Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 2
Cap. 2 - Proposta


Notas iniciais do capítulo

Olá, eis o novo capítulo.



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Percy andou apressado com lágrimas nos olhos. Entrou em seu chalé e começou a arrumar sua mochila.

Piper e os outros entraram no chalé sem pedir permissão. Percy nem deu atenção, continuou a pegar suas coisas e enfiou na mochila.

— Percy – disse Piper se aproximando, mas ele não disse nada. Ela o abraçou por trás –, sinto muito.

Ele para e se vira pra ela e os primos.

— Não deveriam estar aqui – disse ele. – Eu sou perigoso, lembram-se?

— Isso é besteira – disse Jason – Cara, eu não sei o que dizer, meu pai foi injusto.

— Não é culpa sua, você pode ser filho de Zeus/Júpiter, mas não é ele – disse Percy tranquilizando-o.

— Para onde você vai? – perguntou Piper.

— Para a casa da minha mãe, pelo menos assim eu poderei ficar mais tempo com ela – disse ele.

— Lá fora você vai está correndo perigo, mesmo que esteja na companhia de sua mãe – argumentou Piper.

— Eu sei, mas eu não tenho escolha, tenho? – ele pergunta. – Não posso ir nem para o Acampamento Júpiter.

Ele volta a arrumar suas coisas.

Nico que até então estava calado falou:

— Posso te dá uma carona até em casa.

Os três olham pra ele.

— Obrigado – diz Percy fechando a mochila. Depois se vira para Piper e os primos. – Bem, como não vamos mais nos ver, cuidem-se e Jason, cuide bem deste lugar. Não deixe a Clarisse te enrolar – disse ele sorrindo.

— Pode deixar primo – disse Jason dando um abraço nele.

— Piper, cuide bem desse cara, ajude-o no que for preciso.

— Sem dúvida que vou – disse ela com lágrimas nos olhos e lhe dando um abraço e um beijo no rosto.

— Adeus – ele vai até Nico. – Vamos Fantasminha.

Nico pega em sua mão e chama uma sombra e os dois desaparecem.

Os dois reaparecem no quarto de Percy.

— Obrigado por me trazer.

— Percy, eu...

Percy o puxa para um abraço surpreendendo Nico. Este por sua vez, retribui. Em outros tempos ele ficaria radiante com esse gesto. Tantas vezes sonhou com isso, mas por causa das lembranças de sua irmã e a não aceitação de seus sentimentos pelo primo, ele o repelia, o tratava mal e se afastava. E por causa disso sofria sozinho odiando a si mesmo e àquele que lhe causava tal sofrimento. Agora isso havia passado, portanto não tinha mais por que rejeitá-lo.

— Cuide-se Nico, me perdoe por tudo que fiz você passar – disse Percy o abraçando forte.

— Eu já o perdoei há muito tempo – disse com o rosto enterrado em seu peito. – Não precisa se desculpar.

Os dois se desvencilham e se olham.

— Eu já vou, adeus primo – disse Nico se afastando e chamando uma sombra e desaparecendo deixando Percy sozinho com seus pensamentos. Nisso um brilho prateado aparece no quarto e uma adolescente com seus dezesseis anos se forma na frente do semideus.

Percy ao reconhecer a pessoa se ajoelha.

— Lady Ártemis.

— Perseu.

— Em que posso ajudá-la senhora?

— Vim lhe fazer uma proposta.

Ele levanta a cabeça e olha para a deusa surpreso.

— Qual?

— Gostaria que você entrasse pra caçada.

Ele arregala os olhos.

— Mas....

— Eu sei o que vai perguntar. Não se preocupe Zeus o proibiu de pisar nos acampamentos, mas não falou nada a respeito do acampamento das caçadoras. Por isso vim te fazer essa proposta.

— Não sei...

— Já falei com seu pai, ele concordou desde que você aceitasse. Ele está muito preocupado com a sua segurança. Você sabe que fora do acampamento estará vulnerável. Então o que acha?

— Bem, se meu pai concordou então eu aceito.

— Ótimo, mas tem uma condição.

— Q... qual?

— Na caçada não há lugar para homens, então...

Percy engole em seco ao compreender o que a deusa insinuou. Ele respira fundo e então diz:

— Tudo bem. Mas antes eu quero falar com minha mãe e dizer a ela que vai ganhar uma filha.

— Está bem, amanhã pela manhã eu virei buscá-lo. Mas antes...

Ela lança em Percy uma bola de energia prateada que o envolveu deixando seus olhos prateados. Logo seus olhos voltam para o verde.

— Pronto. Dei a você a minha bênção.

— Obrigado.

— Até amanhã – ela diz desaparecendo.

Percy suspira e começa a desfazer sua mochila retirando as roupas e alguns itens pessoais. Trouxe consigo o chifre do Minotauro seu primeiro troféu. Ele olha para o objeto e deixa dentro da mochila. Depois ele guarda em seu guarda-roupa. Deita-se na cama esperando a mãe voltar.

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Sally chega do supermercado com Paul que trazia as sacolas abarrotadas.

— Coloque as compras na mesa, eu já volto – diz ela se retirando.

Quando ela passa pelo quarto do filho ela ouve um barulho de algo caindo. Ela se aproxima e encosta o ouvido na porta, como não escuta nada ela abre devagar e escancara a porta. Então ela entra e vê o filho deitado na cama se debatendo. Ela corre para acordá-lo, ele estava tendo um pesadelo.

— Percy – ela o sacode – Percy, acorde, ACORDE! – ela grita.

Percy senta na cama, aturdido. Ele olha ao redor e olha para sua mãe, ofegante e suado.

— Mãe - ele diz ainda desnorteado.

— Filho – ela o abraça. – Você estava tendo um pesadelo não é?

Ele assente respirando fundo.

— Já passou – diz ele.

— Quando você chegou?

— Há algumas horas. Eu fiquei esperando você chegar e acabei dormindo.

— Você já comeu alguma coisa?

— Não.

— Então vá lavar seu rosto eu vou preparar algo para comer – ela diz se retirando.

Ele assente e se levanta, vai até o banheiro e se olha no espelho. Seus olhos estavam assustados, o pesadelo foi terrível, ele lava seu rosto e vai até a cozinha.

Pesadelo on

O lugar era escuro, parecia uma floresta com árvores enegrecidas, não se via nada. De repente uma das árvores começou a se mexer, um vulto voou por cima de sua cabeça. E um grito estridente se fez ouvir. Depois vários outros vultos apareceram voando acima de sua cabeça. Do nada sentiu uma dor atravessar seu corpo. Uma voz se fez ouvir:

— Essa é a maldição de Fineu que você matou de modo doloroso.

Percy sentiu sua boca queimar e se curvou tremendo embora tenha destruído a arai que o atacou. Annabeth começou a gritar:

— Percy, por que você me abandonou?

— Eu não a abandonei – ele encarou a arai – O que fizeram com ela?

— Não fizemos nada. Sua amada liberou uma maldição especial... um pensamento amargo para alguém que você abandonou. Você partiu uma alma inocente deixando-a só. Agora o desejo mais cheio de ódio dessa alma se realizou. Annabeth sente o desespero dela. Também morrerá sozinha e abandonada.

— Percy? – Annabeth estendeu os braços para tentar localizá-lo.

Percy ficou pensando em quem ele havia abandonado. Então a compreensão veio como uma avalanche.

— Calipso – ele sussurrou.

— Sim, você não cumpriu sua promessa, ela agora sofre porque confiou em você.

— Ela nunca me amaldiçoaria.

— É mesmo? Até hoje ela espera a liberdade que você prometeu.

— Não, não pode ser.

Enquanto Percy tentava negar as arai aproveitaram para atacar. Ele se defendia como podia, mas elas eram muitas, infringindo-lhe ferimentos terríveis junto com maldições.

Ele se debatia na cama quando foi acordado pela mãe.

Pesadelo off

Agora pensando nisso queria mais do que nunca ajudar Calipso. Os deuses não cumpriram com o trato e nem ele se deu o trabalho de verificar isso. As arai tinham razão ele mereceu a maldição. Falaria com Ártemis sobre isso.


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Notas finais do capítulo

O pesadelo do Percy foi transcrito do livro A Casa de Hades em que ele e Annabeth são atacados por arai. Quero avisar que apenas alguns trechos foram transcritos, o restante é de minha autoria.

Até o próximo.