Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Genteeee! De novo, zero comentários. Mas os acompanhamentos cresceram, amei!! MIL PERDÕES por demorar tanto com o C4, mas o meu notebook quebrou e demorei pra conseguir um novo e recuperar a história do antigo!!
Masss, aqui está!!
xx



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As corujas do correio semanal entraram tão abruptamente no Salão Principal que fizeram Annelise derrubar um pouco do mingau que levava até a boca na mesa. Crabble deu uma risada grotesca com o susto dela, recebendo um olhar frio de advertência. Ela tomava o desjejum sozinha quando o garoto apareceu, tropeçando nos próprios pés de nervoso e perguntando se podia se juntar a ela. No começo Annelise desconfiou, mas sabia que poderia matar Crabble com dois dedos se ele tentasse algo, então deixou. Parecia que estava ali apenas para fazer companhia a ela e mais nada, além de comer, é claro. Ele comia, comia e comia e parecia nunca se fartar.
Uma coruja derrubou um exemplar do Profeta Diário na frente deles, por pouco não acertando uma torta de maçã.
— É para você? — Perguntou Annelise, voltando sua colher de mingau vazia ao prato.
— Sim, é sim. — Ele confirmou balançando a cabeça, seu papo sujo de geléia.
— Posso ler?
— Pode, claro.
Annelise bateu as mãos na saia e pegou o jornal, desdobrando-o e analisando a primeira página. Não parecia ter nada de tão interessante na capa, então ela continuou abrindo as folhas e passando os olhos rapidamente. Uma notícia captou sua atenção:

’’O Ministério da Magia recebeu uma informação de fonte fidedigna de que Sirius Black, notório assassino em massa que fugiu de Azkaban em 1993 está presentemente escondido em Londres. O Ministério alerta a comunidade bruxa que Black é extremamente perigoso, matou treze pessoas e foi o primeiro à escapar da prisão dos bruxos.’’

Ela revirou os olhos, dando um olhar para a mesa da Grifinória. Hermione Granger tinha o jornal aberto no colo e ela, Potter e Weasley pareciam conversar sobre algo. Com certeza devia ser sobre aquela notícia, e Annelise podia apostar que eles sabiam onde Black estava escondido. Não era algo que alimentasse o interesse dela, já que sabia da inocência do homem. Annelise voltou os olhos para o jornal.

’’INVASÃO NO MINISTÉRIO
Estúrgio Podmore, 38 anos, residente nos jardins Laburnum 2, Clapham, compareceu perante a Suprema Corte dos Bruxos sob a acusação de invadir o Ministério da Magia e tentar roubar o bruxo-vigia Érico Munch, que o encontrou tentando forçar uma porta de segurança máxima à uma hora da manhã. Podmore, que se recusou a se defender, foi considerado culpado das duas acusações e sentenciado a seis meses em Azkaban.’’

No mesmo minuto, seus braços se arrepiaram. Sentenciado por tentar entrar por uma porta de segurança máxima.... Annelise começou a pensar no que aconteceria com ela se cumprisse sua missão. Começou a refletir nas coisas que aconteceriam se tudo desse errado. Um pânico começou a crescer e ela sentiu o estômago embrulhar, seu coração acelerar e uma repentina falta de ar. Fechou o jornal e o jogou na mesa, com um olhar vidrado.
— Você, hum, está bem? — Crabble perguntou timidamente, a olhando com atenção.
— Estou. — Respondeu secamente, alcançando seu copo com suco de abóbora e bebendo tudo em longos goles. Se acalmou um pouco e suspirou, apoiando os braços na mesa.
— Está branca, Morgerstern. — Blásio Zabini se sentou na frente dela com um sorriso largo. Começou a se servir com as comidas que haviam na mesa.
— Jura, Blásio? — Ela perguntou em tom de azedume. — Minha pressão caiu um pouco, foi só isso.
— Já se sente melhor? — Perguntou ele, mordendo a torrada que tinha nas mãos e mastigando vagarosamente.
— Sim, obrigada. — Annelise o analisou, tentando capturar a intenção atrás daquilo. Parecia sincero. — Vou até a biblioteca terminar algumas tarefas. Até logo.
Ela se levantou e juntou seus materiais, colocando a alça da bolsa preta lateral no ombro e andando rapidamente para a saída. Enquanto cruzava as portas pesadas do Salão Principal de um lado, Malfoy passava com o braço ao redor dos ombros de Pansy do outro. Ele não a olhou, mas Pansy sim. Deu um sorrisinho e continuaram seu caminho até a mesa da Sonserina.
Bufando, Annelise foi para as escadas e decidiu permanecer na biblioteca até o almoço.

Após terminar todos os seus afazeres e alguns extras que o Prof. Snape havia passado, Annelise almoçou e foi convencida de má vontade a descer até o campo de quadribol com o grupinho de Draco. Ela estava sem paciência para toda a gracinha que eles fariam com os jogadores da Grifinória, pois eram eles que estariam lá treinando naquela hora. Constantemente precisava se lembrar de que precisava fazer amigos e ter aliados, mas era um pouco difícil lidar com a maneira infantil com que Draco escolhia atacar seus inimigos.
Quando se sentaram agrupados na arquibancada vazia, Annelise notou que o resto da equipe da Sonserina estava lá também. Eles pareciam cheios de vida e com muita vontade de infernizar e atrapalhar o outro time até onde pudessem. Annelise se recostou e apoiou o pé no banco da frente, cruzando os braços. Quando o time da Grifinória entrou em campo, eles começaram com vaias e assobios. Ela permaneceu sentada em silêncio, revirando os olhos.
— Que é aquilo que o Weasley está montando? — Draco berrou, com um sorriso largo de deboche. — Por que alguém lançaria um feitiço de voo num pedaço de pau velho e mofado como aquele?
Os Sonserinos riram estrondosamente e mesmo há distância, Annelise notou Rony ficar muito vermelho. Balançou a cabeça negativamente, revirando os olhos e cruzou as pernas, esperando aquele vexame terminar. Ouviu Pansy murmurar algo a respeito de uma menina alta e negra com tranças no cabelo, e não demorou muito para que ela começasse a gritar:
— Ei, Johnson, afinal que penteado é esse? — Ela gritou, sua voz esganiçando. — Por que alguém iria querer parecer que tem minhocas saindo do crânio?
Mais risadas, dessa vez incluindo Annelise. Era uma risada de desprezo. Ela não nutria nenhuma empatia aos Grifinórios, mas pensava que era muita imaturidade atacar alguém de graça. Era da mais pura covardia. E já que queriam importuná-los, isso era o melhor que podiam fazer?
O tempo passou, e cada vez que Weasley perdia uma bola, a arquibancada ria alto. O ruivo a derrubava, jogava errado, não cobria os aros e ficava cada vez mais vermelho, o que só divertia ainda mais a turma ao seu lado. Annelise começou a sentir pena dele.
— Ei, Potter, como está sua cicatriz? — gritou Malfoy. — Tem certeza de que não precisa se deitar um pouco? Já deve fazer o que, uma semana que você esteve na ala hospitalar, isso é um recorde pra você, não é?
Ao contrário de Rony, no entanto, Potter nem sequer se atingia com as palavras de Malfoy. Annelise sabia que ele podia ouvir. Sabia que todo o time podia ouvir, mas Harry realmente não ligava para Malfoy, demonstrando ter um controle emocional superior ao de Weasley. Ele, que havia finalmente pegado a goles com firmeza, a jogou com tanta força para uma artilheira da Grifinória que a bola passou por suas mãos e acertou seu rosto com força. Quase imediatamente o nariz dela começou a sangrar, e a garota negra começou a gritar ordens para todos os jogadores, que pareciam claramente incomodados.
Os alunos da Sonserina haviam começado o coro de ''Grifinória é freguês'' havia apenas dois minutos quando Annelise notou que a menina que tinha o nariz sangrando parecia prestes a desmaiar e cair da vassoura. Felizmente, não foi a única a perceber isso. Os dois gêmeos voaram até ela e gritaram para a capitã. Aparentemente, decidiram finalizar o jogo para levá-la para a ala hospitalar. E assim, o time da Grifinória desceu das vassouras e caminharam para o vestiário ainda sob os gritos dos alunos da Sonserina.


Conforme subiam o gramado até o castelo, todos riam e conversavam entre si enquanto Annelise permanecia calada. Adolescentes eram adolescentes em todo lugar, mas não existia rivalidade tão forte assim em Ilvermorny.
— Perdida em pensamentos? — Perguntou Blásio, abrindo o seu sorriso largo enquanto a olhava.
Annelise ergueu a cabeça e pelo canto dos olhos pode notar Draco observando os dois com atenção, enquanto Pansy permanecia tagarelando pendurada em seu pescoço.
— Estava pensando em Ilvermorny, na verdade.
— É mesmo? — Blásio balançou a cabeça. — Como era lá? Muito diferente daqui?
Annelise riu, o que devia ser a primeira vez que fazia com sinceridade desde que chegara.
— Ah, você sabe. Americanos. São diferentes sim, um bom tanto. — Ela sorriu. — Mas são ótimos. E a escola era muito boa também. É claro que é ótimo estar em Hogwarts, tão conceituada assim... Mas sinto falta dos amigos que fiz por lá.
— Ah, aí está. O sorriso que eu queria ver. — Ele também sorria. — Você sabe o que todos estão dizendo por aí, não é?
Ela franziu o cenho.
— O que? — Eles chegaram nas portas da escola, e os alunos se dispersaram. Exceto, é claro, por Malfoy, que se afastou mas ainda os olhava.
— Que você é a garota mais bonita de Hogwarts. — Blásio deu de ombros. — Tenho certeza que se confirmaria na mente de todos se vissem você sorrindo assim.
Annelise riu com vontade outra vez. Blásio era muito fácil de conversar, e ela gostou de como ele arrancava um riso fácil dela.
— Porque estou sempre muito rabugenta, certo?
Ele deu de ombros.
— Ainda continua linda, mesmo com cara de brava. — Ele sorriu e cruzou os braços, olhando para a direção das escadas. — Tenho que ir, mas te vejo mais tarde?
— Sim, te vejo mais tarde. — Annelise confirmou com um sorriso fechado. Blásio se virou e saiu sorrindo, passando por um irritado Malfoy que se livrou de Pansy e foi até o Salão Principal atrás de Crabbe e Goyle.

Annelise acordara alguns minutos atrasada. Se vestiu o mais rápido possível, penteou os cabelos longos e loiros e subiu correndo as escadas das masmorras. Quando chegou no Salão Principal as conversas e burburinhos estavam mais altos que o normal, então apressou o passo e se sentou ao lado de Malfoy.
— O que está acontencendo? — Perguntou, analisando a rodinha ao seu redor. Crabble, Goyle, Blásio e nada de Pansy.
Malfoy empurrou o Profeta Diário em sua direção e ela o pegou, abrindo-o.

''MINISTÉRIO QUER REFORMA NA EDUCAÇÃO: DOLORES UMBRIDGE NOMEADA A PRIMEIRA ALTA INQUISIDORA DA HISTÓRIA.''

— Isso só pode ser brincadeira! — Exclamou, fazendo uma careta de desgosto no mesmo segundo. Draco riu alto.
— É a mais pura verdade. Continue lendo.

''Ontem à noite, o Ministério da Magia surpreendeu a todos aprovando uma lei que concede ao próprio órgão um nível de controle sem precedentes sobre a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
''Já a algum tempo o ministro tem se mostrado apreensivo com o que acontece em Hogwarts'', declarou seu assistente-júnior, Percy Weasley. ''O decreto é uma resposta às preocupações expressadas por pais ansiosos que sentem que a escola está trilhando um caminho que desaprovam''.

— Percy Weasley? — Annelise pensou em voz alta. — Espere aí. A melhor maneira que esses ''pais ansiosos'' encontraram foi colocando essa louca no controle?
— Você realmente não entende, não é Morgestern? — A voz rouca de Malfoy zombou, perto demais de seu ouvido. Ela afastou o corpo e o encarou, analisando cada centímetro do seu rosto frio. Então, sem se importar, se aproximou tanto que sentia a respiração dele bater em seu rosto.
— Diga o que quiser, Malfoy. Os lados não importam. Essa mulher é escória, trabalhando a favor de quem for. — Ela murmurou.
— Está a favor do Ministério, Annelise. — Ele se aproximou ainda mais.
— Teoricamente, sim. Mas não seja idiota. — Respondeu. Os dois não se afastaram e continuaram se olhando com intensidade, as respirações praticamente virando uma só naqueles poucos centímetros que os afastavam.
— O que está acontecendo aqui? — Pansy disse, a altura de sua voz controlada, mas seu rosto completamente vermelho denunciava sua raiva. Ela estava bem atrás deles, em pé no corredor que separa a mesa da Sonserina da Grifinória. Eles se afastaram.
— Uma discussão acalorada, é o que está acontecendo. — Comentou Blásio, bebendo um gole de suco de abóbora. — Inclusive, acho que vocês já estão falando demais. — Ele olhou para os dois com um semblante de aviso.
Annelise voltou sua atenção ao jornal, ignorando a presença de Parkinson, que estava de braços cruzados e a cara retorcida numa careta de raiva.

''Não é a primeira vez que o ministro Cornélio Fudge tem usado novas leis para realizar aperfeiçoamentos na escola de magia. Em 30 de agosto recente, foi aprovado o Decreto de Educação n.22, para assegurar que, na eventualidade do atual diretor não conseguir apresentar um candidato a uma vaga de professor, o Ministério selecione uma pessoa habilitada.
''Foi assim que Dolores Umbridge acabou sendo indicada para o corpo docente de Hogwarts'', disse Weasley ontem à noite. ''Dumbledore não conseguiu encontrar ninguém, então o Ministério nomeou Umbridge e, naturalmente, ela alcançou imediato sucesso, revolucionando inteiramente o ensino da Defesa Contra as Artes das Trevas e informando em primeira mão ao ministro o que está realmente ocorrendo em Hogwarts.''

— Pelas barbas de Merlin, o Ministério da Magia aqui é realmente uma piada. A única coisa que ela revolucionou foi o desejo de aprender dos alunos. Eu, particularmente, tenho vontade de praticar feitiços mortais em mim mesma cada vez que preciso entrar na aula dela... — Annelise alfinetou, com um risinho sarcástico. Os meninos, com exceção de Draco e Pansy, começaram a rir. — Esse ministro só pode ser idiota. Isso jamais aconteceria no Congresso Mágico.
Annelise terminou de ler a matéria, revirando os olhos diante da declaração imbecil de Lúcio Malfoy. Enrolou o jornal e deixou na mesa, comendo algo rapidamente e se levantando para a aula de Adivinhação.
Mais tarde, logo após a aula de Trelawney, os alunos da Sonserina desceram para a aula de Poções. Outra vez, Draco dividiu a bancada com Annelise, mas não dissera nada.
Snape estava devolvendo os trabalhos sobre as propriedades da pedra da lua e dando comentários ácidos para os alunos. Annelise recebeu o seu com um ''O'' que parecia brilhar em seus olhos.
— Meus parabéns, Morgestern. O único ''O'' dessa turma. — Declarou Snape, entediado. Malfoy ergueu seu pergaminho e exibiu seu E para os colegas nas bancadas da frente e de trás.
— Ah, eu fiquei com um A, mesmo. — Zabini murmurou.
— Dei a vocês as notas que teriam recebido se tivessem apresentado esses trabalhos no seu N.O.M. — disse Snape, um sorrisinho no canto da boca. — Isso deverá dar-lhes uma ideia realista do que esperar no exame. — O professor havia terminado de entregar os trabalhos e se virou, caminhando até a frente da classe e se voltando para os alunos. — O nível geral dos deveres foi abissal. A maioria de vocês não teria passado se fosse um exame real. Espero observar um esforço bem maior no trabalho dessa semana sobre as variedades de antídotos para venenos ou terei que começar a distribuir detenções para os tapados que receberem D.
— Teve gente que recebeu um D? Ha! — Malfoy riu, enfiando o próprio pergaminho na mochila. A tarefa do dia era uma Solução para Fortalecer. Annelise seguiu cuidadosamente as intruções no quadro negro, e no fim da aula, sua poção estava turquesa-claro como o indicado. Colocou sua amostra e anotou seu nome, entregando-o para o professor.
Tiveram aula de Feitiços, mais uma vez, e depois Defesa Contra As Artes das Trevas. O humor de Annelise, que estava bom até o momento, se encontrara péssimo assim que ela se aproximou da porta da classe, onde Umbridge se encontrava em pé com aquele sorriso irônico que fazia Annelise querer batê-la.
Ela se sentou e nem se deu o trabalho de pegar a varinha ou qualquer outra coisa que não fosse o livro que a professora entregou a eles. A sala toda já havia se sentado, incluindo os alunos da Grifinória.
— Guardem as varinhas. — Ela mandou, ainda que nenhum aluno tivesse sido idiota o suficiente para pegar a varinha. — Como terminamos o capítulo um na aula passada, hoje eu gostaria que abrissem na página dezenove e começassem a ler o capítulo dois ''Teorias de Defesa Comuns e Suas Derivações.'' Não haverá necessidade de falar.
Ainda com aquele sorriso amplo e presunçoso estampado na cara redonda de sapo, Umbridge se sentou à escrivaninha. A turma deu um suspiro audível quando abriram a página dezenove. Annelise leu a primeira frase, tão distraída, que precisou voltar e lê-la de novo, quando percebeu alguns olhares fixos para alguém do outro lado da sala. Hermione Granger, novamente, estava com a mão levantada. Dessa vez, Umbridge não a ignorou, mas levantou-se e parou na frente dela.
— O que é agora, Srta. Granger?
— Jã li o capítulo dois.
— Então passe para o capítulo três.
— Já li também. Já li o livro todo.
Naquele momento, Annelise sentiu um calorzinho no peito. Sentira uma sincera simpatia por Hermione, apenas porque ela estava realmente se esforçando para infernizar Dolores Umbridge o máximo que podia. Sorrindo levemente, Annelise virou o corpo na direção das duas, notando o olhar de Harry em seu rosto. Ela sorriu pra ele.
— Bem, então, você deverá poder me dizer o que Slinkhard escreveu sobre as contra-azarações no capítulo quinze.
— Ele escreveu que a denominação contra-azarações é imprópria. — Respondeu Granger imediatamente. — E que contra-azaração é apenas o nome que as pessoas dão às suas azarações quando querem fazê-las parecer mais aceitáveis.
A professora parecia impressionada, ainda que, obviamente não fosse admitir isso nem para si mesma.
— Mas eu discordo. — Continuou Hermione.
As sobrancelhas de Umbridge subiram, seu olhar visivelmente frio, entregando que sua paciência já estava no limite e que ela não era mais capaz de sustentar a falsa expressão de presunção.
— A senhorita discorda?
— É, discordo. — Confirmou Hermione, falando com uma voz alta e clara, ao contrário de Umbridge. — O Sr. Slinkhard não gosta de azarações, não é? Mas acho que podem ser muito úteis quando são usados defensivamente.
— Ah, então essa é sua opinião? — A professora se endireitou. — Bom, receio que seja a opinião do Sr. Slinkhard que conte nessa aula, e não a sua, Srta. Granger.
Annelise ouviu alguns alunos da Sonserina rirem, apenas para contrariarem Hermione. Isso afagou o ego de Umbridge.
— Mas... — Recomeçou Hermione.
— Agora basta! — Exclamou a professora. Ela retornou para a frente da classe, mas parecia visivelmente afetada. — Srta. Granger, vou tirar cinco pontos da Grifinória.
Uma explosão de murmúrios começou pela sala.
— Por que? — Perguntou Potter num tom alto, indignado.
— Por perturbar minha aula com interrupções sem sentido. — Respondeu Umbrdige. — Estou aqui para lhes ensinar, usando um método aprovado pelo Ministério que não inclui convidar alunos a darem suas opiniões sobre assuntos de que pouco entendem. Os professores anteriores nessa disciplina podem ter permitido aos senhores maior liberdade, mas como nenhum deles... com a possível exceção do Prof. Quirrel, que pelo menos parece ter se restringido a assuntos apropriados para sua idade... teria passado em uma inspeção do Ministério.
— É, Quirrel foi um grande professor — Respondeu Potter em voz alta — exceto pelo pequeno problema de ter Lord Voldemort saindo pela nuca.
A sala foi tomada por um silêncio esmagador. Não havia uma única pessoa que respirava um pouco mais alto, e todo mundo olhava de Harry para Umbridge, esperando que ela explodisse a qualquer momento. Não foi o que aconteceu.
— Acho que mais uma semana de detenção lhe faria bem, Sr. Potter.
Ninguém mais a interrompeu durante a aula, todos continuaram lendo seus livros ainda que alguém parasse às vezes para observar um irritado Harry Potter, que suspirava audivelmente. Quando o sinal tocou, todos murmuraram com alívio e saíram da sala o mais depressa possível. Annelise estava perto da porta quando ouviu algo atrás dela.
­— Hum-Hum. Srta. Morgerstern? — Ela se virou, vendo Umbridge sorrir para ela. — Venha até aqui, por favor. — Draco parou na porta, ficando só os três na sala de aula. A professora moveu os olhinhos curiosos para ele e para ela, sorrindo mais largamente.
— Pode esperar lá fora, Sr. Malfoy.
Ele franziu as sobrancelhas mas saiu da classe, e com um aceno de varinha, Umbridge fechou a porta. Annelise caminhou até estar na frente da escrivaninha dela, tentando imaginar o que poderia ser, já que dessa vez não abrira a boca na aula.
— Sim, professora? — Sua voz, felizmente, saira com um tom de segurança que ela não sentia.
— Querida, eu soube na tarde de hoje que você não está contente com meus métodos de ensino. — Umbridge juntou as mãos em cima da mesa e inclinou levemente a cabeça pro lado, seus olhos mal se movendo, e seu sorriso presunçoso e irritante ainda ali. — Um aluno preocupado resolveu me procurar, pois disse que você ameaçou testar feitiços mortais em si mesma para não ter que entrar em minha aula. Pelo que vejo, ainda não o fez.
Annelise sentiu suas bochechas a traírem, ficando quentes e consequentemente, vermelhas. Mas ela não iria dar o gostinho para Umbridge, então se recompôs, ainda parecendo um pimentão.
— Professora, foi uma piada de mal gosto. Eu sinto muito que entenderam errado.
Annelise começou a refletir em quem poderia ter contado aquilo para a professora, e sabia que os meninos não fariam isso. Crabble e Goyle não tinham esse cérebro, Zabini parecia gostar dela e ela simplesmente sabia que Draco não gastaria suas energias tentando ferrar com ela quando poderia fazer isso com outras pessoas.
— Desculpas aceitas, Srta. Morgerstern. Dessa vez deixarei seu humor ácido passar, mas na próxima, é detenção. Tenha um bom dia.
Enquanto caminhava para a porta, seu cérebro ainda trabalhava tentando encontrar o delator. Abriu a porta e encontrou Draco encostando na parede, as mangas da camisa branca enroladas até o cotovelo, a gravata torta e alguns fios do cabelo muito loiro caindo sob a testa. Ela perdeu o fôlego por um minuto, e foi aí que chegou no culpado, claro como o dia.
Pansy.


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Notas finais do capítulo

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