Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 29
Cap.29 - Corrida da Morte




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Depois do café cada campista pegou o seu par. Na mesa de Apolo seus filhos já tinham se decidido. Kayla e Austin e Will e Nico, claro e ele, bem, ele ficou sobrando. Quando saiu do refeitório viu Nina conversando com Annabeth, aproximou-se das duas.

— Está pronto pra corrida Apolo? – perguntou Nina.

— Na verdade não – disse ele -, mas como todos vão ser obrigados a participar, não tenho escolha.

— Com quem você vai? – ela pergunta.

— Não sei – disse ele. – Meus filhos decidiram entre eles e eu sobrei.

— Uma de nossas caçadoras está sem par – disse ela. – Se quiser eu posso chamá-la.

— Não quero incomodar – disse ele.

— Não será incômodo nenhum – disse ela sorrindo. – Ela disse que gostou de você.

— É mesmo? – disse ele surpreso.

— Uhum. Meg! – Nina chamou uma garota baixinha de cabelo Chanel e óculos estilo gatinho. - Vem aqui! – ela chama a garota que veio saltitante e sorridente.

Quando Apolo viu de quem se tratava quis dá meia-volta, mas não queria decepcionar Nina.

— Me chamou Nina? – ela perguntou sorrindo.

— Sim Meg. Você poderia fazer par com Apolo? – ela pergunta. – Ele também ficou sozinho.

— Claro que sim – disse ela sorrindo pra Apolo.

— Tudo bem Apolo? – Nina pergunta.

— Na boa – disse ele fingindo alegria.

— Que bom. Agora todos têm o seu par – disse ela alegre.

Apolo ficou embevecido ao olhar o rosto alegre de Nina. Quando ela sorria seu rosto corava e os olhos brilhavam. Ele poderia ficar o dia inteiro olhando sem nunca cansar. Nem percebeu quando ela saiu com Annabeth até que alguém lhe cutucou.

— Ei você está bem? – perguntou Meg.

— Porque eu não estaria? – ele pergunta de cenho franzido.

— Eu te chamei seis vezes e você não ouviu – disse ela.

— Eu estou bem – disse ele.

— Você ainda está zangado porque eu tirei uma com a sua cara? – ela pergunta.

— Você estaria se tivesse na minha situação – disse ele.

— Você não tem senso de humor, cara? – ela pergunta. – Relaxa.

— Relaxar? – ele pergunta. – Você acha que eu tenho tempo pra isso? Eu fui expulso do Olimpo pelo meu próprio pai que me transformou em mortal sem nenhum atrativo e você me diz pra relaxar? Me poupe garota.

— Com tudo o que tá acontecendo e você está preocupado com a sua aparência? – ela pergunta. – Você não passa de um deusinho mimado que só olha pra si mesmo e não dá a mínima para os outros – disse ela séria. – Você acha que tudo gira em torno da sua pessoa, você está muito enganado. Pare de choramingar e erga essa sua cabeça, faça alguma coisa de útil –disse ela se calando. – Te vejo depois.

Apolo ficou calado meditando nas palavras da garota. Era a segunda vez que levava uma bronca, primeiro de Nina e agora dessa pigmeia de quatro olhos. Talvez ela tivesse razão, ele estava pensando mais em si mesmo do que nos problemas que talvez ele seja a causa.

Suspirou e só então se lembrou do que aconteceu com Sherman.

— Droga! Tenho que avisar Quiron – ele sai apressado à procura do centauro.

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Ele o encontrou fazendo os últimos preparativos da corrida. Ele estava muito agitado trotando de um lado pro outro e quando Apolo se aproximou quase foi pisoteado. O centauro estava nervoso, ele estava acompanhado de uma equipe de juízes formado por sátiros e dríades comparando mapas e dando ordens.

— Vai ser quase impossível rastrear as equipes – disse ele olhando o diagrama do Labirinto. – A área D está sem cobertura.

— Quiron eu.... – tentou dizer Apolo, mas foi ignorado.

— O grupo de testes foi parar no Peru – disse para os sátiros. – Isso não pode acontecer de novo.

— Sobre a floresta... – Apolo tentou de novo.

— Sim, sim Apolo, eu sei que está preocupado – disse o centauro.

— Mas é que...

Nesse momento uma dríade aparece com o vestido soltando fumaça.

— Quiron, os sinalizadores estão explodindo – disse ela agitada.

— Pelos deuses! – disse o centauro. – Esses sinalizadores são para emergência.

Ele sai em disparada, seguido de seus ajudantes.

Frustrado olhou ao redor e localizou o garoto mentor desse jogo maluco. Aproximou-se e perguntou o que era aquele objeto.

— É um sinalizador para guiar pessoas perdidas.

— É para o pessoal do Labirinto?

— Não, é para o meu irmão Leo.

— Leo Valdez.

— É. Preciso de concentração – disse ele se levantando e saindo.

Apolo desolado saiu dali e foi para o seu chalé. Quem sabe seus filhos não lhe dessem ouvidos.

Ao chegar, Kayla estava contando a Austin sobre o ocorrido na floresta, mas o garoto estava mais interessado em limpar seu saxofone.

— Podemos contar a Quiron no jantar – disse ele. – Nesse momento ninguém tá com cabeça para isso, além do mais, se eu consegui tocar a melodia certa.... Tive uma ideia, Kayla vem comigo.

Os dois se afastam e Apolo se sente só. Ele se levanta e bufa.

— Droga! – pragueja. – Preciso falar com alguém antes que enlouqueça.

Ele sai de seu chalé e vai para o centro do acampamento. Ele vê Nina e Annabeth conversando ao pé de uma árvore. Ele sorri, finalmente tinha alguém que podia lhe dá ouvidos. Ele se dirige para lá.

— Olá de novo! – disse ele sorrindo.

— Olá Apolo – disse Nina. – Tá animado?

— Nem um pouco – disse ele. – Eu preciso falar uma coisa importante. É sobre os campistas desaparecidos.

— Fale – disse ela séria.

— Eles foram capturados pela floresta – disse ele.

As meninas o olharam de cenho franzido. Apolo contou a elas o que aconteceu a Sherman Yang.

— Visto que eles se perguntavam algo, a floresta os chamou para lhes dá a resposta – disse ele. – Sussurram para eles.

— O oráculo – disse Annabeth. – Só pode ser isso, é o oráculo que está falando com eles.

— Será que é por isso que eles ainda não voltaram? – perguntou Nina.

— Provavelmente – disse ela. – Pelo o que você disse Apolo sobre Sherman, eles entram em transe como se tivessem sendo possuídos.

— Igual como a Rachel quando possuída por Delfos – disse Apolo entendendo o raciocínio de Annabeth. – Então o oráculo está tentando dizer profecias, por isso os garotos ainda não voltaram.

— Você contou isso a Quiron? – perguntou Nina.

— Eu tentei, mas ele não me ouviu – disse ele. – Ele estava muito ocupado.

— Escute, assim que a corrida terminar, vamos falar com ele – disse Nina. – Isso que nos contou é muito importante.

— Obrigado meninas – disse ele, aliviado.

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Chegara a hora do jogo todos se reuniram com seus pares numa campina a cem metros da Casa Grande. Os sátiros mandaram se espalhar pela campina.

— Onde é a linha de largada? – perguntou Holly filha de Nice. – Quero ficar mais perto.

Eu quero ficar mais perto – disse Laurel. – Você pode ser a segunda mais perto.

— Vamos explicar tudo – disse Woodrow. – Assim que eu souber o que explicar.

— Que saudades do Grover – disse Will suspirando. – Ele organizava tudo tão bem.

— Não fale do Grover em voz alta – disse Nico. – A Juníper está logo ali – disse ele apontando para uma dríade bonita vestida de verde.

— Ela é a namorada do Grover – disse Will explicando ao pai. – Ela sente muita saudade dele.

— Atenção! – disse Harley batendo palmas para chamar atenção. – Não esqueçam o objetivo. Achem três maçãs douradas e tragam. Só poderão ser soltos depois que cumprirem a tarefa.

— Você quer dizer que quem chegar primeiro, ganha? – perguntou Laurel.

— Qualquer equipe que chegar ganha – disse ele.

— Isso é ridículo – protestou a irmã dela. – A equipe que chegar primeiro, ganha.

— Tanto faz – disse ele dando de ombros -, contanto que cumpram a tarefa.

— Ok. Onde fica a linha de largada? – perguntou Sherman Yang.

— Não tem linha de largada – disse Harley. – Todos começarão daqui mesmo.

Todos ficaram sem entender. De repente, a campina começou a tremer formando um tabuleiro de xadrez gigante. Um buraco enorme se abriu sob os pés dos campistas e todos caíram no Labirinto.

Apolo e Meg caíram próximos de uma maçã.

— Olhe! – gritou a garota.

— Uma maçã dourada! – falou Apolo.

Meg tentou avançar puxando Apolo.

— Espere! – gritou ele. - Pode haver armadilhas.

De repente, Connor e Paulo surgiram e pegaram a maçã.

— BRASIL! – gritou Paulo.

— Muito lentos otários! – disse Connor sorrindo.

Então, o teto se abriu e esferas de ferro começaram a cair.

— Corra! – gritou Connor.

Os dois deram uma meia-volta desajeitada e correram com balas de canhão os perseguindo.

— Que ótimo e agora? – perguntou Meg.

— Melhor irmos para o outro lado – disse Apolo.

Eles andaram às cegas por algum tempo até que Apolo parou.

— Que foi? – Meg pergunta.

— Não está ouvindo?

— Não – disse ela depois de algum tempo.

— Um barulho de serra à esquerda e um cheiro ruim à direita.

— Escolho o cheiro ruim – disse ela.

— Ah, jura? – Apolo perguntou irônico.

Meg lhe mostrou a língua e Apolo revira os olhos.

Os dois caminham para a direção do cheiro de vapores vulcânicos. Apolo estava apreensivo, aquele cheiro lhe era familiar.

— Estou vendo luz! – disse Meg.

Apolo forçou a vista e viu um brilho cinzento e fendas do tamanho de garras nas paredes, parecia que um animal gigantesco tinha passado por ali.

— Devíamos voltar – disse Apolo.

— Bobagem! Vamos continuar – disse ela. – Tem um brilho dourado, uma maçã.

— O brilho pode ser lava – disse ele.

— É uma maçã – teimou. – To sentindo cheiro de maçã.

— Agora virou farejadora de maçãs? – perguntou ele com deboche.

Eles avançaram, mas então Apolo de repente lembrou-se deste local, nunca o tinha visto de baixo, mas sabia onde estava.

— Está tudo bem Apolo, você está tremendo – disse ela olhando pra ele.

Apolo tapou-lhe a boca, mas levou uma mordida.

— Não toque em mim! – gritou a garota.

— Silêncio! – disse ele com urgência.

— Por quê?

— Porque logo acima de nós... – disse com a voz falhando – Delfos. A câmara do oráculo.

— Impossível! – disse ela incrédula.

— Não é não – ele sussurrou –, se isso for Delfos significa que...

De repente um sibilar muito alto se fez ouvir. Um corpo monstruoso passou pela abertura acima de suas cabeças e a cobriu.

— Píton! – disse Apolo apavorado. – Ele está aqui.

Meg pareceu não ligar para o medo de Apolo, pois ela mirava uma maçã do outro lado do penhasco.

— Esquece esse monstro, temos que pegar aquela maçã – disse ela apontando a fruta. – É um pulo fácil.

— É perigoso – ele argumenta.

— Deixa de ser medroso – diz ela. – Vamos logo.

— Meg...

— Um.

— Não.

— Dois.

— Não.

— Três – ela pula e Apolo é obrigado a pular também.

Meg pegou a maçã.

— Quem se aproxima? – perguntou a cobra.

Apolo se enrijeceu. Reconheceu a voz rouca do monstro, ficou completamente imóvel, mas então uma voz mais humana falou.

— Oi, meu amigo reptiliano.

— Ah, eu estava me perguntando se você faria mesmo a viagem, Monsieur Besta.

Besta.

Apolo já ouviu esse termo antes, mas não conseguia se lembrar. Ao seu lado Meg estava petrificada ela parecia com medo.

— Não me chame assim – disse o homem repreendendo. – A viagem foi bem, agora que o Labirinto voltou a funcionar.

— Estou muito feliz – disse Píton.

— Então, alguma profecia para compartilhar comigo?

— Na hora certa....

— Antes de começarmos precisamos assumir o controle de todos os oráculos.

— Na hora certa como combinamos – disse o monstro. – Você precisa ter um pouco mais de paciência.

— Não me dê sermão cobra – disse o homem ralhando. – Passei séculos construindo um império....

— Sim, sim – disse a cobra -, mas você precisa cumprir a sua parte, primeiro. Quando vai matar Apolo?

— Não se preocupe com Apolo – disse o homem. – Ele está exatamente onde eu quero que ele esteja. Depois que ele não for mais útil...

O cara deu uma risada nasalada que fez Apolo recordar do cara do seu sonho.

— E como você fará que ele sirva ao nosso propósito?

— Tenho uma pessoa no acampamento que vai conduzir Apolo em nossa direção – disse o homem. – Eu tenho uma coisa que vai convencê-lo. Apolo não terá escolha, ele e a garota abrirão o portão.

— Espero que esteja certo – disse a cobra. – Sua avaliação é um tanto questionável.

— Garanto que eu estou mais forte do que nunca – disse o homem. – Minha organização está em toda parte. Meus colegas estão prontos. Quando controlarmos os quatro oráculos, controlaremos o próprio destino.

— Mas não se esqueça de que você tem que destruir o quinto oráculo – disse Píton -, o Bosque de Dodona. Este é o único que eu não consigo controlar.

— Eu sei disso – disse Besta. – É por isso que Apolo vai ser obrigado a abrir aquele portão ou então ele nunca mais verá os filhinhos dele.

— NÃO! – gritou Apolo.

A conversa para de repente.

— Seu idiota – disse Meg horrorizada.

— O que foi isso? – perguntou Besta.

O susto foi tão grande fazendo ambos escorregarem e caindo no abismo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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