Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 24
Cap.24 - Irene


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso. Eis o capítulo de hoje.



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ALASCA

Quando amanheceu, as duas deusas saíram para desativar armadilhas.

Hera resolveu ajudar já que sua anfitriã ia sair com esse objetivo. Ela andava cautelosa porque o solo estava coberto de neve, ela pisava aonde Despina pisava. Para a deusa do inverno não era problema, pois por ter os atributos de Deméter ela podia sentir o solo e por sua vez detectar as armadilhas.

Hera olhava ao redor. O inverno tinha os seus encantos, mas também escondia alguns perigos. Visto que ela não tinha afinidade com o inverno e a neve resolveu que seguiria as instruções da sobrinha.

De repente um estalo.

PLAC!

Hera se assustou e Despina olhou para trás.

— Tudo bem? – ela pergunta.

— Sim. O que foi isso?

Despina levanta a vara com a qual cutucava o solo. Um dispositivo em forma de garra estava agarrado à vara. Era parecido com o dispositivo em que o alce ficou preso.

— Pelo Olimpo! – disse ela. – Quantos desses ainda têm?

— Este é o último – disse Despina. – Pelo menos desse lado. Vamos para o outro lado agora.

As duas caminham até o limite da floresta e andam para fora dela.

— Chegamos! – disse Despina. – Vamos nos separar. Aqui o solo tem menos neve e você poderá visualizá-lo. Tem pelo menos quatro armadilhas daquele lado.

— Ok – disse Hera se afastando e cutucando o solo com a vara.

Despina sobe uma rampa e então se agacha. Ela toca o solo e expande seu poder, localiza cinco armadilhas. Ela abre os olhos e se levanta e segue caminho.

Hera dentro da floresta já havia desativado três armadilhas faltava apenas uma. Ela se dirigia para lá quando de repente ouve um farfalhar. Ela para e fica esperando, nada. Dá de ombros e segue caminho, mas então um vulto atravessa seu caminho a assustando, ela dá um passo pra trás e tropeça caindo sentada.

— Au! – disse ela fazendo uma careta. Ela olha para o pequeno animal que lhe assustou. Era um esquilo que a encarava com seus olhinhos amendoados. – O que está olhando?

Ela se levanta e esfrega o seu traseiro.

— Isso doeu viu? – disse ela para o animal.

Ela segue caminho. Passou a manhã toda fazendo essa atividade. Quando desarmou a última armadilha deu meia-volta e no caminho encontrou o esquilo que segurava algo entre as suas patas dianteiras e comia. Ao ver o animal comer sentiu fome, já estava na hora de voltar. Ela ficou de se encontrar com Despina no mesmo local em que se separaram, mas não chegou até lá.

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Despina desarma a última armadilha e faz uma varredura do local. Não encontrando mais nada ela volta para o ponto de encontro. Ela desce a colina, sua tia ainda não havia chegado se senta numa pedra e espera. Já era quase meio-dia, sua tia deveria estar com fome. Agora que era mortal tinha as necessidades de um. Enquanto esperava ouviu vozes vindas da floresta, eles pareciam em pânico e se aproximavam. Despina se teletransporta para trás de uma árvore e espera.

De dentro da floresta aparecem quatro pessoas. Três homens e uma mulher, um deles carregava outra mulher. Era sua tia.

— Droga! – sussurrou.

A mulher então disse:

— Vamos levá-la para o acampamento para que o Dr. Bronson possa examiná-la.

— Ela levou uma pancada forte na cabeça. Acho que ela vai precisar de um hospital – disse um deles.

— Podemos chamar o resgate – disse o outro.

Os quatro se dirigem para o tal acampamento levando Hera com eles.

Despina sai do esconderijo e segue o grupo. Isso não era nada bom, sua tia agora mortal sofreria qualquer coisa. Esperava que não fosse nada grave.

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Sonho on

Estava em seu quarto no Olimpo, se aprontando para o seu casamento, estava feliz. Iria se casar com o rei dos deuses e, portanto, se tornaria a rainha. No começo ela resistiu, pois conhecia a fama se mulherengo de seu futuro marido. Por isso, ela o fez prometer que lhe seria fiel, só assim ela aceitaria casar-se com ele.

Chegara a hora, o casamento fora realizada pelas Parcas, selando o seu destino eterno como esposa de Zeus. No princípio foi um mar de rosas, tiveram seus filhos, Ares, o primogênito, Hebe e Ilítia. Hefesto veio de uma produção independente que não deu muito certo.

Com o tempo Zeus botou as unhas de fora. Não cumpriu a sua promessa, a traía com imortais e mortais, produzindo vários filhos com essas mulheres, enquanto ela ficava chorando pelos cantos, magoada. Resolveu se vingar dele por perseguir suas amantes e matar sua prole. Nem assim Zeus parou de traí-la. Mesmo na era moderna a traição do marido foi além, ele teve filhos com a mesma mulher nas suas duas formas. Para apaziguá-la ele deu seu filho romano para ela, que por sua vez o transformou num guerreiro valoroso e um grande líder.

Então chegou a guerra, ela fez algo que poderia prejudicá-los. Usou os líderes dos dois acampamentos para uni-los, mesmo sabendo dos riscos. No entanto, Zeus que não gosta de ser passado pra trás a condenou. Ela viu nos olhos do marido um divertimento e em seus lábios um sorriso maligno. Então, veio um clarão e ela apagou.

Tia – ouvia uma voz longe.

Tia.

Então abriu os olhos.

Sonho off

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— Tia, graças aos deuses! – disse a voz de uma mulher. Ela olha em direção de uma jovem albina que lhe sorria.

— O que aconteceu? – perguntou com uma pontada na cabeça.

— Você levou uma pancada na cabeça – disse a jovem. – O médico disse que não seria preciso ir a um hospital.

— Ainda bem. Detesto hospitais, são muito deprimentes – disse ela fazendo uma careta.

— Está sentindo alguma coisa?

— Dor de cabeça – disse ela.

— O médico disse que você ia sentir dor – disse a moça pegando um analgésico e um copo d´água. – Tome é um analgésico.

— Obrigada – disse ela devolvendo o copo. - Onde estamos?

— Umas pessoas encontraram você. Estamos no acampamento deles – disse ela. – A propósito você se chama Irene Duncan e eu Diane. Somos ambientalistas.

— Você disse isso a eles? – perguntou surpresa.

— Uhum. Eu apareci aqui procurando por você, então inventei essa história – disse ela sorrindo.

— Contou a eles sobre as armadilhas?

— Contei. Eles ficaram chocados – disse ela. – Eles não sabiam delas.

Nesse momento um homem alto e magro entra na tenda.

— Vejo que já acordou – disse ele. – Como se sente?

— Um pouco de dor de cabeça – disse ela.

O médico se aproxima e Despina se afasta.

— Você teve sorte em não ter uma concussão – disse ele. – Um pancada na cabeça é algo muito sério.

— Obrigada por me ajudar – disse ela.

— Essa é a função de um médico – disse ele simpático. – Sou o doutor Roy Bronson.

— Obrigada Dr. Bronson – disse ela.

Hera reparou que o médico era um homem bonito. Tinha olhos azuis cristalinos, cabelos castanhos claros e um belo rosto.

— Se tiver se sentindo bem pode se levantar – disse ele a ajudando a ficar de pé. – O nosso chefe quer falar com você.

— Obrigada – disse ela saindo com o médico. Despina os seguia com um sorriso e disse na mente de Hera - acho que ele gostou de você. Hera olhou pra sobrinha de olhos arregalados.

Ao sair ela olhou em volta. Havia pessoas diversificadas conversando em seus idiomas. Ela sentiu um cheiro delicioso e seu estômago roncou. Somente Despina e o médico ouviram.

— Desculpe – disse ela sem graça.

— É natural que esteja com fome, já passa do meio-dia – disse ele. – Venha.

Ele pega um prato e entrega a ela e outro para Despina.

— Podem se servir – disse ele. Depois pegou um prato para si e tirou uma porção do conteúdo de um panelão.

Eles ficam sentados em uma posição que pudessem observar a todos.

— Quem são essas pessoas? – ela pergunta.

— Somos uma equipe de cientistas – disse ele. – Fazemos monitoramento da fauna local. Temos biólogos, zoólogos, geólogos. Foram os biólogos que a encontraram.

— E você é médico – disse Hera sorrindo.

— Pois é – disse ele retribuindo. – Aquele homem que está em frente à barraca vermelha é o nosso chefe, Michel Beaumont e a garota loira é sua filha Danielle.

— É um trabalho interessante – disse ela.

— O seu também é – disse ele. – Sua sobrinha nos contou sobre o que vocês estavam fazendo. Desativar armadilhas! Puxa! Nem sabíamos que tinha essas coisas por aqui.

— Depois da temporada de caça, muitas armadilhas ainda ficam ativas – disse ela. – Nosso trabalho é desarmá-las.

— Isso é importante – disse ele pensativo. – Evitou muitos acidentes.

— Pois é – disse ela rindo. O médico a olhava encantado. – Esse cozido estava delicioso!

— Quer mais? – ele oferece.

— Estou satisfeita, obrigada – disse ela recusando.

— Venha, vamos falar com o chefe – disse ele se levantando e a ajudando a se levantar.

O trio se dirige até a barraca vermelha onde um homem de meia idade conversava com uma jovem.

— Chefe Beaumont, a senhora Irene Duncan – apresenta o médico.

— Prrazer em conhecê-la madame – disse ele com o seu sotaque francês.

— O prazer é meu Monsieur – disse ela respondendo na mesma língua.

— Sua sobrrinha nos contou que é ambientalista – disse ele.

— Sim, esse é um trabalho que me dá muito prazer – disse ela sorrindo. – Desde que minha sobrinha e eu nos mudamos pra cá estamos trabalhando para preservação do meio ambiente.

— Isso é louvável madame – respondeu o homem. – Sua sobrrinha nos falou das armadilhas, nós não tínhamos ideia da existência delas.

— Esses caçadores são um bando de sem noção – disse ela. – Podiam poupar nosso trabalho e desativar seus brinquedos.

— Verdade – ele concorda.

— Tia precisamos ir – disse Despina que até então estava calada.

— Monsieur Beaumont muito obrigada pela estadia, mas preciso voltar ao trabalho – disse ela.

— Clarro madame – disse ele. – Se quiser se juntarr a nós fique à vontade.

— Muito obrigada – disse ela se despedindo.

O médico acompanha as duas.

— Dr. Bronson, muito obrigada por cuidar de mim – disse ela agradecendo.

— Só fiz o meu trabalho senhora – disse ele. – Foi um prazer – disse ele olhando em seus olhos.

Hera ficou um pouco corada pela intensidade do olhar.

— Até – disse ela sorrindo.

As duas se afastam e o médico fica olhando até que elas ficam fora da vista. Ele dá um suspiro e volta para a sua atividade.

Hera ainda sorria quando Despina diz:

— Senti um clima ali – disse ela maliciosa.

— Ora, fique quieta – disse Hera corando.

Despina ri do jeito da tia.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.