Os dedos gelados de Draco entrelaçaram-se com os dela por baixo da mesa, enquanto os dois ouviam o que era debatido em silêncio. Narcisa parecia prestes a ter um ataque sem o marido por perto e sua irmã, Bellatriz, parecia deixá-la mais confortável em sua própria casa.
— ... e os buscaremos em breve em Azkaban. Até lá, resolveremos sozinhos. — A voz do Lorde das Trevas preenchia a sala, silenciosa. Na ponta da mesa, ele observava os seguidores que não haviam sido presos pelos aurores no dia da batalha no Ministério. Seus olhos vermelhos, então, pararam em Annelise. — Fico contente de vê-la aqui, senhorita Morgerstern. Que bom que tomou uma decisão sensata após nosso pequeno desentendimento.
Annelise sentiu os dedos de Draco darem um leve aperto em sua mão, mas os dois permaneciam imóveis, sem olhar um para o outro. Ninguém ali diria que suas mãos estavam unidas como se fossem uma só. Preferiam manter o que quer que estivesse acontecendo em segredo, para que ninguém usasse um contra o outro.
— Sim, senhor. — Ela sorriu, sentindo o coração acelerar levemente. — Agradeço pela nova oportunidade.
A mão esquerda, pousada na mesa longa, deixava à mostra a Marca Negra em seu antebraço, tentando exibir-se para criar uma boa impressão. Já a mão direita, no entanto, tremia um pouco com o nervosismo de mentir na cara de um Legilimente como ele. Draco acariciava a mão dela com os dedos, tentando confortá-la. Lembrava-se que seu pai Joseph era um ótimo Oclumente, e esperava conseguir bloquear sua mente como ele.
— Você é... uma bruxa talentosa. Terá seu momento de provar-se.
— Outra vez? — Indagou Bellatriz, seus olhos como faíscas encarando Annelise.
— Silêncio, Bella... — O Lorde das Trevas interviu calmamente. As atenções foram desviadas para as portas da sala de reunião, que se abriram abruptamente. Por ela, entrava Severo Snape.
Annelise quase não acreditava no que via, observando o professor caminhar sala adentro e ocupar a cadeira ao lado direito de Voldemort.
— Desculpe o atraso, milorde.