Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, fantasminhas! Atualizei mais cedo do que de costume como um presente para o número de view e acompanhamentos que cresceram tanto! Espero receber uns comentários de vocês dessa vez.... podem comentar criticas que tiverem, vou fazer meu possível para corrigir e também quero saber o que vocês estão achando da Annelise, se gostam dela, com quem estão shippando etc.... vamos conversar! Beijão!!
ps.: atenção para os links das roupas!!



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— Já faz quase duas horas que ela está aí. — Ouviu Blásio comentar ao longe, como um zumbido.
Ao sair da sala de Umbridge, Annelise passou reto por Draco e fez questão de andar por cada perímetro de Hogwarts até que se cansasse. Foi quase automático. Suas pernas não paravam e ela pensou em praticamente tudo que poderia pensar, até decidir voltar para o salão comunal da Sonserina e se sentar em uma poltrona ao lado da janela, fitando o fundo do lago negro e refletindo sobre a atitude que deveria tomar com Pansy.
— Alguém perguntou o que Umbridge disse a ela? — Dessa vez quem falava era Draco. Eles não pareciam tentar disfarçar que falavam sobre ela, mas Annelise não se importava.
— Não. — Blásio respondeu.
É claro que Annelise pensara em inúmeras maneiras de irritar Pansy tanto quanto ela estava irritada agora. A menina não havia conseguido tirá-la do sério, pois se tivesse, nem o próprio Dumbledore a faria parar de lançar feitiços de azaração em Parkinson. Mas primeiro, a melhor escolha era fazer Pansy entender que Annelise não era alguém para se meter a besta.
Primeiro, ela pensou em tentar conquistar Draco de propósito. A maioria das vezes que a menina se atingia era por causa dele, então era uma boa escolha, mas que foi descartada. Se recusava a entrar em uma inimizade por causa de um garoto, seja quem fosse. Depois, pensou em devolver na mesma moeda, mas Pansy não era tão burra quanto parecia ser. Ela não cometeria nenhum deslize enquanto Annelise estivesse perto. Por fim, decidira fingir que não havia nada de errado. Sabia que um dia Parkinson precisaria dela, e quando esse dia chegasse, então ela provaria do próprio veneno.
Finalmente, Annelise se levantou, o que causou um pouco de espanto nos quatro meninos que estavam ali por perto.
— Boa noite. — Ela sorriu levemente enquanto passava por eles, tendo a certeza de que aquilo devia ter sido mais estranho quanto pensava que seria.

A manhã seguinte estava um pouco mais fria do que nos últimos dias. Annelise enrolou o quanto pôde para sair da cama macia, mas finalmente se levantou. Antes de sair do quarto, deu uma olhada para o corpo adormecido de Pansy em sua cama e seguiu seu caminho para o salão comunal. Alguns alunos do sexto ano estavam por ali jogando xadrez de bruxo e outros fazendo tarefas ou conversando. Ainda era cedo, mas Annelise resolveu não se demorar e seguiu para o Salão Principal, ansiosa pelo café da manhã.
Se serviu e logo começou a comer, aproveitando os momentos de solidão antes que a mesa da Sonserina se enchesse. Sua paz foi brevemente interrompida pela capitã do time da Grifinória gritando com Harry Potter por algum motivo, que ela julgava ser sua nova detenção. Depois que McGonagall repreendeu a gritaria, o correio coruja entrou pelas janelas e deixaram cartas caírem. Ao longe, Annelise reconheceu a coruja da família, Jilly. Uma carta caiu em sua frente e logo em seguida outra, deixada por uma coruja que ela não reconheceu.
Apanhou primeiro a carta de Jilly e a abriu, deixando a comida de lado.

Annelise Rosier Morgenstern,
Será que precisarei ir até Hogwarts conversar com você pessoalmente?
Lembre-se: Não sou o único decepcionado com você. E a decepção custa caro.
Joseph Morgenstern

Duas linhas.
Foi o necessário para fazer Annelise perder a fome e o mundo ao seu redor perder o som. Ela não ouvia nada, como se estivesse em uma redoma. Só o que podia escutar eram as batidas aceleradas de seu coração. Ela leu e releu várias vezes. ''Não sou o único decepcionado com você. E a decepção custa caro.'' Aquilo foi mais do que suficiente para que ela entendesse que Voldemort não estava feliz com sua demora e andara descontando em seus pais. O fato de que Madeleine não a escrevera e sim Joseph a fez tremer.
— Morgerstern, está surda?
A voz de Draco a arrastou para fora da redoma. O salão já estava barulhento e mais cheio. Ele estava sentado ao seu lado, os olhos cinzentos presos em seu rosto.
— O-o que? — Perguntou, um pouco atordoada. Annelise fechou a carta com rapidez e enfiou no bolso.
— Perguntei se pode me ajudar com Poções. — Ele claramente estava mentindo. Draco era tão bom quanto ela. — Está se sentindo bem, Morgerstern?
— Acho que preciso de um ar. — Annelise empurrou o prato com mais da metade do omelete para a frente e pegou a outra carta. Se levantou e colocou a alça da mochila no ombro, mas parou quando Draco ameaçou se levantar e ir junto com ela. — Onde você vai, Malfoy? Não entendo porque fica vindo atrás de mim!— Sua voz estava um pouco mais alta e ela sentia seu coração bater forte. Antes que ele respondesse, ela saiu correndo para o jardim.
Se sentou no gramado e cruzou as pernas, sem se importar em perder a primeira aula, já que era Adivinhação. Sabia que teria um grande problema se Umbridge resolvesse inspecionar a aula, mas não ligava. Pegou a segunda carta e a abriu.

Annelise,
Eu realmente não quero te sufocar, mas sinto que esperei demais por alguma palavra sua. Como estão as coisas? Sei que você avisou que não conseguiria manter muito contato, que tinha algo importante para fazer e bla-bla-bla! Mas seu silêncio está me deixando preocupada.
Por favor, envie uma palavra que seja, para que eu saiba que ainda está viva. E venha para a Califórnia nas férias de verão!
Amo você,
Krystal Villewick.

As palavras calorosas de Krystal, que poderia ser chamada de melhor amiga, fez com que lágrimas brotassem dos olhos de Annelise quase no mesmo minuto. Mal se deu conta de que estava chorando, ainda que silenciosamente. Se sentia sozinha e completamente perdida. Não tinha ideia de como faria para conquistar a amizade de Potter, primeiro por ser uma Sonserina, segundo pelo fato de que ele era um tanto quanto fechado. Aquela missão parecia cada vez mais difícil de se cumprir e ela temia que na verdade esse fosse o objetivo de Voldemort. Ela sentia em seu coração que sua mãe e seu pai estavam sendo punidos pelo seu fracasso. E aquele peso em seus ombros estavam a tornando cada vez mais fechada, ainda que ela soubesse que isso não a ajudaria em nada.

Annelise só se levantou ao ver os alunos da Grifinória caminhando em direção a cabana do guarda-caça. Limpou os olhos, sabendo que seu rosto e nariz estavam vermelhos, e seguiu os alunos até o local da aula. Se sentou em uma pedra e esperou a turma da Sonserina chegar, o que não demorou muito. Umbridge já estava ali, olhando curiosamente com seus olhos pequenos e seu rosto de sapa.
Draco e sua turma pararam longe dela, mas ele a olhava às vezes com o rosto confuso. Quando Pansy se distanciou com uma menina que ela acreditava se chamar Joanne, Annelise se levantou e puxou Malfoy pela manga da capa.
— Me desculpe por gritar com você. — Disse de uma vez, sabendo que se enrolasse não falaria nunca.
— Tá. — Ele olhava seu rosto com atenção. — Sem problemas.
— Tem certeza, Draco?
— Sim, Morgerstern. — Ele deu um sorrisinho no canto dos lábios. — Não se preocupe.
Eles se viraram para observar a professora Grubbly-Plank sendo interrogada pela Umbridge.
— Você não costuma dar essa aula, não é? — Perguntou Umbridge, a prancheta rosa no braço.
— Correto. Eu sou a professora substituta. Estou no lugar do professor Hagrid.
Crabbe e Goyle conversavam sobre alguma coisa aleatória e sem sentido enquanto Draco fingia ouvir.
— Hummm. — Murmurou a sapa. — Eu estava pensando... O diretor parece extremamente relutante de me dar alguma informação a respeito. Você poderia me contar o que está causando a longa ausência do professor Hagrid?
Draco acotovelou os dois amigos e ergueu o queixo, prestando atenção no que ela dizia. Com certeza ele devia detestar esse professor, já que aquilo capturou sua atenção.
— Acho que não. — A professora Grubbly-Plank parecia confusa sobre o questionamento. — Não sei nada além do que a senhora sabe.
Alguns minutos de conversa entre as duas depois, a professora começou a aula enquanto Umbridge andava entre os alunos analisando suas atividades. Blásio estava pegando bichos-de-conta e Malfoy se adiantou para pegar o pergaminho com o desenho inacabado de Annelise, então ela ficou na fila esperando para pegar um tronquilho. Por sorte, Rony Weasley estava na frente dela.
— No geral — Recomeçou Umbridge, outra vez retornando à professora. — como é que você, como um membro temporário do corpo docente, uma pessoa de fora, eu suponho que você possa me dizer, o que você acha de Hogwarts? Você acha que recebe apoio suficiente da direção?
— Por Merlin, isso está ficando ridículo. — Annelise reclamou, alto o suficiente para que Weasley ouvisse. Ele virou um pouco o corpo na direção dela, mas não disse nada.
— Ah sim, Dumbledore é excelente. — Respondeu Grubbly-Plank com sinceridade. — Sim, eu estou muito feliz sobre como as coisas vem sendo guiadas, por assim dizer.
— Obrigada, professora. — Annelise resmungou outra vez, captando a atenção de Weasley.
— E você está planejando assumir a matéria esse ano, pretendendo, é claro, que o professor Hagrid não retorne?
— Oh, eu vou mostrar no decorrer do ano criaturas que costumam ser cobradas nos N.O.M.s. Não há muito a fazer, considerando que já estudaram unicórnios e pelúcios, eu pensei em mostrar-lhes pocotós e amassos, ter certeza que podem reconhecer crupes e ouriços, você sabe...
— Bem, você parece saber o que está fazendo. — Umbridge fez uma anotação em sua prancheta. — Agora, eu ouvi dizer que houveram ferimentos nessa aula?
A sobrancelha de Annelise se ergueu um pouco ao ver o sorrisinho de Goyle.
— Fui eu. — Malfoy balançava o pergaminho na mão e se aproximou de Umbridge. — Fui atacado por um hipogrifo.
— Droga, Draco. Por que precisa se meter? — Annelise resolveu tentar mais uma vez.
— Ele é um idiota. — Rony finalmente havia se virado.
— Bom, é. Mas é um bom amigo, quero dizer. Pelo menos para mim. Eu só detesto essas coisas que ele faz.
— Um hipogrifo? — Perguntou Umbridge, escrevendo freneticamente.
— Draco, você com certeza não seg.... — Annelise começou a dizer em voz alta, fazendo os dois se virarem para ela. Antes que pudesse completar, Harry Potter a interrompeu.
— Apenas porque ele foi idiota de não ouvir o que Hagrid havia ensinado! — Disse raivoso.
Rony gemeu descontente.
— Parece que nós dois temos amigos que falam demais. — Ela deu um sorriso leve para Rony, enquanto Harry recebia mais noites de detenção.


Os professores pareciam determinados em ter certeza que Annelise estava no mesmo nível de sua turma, ainda que ela provasse isso em todas as aulas. Era quase meia-noite quando ela saiu da biblioteca, depois de ter feito quase dez trabalhos com excelência. Enquanto pensava no longo caminho que a separava das masmorras e consequentemente, sua cama, ela se espreguiçava tentando alongar os músculos rígidos depois de tantas horas na mesma posição, debruçada na mesa. Quando chegou nas escadas, viu Harry Potter andando mais rápido que o normal, segurando uma de suas mãos. Era a oportunidade perfeita. Annelise se esgueirou rapidamente e trombou com ele.
— Potter! — Exclamou ela, dando um sorriso simpático, apesar da cara de sono.
— Ahn, Morgerstern. — Ele tentou esconder a mão, mas Annelise o segurou pelo pulso e puxou para a frente. Havia um lenço ensanguentado amarrado nela, o que a causou certo incomodo.
— O que aconteceu com você?
— Nada, nada... preciso ir para o salão comunal. — Ele desconversou, parecendo ansioso para sair dali.
Não que ela fosse deixar.
— Espera aí, você está voltando da detenção com Umbridge, não está? — Annelise estava verdadeiramente surpresa. Harry não estava mais tão relutante, então ela segurou seu braço e puxou o nó que prendia o lenço na mão dele, revelando a barbariedade que a professora andara causando. — Ela não fez isso!
— Ela fez. — Harry deu de ombros; os olhos verdes indo da mão para o rosto dela.
— Você precisa contar para alguém! Sério! Por acaso McGonagall já viu isso? — Annelise continuava olhando a mão dele em choque. ''Não devo contar mentiras.''
— Não vou dar esse gosto a ela. — Annelise o olhou, impressionada com a teimosia e coragem dele. Ela começou a refazer o curativo na mão dele.
— Harry, isso é tortura. Tenho certeza que Dumbledore não permitiria isso.
— Tudo bem, Annelise. Sério.
Ela soltou a mão dele e sorriu.
— Bom, seu segredo está a salvo comigo.


As olheiras no rosto de Annelise não a surpreenderam quando ela se olhou no espelho na manhã seguinte. Passara a noite inteira entre revirar na cama e ter pesadelos com sua família sendo torturada por Voldemort e mãos sangrando. Começava a pensar que era informação demais.
Enquanto caminhava desanimadamente para a aula de História da Magia, teve sorte ao encontrar Hermione. Antes que a menina pudesse passar por ela, Annelise a cutucou no ombro.
— Hum, posso ajudar?
— Na verdade, queria te dar uma dica. Vi a mão de Harry ontem a noite e achei terrível. — Hermione imediatamente prestou atenção nela. — Ontem li alguns livros de Herbologia para um trabalho extra e acabei lendo algo sobre tentáculos de murticos. Tente fazer uma solução com ela e creio que deve ajudar, ainda que eu ache que ele deva contar para alguém.
— Ah, nossa! Eu concordo. E obrigada, Morgerstern, é muito gentil da sua parte. — Hermione franziu a sobrancelha e Annelise sabia que ela estava estranhando dizer algo assim para alguém da Sonserina.
— Imagina. — Ela sorriu. — Preciso ir, estou atrasada para a aula do Prof. Binns. Até!
Hermione acenou com a mão enquanto Annelise corria apressada escada acima. Sabia que já havia feito progresso, mas aquilo não era nada comparado ao que tinha que chegar. Ela realmente precisava ser amiga de Harry e não alguém por quem ele nutria simpatia.


Longas semanas se passaram. Draco havia se afastado de Annelise, mas estava sempre por perto. Pansy fingia descaradamente que não havia feito nada de errado e parecia muito feliz com o distanciamento dos dois, até mesmo passara a sentar perto de Annelise. O trio de grifinórios a cumprimentava quando se cruzavam nos corredores ou nas salas de aula, ainda que não fosse o início de uma amizade.
Finalmente, o fim de semana em Hogsmeade havia chegado. Os alunos não paravam de falar sobre isso e Annelise estava feliz de ver outras pessoas e coisas diferentes. Quando o sábado chegou, ela estava pronta e sentada na poltrona do salão comunal, batendo o pé no chão impaciente. Checou seu dinheiro várias vezes até que finalmente alguém desceu dos dormitórios.
— Já está pronta? — Perguntou Malfoy, arqueando uma sobrancelha e se sentando na frente dela. Ele vestia roupas pretas que combinavam perfeitamente com seu tom de cabelo, olhos e pele. O contraste com a poltrona verde escura fazia parecer que ele estava pronto para ser modelo de um quadro.
— Humm, tem alguns minutos. — Annelise sorriu.
— Está parecendo os alunos do terceiro ano. Indo para sua primeira visita. É bonitinho. — Zombou, apoiando o tornozelo no joelho esquerdo.
— Você é encantador, Malfoy. — Respondeu no mesmo tom, arrancando um riso dele.
Os dois ficaram quietos até o silêncio parecer estranho demais. Aos poucos, os alunos foram descendo. Quando toda a panelinha de Malfoy já estava reunida, eles seguiram para a entrada do castelo e esperaram na enorme fila para que Filch conferisse seus nomes na lista de permissão. Uma vez liberados, caminharam juntos com os outros alunos e alguns professores até Hogsmeade.
Era, sem dúvidas, uma vila bruxa muito simpática e acolhedora. Os olhos de Annelise se perderam nas lojas e lugares que ela poderia visitar. Com quem, ela não sabia. Pansy puxou Draco pela mão até uma casa de chá e os dois sumiram porta adentro. Crabbe e Goyle foram correndo para a loja Zonko's e Zabini fisgou uma garota da Corvinal que passava e foi atrás dela.
Mais uma vez, Annelise se sentiu um pouco chateada. Se Krystal estivesse ali, tudo seria diferente. Mas mais uma vez ela se lembrou que não estava ali para ser uma aluna normal. Seguiu um grupo de alunos e entrou num lugar chamado Três Vassouras. Era um barzinho acolhedor com mesas de madeira espalhadas por quase todo o espaço, e ela pôde reconhecer vários estudantes. Mal havia se sentado sozinha numa mesa quando Hermione Granger, numa mesa perto da janela, a chamou animada.
Annelise sorriu e se levantou, indo até os três. Ela se sentou ao lado de Harry.
— Está sozinha?
— Humm, sim. Eu não tenho muitos amigos, aparentemente. — Deu de ombros. Uma mulher bonita se aproximou da mesa, fazendo Rony corar.
— Quer fazer o pedido, querida?
Os três bebiam cervejas amanteigadas, então ela decidiu acompanhá-los.
— Uma cerveja amanteigada, por favor.
— Saindo. — A mulher piscou e voltou para o balcão.
— Então, vai nos contar seu segredo? — Perguntou Rony.
Annelise sentiu seu coração parar por alguns segundos e seu rosto congelar numa expressão de choque, mas ela disfarçou com uma risadinha.
— Qual?
— O que faz você ser a única Sonserina agradável?
Nem queira saber, pensou ela.
— Rony! — Repreendeu Hermione. — Desculpe, ele não tem escrúpulos....
— Tudo bem. — Ela sorriu. — Na verdade, temos pessoas bem legais lá. É que somos... incompreendidos. Não está escrito em lugar algum que sonserinos são desagradáveis. São bem parecidos com os grifinórios, na verdade. Vocês são determinados. Nós, ambiciosos. É como eu disse uma vez para você, Hermione. A linha que difere as duas é tênue. E, bom, todas as casas são boas. A minha só é a melhor. — Ela sorriu.
— Como uma verdadeira sonserina. — Comentou Harry, bebendo sua cerveja.
— Pelo que observo de você, se daria bem na Corvinal. — Disse Hermione. — Harry, foi ela quem me deu a dica da solução.
— É mesmo? — Perguntou, olhando surpreso. — Obrigado. Foi ótimo para... você sabe.
— Ela é uma maníaca. Não consigo entender como o Ministério enfiou uma mulher dessa para dar aulas. É uma completa perda de tempo, não estamos aprendendo nada. — Enquanto Annelise falava, percebeu uma troca de olhares entre os três, mas decidiu ignorar.
— Talvez devessemos envenená-la. — Rony sorriu, arrancando uma risada de Harry e Annelise. Hermione o olhou com advertência.
— Não fale bobagem, Rony. Ah, já que você está aqui, Annelise, deixe-me aproveitar a oportunidade. Queria falar com você sobre elfos domésticos.
Harry e Rony gemeram.
— Hermione....
— Ela é da Sonserina. É rica. Puro sangue de família tradicional... — O ruivo a olhou como se algo fosse muito óbvio, mas Annelise não estava entendendo.
— Elfos domésticos?
— Quieto, Rony. — Hermione se aprumou no banco, com confiança. A bartender depositou o copo de Annelise em sua frente e saiu. — Abri uma fundação chamada Fundo de Apoio à Liberação dos Elfos.
— Liberação dos elfos? — Annelise deu um sorriso. Sabia que Hermione era nascida-trouxa e talvez por isso fosse tão ingênua ao pensar que conseguiria alguma coisa para os elfos.
— Criei essa organização com o objetivo de conseguir liberdade para os elfos. Ou pelo menos um salário pelo serviços prestados.
— Olhe, Hermione, eu acho que sua atitude é admirável, de verdade. Mas eu não sei se você conseguirá muita coisa com isso... — Ela deu de ombros. — Eu particularmente não me importo com elfos, mas não acho que eles devam ser maltratados, é claro.
A menina pareceu refletir.
— Você apoiaria?
— Humm — Annelise pensou. Seria uma boa maneira de conquistar Granger. — Claro. — Deu de ombros. — O que preciso fazer?


O domingo passou preguiçoso. Annelise dormiu até tarde e quando acordou, vestiu uma roupa qualquer e desceu com um pacotinho de varinhas de alcaçuz, sua pena, tinteiro e pergaminho. A sala comunal estava mais cheia do que o costume, um monte de alunos que pareciam reclamar na frente do quadro de avisos. Annelise colocou suas coisas numa mesa e se enfiou no meio deles até chegar perto do quadro.

POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.
Uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube é aqui definido como uma reunião regular de três ou mais estudantes.
A permissão para reorganizá-los deverá ser solicitada à Alta Inquisidora (Prof. Umbridge).
Nenhuma organização, sociedade, nenhum time, grupo ou clube estudantil poderá existir sem o conhecimento e aprovação da Alta Inquisidora.
O estudante que tiver organizado ou pertencer a uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube não aprovado pela Alta Inquisidora será expulso.
O acima disposto está em conformidade com o Decreto da Educação Número Vinte e Quatro.

Assinado: Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora.

— Isso vale para o quadribol? — Ouviu Goyle perguntar atrás dela. Annelise se virou, irritada com Umbridge. Draco estava quase grudado em suas costas, mas deu um passo para trás e se virou para o amigo.
— É claro que vale, imbecil. Mas eu não sei se ela vai encrencar com o time da Sonserina.
Annelise revirou os olhos e passou entre eles, voltando para sua cadeira. Enquanto comia a varinha de alcaçuz, desenrolou o pergaminho e decidiu escrever uma carta de resposta para Krystal. Ficou girando a pena nos dedos por longos minutos, sem saber o que dizer.
— Vai escrever pro seu namorado americano? — Perguntou Malfoy, se jogando na poltrona ao lado dela. Ele mordeu uma maçã verde que segurava e a olhou, mastigando vagarosamente.
— Não tenho um namorado. — Annelise riu, deixando cair uma gota de tinta no papel. — É minha melhor amiga. — Mordeu o lábio inferior, pensativa. — Mas não sei o que dizer pra ela.
— Sente saudade dela? — Draco perguntou.
— Sim, claro.
— Escreva isso. — Deu de ombros, olhando ao redor da sala comunal. — Me pergunto onde está Pansy. Ela ainda não veio gritar por estarmos sozinhos.
— É, tem razão. Mas não estamos sozinhos, tecnicamente.
Ele não respondeu nada, apenas continuou comendo sua maçã e observando Annelise. Ela, por sua vez, decidiu seguir seu conselho. Sabia que uma vez que começasse a escrever, as palavras viriam com mais facilidade.

Krystal,
Estou morrendo de saudade. Você não iria acreditar na quantidade de garotos bonitos em Hogwarts. O sotaque é apenas um adicional.
Fui selecionada para a Sonserina, como era de se esperar. Não sei se tenho amigos, mas Draco Malfoy é alguém bastante presente. A ''namorada'' (eles não tem nada oficial) dele, Pansy, está sempre em cima e morrendo de ciúmes de nós dois, apesar de nunca ter acontecido nada.
Ele é bonito e charmoso, mas não vim aqui pra isso.
Obrigada pelo convite! Eu vou amar ver você e as praias da California no verão, então pode deixar o quarto de hóspedes reservado para mim.
Queria que você estivesse aqui!
Te amo,
Annelise R. Morgenstern.

Ela começou a assoprar o pergaminho para que a tinta secasse mais rápido e se virou para Malfoy novamente.
— Então, eu suponho que você irá conversar com Umbridge sobre o quadribol. — Annelise se recostou na poltrona.
— É claro. Não que eu ache que ela vai tentar dificultar para nós, uma vez que era aluna da casa. Mas se isso acontecer, despacho uma coruja para meu pai.
— Acho que você já é grande o suficiente para lidar com esse tipo de coisa sem seu pai, Draco.
Ele olhou por cima do ombro dela e Annelise se virou, vendo que Malfoy observava Crabbe e Goyle.
— É, mas eu não preciso me estressar com certas coisas. É mais fácil fazer com que ele resolva para mim. — Ele se levantou. — Até mais, Morgerstern.
Ele se sentou nos sofás junto com os dois amigos e Annelise se voltou para sua carta. A tinta já havia secado, então ela o enrolou e juntou a embalagem do doce, jogando na lixeira. Saiu pela porta da sala comunal e caminhou pelos corredores vazios até o jardim. Passou pelos alunos, sem olhar para ninguém realmente e foi para o corujal.
Depois de enviar sua carta, Annelise resolveu caminhar mais devagar e apreciar o sol suave em seu rosto. Realmente pretendia ir para a Califórnia no verão se estivesse viva até lá, queria ver Krystal e contar tudo que podia sobre aquele ano em Hogwarts, que ficava cada vez mais interessante. Seus olhos capturaram uma cena que interrompeu seus pensamentos.
Escondida atrás de um pilar, estava Pansy Parkinson com um garoto que ela achava ser da Corvinal, aos beijos. Com um sorriso de vitória, Annelise segurou uma bela gargalhada e parou, cruzando os braços, apreciando a cena.
— Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais ainda. — Sussurrou para si mesma. — E você, Pansy, acabou de ganhar uma sombra.



Annelise havia acabado de se juntar aos alunos da Sonserina na frente da porta da sala de Poções, que se encontrava fechada. Muitos meninos estavam reunidos ao redor de Draco e ela se aproximou pra ouvir do que ele se vangloriava dessa vez.
— É, na mesma hora a Umbridge deu à equipe da Sonserina permissão para continuar a jogar. — Ele tirou um pergaminho que parecia oficial do bolso e sacudiu no alto para que pudessem ver. Annelise notou os alunos da Grifinória se aproximando, Potter olhando como uma águia para Malfoy. — Fui pedir a ela logo que acordei. Bom, seria automático, quero dizer, ela conhece meu pai muito bem, ele está sempre entrando e saindo do Ministério. Vai ser interessante ver se a Grifinória vai ganhar permissão para continuar a jogar, não acham?
— Vamos, Draco, guarde isso. — Annelise se aproximou, estendendo a mão. Ele olhou para ela e seu sorriso aumentou. Os olhos brilharam quando viu Rony e Harry parados ali.
— Quero dizer — Continuou, sua voz ficando levemente mais alta. — se é uma questão de influência com o Ministério, acho que eles não tem muita chance... pelo que diz meu pai, há anos que estão procurando uma desculpa para despedir Arthur Weasley... — Ela ouviu risadinhas. Aquilo fora extremamente baixo. — e quanto a Potter, meu pai diz que é apenas questão de tempo, logo o Ministério vai mandar despachá-lo para o Hospital St. Mungus. Parece que lá tem uma enfermaria especial para gente que teve o cérebro fundido por magia.
As risadas foram altas e estrondosas, com exceção dos alunos da outra casa. Annelise se afastou, balançando a cabeça sem saber para quem olhar, no mesmo momento que uma confusão foi instalada. Neville Longbottom avançou diretamente contra Draco, mas Harry o pegou no último segundo, evitando que os punhos dele atingissem o rosto de Malfoy.
— Neville, não!
O menino ainda lutava freneticamente contra a força que Harry fazia para puxá-lo para trás, ainda sacudindo os punhos tentando desesperadamente acertar Malfoy, que por um instante pareceu muito espantado, mas logo riu. Rony ajudou a puxar Neville para trás, arrancando novos risos dos alunos da Sonserina. Crabbe e Goyle, como os brutamontes que eram, se colocaram na frente de Draco estalando os dedos, prontos para brigar. Ele parecia lutar para dizer algo enquanto o braço de Harry sufocava sua garganta, quando a porta da masmorra se abriu.
Snape correu os olhos pelos alunos da Grifinória e pararam quase tediosamente nos três. Os alunos de ambas as casas se calaram e Annelise encostou na parede próxima à porta.
— Brigando, Potter, Weasley e Longbottom? — Perguntou com desdém. — Dez pontos a menos para a Grifinória. Solte Longbottom, Potter, ou receberá uma detenção. Para dentro todos vocês.
Annelise entrou na masmorra e se sentou ao lado de um garoto aleatório da Sonserina, querendo evitar contato com Malfoy pelo menos durante a aula de Poções. Não conseguia acreditar nos dois extremos que ele podia ser às vezes: Draco, o cara legal e Malfoy, o imbecil. Não sabia dos anos interiores então não podia realmente julgar a inimizade que tinha com Potter, mas todas aquelas vezes ela apenas podia ver que Harry procurava ignorá-lo. Se perguntava como ele podia ser tão cínico, sabendo que o Lorde das Trevas realmente voltara, mas mesmo assim fazia de tudo para que todos pensassem o contrário. A não ser que...
A não ser que ele não soubesse.
O pensamento a fez franzir o cenho, pensando se Lúcio realmente deixaria o filho no escuro. Ela, que até o ano passado morava nos Estados Unidos, sabia o suficiente para que o assunto a causasse calafrios. Mas não porque tinha medo de Voldemort, apesar de que sim, o temia, assim como a maioria dos seus seguidores. Mas em Ilvermorny aquela conversa toda não existia. A ideia de uma guerra bruxa a deixava um pouco assustada pois não estava acostumada com aquilo. De certa maneira, admirava o quão determinado Voldemort era e também sua inteligência. Por outro lado, não tinha certeza se valia a pena.
Balançando a cabeça para se livrar dos pensamentos e focar na aula, Annelise tirou da mochila o exemplar de Mil Ervas e Fungos Mágicos, pena, tinteiro e pergaminho. O resto dos alunos conversaram num burburinho irritantemente alto sobre Neville e só pararam quando Snape caminhou até o fundo da sala com sua capa preta esvoaçando atrás de si e bateu a porta com uma pancada.
— Vocês irão notar — Começou Snape, a voz baixa e desdenhosa. — que hoje temos uma convidada conosco. — A Prof. Umbridge, é claro, estava sentada num canto sombrio da masmorra, com a prancheta rosa apoiada nos joelhos. — Hoje vamos continuar a nossa Solução para Fortalecer. Vocês encontrarão suas misturas como as deixaram na última aula; se forem feitas corretamente, elas deverão ter maturado a contento durante o fim de semana. As instruções estão no quadro. Podem começar.
Como sempre, Annelise seguiu as instruções com a devida atenção e felizmente sua poção parecia excelente. A diferença é que dessa vez não estava relaxada. Seus olhos iam do quadro negro aos ingredientes e ao caldeirão, apenas. Ainda que estivesse quieta e tentando sumir no meio dos alunos, podia sentir os olhos de Draco praticamente queimarem seu pescoço, mas decidiu seguir seu plano de focar somente na aula. Por um momento, quase se esqueceu da presença de Umbridge, visto que ela passara mais de meia hora tomando notas de boca calada. Finalmente, ela se levantou e foi atrás de Snape, que inspecionava o caldeirão de Dino Thomas.
— Bom, a turma parece bastante adiantada para seu nível. — Ela estava realmente animada. — Embora eu questione se é aconselhável lhes ensinar uma poção como a Solução para Fortalecer. — Continuou, falando com as costas de Snape. — Acho que o Ministério preferiria que fosse retirada do programa. Lentamente, o professor se endireitou e encarou Umbridge. — Agora.... há quanto tempo você está ensinando em Hogwarts?
— Catorze anos.
— Você se candidatou primeiro ao cargo de professor de Defesa Contra As Artes das Trevas, não foi?
— Foi — Confirmou, o mesmo tom de sempre.
— Mas não foi aceito?
O lábio de Snape se crispou.
— É óbvio.
Umbridge fez algumas anotações.
— E você tem se candidatado àquele cargo desde que foi admitido na escola?
— Sim. — Snape quase não movia os lábios, sua irritação parecendo bem óbvia.
— Tem alguma ideia do por que Dumbledore tem se recusado consistentemente a nomeá-lo?
— Sugiro que pergunte a ele.
Annelise deu uma risada baixinha enquanto os dois trocavam mais algumas palavras e Umbridge ia até Pansy interrogá-la sobre as aulas.
O restante da aula transcorreu sem maiores interrupções da sapa e Annelise se concentrou tanto na poção que quando terminou se sentiu voltar para a Terra. Como de costume, retirou uma amostra do caldeirão e entregou ao professor juntamente com o trabalho extra que havia passado para ela. Voltou à bancada, guardou e limpou tudo e ficou esperando a sineta tocar. Quando aconteceu e todos os alunos deixaram a sala, ela se dirigiu à mesa do professor.
— Professor, queria saber se há mais algum dever extra que o senhor precise que eu faça. — Ela deu um sorriso tímido, tentando parecer amigável. Snape a olhou, com o mesmo interesse que demonstrava por todos os seus alunos. Correu seus olhos pelos pergaminhos em sua escrivaninha e se voltou a ela.
— Creio que já basta, Morgerstern. Está entre meus poucos melhores alunos.
— Ah, muito obrigada, professor. É uma honra.
— Está dispensada. — Snape não parecia não querer prolongar o assunto, como o esperado, mas Annelise sentiu uma pontinha de orgulho por ter sido elogiada pelo professor. Aquilo sim era raro.
Quando saiu da classe, conseguiu subir dois degraus de escada quando uma mão a puxou com força para trás. Ela se desequilibrou e tombou o corpo pra frente, sendo apoiada por Draco. Assustada com o que acabara de acontecer e pela súbita aproximação, prendeu a respiração e o olhou sem dizer nada.
— Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, os ânimos vai dar uma aumentada. Entendam como quiserem!
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