Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão
Depois do café cada campista pegou o seu par. Na mesa de Apolo seus filhos já tinham se decidido. Kayla e Austin e Will e Nico, claro e ele, bem, ele ficou sobrando. Quando saiu do refeitório viu Nina conversando com Annabeth, aproximou-se das duas.
— Está pronto pra corrida Apolo? – perguntou Nina.
— Na verdade não – disse ele -, mas como todos vão ser obrigados a participar, não tenho escolha.
— Com quem você vai? – ela pergunta.
— Não sei – disse ele. – Meus filhos decidiram entre eles e eu sobrei.
— Uma de nossas caçadoras está sem par – disse ela. – Se quiser eu posso chamá-la.
— Não quero incomodar – disse ele.
— Não será incômodo nenhum – disse ela sorrindo. – Ela disse que gostou de você.
— É mesmo? – disse ele surpreso.
— Uhum. Meg! – Nina chamou uma garota baixinha de cabelo Chanel e óculos estilo gatinho. - Vem aqui! – ela chama a garota que veio saltitante e sorridente.
Quando Apolo viu de quem se tratava quis dá meia-volta, mas não queria decepcionar Nina.
— Me chamou Nina? – ela perguntou sorrindo.
— Sim Meg. Você poderia fazer par com Apolo? – ela pergunta. – Ele também ficou sozinho.
— Claro que sim – disse ela sorrindo pra Apolo.
— Tudo bem Apolo? – Nina pergunta.
— Na boa – disse ele fingindo alegria.
— Que bom. Agora todos têm o seu par – disse ela alegre.
Apolo ficou embevecido ao olhar o rosto alegre de Nina. Quando ela sorria seu rosto corava e os olhos brilhavam. Ele poderia ficar o dia inteiro olhando sem nunca cansar. Nem percebeu quando ela saiu com Annabeth até que alguém lhe cutucou.
— Ei você está bem? – perguntou Meg.
— Porque eu não estaria? – ele pergunta de cenho franzido.
— Eu te chamei seis vezes e você não ouviu – disse ela.
— Eu estou bem – disse ele.
— Você ainda está zangado porque eu tirei uma com a sua cara? – ela pergunta.
— Você estaria se tivesse na minha situação – disse ele.
— Você não tem senso de humor, cara? – ela pergunta. – Relaxa.
— Relaxar? – ele pergunta. – Você acha que eu tenho tempo pra isso? Eu fui expulso do Olimpo pelo meu próprio pai que me transformou em mortal sem nenhum atrativo e você me diz pra relaxar? Me poupe garota.
— Com tudo o que tá acontecendo e você está preocupado com a sua aparência? – ela pergunta. – Você não passa de um deusinho mimado que só olha pra si mesmo e não dá a mínima para os outros – disse ela séria. – Você acha que tudo gira em torno da sua pessoa, você está muito enganado. Pare de choramingar e erga essa sua cabeça, faça alguma coisa de útil –disse ela se calando. – Te vejo depois.
Apolo ficou calado meditando nas palavras da garota. Era a segunda vez que levava uma bronca, primeiro de Nina e agora dessa pigmeia de quatro olhos. Talvez ela tivesse razão, ele estava pensando mais em si mesmo do que nos problemas que talvez ele seja a causa.
Suspirou e só então se lembrou do que aconteceu com Sherman.
— Droga! Tenho que avisar Quiron – ele sai apressado à procura do centauro.
—--------------------------------------
Ele o encontrou fazendo os últimos preparativos da corrida. Ele estava muito agitado trotando de um lado pro outro e quando Apolo se aproximou quase foi pisoteado. O centauro estava nervoso, ele estava acompanhado de uma equipe de juízes formado por sátiros e dríades comparando mapas e dando ordens.
— Vai ser quase impossível rastrear as equipes – disse ele olhando o diagrama do Labirinto. – A área D está sem cobertura.
— Quiron eu.... – tentou dizer Apolo, mas foi ignorado.
— O grupo de testes foi parar no Peru – disse para os sátiros. – Isso não pode acontecer de novo.
— Sobre a floresta... – Apolo tentou de novo.
— Sim, sim Apolo, eu sei que está preocupado – disse o centauro.
— Mas é que...
Nesse momento uma dríade aparece com o vestido soltando fumaça.
— Quiron, os sinalizadores estão explodindo – disse ela agitada.
— Pelos deuses! – disse o centauro. – Esses sinalizadores são para emergência.
Ele sai em disparada, seguido de seus ajudantes.
Frustrado olhou ao redor e localizou o garoto mentor desse jogo maluco. Aproximou-se e perguntou o que era aquele objeto.
— É um sinalizador para guiar pessoas perdidas.
— É para o pessoal do Labirinto?
— Não, é para o meu irmão Leo.
— Leo Valdez.
— É. Preciso de concentração – disse ele se levantando e saindo.
Apolo desolado saiu dali e foi para o seu chalé. Quem sabe seus filhos não lhe dessem ouvidos.
Ao chegar, Kayla estava contando a Austin sobre o ocorrido na floresta, mas o garoto estava mais interessado em limpar seu saxofone.
— Podemos contar a Quiron no jantar – disse ele. – Nesse momento ninguém tá com cabeça para isso, além do mais, se eu consegui tocar a melodia certa.... Tive uma ideia, Kayla vem comigo.
Os dois se afastam e Apolo se sente só. Ele se levanta e bufa.
— Droga! – pragueja. – Preciso falar com alguém antes que enlouqueça.
Ele sai de seu chalé e vai para o centro do acampamento. Ele vê Nina e Annabeth conversando ao pé de uma árvore. Ele sorri, finalmente tinha alguém que podia lhe dá ouvidos. Ele se dirige para lá.
— Olá de novo! – disse ele sorrindo.
— Olá Apolo – disse Nina. – Tá animado?
— Nem um pouco – disse ele. – Eu preciso falar uma coisa importante. É sobre os campistas desaparecidos.
— Fale – disse ela séria.
— Eles foram capturados pela floresta – disse ele.
As meninas o olharam de cenho franzido. Apolo contou a elas o que aconteceu a Sherman Yang.
— Visto que eles se perguntavam algo, a floresta os chamou para lhes dá a resposta – disse ele. – Sussurram para eles.
— O oráculo – disse Annabeth. – Só pode ser isso, é o oráculo que está falando com eles.
— Será que é por isso que eles ainda não voltaram? – perguntou Nina.
— Provavelmente – disse ela. – Pelo o que você disse Apolo sobre Sherman, eles entram em transe como se tivessem sendo possuídos.
— Igual como a Rachel quando possuída por Delfos – disse Apolo entendendo o raciocínio de Annabeth. – Então o oráculo está tentando dizer profecias, por isso os garotos ainda não voltaram.
— Você contou isso a Quiron? – perguntou Nina.
— Eu tentei, mas ele não me ouviu – disse ele. – Ele estava muito ocupado.
— Escute, assim que a corrida terminar, vamos falar com ele – disse Nina. – Isso que nos contou é muito importante.
— Obrigado meninas – disse ele, aliviado.
—-----------------------------------------------------
Chegara a hora do jogo todos se reuniram com seus pares numa campina a cem metros da Casa Grande. Os sátiros mandaram se espalhar pela campina.
— Onde é a linha de largada? – perguntou Holly filha de Nice. – Quero ficar mais perto.
— Eu quero ficar mais perto – disse Laurel. – Você pode ser a segunda mais perto.
— Vamos explicar tudo – disse Woodrow. – Assim que eu souber o que explicar.
— Que saudades do Grover – disse Will suspirando. – Ele organizava tudo tão bem.
— Não fale do Grover em voz alta – disse Nico. – A Juníper está logo ali – disse ele apontando para uma dríade bonita vestida de verde.
— Ela é a namorada do Grover – disse Will explicando ao pai. – Ela sente muita saudade dele.
— Atenção! – disse Harley batendo palmas para chamar atenção. – Não esqueçam o objetivo. Achem três maçãs douradas e tragam. Só poderão ser soltos depois que cumprirem a tarefa.
— Você quer dizer que quem chegar primeiro, ganha? – perguntou Laurel.
— Qualquer equipe que chegar ganha – disse ele.
— Isso é ridículo – protestou a irmã dela. – A equipe que chegar primeiro, ganha.
— Tanto faz – disse ele dando de ombros -, contanto que cumpram a tarefa.
— Ok. Onde fica a linha de largada? – perguntou Sherman Yang.
— Não tem linha de largada – disse Harley. – Todos começarão daqui mesmo.
Todos ficaram sem entender. De repente, a campina começou a tremer formando um tabuleiro de xadrez gigante. Um buraco enorme se abriu sob os pés dos campistas e todos caíram no Labirinto.
Apolo e Meg caíram próximos de uma maçã.
— Olhe! – gritou a garota.
— Uma maçã dourada! – falou Apolo.
Meg tentou avançar puxando Apolo.
— Espere! – gritou ele. - Pode haver armadilhas.
De repente, Connor e Paulo surgiram e pegaram a maçã.
— BRASIL! – gritou Paulo.
— Muito lentos otários! – disse Connor sorrindo.
Então, o teto se abriu e esferas de ferro começaram a cair.
— Corra! – gritou Connor.
Os dois deram uma meia-volta desajeitada e correram com balas de canhão os perseguindo.
— Que ótimo e agora? – perguntou Meg.
— Melhor irmos para o outro lado – disse Apolo.
Eles andaram às cegas por algum tempo até que Apolo parou.
— Que foi? – Meg pergunta.
— Não está ouvindo?
— Não – disse ela depois de algum tempo.
— Um barulho de serra à esquerda e um cheiro ruim à direita.
— Escolho o cheiro ruim – disse ela.
— Ah, jura? – Apolo perguntou irônico.
Meg lhe mostrou a língua e Apolo revira os olhos.
Os dois caminham para a direção do cheiro de vapores vulcânicos. Apolo estava apreensivo, aquele cheiro lhe era familiar.
— Estou vendo luz! – disse Meg.
Apolo forçou a vista e viu um brilho cinzento e fendas do tamanho de garras nas paredes, parecia que um animal gigantesco tinha passado por ali.
— Devíamos voltar – disse Apolo.
— Bobagem! Vamos continuar – disse ela. – Tem um brilho dourado, uma maçã.
— O brilho pode ser lava – disse ele.
— É uma maçã – teimou. – To sentindo cheiro de maçã.
— Agora virou farejadora de maçãs? – perguntou ele com deboche.
Eles avançaram, mas então Apolo de repente lembrou-se deste local, nunca o tinha visto de baixo, mas sabia onde estava.
— Está tudo bem Apolo, você está tremendo – disse ela olhando pra ele.
Apolo tapou-lhe a boca, mas levou uma mordida.
— Não toque em mim! – gritou a garota.
— Silêncio! – disse ele com urgência.
— Por quê?
— Porque logo acima de nós... – disse com a voz falhando – Delfos. A câmara do oráculo.
— Impossível! – disse ela incrédula.
— Não é não – ele sussurrou –, se isso for Delfos significa que...
De repente um sibilar muito alto se fez ouvir. Um corpo monstruoso passou pela abertura acima de suas cabeças e a cobriu.
— Píton! – disse Apolo apavorado. – Ele está aqui.
Meg pareceu não ligar para o medo de Apolo, pois ela mirava uma maçã do outro lado do penhasco.
— Esquece esse monstro, temos que pegar aquela maçã – disse ela apontando a fruta. – É um pulo fácil.
— É perigoso – ele argumenta.
— Deixa de ser medroso – diz ela. – Vamos logo.
— Meg...
— Um.
— Não.
— Dois.
— Não.
— Três – ela pula e Apolo é obrigado a pular também.
Meg pegou a maçã.
— Quem se aproxima? – perguntou a cobra.
Apolo se enrijeceu. Reconheceu a voz rouca do monstro, ficou completamente imóvel, mas então uma voz mais humana falou.
— Oi, meu amigo reptiliano.
— Ah, eu estava me perguntando se você faria mesmo a viagem, Monsieur Besta.
Besta.
Apolo já ouviu esse termo antes, mas não conseguia se lembrar. Ao seu lado Meg estava petrificada ela parecia com medo.
— Não me chame assim – disse o homem repreendendo. – A viagem foi bem, agora que o Labirinto voltou a funcionar.
— Estou muito feliz – disse Píton.
— Então, alguma profecia para compartilhar comigo?
— Na hora certa....
— Antes de começarmos precisamos assumir o controle de todos os oráculos.
— Na hora certa como combinamos – disse o monstro. – Você precisa ter um pouco mais de paciência.
— Não me dê sermão cobra – disse o homem ralhando. – Passei séculos construindo um império....
— Sim, sim – disse a cobra -, mas você precisa cumprir a sua parte, primeiro. Quando vai matar Apolo?
— Não se preocupe com Apolo – disse o homem. – Ele está exatamente onde eu quero que ele esteja. Depois que ele não for mais útil...
O cara deu uma risada nasalada que fez Apolo recordar do cara do seu sonho.
— E como você fará que ele sirva ao nosso propósito?
— Tenho uma pessoa no acampamento que vai conduzir Apolo em nossa direção – disse o homem. – Eu tenho uma coisa que vai convencê-lo. Apolo não terá escolha, ele e a garota abrirão o portão.
— Espero que esteja certo – disse a cobra. – Sua avaliação é um tanto questionável.
— Garanto que eu estou mais forte do que nunca – disse o homem. – Minha organização está em toda parte. Meus colegas estão prontos. Quando controlarmos os quatro oráculos, controlaremos o próprio destino.
— Mas não se esqueça de que você tem que destruir o quinto oráculo – disse Píton -, o Bosque de Dodona. Este é o único que eu não consigo controlar.
— Eu sei disso – disse Besta. – É por isso que Apolo vai ser obrigado a abrir aquele portão ou então ele nunca mais verá os filhinhos dele.
— NÃO! – gritou Apolo.
A conversa para de repente.
— Seu idiota – disse Meg horrorizada.
— O que foi isso? – perguntou Besta.
O susto foi tão grande fazendo ambos escorregarem e caindo no abismo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Até o próximo.