Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Hoje é dia 15, dia de att!! Então, o Cap6 é cheio de Drannelise (o que vocês acham desse nome?? hahah)
Preciso avisar vocês que eu reli duzentas vezes esse capítulo e ele me agradou e desagadou ao mesmo tempo por inúmeros motivos mas não pude mexer demais se não teria que editar os capítulos seguintes também!! Talvez vocês ganhem atualização mais cedo por esse motivo, o que acham?? Espero que comentem, hein!!!

E PARA VOCÊS QUE NÃO TEM CADASTRO NO NYAH, criei um curiouscat e um tumblr caso queiram falar comigo:
https://curiouscat.me/annelisboa
e
http://historiasanne.tumblr.com/ (acho melhor, porque posso postar fotos pra vocês, músicas relacionadas a fic etc)
Ahhh!! Prestem atenção nos detalhes pq tem bastante easter eggs ao longo da história!! (Não sei se esse é o nome certo, acho que sim!!)

Acho que só tenho isso pra avisar, espero que gostem!! E obrigada pelas grandes visualizações, amores ♥ Mas venham conversar comigo, sou legal, juro!!



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Draco a puxou pelo castelo até o lado de fora mas não a largou. Continuou puxando-a pelo braço até passarem pela cabana de Hagrid e adentrarem a floresta proibida.
— Você perdeu a cabeça? — Annelise puxou o braço para trás mas ele apertou mais forte e se virou para ela.
— Calma! Não vamos tão dentro. — Draco a puxou um pouco e finalmente a largou. Estavam num espaço cheio de árvores para lhes dar privacidade porém aberto o suficiente para ainda verem o castelo. Havia um pouco de grama e terra no chão, e as copas das árvores balançavam preguiçosamente no alto, trazendo um leve cheiro de chuva consigo. Ele cruzou os braços e se virou para ela. — Viu? Aqui é o suficiente pra você não morrer de medo. O castelo está bem ali. — Apontou. — Se quiser correr, fique a vontade.
— Não vou correr, idiota. Posso te matar mais rápido do que você respira.
Draco sorriu debochadamente.
— Eu quero ver você tentar.
— Não me provoque. — Alertou, se encostando numa rocha enorme e o olhando. — Me arrastou até aqui pra quê? Sabe que estou perdendo aula, não é?
— Mas eu não estou. — Ele deu de ombros. — Eu te trouxe aqui porque quero saber quem você é.
— Annelise Rosier Morgerstern, prazer. — Respondeu ironicamente. — Que perda de tempo, Malfoy.
— Eu sei que Joseph não te trouxe para Hogwarts atoa. Meu pai me contou que o Lorde das Trevas pediu por você especificamente.
Ela ficou quieta, olhando-o.
— Não se meta nisso.— Annelise deu alguns passos, ficando frente a frente com ele.
— Em quê? Já estou metido, Morgerstern. Meu pai...
— Você não é o seu pai! ­— Bufou, impaciente. — Draco, você fica brincando com essas coisas de Comensal da Morte, dando indiretas, sendo um idiota arrogante com toda a escola! — Ela percebeu que sua voz aumentara e respirou fundo. — Mas você não é um Comensal. Seu pai é. Tente ficar longe disso o máximo que puder.
— É a única sendo idiota aqui, Annelise. — Draco se inclinou para a frente. — É tão ingênua a ponto de pensar que o Lorde das Trevas não me terá se ele quiser? Se ele pediu por você, o que o impediria de pedir por mim?
— Eu não sou você! Sou mais inteligente. Mais madura. E não estou deixando rastros!
— Está dizendo que sou imaturo? — Ele parecia incrédulo. — Rastros? O que ele te mandou fazer?
— Não é da sua conta. E sim, você é imaturo. Jamais conseguiria disfarçar se tivesse uma missão importante. — Num impulso, ela segurou a mão dele e apertou levemente. — Draco, por favor. Se distancie disso. — Murmurou.
— Devia estar honrada, mas não é o que demonstra! — Ele não soltou sua mão, mas deu um passo para trás.
— As coisas não são simples assim! Você não entende o que vai acontecer? — Annelise bufou e o soltou, passando os dedos pelo rosto e pelos cabelos. — Eu não escolhi estar aqui! — Sussurou, se aproximando dele. — E venho sendo ameaçada toda semana quando nem mesmo ligo para qualquer um dos lados disso! Eu não quero nem imaginar no que acontecerá se eu falhar! Enquanto isso, você se comporta como se tudo isso fosse um grupinho de escola. Isso não será Grifinória e Sonserina, não é quadribol!
— Acha que não sei disso? — Perguntou rispidamente, dando dois passos para a frente. Eles estavam perto demais, outra vez.
— Parece que não! Você só falta dizer com todas as palavras para quem quiser ouvir! Está sempre dando deslizes e o mais engraçado é que nem envolvido você realmente está!
— Você acha mesmo que eu sou um idiota. — Draco disse baixo, os olhos faíscando de raiva.
— É exatamente o que eu acho! — Annelise confirmou em um tom ácido, se aproximando para empurrá-lo com a mão, mas Malfoy reagiu primeiro.
Passou os braços pela cintura dela e a beijou, os lábios dele buscando os dela como o ar para respirar. O beijo ora parecia desesperado por mais, ora com raiva. O coração dela batia tão forte que ela quase podia ouvi-lo. Quando ele fez menção de se afastar levemente, pretendendo encerrar o beijo, ela passou os braços por seu pescoço e segurou a nuca dele, puxando-o para perto outra vez. Malfoy a apertava pela cintura e a empurrou para trás até que encostassem numa árvore, deixando-os ainda mais colados. Annelise passou os dedos na nuca dele, com os olhos fechados prestava atenção nos lábios macios nos dela e a língua quente acariciando a sua.
Quanto entusiasmo! — A voz de Filch entrou nos seus ouvidos e os fizeram se soltar com o susto, Draco pulando para trás e ficando numa distância significável. Filch abriu um sorriso bizarro de satisfação. — Detenção! Vou levá-los para o professor Snape.
Os dois seguiram o zelador que parecia estar muito feliz com a situação, falando sozinho e soltando risadinhas. Se manteram a uma distância segura para que Filch não pudesse falar mais nada.
Annelise mal conseguira olhar para Draco ou para Snape enquanto ele lhes dava uma bronca. Sentia as bochechas queimando de vergonha e os lábios formigarem cada vez que pensava no que havia acabado de acontecer. Filch aguardava a sentença ansiosamente, um sorriso esquisito nos lábios. Quando ouviu o professor tirando dez pontos da Sonserina e liberando os dois, seu rosto entortou em uma careta de desgosto e ele saiu resmungando. Annelise o seguiu, andando o mais rápido que pôde para não parecer tão desesperada. Já fora da sala, mais uma vez Draco a segurou pelo braço.
— Temos que falar sobre o que aconteceu, Morgerstern.
Ela se esquivou, se soltando.
— Foi só um beijo, Malfoy.
Só um beijo? — Repetiu, as sobrancelhas se arqueando. — Espere, fique parada.
— O que? Por que?
— Vou te beijar de novo pra ver se é mesmo ''só um beijo''. — Ele fez aspas com os dedos enquanto se aproximava. Annelise riu sarcástica e o empurrou.
— Nem pense nisso! E espero que a professora Vector não me encha de trabalhos por culpa sua!


Duas aulas inúteis de Defesa Contra As Artes das Trevas depois, Annelise se jogou no sofá da sala comunal observando Blásio fazer alguma tarefa. Ela, felizmente, já havia terminado tudo o que tinha para fazer e ficou observando o colega até que ele terminasse.
— Quer desabafar, Morgerstern? — Perguntou ele, enrolando o pergaminho e dando um sorriso.
— Eu não desabafo, Zabini.
— Está com cara de quem quer desabafar. — Blásio encarou o pergaminho enrolado e o desenrolou novamente. — Pode dar uma conferida por favor?
— Claro.
Annelise leu o dever dele com atenção, mas não tinha muito o que mudar. Ele havia esquecido de completar algumas coisas mas não eram tão necessárias assim; é claro que o dela tinham até informações a mais, mas Annelise podia ser um pouco perfeccionista às vezes.
— Parece bom. — Ela deu de ombros e entregou o pergaminho para Blásio.
— Bom? Eu preciso que esteja perfeito! Se não receber um A nisso, McGonagall vai me matar!
— Eu duvido muito, mas talvez ela pegue mais no seu pé.
Suspirando, Zabini enrolou o pergaminho outra vez e o colocou na mesinha de centro. Se encostou no sofá e a olhou.
— Então, pode desabafar.
— Zabini! — Exclamou, rindo em seguida. — Não quero desabafar. Nem tenho o que dizer.
— É mesmo? Bom, você está quieta o tempo todo. Parece ter muita coisa na sua cabeça.
E tinha, realmente. Naquele momento Annelise confirmou algo que era muito óbvio: Blásio era observador e aquilo, para ela, era muito perigoso.
— Ah — Ela deu de ombros. — Eu só não tenho tanta intimidade com vocês. Estão aqui juntos há tempos, eu cheguei agora...
— Você não me entendeu. — Zabini virou o corpo dele na direção dela, sorrindo. — Não é como se você não tivesse algo pra dizer. Seus olhos denunciam que sua cabeça está longe, pensando demais.
— É... meu jeitinho de ser. — Ela sorriu e piscou um olho, como se houvesse lhe contado um segredo. Annelise se levantou, decidida a dar uma volta pela escola, antes que Blásio fosse longe demais com o interrogatório. — Te vejo mais tarde.
Ele acenou se despedindo, os olhos escuros e atenciosos a seguindo até que sumisse pela porta da sala.
Annelise subiu as escadas da masmorra com rapidez, ouvindo a chuva bater com força contra o castelo. Não haviam muitos alunos por ali, deviam estar em sua maioria nas salas de suas casas. Ela ficou parada perto do hall, sozinha, pensando pra onde ir. A porta principal se abriu e um Harry Potter muito molhado entrou, ensopado, seguido por Rony Weasley.
— Não acredito que vocês tiveram coragem de ir treinar com esse tempo! — Comentou surpresa ao notar os uniformes de quadribol.
— Nossa capitã é meio louca... — Disse Rony, o cabelo ruivo grudado na testa. — Harry, vejo você lá em cima. Preciso trocar essa roupa. — Ele subiu as escadas correndo.
— Ela pode ser louca, mas é esperta. O primeiro jogo é contra a Sonserina e eles estão dando duro. — Annelise se aproximou e sorriu. — E provavelmente vai chover.
— É. Você vai estar lá? — Perguntou Harry, tirando os óculos do rosto e os limpando com a varinha.
— Claro que sim! Dizem que são as melhores partidas. Além disso, quero ver quem é o melhor apanhador. Você ou Malfoy.
Harry riu, colocando o óculos de volta. Ele abriu a boca para dizer algo, mas tudo que saiu foi um grito enquanto ele caia sentado no chão, a mão pressionando a testa.
— Potter! O que foi? — Annelise ajoelhou e segurou o ombro dele com uma mão e o braço com outra.
— Minha cicatriz....
— Sua cicatriz? — Arregalou os olhos, seu coração se acelerando.
— É, está doendo. Ele está com raiva.
— Quem? — A voz dela saiu com um sussurro, enquanto virava a cabeça checando se havia alguém por perto.
— Voldemort. — Harry não olhava para ela. Duvidava que ele estivesse prestando atenção ao seu redor, pois não acreditava que ele confiaria nela nessa maneira. — Ele quer ver alguma coisa concluída, mas isso não está acontecendo na velocidade que ele quer... — Ele ergueu a cabeça, os olhos verdes se prendendo nos dela. — Annelise! Nem sei porque estou dizendo isso na sua frente...
— Eu sei, eu sei! Não vou contar pra ninguém, Potter. Me deixe te ajudar a levantar! — Ela sentia suas próprias pernas tremerem, mas se forçou a ficar firme e ajudou que ele se erguesse novamente. — Ele te afeta tanto assim? — Perguntou baixinho quando um primeiranista da Lufa-Lufa passou por eles.
— É... Dói quando ele está por perto.
— Perto? — Ela ficou tão apavorada que sabia que havia acabado de dissipar qualquer grande desconfiança sobre ela. Um Sonserino com medo de Voldemort talvez fosse novidade, e naquele momento, Potter percebeu que ela não era um perigo. — Como assim perto? Tipo em Hogsmeade? Aqui? — A voz dela era instável, mudando de tons a cada palavra que dizia, os olhos arregalados.
— Você está ficando pálida... Não, não acho que ele esteja por perto dessa vez. Mas está com raiva.
— Ah... Nossa, isso é.... — Annelise não sabia o que dizer, então passou a língua pelos lábios e o olhou. — Desculpe pelo nervosismo. Precisa ir até a ala hospitalar? Eu acompanho você, não tem problema.
— Não, tudo bem. Já passou. — Ele a encarou, parecendo pensar consigo mesmo.
— Isso é muito importante, eu acho. Você devia falar com Dumbledore. — Sugeriu Annelise.
A expressão de Harry se fechou.
— Ele já sabe. Não tem muito o que fazer. — Os olhos verdes foram até as escadas e se voltaram para ela. — Preciso subir. Me desculpe por falar o nome dele na sua frente.
— Eu não... — Annelise suspirou. — Não tenho medo do nome. E me desculpe por surtar na sua frente. Você sabe, eu era de Ilvermorny... uma escola de bruxos nos Estados Unidos... Não estou acostumada com esse clima de perigo. Lá era tudo muito calmo.
— Deve ser muito estranho pra você.
— Muito. — Concordou.
— Bom... te vejo amanhã, então?
— Claro. Até amanhã.
Potter subiu as escadas também, rumo a sala comunal da Grifinória, deixando uma Annelise completamente em pânico para trás.
Voldemort estava com raiva. E com pressa.
Ela tinha a sensação que receberia outra carta de Joseph muito em breve.


Duas longas semanas se passaram. Annelise constantemente se reunia para estudar com Hermione na biblioteca e elas já até falavam de assuntos de fora de Hogwarts. Também conversava com Harry às vezes durante as aulas e pareciam colegas de longo tempo. Rony ficava extremamente tímido e vermelho cada vez que ela se aproximava, mas conversava o mais normalmente possível. Quanto a Draco, ele pareceu se afastar um pouco e estava sempre discutindo com Pansy por algum motivo. Annelise a seguiu algumas vezes e pôde vê-la beijando o mesmo aluno de antes. Finalmente era o dia da partida da Sonserina contra Grifinória e Annelise não se cabia de animação, considerando que adorava quadribol. O clima de competição entre as duas casas crescera tanto que ela pensou que o castelo devia ficar ligeiramente maior para caber o ego dos alunos das respectivas casas. Os professores, é claro, também pareciam muito envolvidos. Annelise soube por Rony que McGonagall não havia passado nenhum dever de casa para os grifanos, ao contrário de sua turma, que recebeu a mesma quantidade de sempre. Por outro lado, Snape estava reservando o campo para o time da Sonserina com tanta frequência que ela só via Draco nas aulas. Ela achou muito engraçado quando presenciou Milo Bletchley, o goleiro do time, lançar um feitiço na cara de Alicia Spinnet que fez as sobrancelhas dela crescerem tanto que taparam seus olhos. Snape insistiu que ela havia usado um feitiço para cabelos em si mesma e se recusou a ouvir as catorze testemunhas que presenciaram a cena. Jogadores da Sonserina estavam sempre azarando os da Grifinória pelos corredores e Snape se fazia de surdo quando recebia reclamações, o que Annelise achava hilário.
Outubro se encerrou e iniciou Novembro com ventos uivantes e chuvas grossas, o frio veio sem pena, trazendo espessas geadas matinais e correntes de ar que queimavam mãos e rostos desprotegidos. Os picos das montanhas que cercavam Hogwarts estavam cheios de neve e a temperatura do castelo caíra tanto que os estudantes pareciam ter engordado, mas era só o número de roupas que havia subido.
— Blásio, o que vocês costumam vestir nos jogos aqui? — Perguntou Annelise na manhã do jogo. Os alunos vestiam as usuais capas pretas da casa com os detalhes prateado e verde, por baixo dela aparecia o suéter verde e o cachecol por cima dos dois. Em Ilvermorny era comum customizar roupas para os jogos ou fazer alguma camiseta para os torcedores.
— Bom, isso aí que está vendo. Mas hoje temos um suvenir, que é a capa de chuva. — Ele estendeu uma para ela. — Peguei essa para você. E se quiser... fizemos esse broche também.
Zabini estendeu para ela um broche em formato de coroa com as palavras ''Weasley é o nosso rei''.
— Isso é sério? — Perguntou ela, analisando o distintivo em sua mão. 
— Claro que é. Todos estão usando. — Ela olhou em volta e, pelo que viu, só uns três alunos não usavam o broche. — Ensaiamos uma música também. Mas entendo se não quiser usar, já que ele é seu amigo. — Zabini deu um sorriso sarcástico.
— Bom, não vou querer, obrigada. Mas achei... espirituoso. — Ela mostrou a língua, rindo em seguida.
Já estava vestida como o resto dos alunos, então ela, Zabini e Crabbe saíram com mais alguns alunos para tomar café da manhã no Grande Salão. O restante já se encontrava lá.
Ela se sentou e decidiu comer um pouco de cereal, olhando para o teto do salão para checar o tempo lá fora. O teto mostrava um céu perolado, cinza pálido, e ela sabia que devia estar extremamente frio.
— Me passe um broche, Zabini. — Disse Malfoy, sentando ao lado dela. Ainda não usava o uniforme do time, mas pegou o distintivo e enfiou no bolso da calça. — Ensaiaram a música?
— Sim... Lá vem Weasley.
Harry e Rony entraram no salão e quando passaram pela mesa da Sonserina, o barulho aumentou. Eles começaram a gritar e assoviar para os dois, mas Harry não ligou. O ruivo, no entanto, parecia prestes a vomitar.
— Deixem ele em paz. — Annelise resmungou, revirando os olhos, apesar de achar a provocação um tanto engraçada.
— Ah, estamos te ofendendo por zoar seu amiguinho? — Draco finalmente se virou para ela, bebendo um gole de suco de abóbora em seguida.
— Bom dia, Malfoy. — Retrucou sarcasticamente.
— Bom dia, Morgerstern. — Respondeu no mesmo tom. Ele comeu um pouco enquanto ela permanecia calada, só conversando com Zabini ocasionalmente. Finalmente, Draco se levantou. — Toma, Annelise. — Disse rispidamente, tateando o bolso e tirando um gorro verde e estendendo-o a ela. — Reparei que não trouxe um pra você. Está congelando lá fora. Vai ficar doente.
Annelise estava surpresa demais com o gesto para dizer alguma coisa. Pegou o gorro, calada, e o observou sair com alguns companheiros do time em direção ao campo.
— Uau! — Blásio sorriu largamente, a encarando. — O que foi isso?
Crabbe e Goyle se levantaram, limpando as bocas com as costas das mãos e seguiram para fora.
— Não faça graça ou vou azarar você aqui mesmo, Zabini! — Exclamou Annelise, mas sorriu enquanto colocava o gorro. — Onde vão os dois?
— Ah, são os novos batedores do time.
Ela franziu as sobrancelhas.
— Parece perigoso. Para eles mesmos, no caso.
— É. Não sei se sabem ficar em cima da vassoura ou compreendam a extremidade dela, mas vamos ver. — Ele deu uma gargalhada.
Alguns minutos mais tarde, os dois se juntaram com a multidão falante de alunos e desceram para o campo de quadribol. Annelise se sentou com Blásio e Pansy ocupou um lugar ao lado dela. As equipes logo estavam em posição, uma de frente com a outra. De longe, ela podia ver o cabelo loiro de Draco refletindo no sol tímido que se esgueirava vez ou outra por entre as nuvens cinzentas.
Ao soar do apito de Madame Hooch, as vassouras se levantaram no ar juntamente com as bolas e dispararam cada vez mais alto. Annelise viu Rony disparar como um raio em direção às balizas. Draco e Harry estavam em lados opostos do campo, ambos concentrados no céu procurando o pomo de ouro.
— E é Johnson com a goles, que ótima jogadora é essa garota, é o que venho dizendo há anos, mas ela se recusa a sair comigo...
— JORDAN! — Berrou a professora McGonagall. Annelise gargalhou, achando aquele locutor ótimo.
— É só uma gracinha, professora, um toque de interesse humano. Ela se livra de Warrington, passa por Montague, ela - aiii— foi atingida nas costas por um balaço lançado por Crabbe... Montague apanha a goles, Montague torna a subir pelo campo e - belo balaço de Jorge Weasley, bem na cabeça de Montague, que larga a goles. Quem apanha é Katie Bell, Bell da Grifinória...
A concentração de Annelise no jogo e na narração do menino que ela descobriu se chamar Lino Jordan fora interrompida pela torcida da Sonserina. O narrador pareceu prestar atenção naquilo também.
— O público está adorando o jogo, ouçam, que é que estão cantando?
Naquele momento, toda a arquibancada da Sonserina pareceu estourar ainda mais na cantoria.
Weasley não pega nada, não bloqueia aro algum! EI EI EI, Weasley é nosso rei! Weasley nasceu no lixo, sempre deixa a bola entrar! A vitória já é nossa, Weasley é o nosso rei!
Os alunos da Sonserina gritavam com tanto fervor que Annelise ficou meio deslocada ali no meio. No momento que Jordan percebera o que era aquela música, voltou a gritar no microfone, tentando abafar o som que vinha das arquibancadas.
— Zabini! — Annelise gritou, dando um tapa na barriga do outro. — Isso é muito baixo!
— Mas é engraçado, não é? — Se defendeu, rindo.
— Ha-ha! Você é muito criativo. — Retrucou ironicamente. — Mas não deixa de ser golpe baixo.
— Anne! Quem disse que fui eu que inventei a música? — Blásio deu um sorriso largo.
— Muito engraçado, Zabini.
— Draco escreveu a maioria... eu só adicionei o ritmo. — Ele piscou para ela.
O rapaz voltou a observar o jogo e a cantar repetidamente a música com o resto da torcida, enquanto Annelise se limitou a cruzar os braços e olhar o jogo também. Draco passou voando calmamente por cima dela e a olhou. Deu um sorriso leve e voltou a procurar o pomo. Ela sabia que ele havia gostado de vê-la usando seu gorro.
Argh, onde estou me metendo; pensou, mordendo o lábio inferior.
Warrignton pegou a goles no ar e disparou sua vassoura em direção aos aros da Grifinória, sem nada para detê-lo a não ser Rony. Os gritos da Sonserina se tornaram ensurdecentes, a música ecoando no estádio inteiro, ainda que as outras casas não estivessem fazendo coro dela. Warrington jogou a goles e Rony mergulhou às cegas, de braços abertos, a goles atravessando direto entre eles e entrando no aro central.
A arquibancada da Sonserina explodiu em comemoração, Annelise bateu palmas, dividida entre sentir pena de Weasley e empolgação pela sua casa.
— Ponto para a Sonserina! Dez a zero para a Sonserina.
As outras torcidas vaiaram com fervor, mas aquilo não abateu os sonserinos. Tornaram a cantar ainda mais alto, quase cobrindo a voz de Lino Jordan. As vozes juntas estavam tão altas que quase faziam o estádio tremer. Pansy pulou para fora do banco e começou a animar ainda mais a torcida, como se fosse uma orquestra. Observando os times, Annelise percebeu que os jogadores da Sonserina também cantava o coro. Mais uma vez, Rony perdeu uma bola.
— Sonserina na frente da Grifinória por quarenta a zero! — Informou Lino Jordan, com uma falsa animação.
Alguns minutos de jogo e nada havia mudado, exceto que a Sonserina fizera mais vinte pontos. Malfoy e Potter ainda sobrevoavam o campo, procurando o pomo com os olhos.
— E É PONTO PARA A GRIFINÓRIA! — Jordan esgoelou quando Angelina finalmente acertou um aro. — Quarenta a dez! Quarenta a dez para a Sonserina!
Annelise voltou os olhos para Harry no instante em que ele desviava de um balaço lançado por Crabbe e logo embicou a vassoura para baixo, mergulhando com rapidez. Draco não ficou atrás, foi varando o campo todo, virando um borrão verde deitado sobre a vassoura.
— Ah, agora sim isso vai ficar bom. — Comentou ela, com um sorriso.
O pomo pareceu mudar de direção, contornando a base de uma das balizas e indo para o lado das arquibancadas, beneficiando Malfoy que estava mais próximo. Harry inverteu o rumo da sua vassoura e não demorou muito para que os dois estivessem lado a lado, outra vez. Ela pôde enxergar os dois com os braços esticados, voando em direção ao chão, mas uma briga de mãos não a deixou ver quem pegou o pomo primeiro.
Harry subiu a vassoura com o braço esticado, exibindo a bolinha presa entre seus dedos. Crabbe, encarando a cena, bateu em um balaço que passava e o atirou com força contra as costelas de Potter, que caiu da vassoura. Felizmente, ele não estava muito longe do chão. A cantoria da Sonserina se misturou com aplausos dos mesmos e em gritos de protesto, berros furiosos e vaias das outras casas. Os dois times voaram para o gramado assim que apitaram o fim do jogo, Jordan gritando a vitória de Grifinória.
Draco gritava com raiva alguma coisa para o time adversário, os jogadores segurando os dois Weasley enquanto Rony ia embora sozinho para o vestiário. De repente, Harry soltou Jorge e os dois pularam em cima de Draco, se embrenhando numa bola de socos. Annelise se levantou, cobrindo as mãos com a boca num susto.
— Caramba! — Exclamou Blásio, tão surpreso quanto ela.
— Ele deve ter ofendido a famíia deles, com certeza. — Pansy ria, se divertindo com a cena.
— É, ele precisa parar com isso. — Annelise cruzou os braços, observando a Madame Hooch apartar a confusão. Fred Weasley ainda estava sendo segurado por três artilheiros, Malfoy estava dobrado no chão, o rosto ensanguetado. Harry bufava em um canto e Jorge no outro, enquanto Crabbe dava gargalhadas entrodosas mais atrás. A professora gritava com Potter e Weasley e apontou em direção ao castelo.
— O show acabou. — Pansy suspirou. — Vamos voltar para as masmorras.
Annelise acompanhou alguns alunos que saiam em bando para voltar ao castelo, Pansy na sua frente e Blásio logo atrás. Ela estava irritada pela Sonserina perder o jogo e também pelo que quer que fosse que Malfoy houvesse dito para finalmente tirar tanta gente do sério.
Chegaram nas masmorras e ficaram pela sala comunal, que estava barulhenta devido as discussões sobre o que havia acabado de acontecer. Annelise se acomodou no sofá preto de couro, Blásio sentado ao seu lado.
— Onde Pansy se meteu? — Perguntou ele, olhando ao redor. Ela sumira perto das escadas que iam para as masmorras. Annelise tinha uma sugestão de onde ela poderia estar, mas não era o momento de dizer ainda.
— Não sei. — Suspirou, sentando de lado e apoiando o braço no encosto do sofá.
— Será que Snape vai brigar com Draco?
— Duvido muito. Mas acho que Crabbe vai receber uma detenção por jogar um balaço depois do jogo se encerrar.
— Mas Hooch só apitou depois disso! — Protestou Zabini, passando a mão pela nuca, pensativo.
— É, mas Potter já tinha pegado o pomo.
— Tem razão. — Concordou, ficando em silêncio. Não demorou muito para que as portas da sala se abrissem e um Draco cheio de sangue entrasse por ela. Ele caminhou irritado por entre os alunos, alguns o olhando curiosos, e se sentou entre Blásio e Annelise.
— Idiotas. — Resmungou, enfiando um pano no rosto com muita força, gemendo de dor em seguida.
— Argh, me deixe fazer isso. — Annelise puxou o pano da mão dele e segurou seu queixo, virando-o delicadamente para ela. Começou a passar o pano na área ensanguentada, analisando o nariz dele. — Não quebrou.
— É, foi o que Pomfrey disse. — Respondeu rispido, bufando em seguida.
— Snape falou com você? — Perguntou Blásio, observando os dois com um sorriso sarcástico.
— Disse que preciso conter minha língua em determinados momentos.
— Eu concordo, cara. Imagino o que Umbridge vai fazer depois disso.
— Ela não é louca de ferrar com a gente. Ai, Morgerstern!
Annelise revirou os olhos, buscando na mente algum feitiço que pudesse diminuir a dor. Não fazia ideia de como o nariz dele não havia quebrado, mas faltou pouco para isso.
— Espero que não. — Blásio bateu as mãos no sofá e se levantou. — Vou tentar conseguir alguma coisa pra você beber e se acalmar. — Ele se afastou, deixando-os sozinhos no sofá.
Annelise puxou a varinha das vestes e apontou para o rosto de Malfoy.
Estanque Sangria. — O nariz parou de jorrar sangue imediatamente. — Episkey. — Provavelmente o osso estava trincado, e com esse feitiço voltara a ser como era antes. Ele gemeu de dor. — Headolov. — Um feixe azul turquesa saiu da ponta da varinha e varreu o rosto de Malfoy, retirando a dor que ele sentia. Ao terminar, Annelise guardou a varinha nas vestes e voltou a limpar o sangue que estava na pele dele com o pano úmido. Os olhos cinzas de Draco a observavam atentamente.
— Está muito quieta, Morgerstern.
— Você quer que eu reafirme que te acho um idiota? — Perguntou baixo, notando alguns olhares.
Ele bufou.
— Você não entende.
— Tem razão, não entendo. Talvez eu devesse ter te deixado com dor e ensanguentado, para que se lembrasse disso cada vez que fosse agir como um imbecil! — Ela se levantou e atirou o pano no colo dele, se dirigindo ao dormitório feminino, mas ainda pôde ouvir sua voz.
— Pelo menos você ficou linda com o meu gorro.
Ignorando-o, ela entrou em seu quarto e bateu a porta.


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Notas finais do capítulo

>> SPOILER CAPÍTULO 7 <<

''— Por favor... por favor... eu estou quase lá! — Seu corpo tremia de dor enquanto Annelise fazia esforço para que as palavras saíssem. Era como se mil facas quentes perfurassem cada centímetro de seu corpo. Ela não conseguia pensar. Seu cérebro parecia estar rachando ao meio e ela tremia, se encolhendo no chão e gritando.''

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