Capítulo 3

POV BELLA

30 de dezembro 2016- New Orleans, Lusiana.

Olho pela última vez a linda vista do meu quarto, ou melhor, do meu antigo quarto. Abro a janela e se sinto o calor tocar minha pele, suspiro saudosa e volto a me concentrar em enrolar as coisas no jornal e guardar na caixa de papelão.

—Bella— Chama minha mão encostada na soleira da porta.

—Sim— Respondo sem tirar os olhos do jornal enrolado.

—Stefan ligou— ela diz.

Meu coração dispara e um sorriso surge em meu rosto, olho para minha mãe que está com um riso bobo em seu rosto. Ela caminha em minha direção e me ajuda a terminar de fechar a última caixa da nossa mudança.

—Lilian Salvatore não para de falar que o anel de noivado da sogra dela ia ficar lindo no seu dedo— diz minha mãe revirando os olhos—Sabe, eu acho que você e Stefan formam um casal muito bonito filha, mas...

—Mas o que? — Pergunto encarando os olhos claros de minha mãe e ela parece assustada.

—Mas você é nova minha filha, nova demais e merece viver outras experiências. — Responde minha mãe acariciando meu rosto. —O Stefan foi o seu primeiro em tudo, você não acha que deveria pedir um tempo e conhecer outras pessoas?

—Mamãe, eu estou muito certa sobre o Stefan, ele é o amor da minha vida e nós vamos casar— digo começando a me aborrecer, saio do quarto com a caixa na mão deixando minha mãe sozinha.

Caminho pelo longo corredor do apartamento e encontro meu pai terminando de encaixotar seus itens de colecionador de basebol, ele suspira e me encara lacrando a caixa com uma fita.

—Última caixa! — Ele sorri animado.

—Isso é maravilhoso pai— disse sentando em seu lado no sofá e ele me abraça.

—Sabe, a melhor coisa vai ser morar em Forks— diz afagando meus cabelos—Ficar perto de você, dos meus futuros netos e poder ter um grande jardim. Mas sabe, eu tenho receio de uma coisa...

—O que? —Pergunto o encarando.

—Sua mãe, ela parece ficar meio estranha em relação ao Stefan... — diz ele pensativo. —Você sabe que ela disse que não sente uma energia boa vindo dele?

—Mamãe precisa de um psiquiatra— digo levantando do sofá e caminhando até a porta. —Então Chefe Swan, vamos carregar o caminhão da mudança?

Ele sorri e levanta do sofá vindo em minha direção, cada um pega uma caixa e seguimos para o elevador de serviço...

Que coisa mais deselegante da minha parte, você deve estar pensando: “Nossa, que menina mais grosseira”. Me desculpe, vou me apresentar direito...

Meu nome é Isabella Swan,tenho 18 anos. Sou de New Orleans, mas estou mudando hoje para Forks uma cidade em que se chove 365 dias do ano e em 24 horas. Meus pais Renée e Charlie são de lá, assim como os pais do meu quase noivo Stefan.

Eu e meu namorado estamos juntos desde que tínhamos 13 anos, mas há dois anos ele se mudou com a mãe para Forks. Seu pai Joseph faleceu e Damon, seu irmão, não quis assumir a empresa da Família Salvatore e Stefan ficou encarregado da presidência com apenas 20 anos. Confesso que estou com um pouco de receio dessa mudança, algo dentro de mim parece querer me avisar de que tem alguma coisa muito errada ou muito certo está para acontecer...

(...)

“Atenção senhores passageiros, começaremos os procedimentos para o pouso. Por favor afivelem seus cintos”

A aeromoça avisou através do alto falante enquanto eu admirava a vista da pequena cidade de Forks. Olhei lentamente para o lado, na poltrona do meio estava minha mãe agarrada ao seu terço (ela tem medo de avião) e ao seu lado na cadeira do corredor estava meu pai roncando, até demais...

—Charlie! — Ralhou minha mãe despertando meu pai, que acordou assusta.

—O que é mulher? —Perguntou ele com o mal humor matinal da família Swan.

—Já vamos pousar— disse minha mãe.

Em questão de segundos já estávamos desembarcando da aeronave e indo em direção a esteira de bagagens, minha mala foi a primeira a sair e em seguida veio as malas de meus pais. Caminhamos até a porta automática que da entrada ao saguão e quando ela se abriu a primeira coisa que vi foram aqueles olhos verdes, aquele sorriso que iluminou meu dia e fez meu coração acelerar. Corri em sua direção e ele me pegou no colo me beijando apaixonadamente.

—Eu senti tanto a sua falta— disse Stefan quando o ar nos faltou.

—Eu também— respondi lhe dando um selinho e alguém pigarreiou, virei de costas e encontrei meu pai de cara fechada.

—Chefe Swan— disse meu namorado estendendo a mão para meu pai.

—Salvatore— ele o saldou.

—Stef, quanto tempo— disse minha mãe o abraçando.

—A senhora está cada vez mais bonita— disse ele galanteador.

—Sei... —disse minha mãe caminhando em direção a saída e ignorando meu namorado completamente.

Ele me olhou com um olhar confuso e eu sussurrei para ele deixar para lá. Fomos em direção ao centro da cidade, confesso que o caminho foi tão curto e que em menos de 10 minutos a Mercedes de Stefan estava estacionada atrás do caminhão da mudança. Ajudamos meus pais a descarregar as coisas mais necessárias e levar para dentro de casa, quando estava voltando de guardar a ultima caixa Stefan me puxa para seus braços.

—Quero te levar em um lugar— diz ele beijando meu pescoço.

—Eu preciso ajudar a mamãe, o papai não está e eu não posso deixar ela só— disse lhe dando um selinho.

—Vai ser rápido— disse ele me puxando para dentro do carro.

Ele seguiu reto por minha nova uma e dobrou duas esquinas depois da minha casa parando em frente a um prédio pequeno mais luxuoso, saltamos do carro e fomos em direção a portaria. Meu namorado cumprimentou o porteiro e entramos no elevador, subimos para o último andar e quando a porta se abriu Stefan me puxou para meu colo.

—Para dar sorte— diz me dando um selinho e atravessando a porta.

A sala era muito simples, porém muito bonita. Tons quentes davam cor ao ambiente e na parede esquerda havia uma grande estante de livros.

—Espero que você goste— disse ele me abraçando por trás—Essa é a nossa casa,o lugar que a gente vai crescer juntos e criar os nossos filhos.

—É linda,Stefan— disse virando para ele e encarando seus lindos olhos.

—Eu sabia que iria gostar— disse ele me puxando para um beijo ardente.

Ele nem me mostrou o resto da casa, afinal teríamos muitos anos para conhecer os outros cômodos. Nós nos amamos ali mesmo, no sofá  e eu posso dizer que foi diferente. Muito diferente...