo.

— Sabe Nina, eu deveria ter feito mais quando era um deus – disse ele se lamentando. – Eu devia ter matado aquela maldita cobra quando ela ressurgiu. Se eu tivesse feito o meu trabalho direito Delfos não teria sido tomada e meus filhos... estariam aqui sorrindo alegremente me contando suas aventuras no Labirinto.

— A eternidade leva ao ostracismo – disse ela. – Você se acomoda não se importa com nada desde que não lhe afete – disse ela. – Agora eu posso entender o porquê de meu irmão não ter aceitado a imortalidade.

Apolo olhou pra ela.

— Talvez ele pensasse: que adianta ser imortal e inútil ao mesmo tempo? Provavelmente ele não queria ficar acomodado. Por isso recusou, eu não o culpo, se oferecessem pra mim a imortalidade eu também não aceitaria – disse ela.

— Mas você já é imortal – disse ele.

— Parcial – disse ela. – Eu ainda posso morrer.

— Seria um grande desperdício – disse ele olhando em seus olhos. – Eu não lembro muito do seu irmão, mas você tem a sensibilidade dele.

— Pelo o que me contaram, ele é o tipo do cara que não deixa ninguém na mão – disse ela. – Eu também não consigo ficar parada sabendo que alguém precisa de ajuda. Por isso, eu vou te ajudar Apolo, você pode contar comigo.

Dessa vez Apolo não pôde se conter e abraçou a menina que ficou surpresa com isso.

— Desculpa Nina – disse ele se soltando dela. – Não resisti.

— Tudo bem, mas não faça isso de novo, viu? – disse ela fingindo raiva.

Nesse instante eles ouvem um barulho de helicóptero. Este pousou no estreito de Long Island, era vermelho com um logotipo verde pintado com as letras D. E.

— É a Rachel! – disse ele eufórico. – Vamos recebê-la.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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